Cruzada de 1101
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A Cruzada de 1101 foi a expedição que se seguiu ao sucesso da Primeira Cruzada e à necessidade de reforços para a defesa dos novos estados cruzados. Depois do regresso dos cruzados que consideraram o seu voto cumprido, o papa Pascoal II, successor de Urbano II incentivou uma nova expedição.
A pressão para partir para a Terra Santa foi ainda maior para os que tinham tomado a cruz mas não tinham chegado a sair da Europa, ou para os que abandonaram a cruzada antes da conquista de Jerusalém. Objecto de troça ou desprezo pelas suas famílias e ameaçados de excomunhão pelo clero, nobres como Estêvão de Blois e Hugo I de Vermandois lideraram esta nova cruzada.
Em Nicomedia, a Estêvão de Blois se juntaram os lombardos de Anselmo IV, arcebispo de Milão, o conde Estevão I da Borgonha o duque Odo I da Borgonha e Conrado, condestável do imperador Henrique IV da Germânia. Os bizantinos do general Tatizius reforçaram o contingente, e a liderança da expedição passou para Raimundo IV de Toulouse.
Depois de conquistarem Ancara, que ficou em poder de Aleixo I Comneno, cercaram Gangra e depois tentaram conquistar Kastamonu, onde foram acossados pelos seljúcidas. Depois dirigiram-se para Mersivan, território dos danismendidas, para tentar resgatar o aprisionado Boemundo I de Antioquia[1]. Na batalha que se seguiu, foram derrotados pelo sultão Kilij Arslan I, aliado às forças de Alepo. Os bizantinos e os líderes Raimundo de Toulouse, Estêvão de Blois e Estevão da Borgonha fugiram para Constantinopla.
Pouco depois do primeiro contingente sair de Nicomedia, chegou o exército do conde Guilherme II de Nevers. Este fracassou no cerco a Iconium e depois foi emboscado por Kilij Arslan I em Heraclea Cybistra, onde as suas forças foram aniquiladas, tendo sobrevivido apenas o conde e alguns dos seus homens.
Depois de Guilherme II de Nevers ter saído de Constantinopla, chegava um terceiro exército, comandado por Guilherme IX da Aquitânia, Hugo I de Vermandois e Guelfo I da Baviera. Parte destes seguiram para a Palestina por navio; os restantes repetiram a expedição de Nevers, dirigindo-se para Heraclea Cybistra, sendo emboscados pelo sultão danismendida e os poucos sobreviventes, entre os quais os três líderes, fugindo para território bizantino.
Mais uma vez sob a liderança de Raimundo de Toulouse, os sobreviventes reorganizados e reforçados por mais peregrinos conquistaram Tartuos, com a ajuda de uma frota genovesa, chegando a Antioquia no final do ano de 1101, e a Jerusalém na Páscoa de 1102.
As derrotas da Cruzada de 1101 tiveram como consequência o estabelecimento do poder danismendida e da sua capital em Konya, e uma nova atitude dos muçulmanos, que agora sabiam que os cruzados não eram invencíveis, como parecera durante a Cruzada dos Nobres. Cruzados e bizantinos culparam-se mutuamente pelo fracasso, que deixava como único trajecto para a Terra Santa o marítimo, que beneficiava as cidades-estado italianas, os navegadores mais bem sucedidos da época. O Principado de Antioquia também benificiou de não haver uma ligação entre os estados cruzados e o Império Bizantino, podendo assim manter a sua independência.
[editar] Referências e bibliografia
- ↑ A History of the Crusades, vol. 2: The Kingdom of Jerusalem and the Frankish East, 1100-1187, Steven Runciman, Cambridge University Press, 1951 (em inglês)
- Historia Hierosolymitanae expeditionis, Alberto de Aquisgrão
- A History of the Crusades, ed. Kenneth Setton, Madison, 1969-1989 (em inglês).