Conflito árabe-israelense
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O conflito árabe-israelense (Brasil) ou Conflito árabe-israelita (Portugal) é um longo conflito no Oriente Médio. Ocorre desde o fim do século XIX, tendo se tornado um assunto de importância em nível internacional a partir do colapso do Império Otomano em 1917. Marcos importantes para o desenrolar deste conflito foram a autodeterminação do Estado de Israel e, posteriormente, o relacionamento deste último estado com seus vizinhos árabes, com ênfase para o povo palestino, que devido a não reconhecer o Estado de Israel, acabou não tendo seu próprio Estado estabelecido.
O conflito teve como resultado o começo de pelo menos cinco guerras de dimensões maiores e um número apreciável de conflitos armados de menores dimensões. Foi também fonte de duas Intifadas (levantamentos populares).
[editar] Antes de 1947
As tensões entre judeus e árabes começaram a emergir a partir da década de 80 do século XIX, quando judeus provenientes da Europa começaram a emigrar, formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, quer por compra de terras aos otomanos, quer por compra direta a árabes proprietários de terrenos. Estabeleceram-se assim comunidades agrícolas nas terras históricas da Judeia e de Israel, que eram então em parte, do império otomano [1].
Assinado em janeiro de 1919, o Acordo Faysal-Weizmann promovia a cooperação árabe e judaica para o desenvolvimento de uma Terra de Israel na Palestina e uma nação árabe numa larga parte do Oriente Médio.
Em 1920, a Conferência de San Remo, suportada em grande medida pelo Acordo Sykes-Picot (acordo anglo-francês de 1916), alocava ao Reino Unido a área que presentemente constitui a Jordânia, a área entre o Jordão e o mar Mediterrâneo e o Iraque. A França recebeu a Síria e o Líbano.
Em 1922, a Liga das Nações estabeleceu formalmente o Mandato Britânico para a Palestina e Transjordânia, indo parcialmente ao encontro dos compromissos assumidos pelo Reino Unido estabelecidos na Correspondência Husayn-McMahon (1915-1916): todas as terras a leste do rio Jordão eram entregues ao Emirado da Jordânia (governado por Abdullah I da Jordânia, mas que estava em parte em dependência do Reino Unido), deixando a parte a oeste da Jordânia como o Mandato Britânico para a Palestina.
O líder religioso muçulmano Mohammad Amin al-Husayni opõs-se à ideia de transformar parte da região da Palestina num Israel, objetando a qualquer forma de Terra de Israel. Durante a década de 20 do Século XX, as tensões aumentaram dando lugar a episódios de violência tais como as revoltas de Nebi Musa (1920) e as revoltas de Jaffa (1921). Para satisfazer os árabes e devido à inabilidade britânica para controlar a violência instalada no Mandato, foi criado, em todos os territórios a leste do rio Jordão, o semi-autônomo Emirado Árabe da Transjordânia (correspondente a cerca de 80% do território do Mandato). Apesar disso, a violência continuou a aumentar durante as décadas de 30 e 40, resultando em perdas de vidas em ambos os lados. Alguns dos fatos mais marcantes nesse período foram o Massacre de Hebron de 1929, as atividades da organização islâmica Mão Preta, a grande revolta árabe (1936-1939), os ataques realizados pelo grupo paramilitar Irgun e o atentado do King David Hotel em 1946.
[editar] Guerra de 1948
A guerra árabe-israelense de 1948, também conhecida como a "guerra de independência" (hebreu: מלחמת העצמאות) ou como "a catástrofe" ("al Nakba," árabe: النكبة), começou após a retirada britânica e com a declaração do Estado de Israel a 14 de Maio de 1948.
Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina (Resolução 181 de 29 de novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas), que propunha o estabelecimento de um estado árabe e outro judaíco na região da Palestina. Milícias árabes começaram campanhas com vista ao controlo de territórios dentro e fora das fronteiras estabelecidas.
Tropas da Jordânia, Egipto, Síria, Líbano e Iraque invadiram a Palestina, ao que Israel, Estados Unidos da América, União Soviética e Trygve Lie (Secretário-Geral da Nações Unidas) consideraram como uma agressão ilegítima. A China deu o seu apoio às pretensões árabes. Os estados árabes declararam o propósito de proclamar um "Estado Unido da Palestina" [2] em detrimento de uma estado árabe e de um estado judaico. Eles consideravam que o plano das Nações unidas era ilegal porque vinha em oposição à vontade da população árabe da Palestina. Reclamaram também que a retirada britânica tinha deixado um vazio legal em termos de autoridade, tornando necessário a sua atuação com vista à proteção dos cidadãos árabes e das suas propriedades [3].
Cerca de dois terços dos árabes da Palestina fugiram ou foram expulsos dos territórios que ficaram sob controle judaico; praticamente todos os judeus (em número muito menor) que habitavam territórios ocupados pelos árabes (como por exemplo na cidade de Jerusalém) também fugiram ou foram expulsos. As Nações Unidas estimam que cerca de 711.000 [4] árabes tornaram-se refugiados como consequência do conflito.
As lutas terminaram com a assinatura do Armistício de Rhodes, que formalizou o controlo israelita das áreas alocadas ao estado de Israel juntamente com mais de metade da área alocada ao estado árabe. A Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egipto e a Cisjordânia foi ocupada pela Jordânia, até Junho de 1967, altura em que Israel voltou a tomar posse desses territórios durante a Guerra dos Seis Dias.
[editar] Pós-guerra de 1948
Aos palestinos que abandonaram ou foram expulsos das áreas ocupadas pelos israelitas não foi permitido o regresso a suas casas. Deslocaram-se para campos de refugiados localizados em países vizinhos tais como o Líbano, a Jordânia, a Síria e para a área que mais tarde se tornaria conhecida como a Faixa de Gaza. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente foi criada para melhorar as condições destes refugiados.
Durante as décadas seguintes ao fim da guerra de 1948, entre 700.000 e 900.000 judeus abandonaram os países árabes onde viviam. Em muitos casos isto foi devido a um sentimento anti-judeu, ou devido a expulsão (no caso do Egipto) ou ainda devido a opressões legais (no Iraque). Deste número, cerca de dois terços acabaram por se deslocar para campos de refugiados em Israel, enquanto que os restantes migraram para França, Estados Unidos da América e para outros países ocidentais (incluindo a América Latina).
Até à Guerra dos Seis Dias a Jordânia controlou a Transjordânia e o Egipto controlou a Faixa de Gaza. Em 1950, a Jordânia anexou a Transjordânia, mas tal facto foi apenas reconhecido pelo Reino Unido. Ambos os territórios foram conquistados (mas não anexados) por Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Nem a Jordânia nem o Egipto permitiram a criação de um estado palestino nestes territórios.
[editar] Guerra de 1956
A Guerra do Suez, de 1956, foi uma operação conjunta de Israel, Reino Unido e França, na qual Israel invadiu a Península do Sinai e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez para ostensivamente separar as partes conflituosas, apesar de a real motivação destes 2 últimos países era a de proteger os interesses dos investidores no Canal do Suez. Esses interesses tinham sido afectados devido à decisão do presidente egípcio, Gamel Abdel Nasser, em nacionalizar o canal.
Israel justificou a invasão do Egipto com a necessidade de se proteger de ataques à sua população civil (ver Fedayeen) e de restaurar os direitos de navegabilidade pelo estreito de Tiro, que os egícios reclamavam estar nas suas águas territoriais. As forças invasoras concordaram em se retirar, sob pressão internacional e dos Estados Unidos da América. Israel retirou da Península do Sinai, em resultado da formação de uma força própria da Nações Unidas (UNEF) e de garantias de utilização e navegabilidade no canal. O canal ficou em mãos egípcias.
[editar] Entre 1956 e 1967
Durante este período deu o surgimento do Nasserismo; a proclamação da República Árabe Unida em 1958 e o seu colapso em 1961; disputas entre Israel e Síria relacionadas com áreas fronteiriças terrestres e marítimas: a continuação dos ataques dos fedayeen, principalmente a partir da Síria e da Jordânia e represálias israelitas; e o aumento do alinhamento dos estados árabes com a União Soviética, principal fornecedora de armas.
No início da década de 60, os estados árabes estabeleceram a OLP. O artigo 24º da carta (ou pacto) de fundação da OLP, de 1964 [1] estabelecia: "Esta Organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Tranjordânia, sobre a Faixa de Gaza e sobre a Área de Himmah."
[editar] Guerra de 1967
A Guerra dos Seis Dias decorreu entre 5 e 10 de Junho de 1967. Foi desencadeada por Israel contra o Egito e a Jordânia nos termos de uma guerra preventiva, já que o estado israelita sentia-se ameaçado pela política pan-árabe do presidente egípcio Nasser (que se traduziu em alianças militares com a Síria e a Jordânia) e pela partida de forças das Nações Unidas presentes no Sinai desde 1956.
Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a Cisjordânia (conquistada à Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (conquistadas ao Egito) e os Montes Golã (conquistados à Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém (também chamada Jerusalém Oriental), tomada a 7 de Junho por Israel à Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita. Em 1980 uma lei israelita declarou Jerusalém como capital eterna e indivísivel de Israel, mas a ocupação de Jerusalém Oriental é considerada ilegal do ponto de vista do direito internacional, tendo sido condenada por uma resolução das Nações Unidas.
[editar] Guerra de 1968-1970
A guerra de atrito foi uma guerra limitada entre Egito e Israel de 1968 a 1970. Foi iniciada pelo Egito com o objetivo de reacapturar a Sinai de Israel, o qual a havia ocupado desde a Guerra dos Seis Dias. A guerra terminou com um cessar-fogo assinado entre os países em 1970 com as fronteiras no mesmo lugar de antes de a guerra começar.
[editar] Guerra de 1973
A 6 de Outubro de 1973 os exércitos do Egipto e da Síria atacaram de surpresa Israel durante a celebração do Yom Kippur, com o objectivo de reconquistarem os territórios que tinham perdido.
[editar] Operação Litani
Mas foram pegos de surpresa devido a ajuda dos Estados Unidos em relação à armamentos.
[editar] Guerra de 1982 e ocupação
[editar] Intifada de 1987-1993
[editar] Guerra de Golfo de 1990-1991
[editar] Intifada de 2000
[editar] Iniciativa de paz de 2000
[editar] Retirada israelita de 2005
[editar] Conflito israelo-libanês de 2006
[editar] Ver também
- Cronologia do conflito árabe-israelita
- Conflito israelo-palestino
- Guerra de independência de Israel ou Guerra árabe-israelense - 1948
- Guerra de Suez - 1956
- Guerra dos Seis Dias - 1967
- Guerra do Yom Kippur - 1973
- Guerra do Sinai - 1973
- Guerra do Líbano - 1982
- Intifada - 1987 e 2000
- Acordo de Paz de Oslo - 1993
- Road map for peace - 2002
- Muro da Cisjordânia - 2004
Referências
- ↑ (en) The Jewish National Fund: Land Purchase Methods and Priorities, 1924 - 1939 por Kenneth W. Stein. Middle Eastern Studies. April 1984. Volume 20 Number 2, pp. 190-205
- ↑ (en) Telegrama do Secretário-Geral da Liga Árabe ao Secretário-Geral da Nações Unidas 15 de Maio de 1948 - Wikisource anglófono. Acesso a 13 de Agosto de 2006.
- ↑ (en) [http://domino.un.org/UNISPAL.NSF/0/d442111e70e417e3802564740045a309?OpenDocument The Origins and Evolution of the Palestine Problem: 1917-1988, PART II, 1947-1977], Sistema de informação das Nações Unidas para a questão da Palestina (UNISPAL), June 20, 1990, ST/SG/SER.F/1
- ↑ (en) General Progress Report and Supplementary Report of the United Nations Conciliation Commission for Palestine, Covering the Period from 11 December 1949 to 23 October 1950, publicado pela United Nations Concilation Commission, 23 de Outubro de 1950. (U.N. General Assembly Official Records, 5th Session, Supplement No. 18, Document A/1367/Rev. 1).