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Agendamento - Wikipédia, a enciclopédia livre

Agendamento

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Comunicação

A Teoria do Agendamento ou Agenda-setting theory, no original, em inglês, é uma teoria de Comunicação formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na década de 1970. De acordo com este pensamento, a mídia determina a pauta (em inglês, agenda) para a opinião pública ao destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros tantos.

Índice

[editar] História

As idéias básicas da Teoria do Agendamento podem ser atribuídas ao trabalho de Walter Lippmann, um proeminente jornalista estadunidense. Ainda em 1922, Lippmann propôs a tese de que as pessoas não respondiam diretamente aos fatos do mundo real, mas que viviam em um pseudo-ambiente composto pelas "imagens em nossas cabeças". A mídia teria papel importante no fornecimento e geração destas imagens e na configuração deste pseudo-ambiente.

A premissa básica da teoria em sua forma moderna, entretanto, foi formulada originalmente por Bernard Cohen em 1963: "Na maior parte do tempo, [a imprensa] pode não ter êxito em dizer aos leitores o que pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que pensar" (pág.13).

Ao estudarem a forma como os veículos de comunicação cobriam campanhas políticas e eleitorais, Shaw e McCombs constataram que o principal efeito da imprensa é pautar os assuntos da esfera pública, dizendo às pessoas não "o que pensar", mas "em que pensar". Geralmente se refere ao agendamento como uma função da mídia e não como teoria (McCombs & Shaw, 1972).

[editar] Contexto e Fundamentos

A teoria explica a correspondência entre a intensidade de cobertura de um fato pela mídia e a relevância desse fato para o público. Demonstrou-se que esta correspondência ocorre repetidamente.

Acredita-se que o agendamento ocorra porque a imprensa deve ser seletiva ao noticiar os fatos. Profissionais de notícias atuam como gatekeepers (porteiros) da informação, deixando passar algumas e barrando outras, na medida em que escolhem o que noticiar e o que ignorar. O que o público sabe e com o que se importa em dado momento é, em grande parte, um produto do gatekeeping midiático.

A função de agendamento é um processo de três níveis:

  1. Media Agenda (Agenda Midiática) - questões discutidas na mídia
  2. Public Agenda (Agenda Pública ou da Sociedade Civil) - questões discutidas e pessonalmente relevantes para o público
  3. Policy Agenda (Agenda de Políticas Públicas) - questões que gestores públicos consideram importantes

Um dos debates entre pesquisadores são as questões de causalidade: é a agenda midiática que pauta a agenda da sociedade, ou é vice-versa? Iyengar e Kinder estabeleceram uma relação de causalidade com um estudo experimental no qual identificaram que o priming, a clareza da apresentação e a posição eram todos determinantes da importância dada a uma matéria de jornal. Entretanto, a questão de se há influência da agenda pública na agenda midiática continua aberta a questionamentos.

[editar] Conceitos importantes

  • Gatekeeping - controle sobre a seleção do conteúdo exercido pela mídia e pela imprensa
  • Priming - no agendamento, a idéia de que a mídia atrai atenção para alguns aspectos da vida política em detrimento de outros (Baran & Davis, 2000).
  • Framing ou Enquadramento - apresentação de conteúdo de forma a orientar sua interpretação em certas linhas predeterminadas

[editar] Referências bibliográficas

  • BARAN, S. J., & Davis, D. K. (2000). Mass Communication Theory: Foundations, Ferment and Future (2nd Edition). Belmont, EUA: Wadsworth.
  • COHEN, B. C. The Press and Foreign Policy. Princeton University Press, 1963.
  • LIPPMANN, Walter. Public Opinion. Nova York: Macmillian, 1922.
  • McCOMBS M. E. & SHAW, D. L. "The Agenda-Setting Function of Mass Media", Public Opinion Quarterly, nº 36, 176-87, 1972.
  • SHAW, D. L., & McCOMBS, M. E. (1977). The Emergence of American Political Issues. St. Paul, MN: West.

[editar] Ver também

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