Edward Said
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Edward Wadie Said (árabe:إدوارد سعيد; Jerusalém, 1 de Novembro de 1935 - Nova Iorque, 25 de Setembro de 2003) foi um intelectual, crítico literário e activista da causa palestiniana.
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[editar] Biografia
Edward Said nasceu em Jerusalém, cidade que na época integrava o Mandato Britânico da Palestina, no seio de uma família cristã de classe alta. O seu pai tinha emigrado para os Estados Unidos antes da Primeira Guerra Mundial e regressou à Palestina como cristão e cidadão americano, desagradando-lhe as suas raízes árabes.
Edward cresceu entre Jerusalém e a cidade egípcia do Cairo. Em Jerusalém Ocidental frequentou o colégio anglicano St. Georges Academy e depois o Victoria College no Cairo, onde a família se fixou em 1947. Por insistência do pai, Said foi enviado para a escola Mount Hermon no Massachusetts, Estados Unidos, em 1951.
Estudou na Universidade de Princeton e depois na Universidade de Harvard, onde concluiu o seu doutoramento subordinado ao escritor Joseph Conrad. Em 1963 ingressou como docente na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde ensinou durante as quatro décadas seguintes Inglês e Literatura Comparada. Foi também professor nas universidades de Harvard, Johns Hopkins e Yale.
Em 1970 casou com Mariam Cortas, com quem teve um filho e uma filha.
Apaixonado pela música clássica, Edward fundou com o seu amigo israelita Daniel Barenboim em 1999 a West-Eastern Divan Orchestra, cujo objectivo é unir na mesma orquestra jovens músicos de Israel e dos países árabes.
Edward Said faleceu aos 67 anos após uma longa batalha de dez anos com a leucemia.
[editar] Orientalismo
Em 1978 Edward Said publicou a sua obra mais conhecida, Orientalismo, na qual analisava a visão ocidental do mundo "oriental", mais concretamente do mundo árabe.
Said argumentou que o Ocidente criou uma visão distorcida do Oriente como o "Outro", numa tentativa de diferenciação que servia os interesses do colonialismo. Na construção do argumento central do livro Said analisou uma série de discursos literários, políticos e culturais que iam desde textos das Cruzadas ou de Shakespeare, nos quais encontrou um denominador comum: a representação dos habitantes do mundo oriental como bárbaros.
[editar] Envolvimento na causa palestiniana
Em 1977 Said foi eleito membro do Conselho Nacional Palestiniano, o parlamento da Palestina no exilío. Inicialmente partidário da criação de dois estados como forma de solucionar o conflito israelo-árabe, tendo votado nesse sentido num encontro da OLP em 1988 em Alger, Said acabaria por considerar mais oportuna a criação de um único estado binacional que englobasse Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, no qual os judeus e os árabes gozassem dos mesmos direitos.
Em 1991 ele demitiu-se do Conselho Nacional Palestiniano em protesto pelo apoio de Yasser Arafat a Saddam Hussein durante a guerra do Golfo. Foi um grande crítico da actuação de Arafat durante as negociações que conduziram aos Acordo de Paz de Oslo, que na sua opinião não favoreciam o retorno dos refugiados palestinianos aos locais que habitavam antes da guerra de 1967.
Em 2002 Edward Said, junto como Haidar Abdel-Shafi, Ibrahim Dakak e Mustafa Barghouti, participou na criação da Iniciativa Nacional Palestiniana (ou Al-Mubadara), numa tentativa de criar uma terceira força política palestiniana que se afirmasse como alternativa à Autoridade Nacional Palestiniana e ao Hamas.
[editar] Obra
SAID, Edward W. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.