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Geografia do Brasil - Wikipédia, a enciclopédia livre

Geografia do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Geografia do Brasil

Mapa do Brasil

Continente América do Sul
Região Brasil
Coordenadas geográficas 10°00′S, 55°00′W
Área  
 - Ranking 5º maior
 - Total 8.514.876,599 km² 1,2
 - Terra 8.456.510 km²
 - Água 55.455 km²
Fronteiras  
 - Total 16.885 km
 - Países vizinhos Argentina 1.261 km

Bolívia 3.423 km

Colômbia 1.644 km

Guiana Francesa 730,4 km

Guiana 1.606 km

Paraguai 1.365 km

Peru 2.995 km

Suriname 593 km

Uruguai 1.068 km

Venezuela 2.200 km

Linha costeira 7.491 km
Reivindicações marítimas  
 - Mar territorial 12 nm
 - Zona contígua 24 nm
 - Zona econômica exclusiva 200 nm
 - Plataforma continental 200 nm
Extremos de elevação  
 - Ponto mais alto Pico da Neblina 2.994 m
 - Ponto mais baixo Oceano Atlântico 0 m[carece de fontes?]
Relevo Planícies na Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste; planaltos na região Sul e Sudeste.
Clima Principalmente tropical, mas Subtropical ao sul.
Recursos naturais bauxita, ouro, ferro, manganês, níquel, platina, alumínio, urânio, petróleo e opala (PI).
Uso da terra  
 - Terra arável 6,93% (2005)
 - Cultivos permanentes 0,89% (2005)
 - Outros 92,18% (2005)
Terra irrigada 29.200 km²
Perigos naturais Secas e inundações na região Nordeste; inundações na região Sudeste; geadas e inundações na região Sul.
Problemas ecológicos Desmatamento da Floresta Amazônica (a maior floresta tropical do mundo) e poluição do ar e das águas (rios e mares) nas grandes metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), em detrimento às atividades químico-industriais impróprias.
1 na extensão territorial do Brasil, estão incluídos o arquipélago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas, a Ilha da Trindade, as Ilhas Martin Vaz e os Penedos de São Pedro e São Paulo.

2 Segundo Resolução nº 05, de 10 de outubro de 2002 do IBGE.

A geografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todas as características geográficas do território brasileiro.

Índice

[editar] Descrição geral

O Brasil é o quinto maior país do mundo em área: tem 1,7% das terras emersas e ocupa 47% da América do Sul. Está localizado na porção centro-oriental deste continente, com seu litoral banhado pelo oceano Atlântico. O Brasil tem uma área total de 8.514.876 [1] [2] km² que inclui 8.456.510 km² de terra e 55.455 km² de água. O ponto culminante do Brasil é o Pico da Neblina, com 2.994 m[3]; o ponto mais baixo é o nível do mar. O Brasil faz fronteira com nove repúblicas sul-americanas: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e o departamento ultramarino da Guiana Francesa. Por comparação, o Brasil é um pouco menor em extensão territorial em relação aos Estados Unidos da América.

A maior parte de seu clima é tropical, embora algumas zonas possam ser classificadas como temperadas. O maior rio do Brasil, e também o mais extenso do mundo, é o Amazonas [4] [5]. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase a metade das florestas equatoriais da Terra.

O relevo do Brasil é formado por planaltos e planícies. Os planaltos ocupam a maior parte do território brasileiro. Os principais planaltos são o Planalto das Guianas no extremo norte e o Planalto Brasileiro no centro-oeste, no nordeste, no sudeste e no sul. As principais planícies são: a Planície Amazônica no norte, a Planície do Pantanal no sudoeste e a Planície Costeira ou Litorânea banhada pelo Oceano Atlântico.

Os principais climas do Brasil são: equatorial no norte, semi-árido no nordeste, tropical na maior parte do país, tropical de altitude no sudeste e subtropical no sul.

As principais bacias hidrográficas do Brasil são: a Bacia do rio Amazonas no norte, a Bacia do Tocantins-Araguaia no centro, a Bacia do São Francisco no leste, a Bacia do Paraná no centro-sul, a Bacia do Paraguai no sudoeste, a Bacia do Uruguai no extremo sul, a Bacia do Atlântico Sul no litoral sul, a Bacia do Atlântico Sudeste no litoral sudeste, a Bacia do Atlântico Leste no litoral leste, a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental no nordeste e as Bacias do Parnaíba e a do Atlântico Nordeste Ocidental no meio-norte.

O Brasil tem diferentes tipos de vegetação. Os principais são: a Floresta Amazônica no norte, a Mata dos Cocais no meio-norte, a Mata Atlântica desde o nordeste até o sul, a Mata das Araucárias no sul, a Caatinga no nordeste, o Cerrado no centro, o Complexo do Pantanal no sudoeste, os campos no extremo sul com manchas esparsas em alguns estados do país e a vegetação litorânea desde o Amapá até Rio Grande do Sul.

[editar] Área

Mapa-múndi com a relação dos países por ordem de área. Trata-se de um tema bastante relativo na geografia mundial.
Mapa-múndi com a relação dos países por ordem de área. Trata-se de um tema bastante relativo na geografia mundial.

Deste modo, o Brasil é o país mais extenso da América do Sul. É ainda o terceiro das Américas e o quinto do mundo: apenas a Rússia (com 17.075.400 km²), o Canadá (com 9.970.610 km²), a República Popular da China (com 9.517.300 km²) e os Estados Unidos da América (com 9.372.614 km²) têm maior extensão.

Devido ao fato de apresentar tão grande extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental, ou seja, um país cujas dimensões físicas atingem a proporção de um verdadeiro continente, sendo que seu território ocupa 1,6% da superfície do globo terrestre, 5,7% das terras emersas do planeta Terra, 20,8% da superfície do continente americano e 47,3% da superfície da América do Sul.

Como o Brasil tem o formato aproximado de um gigantesco triângulo, mais precisamente de um coração, é mais extenso no sentido leste-oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, como essas distâncias são quase iguais, costuma-se dizer que o Brasil é um país eqüidistante.

  • Distância Leste-Oeste: (em linha reta) 4.328 km.
  • Distância Norte-Sul: (em linha reta) 4.320 km.

[editar] Localização

O Brasil se encontra nos hemisférios sul, norte e inteiramente no hemisfério ocidental do planeta Terra, está localizado no continente americano, situando-se na porção centro-oriental da América do Sul, entre as latitudes +5º16'20" N e -33º44'32" S e entre as longitudes -34º45'54"L e -73º59'32" O.

É cortado ao norte pela Linha do Equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e pelo Trópico de Capricórnio, que passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23º27'30" de latitude sul. A maior parte do território brasileiro fica no hemisfério sul (93%) e na zona tropical (92%).

Estando na porção centro-oriental da América do Sul, limita com todos os países sul-americanos, exceto com o Equador e o Chile. Ao norte faz fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o Peru e a Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extensão nordeste, leste e sudeste são banhadas pelo Oceano Atlântico.

O espaço geográfico do Brasil é considerado excepcionalmente privilegiado, já que é quase inteiramente aproveitável, não apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas áreas anecúmenas, que impossibilitam a plena ocupação do território, como ocorre com a maior parte dos países muito extensos da Terra.

[editar] Coordenadas geográficas do Brasil

O Brasil está situado entre os paralelos 5°16'19" de latitude norte e 33°45'09" sul e entre os meridianos 34°45'54" de longitude leste e 73°59'32" oeste.

O país é cortado simultaneamente ao norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio; por isso, possui a maior parte do seu território situado no hemisfério sul (92%), na zona tropical (93%), a menor parte no hemisfério norte (1%) e a outra na zona temperada do sul (7%).

[editar] Altitudes e pontos extremos

Ver artigo principal: Geomorfologia do Brasil
Pontos extremos do Brasil.
Pontos extremos do Brasil.

As altitudes do território brasileiro são modestas, de modo geral. O território não apresenta grandes cadeias de montanhas, cordilheiras ou similares. O ponto mais elevado no Brasil é o Pico da Neblina, com cerca de 2.994 m de altitude. O ponto mais baixo é às margens de suas praias no Oceano Atlântico, com altitude de 0 m[carece de fontes?].

[editar] Fusos horários

O território brasileiro, incluindo as ilhas oceânicas, estende-se por quatro fusos horários, todos a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º). Em cada faixa de 15º entre pares de meridianos ocorre a variação de uma hora. Isso significa que horário oficial no Brasil varia de 2 a 5 horas a menos em relação à hora de Greenwich (GMT). O primeiro fluxo engloba as ilhas oceânicas (longitude 30º O) e tem 2 horas a menos que a GMT. O segundo (45º O) tem 3 horas a menos e é a hora oficial do Brasil. Abrange Brasília, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e todos os estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. No terceiro (60º O), que tem quatro horas a menos, estão inclusos os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e oeste do Pará. O Amazonas está quase todo na área do terceiro fuso horário, exceto pela porção sudoeste, que faz parte do quarto fuso (75º O), assim como o Acre, e tem 5 horas a menos em relação à GMT.

[editar] Horário de verão

Desde 1985 o Brasil adota o horário de verão, no qual os relógios de parte dos estados são adiantados em uma hora num determinado período do ano. No período de outubro a fevereiro, é estabelecido o horário de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Nesses lugares, durante o verão, a duração do dia é significativamente maior do que a duração da noite, pois a mudança de horário retarda a entrada elétrica, quanto ao pico de consumo de energia elétrica, quando as luzes das casas são acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional de energia. Nos outros estados a pequena diferença de duração entre o dia e noite em todas as estações do ano não favorece a adoção do novo horário.

[editar] Fronteiras

O Brasil tem 23.086 km de fronteira, sendo 15.791 km terrestre e 7.367 km marítima.

[editar] Marítimas

O litoral estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí, no sul. A linha costeira do Brasil tem uma extensão de 7.491 km[6], constituída principalmente de praias de mar aberto.

[editar] Terrestres

Com exceção de Equador e Chile, todos os países da América do Sul fazem fronteiras com o Brasil. As extensões da fronteira com cada país vizinho são:

Fronteiras do Brasil
País Extensão
Argentina 1.223 km
Bolívia 3.400 km
Colômbia 1.643 km
Guiana 1.119 km
Guiana Francesa 673 km
Paraguai 1.290 km
Peru 1.560 km
Suriname 597 km
Uruguai 985 km
Venezuela 2.200 km
Total 14.691 km

[editar] Geologia

Ver artigo principal: Geologia do Brasil

O território brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se nitidamente do resto da América do Sul pela simples observação do mapa geológico do continente. Na região ocidental situam-se os Andes, que sobressaem como se fossem sua coluna vertebral, formando as cadeias montanhosas mais elevadas da América do Sul.

Larga faixa adjacente aos Andes, no lado oriental, comportou-se, em geral, como área subsidente no Cenozóico e atualmente está coberta por depósitos quaternários, estendendo-se em planícies baixas e contínuas com diversos nomes geográficos (Pampas, Chaco, Beni, Llanos).

Ocorrem pequenas áreas de rochas pré-cambrianas distribuídas ao longo do geossinclíneo Andino (restos do embasamento trazidos à superfície pelos desdobramentos e falhas) e outras dispostas transversalmente ao eixo da grande cadeia. No mais, somente afloram rochas paleozóicas, mesozóicas e cenozóicas, na região andina e na faixa oriental adjacente.

[editar] Estrutura geológica

[editar] Escudos antigos ou maciços cristalinos

São blocos imensos de rochas muito antigas, as primeiras que apareceram na crosta terrestre. Constituídos de rochas cristalinas, do tipo magmático-plutônicas, formadas em eras pré-cambrianas, ou de rochas metamórficas, originadas de material sedimentar do Paleozóico, são extensões resistentes, estáveis, bastante desgastadas e geralmente associadas à ocorrência de minerais metálicos.

No Brasil, correspondem a cerca de 36% da área total de seu território e são divididos em duas grandes porções: o escudo das Guianas, ao norte da planície Amazônica, e o escudo Brasileiro, na parte centro-oriental do país, cuja grande extensão permite dividí-lo em seis escudos e núcleos: Sul-Amazônico, Atlântico, Araguaia-Tocantins, Sul-Rio Grandense, Gurupi e Bolívio-Mato Grossense.

[editar] Bacias Sedimentares

São depressões relativas, ou seja, planos mais baixos encontrados nos escudos, preenchidos por detritos ou sedimentos das áreas próximas. Esse processo de deposição sedimentar deu-se nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica e ocorre ainda hoje.

Elas estão associadas à presença de combustíveis fósseis - o petróleo, o carvão, o xisto e o gás natural.

No Brasil, correspondem a 64% do território nacional, constituindo grandes bacias, como a Amazônica, a do Meio-Norte, a do Paraná, a São-Franciscana e a do Pantanal Mato Grossense, ou pequenas bacias, geralmente alojadas em compartimentos de planaltos, como as de Curitiba, do Recôncavo Baiano, de Taubaté, de Resende e de São Paulo.

[editar] Pré-cambriano

As maiores áreas de afloramento de rochas pré-cambrianas da América do Sul estão no Brasil e nas Guianas. São os escudos. Os terrenos brasileiros mais antigos, constituídos de rochas de intenso metamorfismo, foram denominados em 1915, de complexo Brasileiro, por J.C. Branner. São também designados como embasamento Cristalino, ou, simplesmente, cristalino. A bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfície está coberta em grande parte por depósitos cenozóicos, em continuação aos da faixa adjacente dos Andes, separa o escudo das Guianas do escudo Brasileiro.

O escudo das Guianas abarca, além das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. As rochas mais antigas desse escudo datam de 2.500.000.000 mais ou menos 400 milhões de anos. Boa parte da superfície é coberta por sedimentos horizontais não metamorfoseados, da formação Roraima, que sofreram intrusões doleríticas datadas de 1.700.000.000 de anos. Essa é, portanto, uma área estável desde longa data.

Pequena zona de rochas pré-cambrianas ocorre na faixa dos estados nordestinos do Maranhão e Pará, constituindo o núcleo pré-cambriano de São Luís, com rochas muito antigas, aproximadamente de dois bilhões de anos. Ultimamente, têm-se ampliado muito os conhecimentos sobre o escudo Brasileiro, graças ao incremento das datações radiométricas.

Quase nada se conhece sobre a região pré-cambriana de Guaporé, coberta pela Floresta Amazônica, onde são escassos os afloramentos. As poucas datações radiométricas parecem indicar que rochas sofreram um ciclo orogenético datado, aproximadamente, de 2.000 milhões de anos.

A região pré-cambriana do rio São Francisco estende por partes dos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás, atingindo a costa da Bahia. Uma unidade tectônica muito antiga dessa região, o geossinclíneo do Espinhaço, que vai de Ouro Preto até a bacia sedimentar do Parnaíba, tem sido muito estudada, principalmente na região do Quadrilátero ferrífero (ver ferro). As rochas mais antigas dessa área constituem o rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5 bilhões de anos.

Sobre elas assentam, em discordância, as rochas do grupo Minas, constituídas de metassedimentos que exibem, em geral, metamorfismo de fácies xisto verde. A idade parece situar-se no intervalo entre 1.500 e 1.350 milhões de anos. Dentro desse grupo é colocada a formação Itabira, de grande importância econômica das jazidas de ferro e manganês que contém.

As rochas do grupo Lavras, colocadas, em discordância, sobre as do grupo Minas, constituem-se de metassedimento que exibem metamorfismo baixo, sendo comuns metaconglomerados, que tem sido interpretados como devidos a glaciação pré-cambriana.

Grande parte da área pré-cambriana do rio São Francisco é coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e só ligeiramente dobradas, das quais os calcários constituem boa parcela. Essa sequência conhecida como grupo Bambuí, possui idade que se situa em torno dos 600 milhões de anos. As circunstâncias indicam que a região do rio São Francisco já havia atingido relativa estabilidade nessa época. Nessa época, propriamente dita, assim como em todas as partes do mundo, não existiam ainda cidades, rodovias, ferrovias, estados, países, portos, aeroportos, enfim, tudo o que passou a ter história, a partir da invenção da escrita cuneiforme.

Suspeita-se que um grande ciclo orogenético de cerca de dois bilhões de anos de idade, chamado de Transamazônico, perturbou as rochas mais antigas da faixa pré-cambriana acima referida: a região do rio São Francisco.

As regiões do rio São Francisco e do rio Guaporé eram separadas, no fim do Pré-Cambriano, por dois geossinclíneos, o Paraguai-Araguaia, margeando as terras antigas do rio Guaporé pelo lado oriental.

As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia estão orientadas na direção norte-sul do Paraguai e sul de Mato Grosso, curvando-se depois para nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Goiás, e atingindo, para o norte, o estado do Pará, através do baixo vale do rio Tocantins. Perfazem extensão de mais de 2.500km. Iniciam-se por extensa seqüência de metassedimentos, constituindo, no sul, o grupo Cuiabá e, no norte, o grupo Tocantins. Essa sequência é recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como representantes de episódio glacial. A intensidade do metamorfismo que afetou as rochas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia decresce em direção à região do rio Guaporé.

O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste, curvando-se depois para o norte. A intensidade do metamorfismo de oeste para leste, variando de fácies anfibolito para fácies xisto verde.

A região central de Goiás, que separa o geossinclíneo Paraguai-Araguaia do geossinclíneo Brasília, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de anfibolito. Uma faixa constituída de piroxenitos, dunitos, anortositos, etc., está em grande parte serpentinizada.

Longa faixa metamórfica estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e Uruguai. Essa faixa, chamada de geossinclíneo Paraíba por Ebert, exibe rochas com metamorfismo mais intenso na Serra do Mar, daí decrescendo em direção a nordeste. Cordani separou a região sul do Uruguai a São Paulo, denominando-a geossinclíneo Ribeira.

As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupadas sob diferentes nomes geográficos: grupo Porongos no Rio Grande do Sul, grupo Brusque em Santa Catarina, grupo Açungui, Paraná e sul do estado de São Paulo e grupo São Roque na área de São Roque-Jundiaí-Mairiporã, no estado de São Paulo.

Os gnaisses e migmatitos da área pré-cambriana do norte, no estado de São Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais, constituindo a Serra da Mantiqueira, são ainda insuficientemente conhecidos. Seu conhecimento será muito importante para elucidar entre as rochas parametamórficas dos geossinclíneos Brasília e Paraíba.

A faixa orogenética do Cariri, no Nordeste, possui direções estruturais muito perturbadas por falhas. Um grande acidente tectônico, o lineamento de Pernambuco, separa a faixa do Cariri de uma outra pequena faixa azul, conhecida como geossinclíneo de Propriá [7]. Importante unidade da faixa tectônica do Cariri é o grupo Ceará. Seus metassedimentos exibem metamorfismos que variam de fácies xisto verde a de anfibolito. São recobertos, em discordância, pelas rochas do grupo Jaibara.

A datação das rochas de todos esses geossinclíneos permitiu se estabelecesse que a fase de sedimentação intensa ocorreu no Pré-Cambriano superior. Importante ciclo orogenético marcou o fim desses geossinclíneos, há cerca de 600 milhões de anos. Esse ciclo recebeu o nome de Brasileiro.

As fases tardias do ciclo Brasileiro atingiram o Cambriano e o Ordoviciano. Produziram depósitos que sofreram perturbações tectônicas, adquirindo mergulhos fortes e grande número de falhas, algumas de empurrão. Não se acompanharam, entretanto, de metamorfismo. Em Mato Grosso extensos depósitos calcários dessa época constituem os grupos Corumbá, ao sul, e Araras, ao norte. Em discordância sobre o geossinclíneo Corumbá, assentam as rochas do grupo Jacadigo, constituídas de arcósios, conglomerados arcosianos, siltitos, arenitos e camadas e lâminas de hematita, jaspe e óxidos de manganês.

Na faixa atlântica, há indícios de manifestações vulcânicas riolíticas e andesíticas associadas aos metassedimentos cambro-ordovicianos. Ocorrem também granitos intrusivos, tardios e pós-tectônicos. Os sedimentos cambro-ordovicianos que marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil não possuem fósseis, por se terem formado em ambiente não marinho. Ocupam áreas restritas, cobertas, discordantemente, pelos sedimentos devonianos e carboníferos da bacia do Paraná. A maior área encontra-se no estado do Rio Grande do Sul.

A seqüência da base é chamada de grupo Maricá à qual sucede o grupo Bom Jardim. Este consiste em seqüências sedimentares semelhantes às do grupo Maricá, mas caracterizadas por um vulcanismo andesítico muito intenso. Segue-se o grupo Camaquã, cujas rochas exibem perturbações mais suaves que as dos grupos sotopostos. Intenso vulcanismo riolítico ocorreu nas fases iniciais de deposição do grupo Camaquã. Existem, contudo, evidências de fases vulcânicas riolíticas anteriores: os conglomerados do grupo Bom Jardim contém seixos de riólitos. Vulcanismo andesítico intermitente também ocorreu durante as fases de sedimentação das rochas do grupo Camaquã.

Outra grande área de rochas formadas em ambiente tectônico semelhante é a do grupo Itajaí, em Santa Catarina. O grupo Castro, no estado do Paraná, constituído de arcósios, siltitos e conglomerados, parece ter-se formado na época dos grupos acima citados. Riólitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos níveis dessa seqüência. Rochas vulcânicas andesíticas marcam as fases finais. Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma seqüência de conglomerados, conhecida com formação Iapó.

Outras pequenas áreas de sedimentos equivalentes aparecem ainda no estado do Paraná. Depósitos aparentemente da mesma idade aparecem ocorrem no estado de São Paulo, entre Guapiara e Ribeirão Branco, na bacia do rio Ribeira do Iguape. Ebert descobriu em 1971, entre Itapira, no estado de São Paulo, e Jacutinga, em Minas Gerais, uma seqüência sedimentar não metamórfica, mas inclinada, a que denominou grupo Eleutério.

[editar] Bacia Sergipe-Alagoas

A Bacia de Sergipe-Alagoas situa-se na região nordeste do Brasil e abrange os estados de mesmo nome, Sergipe e Alagoas, separados pelo rio São Francisco. Em sua porção terrestre apresenta uma área de 13.000 km² . A parte submersa se estende por uma área de 32.760 km², até a cota batimétrica de 3.000 metros. A bacia limita-se, a norte, com a Bacia de Pernambuco/Paraíba, pelo Alto de Maragogi; a sul, o limite da porção emersa é constituído pela Plataforma de Estância e, no mar, pela Bacia de Jacuípe, através do sistema de falhas do Vaza-Barris.

A história geológica pós – paleozóica da bacia pode ser divida em duas grandes etapas. A primeira, do Jurássico Superior ao Cretássio inferior, é constituídas por terrenos não marinhos equivalentes ao do Recôncavo; a segunda, do Cretássio Inferior ao Terciário Inferior, é constituída por formações marinhas

[editar] Presença do mar no Terciário

Causado pela transgressão marinha no período Terciário, que tomou parte do Nordeste, incluindo o vale do rio São Francisco, Bahia e sul da Paraíba. Com a regressão marinha, o Nordeste voltou à sua porção continental atual.

[editar] Triássico

A maior área do triássico está no Rio Grande do Sul no geoparque da paleorrota. Esta região foi o berço da paleontologia no Brasil, e é formadora de grandes paleontólogos.

[editar] Relevo

Ver artigo principal: Relevo do Brasil

O Brasil é um país de poucos desníveis. Cerca de 40% do seu território encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. Apenas 3% constituem área montanhosa, ultrapassando os 900 m de altitude.

Tradicionalmente, o relevo do Brasil é dividido de acordo com a classificação de Ab'Saber, respeitado geógrafo paulista, pioneiro na identificação dos grandes domínios morfoclimáticos nacionais. Sua classificação identifica dois grandes tipos de unidades de relevo no território brasileiro: planaltos e planícies.

Mais recentemente, com os levantamentos detalhados sobre as características geológicas, geomorfólogicas, de solo, de hidrografia e vegetação do país, foi possível conhecer mais profundamente o relevo brasileiro e chegar a uma classificação mais detalhada, proposta, em 1989, pelo professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Na classificação de Ross, são consideradas três principais formas de relevo: planaltos, planícies e depressões.

As duas subseções seguintes detalham ambas as classificações.

[editar] Planaltos

Os planaltos ocupam aproximadamente 5.000.000 km² e distribuem-se basicamente em duas grandes áreas, separadas entre si por planícies e platôs: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.

Vista aérea do Monte Roraima.
Vista aérea do Monte Roraima.

[editar] Planalto das Guianas

Ver artigo principal: Planalto das Guianas

O Planalto das Guianas fica na parte norte do país, abrangendo também Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. É muito antigo (do período Pré-Cambriano), cristalino e desgastado. Pode ser dividido em duas grandes unidades:

  • Região serrana, situada nos limites setentrionais do planalto. Como o próprio nome indica, apresenta-se como uma linha de serras, geralmente com mais de 2.000 metros de altitude. Nessa região, na serra do Imeri ou Tapirapecó, localiza-se o Pico da Neblina, com 2.994 metros, ponto mais alto do Brasil. Fazem parte desse planalto, ainda, as serras de Parima, Pacaraima, Acaraí e Tumucumaque;
  • Planalto Norte Amazônico, situado ao sul da região serrana, caracterizado por altitudes modestas, inferiores a 800 metros, intensamente erodidas e recobertas pela densa selva amazônica.

[editar] Planalto Brasileiro

Ver artigo principal: Planalto Brasileiro

O Planalto Brasileiro é um vasto planalto que se estende por toda a porção central do Brasil, prolongando-se até o nordeste, leste, sudeste e sul do território. É constituído principalmente por terrenos cristalinos, muito desgastados, mas abriga bolsões sedimentares significativos. Por ser tão extenso, é dividido em Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto da Borborema, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Planalto do Meio-Norte e Escudo Sul-Riograndense.

[editar] Planalto Central

Ver artigo principal: Planalto Central

O Planalto Central, na porção central do país, caracteriza-se pela presença de terrenos cristalinos (do Pré-Cambriano) que alternam com terrenos sedimentares do Paleozóico e do Mesozóico. Nessa região aparecem diversos planaltos, mas as feições mais marcantes são as chapadas, principalmente as dos Parecis, dos Guimarães, dos Pacaás Novos, dos Veadeiros e o Espigão Mestre, que serve como divisor de águas dos rios São Francisco e Tocantins.

[editar] Planalto Meridional

Ver artigo principal: Planalto Meridional

O Planalto Meridional, situado nas terras banhadas pelos rios Paraná e Uruguai, na região Sul, estende-se parcialmente pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. É dominado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por lavas vulcânicas (basalto). Nessa porção do relevo brasileiro, existem extensas cuestas emoldurando a bacia do Paraná. Apresenta duas subdivisões: o planalto Arenito-basáltico, formado por terrenos do Mesozóico (areníticos e basálticos) fortemente erodidos, e a depressão periférica, faixa alongada e deprimida entre o planalto Arenito-basáltico, a oeste e o Planalto Atlântico, a leste.

[editar] Planalto Nordestino

Ver artigo principal: Planalto da Borborema

O Planalto Nordestino, é uma região de altitudes modestas (de 200 m a 600 m) em que se alternam serras cristalinas, como as da Borborema e de Baturité, com extensas chapadas sedimentares, como as do Araripe, do Ibiapaba, do Apodi e outras.

[editar] Serras e Planaltos do Leste do Sudeste

Pico da Bandeira.
Pico da Bandeira.

As Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste, estão localizados próximos ao litoral, formando o maior conjunto de terras altas do país, que se estende do nordeste até Santa Catarina. Os terrenos são muito antigos, datando do período Pré-Cambriano, e integram as terras do escudo Atlântico. Merecem destaque, nessa região, as serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Caparaó ou da Chibata, onde se encontra o Pico da Bandeira, com 2.890 metros, um dos mais elevados do relevo do Brasil. Essas montanhas, altas para os padrões brasileiros, já atingiram a a altitude dos dobramentos modernos, sendo conseqüência dos movimentos diastróficos (movimentos de amplitude mundial que produziram transformações no relevo dos continentes) ocorridos no Arqueozóico. Em muitos trechos, essas serras desgastadas aparecem como verdadeiros "mares de morros" ou "pães de açúcar".

[editar] Planalto do Maranhão-Piauí

Ver artigo principal: Planalto do Meio-Norte

O Planalto do Maranhão-Piauí (ou do Meio-Norte) situa-se na parte sul e sudeste da bacia sedimentar do Meio-Norte. Aparecem, nessa área, vários planaltos sedimentares de pequena altitude, além de algumas cuestas.

[editar] Escudo Sul-Riograndense

Ver artigo principal: Serras de Sudeste

O Escudo Sul-Riograndense aparece no extremo sul do Rio Grande do Sul e é constituído por terrenos cristalinos com altitudes de 200 a 400 metros, caracterizando uma sucessão de colinas pouco salientes, conhecidas localmente por coxilhas, ou ainda acidentes mais íngremes e elevados, conhecidos como cerros.

[editar] Planícies

As planícies cobrem mais de 3.000.000 de km² do território brasileiro. Dividem-se em três grandes áreas: a Planície Amazônica, a planície litorânea e o Pantanal Matogrossense.

Rio Amazonas no Brasil.
Rio Amazonas no Brasil.

[editar] Planície Amazônica

A mais extensa área de terras baixas brasileiras está situada na região Norte. Trata-se da planície Amazônica e planaltos circundantes, localizados entre o planalto das Guianas (ao norte), o planalto Brasileiro (ao sul), o oceano Atlântico (a leste) e a cordilheira dos Andes (a oeste).

A planície, propriamente dita, ocupa apenas uma pequena parte dessa região, estendendo-se pelas margens do rio Amazonas e seus afluentes. Ao redor dela aparecem vastas extensões de baixos-platôs, ou baixos-planaltos sedimentares.

Observando-se a disposição das terras da planície no sentido norte-sul, indentificam-se três níveis altimétricos no relevo:

  • Várzeas, junto à margem dos rios, apresentando-se terrenos de formação recente, que sofrem inundações freqüentes, as quais sempre renovam a lâmina do solo;
Mapa da ecoregião da Amazônia. Os limites da ecorregião amazônica são mostrados em amarelo. Imagens: NASA
Mapa da ecoregião da Amazônia. Os limites da ecorregião amazônica são mostrados em amarelo. Imagens: NASA
  • Tesos ou terraços fluviais, cujas altitudes não ultrapassam os 30 m e que são periodicamente inundados;
  • Baixos-planaltos ou platôs, conhecidos localmente por terras firmes, salvos das inundações comuns, formados por terrenos do Terciário.

[editar] Planície do Pantanal

Ver artigo principal: Complexo do Pantanal

A mais típica das planícies brasileiras é a planície do Pantanal, constituída por terrenos do Quaternário, situada na porção oeste de Mato Grosso do Sul e pequena extensão do sudoeste de Mato Grosso, entre os planaltos Central e Meridional. Como é banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes, é inundada anualmente por ocasião das enchentes, quando vasto lençol aquático recobre quase toda a região.

As partes mais elevadas do Pantanal são conhecidas pelo nome indevido de cordilheiras e as partes mais deprimidas constituem as baías ou largos. Essas baías, durante as cheias, abrigam lagoas que se interligam através de canais conhecidos como corixos.

[editar] Planície Litorânea

Ver artigo principal: Litoral do Brasil

As planícies e terras baixas costeiras formam uma longa e estreita faixa litorânea, que vai desde o Amapá até o Rio Grande do Sul. Em alguns pontos dessa extensão, o planalto avança em direção ao mar e interrompe a faixa de planície. Aparecem, nesses pontos, falésias, que são barreiras à beira-mar resultantes da erosão marinha.

A planície costeira é constituída por terrenos do Terciário, que se apresentam como barreiras ou tabuleiros, e por terrenos atuais ou do Quaternário, nas baixadas. As baixadas são freqüentes no litoral e as mais extensas são a Fluminense, a Santista, a do Ribeira de Iguape e a de Paranaguá.

As planícies costeiras dão origem, basicamente, às praias, mas ocorrem também dunas, restingas, manguezais e outras formações.

[editar] Relevo segundo Jurandyr Ross

Tendo participado do Projeto Radam e levado em consideração a classificação de Ab'Saber, Jurandyr Ross propôs uma divisão do relevo do Brasil tão detalhada quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro nos dois primeiros projetos. Por isso, ela é mais complexa que as anteriores. Sua proposta é importante porque resulta de um trabalho realizado com o uso de técnicas ultramodernas, que permitem saber com mais conhecimento como é formado o relevo brasileiro. Esse conhecimento é fundamental para vários projetos (exploração de recursos minerais, agricultura) desenvolvidos no país.

Ross aprofundou o critério morfoclimático da classificação de Ab'Saber, que passou a fazer parte de um conjunto de outros fatores, como a estrutura geológica e a ação dos agentes externos do relevo, passados e presentes. Esta terceira classificação considera também o nível altimétrico, já utilizado pelo professor Aroldo de Azevedo, embora as cotas de altitude sejam diferentes das anteriores.

Desse modo, a classificação de Jurandyr Ross está baseada em três maneiras diferentes de explicar as formas de relevo:

  • morfoestrutural: leva em conta a estrutura geológica;
  • morfoclimática: considera o clima e o relevo;
  • morfoescultural: considera a ação de agentes externos.

Cada um desses critérios criou um "grupo" diferente de formas de relevo, ou três níveis, que foram chamados de táxons e obedecem a uma hierarquia.

  • 2º táxon: Leva em consideração a estrutura geológica onde os planaltos foram modelados — bacias sedimentares, núcleos cristalinos arqueados, cinturões orogênicos e coberturas sedimentares sobre o embasamento cristalino.
  • 3º táxon: Considera as unidades morfoesculturais, formada tanto por planícies como por planaltos e depressões, usando nomes locais e regionais.

O relevo de determinada região depende de sua estrutura morfológica. Tendo sido feita uma nova classificação do relevo, a corresponde uma nova análise da estrutura geológica brasileira.

As novas 28 unidades do relevo brasileiro foram divididas em onze planaltos, seis planícies e onze depressões.

[editar] Planaltos

Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas formações erodidas. Os planaltos são chamados de "formas residuais" (de resíduo, ou seja, do ficou do relevo atacado pela erosão). Podemos considerar alguns tipos gerais:

  • Planaltos em bacias sedimentares, como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Podem ser limitados por depressões periféricas, como a Paulista, ou marginais, como a Norte-Amazônica.
  • Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): São formações antigas da era Pré-Cambriana, possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, chamados de Planalto das Guianas nas classificações anteriores.
  • Planaltos em núcleos cristalinos arqueados. São planaltos que, embora isolados e distantes um dos outros, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o Planalto da Borborema.

[editar] Depressões

Nos limites das bacias com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era Cenozóica. São as depressões, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas características e localização.

  • Depressões periféricas: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.
  • Depressões marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a Depressão Marginal Sul-Amazônica.
  • Depressões interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam, como a Depressão Sertaneja e do São Francisco.

[editar] Planícies

Nessa classificação grande parte do que era considerado planície passou a ser classificada como depressão marginal. Com isso as unidades das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Podemos distinguir:

  • Planícies costeiras: Encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
  • Planícies continentais: Situadas no interior do país, como a Planície do Pantanal. Na Amazônia, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios. O professor Aziz Ab'Saber já fazia esta distinção, chamando as várzeas de planícies típicas e as outras áreas de baixos-platôs.

[editar] Clima

Ver artigo principal: Clima do Brasil

O clima do Brasil é, em grande parte, tropical, mas o sul do país apresenta clima subtropical.

A região Norte, que compreende os estados do Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amapá tem clima equatorial, que confere à região uma boa distribuição anual de chuvas, com temperaturas elevadas, e baixa amplitude térmica anual.

A região Nordeste tem clima diverso, variando de equatorial (Maranhão e parte do Piauí) a semi-árido (a região da Caatinga, compreendendo o coração do Nordeste), e tropical, no centro e sul da Bahia. Os estados da região são o Maranhão, Piauí, Bahia, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.

A região Centro-Oeste, com os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, apresenta clima tropical semi-úmido, com destaque para o período de chuvas, que alimenta o Pantanal Mato-Grossense.

Na região Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo predomina, nas regiões mais altas, um clima tropical ameno, com quatro estações bem distintas. Já no noroeste do estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro predomina o clima tropical semi-úmido semelhante ao do cerrado do Centro-Oeste.

A região Sul do país possui clima subtropical, com baixas temperaturas nas serras gaúchas e serras catarinenses, sendo freqüente a formação de geadas e a ocorrência de neve na região durante o inverno e compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

A maior temperatura registrada no Brasil foi 44,7ºC em Bom Jesus, Piauí, em 21 de novembro de 2005[8], superando o recorde de Orleans, Santa Catarina, de 44,6ºC, de 6 de janeiro de 1963. Já a menor temperatura registrada foi de -17,8°C no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996[9], superando o recorde do município de Caçador, no mesmo estado, de -14ºC, no inverno de 1975.

Mapa climático do Brasil.
Mapa climático do Brasil.
Pequeno afluente do rio Amazonas no Brasil.
Pequeno afluente do rio Amazonas no Brasil.

[editar] Equatorial

Ver artigo principal: Clima equatorial

Ocorre na região Amazônica, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão e está sob ação da massa de ar equatorial continental – de ar quente e geralmente úmido. Suas principais características são temperaturas médias elevadas (25°C a 27°C); chuvas abundantes, com índices próximos de 2.000 mm/ano, e bem distribuídas ao longo do ano; e reduzida amplitude térmica, não ultrapassando 3°C. No inverno, essa região pode sofrer influência da massa polar atlântica, que atinge a Amazônia ocidental ocasionando um fenômeno denominado "friagem", ou seja, súbito rebaixamento da temperatura em uma região normalmente muito quente.

[editar] Tropical

Ver artigo principal: Clima tropical

Abrange todo Brasil central, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (de 18°C a 28°C), com amplitude térmica de (5°C a 7°C), e estações bem definidas – uma chuvosa e outra seca. Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de 1.500 mm/ano. A estação de chuva é o verão, quando a massa equatorial continental está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa massa diminui a umidade e então ocorre a estação seca.

Campos do Jordão é a cidade mais alta do Brasil.
Campos do Jordão é a cidade mais alta do Brasil.

[editar] Tropical de altitude

Ver artigo principal: Clima tropical de altitude

É encontrado nas partes mais elevadas, entre 800m e 1000m, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange trechos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, norte do Paraná e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Sofre a influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre 18°C e 22°C, e amplitude térmica anual entre 7°C e 9°C. No inverno, as geadas acontecem com certa freqüência em virtude da ação das frentes frias originadas da massa polar atlântica.

[editar] Tropical atlântico ou tropical úmido

Ver artigo principal: Clima tropical úmido

Estende-se pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao extremo leste de São Paulo. Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. O clima é quente com variação de temperatura entre 18°C e 26°C e amplitude térmica maior à medida que se avança em direção ao Sul -, úmido e chuvoso durante todo o ano. No Nordeste, a maior concentração de chuva ocorre no inverno. No Sudeste, no verão. O índice pluviométrico médio é de 2000 mm/ano.

Neve no Planalto Serrano de Santa Catarina.
Neve no Planalto Serrano de Santa Catarina.

[editar] Subtropical

Ver artigo principal: Clima subtropical

Também pode ser classificado como temperado. É o clima das latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul do estado de São Paulo, a maior parte do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina temperatura média de 18°C e amplitude térmica anual elevada para padrões brasileiros, de cerca de 10°C. As chuvas variam dos 1000 mm aos 2000 mm/ano, e bem distribuídas anualmente. Há geadas com freqüência e eventuais nevadas.

Em termos de temperatura, apresenta as quatro estações do ano relativamente bem marcadas. Os verões são quentes, na maior parte da Região Sul (Cfa, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger), enquanto os verões são amenos nas Serras Gaúcha e Catarinense, além do extremo sul do país, nas partes mais elevadas das Serras de Sudeste (caracterizado por Köppen como Cfb), com média anual de temperatura inferior aos 17°C. Os invernos são frescos (frios para os padrões brasileiros), com a ocorrência de geadas em toda a sua área de abrangência, havendo a ocorrência de neve nas partes mais elevadas da região. A neve ocorre com regularidade anual apenas acima dos 1.000 metros de altitude (constituindo uma pequena área entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sendo, nas áreas mais baixas, de ocorrência mais esporádica, não ocorrendo todos os anos.

Nos pontos mais altos do planalto, onde pode ocorrer a neve durante os dias de inverno, estão situadas as cidades mais frias do país: São Joaquim e Urupema, em Santa Catarina, e São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, as três com temperatura média anual de 13°C. O local mais frio do país é creditado ao cume do Morro da Igreja, no município de Urubici, próximo a São Joaquim, o ponto habitado mais alto da Região Sul do país.

Cena comum no interior do Nordeste brasileiro de nordestinos fugindo da seca.
Cena comum no interior do Nordeste brasileiro de nordestinos fugindo da seca.

[editar] Semi-árido

Ver artigo principal: Clima semi-árido

Típico do interior do Nordeste, região conhecida como o Polígono das Secas, que corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre a influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27ºC) e chuvas escassas (em torno de 750 mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega no litoral norte de Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa nos meses de fevereiro, março e abril.

[editar] Hidrografia

Bacias Hidrográficas
Bacias Hidrográficas

Veja artigo principal: Hidrografia do Brasil

De acordo com os órgãos governamentais, existem no Brasil doze grandes bacias hidrográficas, sendo que sete têm o nome de seus rios principais. Amazonas, Paraná, Tocantins, São Francisco, Parnaíba, Paraguai e Uruguai; as outras são agrupamentos de vários rios, não tendo um rio principal como eixo, por isso são chamadas de bacias agrupadas. Veja abaixo as doze macro bacias hidrográficas brasileiras:

são as seguintes:

O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior país da América Latina conta com a maior reserva mundial de água doce e tem o maior potencial hídrico da Terra.

A maior parte dos rios brasileiros é de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento hidrelétrico. As bacias Amazônica e do Paraguai ocupam extensões de planícies, mas as bacias hidrográficas do Paraná e do São Francisco são tipicamente de planalto. Merecem destaque as quedas-d'água de Urubupungá (no rio Paraná), Iguaçu (no rio Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio São Francisco), onde estão localizadas usinas hidrelétricas.

Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação pluvial, ou seja, são alimentados pelas águas das chuvas. Em decorrência de o clima tropical predominar na maior parte do território, as cheias ocorrem durante o verão, constituindo exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não tem vazante acentuada, devido à boa distribuição das chuvas na região, assim como os da bacia Amazônica, também favorecidos pela uniformidade pluviométrica da região.

No Brasil, predomina a drenagem exorréica, ou seja, os rios correm em direção ao mar, como o Amazonas, o São Francisco, o Tocantins, o Parnaíba, etc. Pouquíssimos são os casos de drenagem exorréica, em que os rios se dirigem para o interior do país, desaguando em outros rios, como o Negro, o Purus, o Paraná, o Iguaçu, o Tietê, entre outros.

Em sua maior parte, os rios brasileiros são perenes, isto é, nunca secam. Mas na região semi-árida do Nordeste há rios que podem desaparecer durante uma parte do ano, na estação seca: são os chamados rios temporários ou intermitentes.

Laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul, Brasil. A direita, o Oceano Atlântico
Laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul, Brasil. A direita, o Oceano Atlântico

O Brasil possui poucos lagos, classificados em:

  • Lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de várzea, formadas quando as águas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal. São comuns na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense;
  • Lagos de erosão, formados por processos erosivos, ocorrendo no Planalto Brasileiro.

Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do relevo que separam as bacias fluviais — que merecem destaque no Brasil são três: a cordilheira dos Andes, onde nascem alguns rios que formam o Amazonas; o planalto das Guianas, de onde partem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros dispersores menores.

Os rios, ao desembocarem em outro rio ou no oceano, podem apresentar-se com uma foz do tipo estuário, com um único canal, ou do tipo delta, com vários canais entremeados de ilhas; ocorre, excepcionalmente, o tipo misto. No Brasil, predominam rios com foz do tipo estuário, com exceção do rio Amazonas, que possui foz do tipo misto, e dos rios Paranaíba, Acaraú, Piranhas e Paraíba do Sul, que possuem foz do tipo delta.

País úmido, com muitos rios, o Brasil, possuía quatro bacias principais e três secundárias, divisão que vigorou até a promulgação da Resolução nº 32, de 15 de outubro de 2003, aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos:

A imagem mostra o complexo da Região Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo (clique para ampliar e ver detalhes)
A imagem mostra o complexo da Região Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo (clique para ampliar e ver detalhes)

[editar] Bacia Amazônica

Ver artigo principal: Bacia Amazônica

Com uma área, em terras brasileiras, de 3.984.467 km², a bacia Amazônica — a maior bacia hidrográfica do mundo[10] — ocupa mais da metade do território brasileiro e estende ainda pela Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Venezuela não faz parte dessa bacia. Além do rio principal — o Amazonas —, compreende os seus afluentes: na margem esquerda, os rios Içá, Japurá, Negro e Trombetas; na margem direita, os rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu.

Atravessada pela linha do Equador na sua porção norte, a bacia Amazônica possui rios nos dois hemisférios e, devido à sua posição geográfica, apresenta três regimes de cheias: nos rios do norte, tropical boreal, com volume máximo em julho; nos rios do sul, tropical austral, com volume máximo em março; e no tronco central, volume máximo em abril, maio e junho. Dessa forma, o rio Amazonas tem sempre um grande volume de água, já que seus afluentes sofrem cheias em épocas diferentes.

O rio Amazonas, segundo mais extenso do mundo, possui 6.570 km dos quais 3.165 km situam em território brasileiro. Nasce na Cordilheira dos Andes, no lago Lauricocha (Peru), onde recebe os nomes de Ucayali, Marañon e Vilcanota, e quando entra no Brasil passa a se chamar Solimões, nome que mantém até a foz do seu afluente rio Negro, próximo a Manaus. É um rio tipicamente de planície, apresentando um declive mínimo. Sua nascente está apenas 70 metros mais elevada que a sua foz.

Dentre os diversos rios do mundo, o Amazonas é possui maior débito, ou seja, é o que descarrega o maior volume de água em sua foz: em épocas normais, lança no oceano 80.000 m³/s, mas chega a jogar até 120.000 m³/s. Um fenômeno interessante que se observa na foz do rio Amazonas é a pororoca, encontro das águas do rio, durante as enchentes, com as águas do mar, quando ocorre maré alta.

A largura média do rio Amazonas é de 4 a 5 km, mas chega, em alguns trechos, a mais de 50 km. Devido ao pequeno declive que apresenta, a velocidade de suas águas é lenta, oscilando entre 2 e 7 km por hora.

Além do rio Amazonas e seus grandes afluentes, inúmeros cursos de água desenham uma verdadeira teia na planície Amazônica. São os furos, córregos ou pequenos rios que unem rios maiores entre si; os igarapés, pequenos e estreitos canais naturais espalhados pelo baixo-planalto e planície; e os paranás-mirins, braços de rios que contornam ilhas fluviais.

[editar] Bacia Platina

Ver artigo principal: Bacia Platina

Formada pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, estende-se pelo Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina.

O mapa mostra a Bacia do Rio Paraná, com destaque para o rio Tietê, um dos seus principais afluentes(clique para ampliar e ver mais detalhes)
O mapa mostra a Bacia do Rio Paraná, com destaque para o rio Tietê, um dos seus principais afluentes(clique para ampliar e ver mais detalhes)

[editar] Bacia do Paraná

Ver artigo principal: Bacia do rio Paraná

É a mais extensa das três, abrangendo mais de 10% do território nacional. Possui o maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil, merecendo destaque grandes usinas, como a de Itaipu, Jupiá e Ilha Solteira, no rio Paraná; Ibitinga, Barra Bonita e Bariri no rio Tietê; Cachoeira Dourada, Itumbiara e São Simão, no rio Paranaíba; Furnas, Jaguara, Marimbondo e Itutinga, no rio Grande; e ainda Jurumirim, Xavantes e Capivara, no rio Paranapanema.

Seus rios são tipicamente de planalto, o que dificulta muito a navegação, que se tornará mais fácil com a utilização das eclusas construídas com a instalação das usinas hidrelétricas.

Os rios dessa bacia apresentam regime tropical austral, com chuvas no verão e, conseqüentemente, cheias de dezembro a março.

Rio Paraguai.
Rio Paraguai.

[editar] Bacia do Paraguai

Ver artigo principal: Bacia do rio Paraguai

Compreende um único grande rio, o Paraguai, que possui mais de 2.000 km de extensão, dos quais 1.400 km ficam em território nacional. É tipicamente um rio de planície, bastante navegável. Os principais portos nela localizados são Corumbá e Porto Murtinho.

Além do Paraguai, destacam-se rios menores, como o Miranda, o Taquari, o rio Apa e o São Lourenço. O regime desses rios é também o tropical austral, com grandes cheias nos meses de verão.

[editar] Bacia do Uruguai

Ver artigo principal: Bacia do rio Uruguai

O rio Uruguai e sua bacia ocupam apenas 2% do território brasileiro, estendendo-se pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Formado pelos rios Canoas e Pelotas, possui cerca de 1.500 km de extensão e serve de limite entre Brasil, Argentina e Uruguai. Situa-se na porção subtropical do País e apresenta duas cheias e duas vazantes anuais. Seus afluentes de maior destaque são: na margem direita, Peixe, Chapecó e Peperiguaçu; na margem esquerda, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini. Com o potencial hidrelétrico limitado, o rio Uruguai é usado para a navegação em alguns trechos. Suas principais hidrelétricas são: Barracão, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Iraí.

[editar] Bacia do Tocantins-Araguaia

Ver artigo principal: Bacia do rio Araguaia

Ocupando uma área de 803.250 Km2, é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira. Além de apresentar-se navegável em muitos trechos, é a terceira do País em potencial hidrelétrico, encontrando-se nela a Usina Hidrelétrica de Tucuruí.

O Tocantins, principal rio dessa bacia, nasce no norte de Goiás e deságua junto à foz do Amazonas. Em seu percurso, recebe o rio Araguaia, que se divide em dois braços, formando a Ilha do Bananal; situada no estado de Tocantins, é considerada a maior ilha fluvial interior do mundo.

Nessa região ocorrem rios de regime austral, ao sul, e equatorial, ao norte.

Mapa da Bacia do São Francisco.
Mapa da Bacia do São Francisco.

[editar] Bacia do São Francisco

Ver artigo principal: Bacia do rio São Francisco

Formada pelo rio São Francisco e seus afluentes, essa bacia está inteiramente localizada em terras brasileiras. Estende-se por uma área de 631.133 Km², o que equivale a 7,5% do território nacional.

O São Francisco é um rio de planalto, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e atravessa os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Além de ser navegável em cerca de 2.000 km, possui também grande potencial hidrelétrico, merecendo destaque as usinas de Três Marias, Paulo Afonso e Sobradinho. Seus principais afluentes são os rios Paracatu, Carinhanha e Grande, na margem esquerda; e os rios Salitre, das Velhas e Verde Grande, na margem direita.

O rio São Francisco desempenhou importante papel na conquista e povoamento do sertão nordestino, sendo o grande responsável pelo transporte e abastecimento de couro na região. Ainda hoje, sua participação é fundamental na economia nordestina, pois, devido ao fato de atravessar trechos semi-áridos, permite a prática da agricultura em suas margens, além de oferecer condições para irrigação artificial de áreas mais distantes. Possuindo um regime tropical austral, com cheias de verão, tem um débito que oscila de 1.000 m³/s nas secas, a 10.000 m³/s nas cheias.

[editar] Bacias secundárias

[editar] Bacia do Nordeste

É constituída por rios do sertão nordestino, na sua grande maioria temporários, pois secam em determinadas épocas do ano. Os rios dessa bacia são o Acaraú e o Jaguaribe, no Ceará; o Piranhas e o Potenji, no Rio Grande do Norte; o Paraíba, na Paraíba; o Capibaribe, o Una e o Pajeú, em Pernambuco. Além desses, fazem parte dessa bacia os rios maranhenses Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim, além do rio Parnaíba, que separa o Maranhão do Piauí.

Mapa da Bacia do Atlântico Leste.
Mapa da Bacia do Atlântico Leste.

[editar] Bacia do Leste

Ver artigo principal: Bacia do Atlântico Leste

Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano, merecem destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais e Bahia; Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro; e Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu, na Bahia.

[editar] Bacia do Sudeste e Sul

Ver artigo principal: Bacia do Atlântico Sul

É constituída também por rios que correm na direção oeste-leste, ou seja, que vão das serras e planaltos em direção ao oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em São Paulo; Itajaí, em Santa Catarina; Jacuí e Camacuã, no Rio Grande do Sul.

Com exceção dos rios temporários do sertão nordestino, os demais rios das bacias secundárias apresentam regime tropical austral, com cheias no verão. São rios de planalto, pouco aproveitáveis para a navegação fluvial.

[editar] Vegetação

Ver artigo principal: Vegetação do Brasil
Mapa de vegetação do Brasil.
Mapa de vegetação do Brasil.

[editar] Formações florestais

[editar] Floresta Amazônica

Rio Amazonas no Brasil.
Rio Amazonas no Brasil.

Também conhecida como Hiléia, recobre cerca de 40% do território nacional, estendendo-se pela Amazônia e parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste. Constitui uma das mais extensas áreas florestais do mundo.

Muito densa e fechada, com variedade de espécies, a Floresta Amazônica caracteriza-se por grande umidade, elevadas temperaturas e pequena amplitude térmica. O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de espécies vegetais de folhas largas.

Acompanhando essa floresta há uma emaranhada rede de rios, que correm num relevo onde predominam terras baixas (planícies e baixos-planaltos). Os solos são, em geral, pouco férteis.

Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amazônica abriga três tipos de associações, assim divididas:

  • mata de igapó: constantemente inundada, é formada principalmente por palmeiras e árvores não muito altas, emaranhadas por cipós e lianas. É bastante rica em espécies vegetais;
  • mata de várzea: mais compacta, sofre inundações periódicas (cheias). Apresenta árvores maiores, sobressaindo as seringueiras, por seu valor econômico;
  • mata de terra firme: pouco inundada, é a que apresenta árvores mais altas. Nela são comuns o castanheiro, o guaraná e o caucho.

As queimadas para a abertura de pastos, instalação de fazendas para criação de gado e plantações de diversos produtos agrícolas, os desmatamentos para retirada de madeira e a mineração são os principais impactos provocados pela ocupação humana na Amazônia. A empresa culpada por esse impacto ambiental é a Husqvarna, uma marca sueca que fabrica desde motosserras até produtos para manejo e manutenção de áreas verdes.

[editar] Mata dos Cocais

Ver artigo principal: Mata dos Cocais

Abrange predominantemente os estados do Maranhão e Piauí (Meio-Norte), mas distribui-se também pelo Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Está numa zona de transição entre os ecossistemas da Floresta Amazônica e da caatinga. É classificada como uma formação florestal, mas, na realidade, constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para a economia local:

  • Babaçu, de cuja amêndoa se extrai o óleo; as folhas são usadas para a cobertura de casas e o palmito como alimento para o gado. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do côco, podem ser retirados o alcatrão e o acetato.
  • Carnaúba, cujo produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), o nordestino denominou-a "árvore da providência".

Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas são constantes. As pastagens representam o principal impacto ambiental nesse ecossistema.

[editar] Floresta latifoliada tropical úmida da encosta

Ver artigo principal: Mata Atlântica

Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, junto ao litoral, quase sem interrupções. Predominando em regiões de clima quente e úmido, com verões brandos, surge nas encostas das serras litorâneas. Topograficamente, surge em serras elevadas (escarpas do Planalto Atlântico) e formas arredondadas, chamadas "mares de morros". Esta formação vegetal apresenta-se muito densa, emaranhada e com grande variedade de vegetais higrófilos (adaptados a ambientes úmidos) e perenes.

Devido à sua localização geográfica é a formação vegetal brasileira que mais devastações sofreu, principalmente em trechos menos elevados do relevo. Esse impacto ambiental é uma das consequências da intensa urbanização e industrialização que ocorreram no Brasil.

[editar] Floresta latifoliada tropical

Ver artigo principal: Mata Atlântica

É a mesma floresta úmida da encosta, mas se desenvolve nas vertentes das serras, à retaguarda do mar, não influenciadas diretamente pela umidade marítima. Muito densa, apresenta espécies bastante altas e de troncos grossos. No entanto, quando se desenvolve em solos areníticos, ou de calcário, o aspecto da floresta modifica-se completamente: ela se torna menos densa, com árvores mais baixas e de troncos finos.

Quase inteiramente devastada, por possuir solos férteis para a agricultura, restam, de sua formação original, apenas, alguns trechos esparsos.

[editar] Mata de Araucária

Ver artigo principal: Floresta ombrófila mista

Predominando em regiões de clima subtropical e tropical de altitude, que apresentam regular distribuição das chuvas por todos os meses do ano, estende-se desde o sul de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul, em trechos mais íngremes do relevo (Campos do Jordão, por exemplo). É muito comum no planalto Meridional, nos estados do Paraná e Santa Catarina.

O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomínio de espécies que apresentam folhas pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinheiro-do-paraná, mas aparecem ainda outras espécies, como a imbuia, o cedro, o ipê e a erva-mate.

Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcânica, são mais férteis que os das áreas tropicais o que explica a grande devastação sofrida por essa vegetação para o aproveitamento agrícola.

Além dessas formações florestais aparecem ainda no Brasil alguns outros subtipos, merecendo destaque a mata dos Cocais e as matas galerias ou ciliares.

A mata dos Cocais é uma formação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga, abragendo áreas do Maranhão, Piauí e Tocantins. O babaçu é a espécie predominante.

As matas galerias ou ciliares são florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos de água, cuja umidade as mantém. Praticamente devastadas pela ocupação humana, restringem-se a trechos do cerrado ou dos campos do Rio Grande do Sul.

Calcula-se que 5% da área original dos Pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira, para a produção de móveis e papel de jornal, e a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada.

[editar] Formações complexas

[editar] Cerrado

Ver artigo principal: Cerrado

Depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se espalhou, predominando no planalto Central, mas aparecendo também também como manchas esparsas em outros pontos do país (Amazônia, região da caatinga do Nordeste, São Paulo e Paraná), recobrindo mais de 20% do território nacional. Predomina em áreas de clima tropical, com duas estações: verão chuvoso e inverno seco.

Não é uma formação uniforme, o que permite identificar duas áreas: o cerradão e o cerradão propriamente dito. No cerradão existem mais árvores que arbustos. No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos sinousos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras; entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.

Mapa de satélite com o cerrado em destaque.
Mapa de satélite com o cerrado em destaque.

O cerrado espalha-se pelos chapadões e por algumas escarpas acentuadas.

Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, além da escassez de água, destacam-se a profundidade do lençol freático e a natureza dos solos, ácidos e com deficiências minerais.

A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e cidades como Brasília e Goiânia, são os principais aspectos provocados pela ação humana, que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns estados brasileiros.

O cerrado foi declarado "Sítio do Patrimônio Mundial" pela Unesco em 13 de dezembro de 2001.


[editar] Caatinga

Caatinga: formação vegetal xerófila que aparece no Polígono das Secas.
Caatinga: formação vegetal xerófila que aparece no Polígono das Secas.
Ver artigo principal: Caatinga

Predominando na região de clima semi-árido do Nordeste é uma formação vegetal tipicamente xerófita, ou seja, adaptada à escassez de água. É uma vegetação esparsa, que se espalha pelos maciços e tabuleiros, por onde correm rios, em geral intermitentes.

Desenvolvendo-se em solos quase rasos e salinos, apresenta-se muito heterogênea: em alguns trechos, predominam árvores esparsamente distribuídas; em outros, arbustos isolados; e em outros, ainda, apenas capões de gramíneas altas.

A falta de água impõe múltiplas adaptações aos vegetais na caatinga, que vão desde a perda das folhas na estação mais seca até o aparecimento de longas raízes, em busca de lençois subterrâneos de água. Entre as principais espécies de árvores, estão o juazeiro, o angico, a barriguda, e, entre os arbustos, as cactáceas, como o xiquexique e o mandacaru.

Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da irrigação, drenagem, criação de pastos, latifúndios e da desertificação.

[editar] Pantanal

Aspecto do Pantanal Mato-Grossense, cuja vegetação reúne espécies da floresta, dos campos, do cerrado e até mesmo da caatinga.
Aspecto do Pantanal Mato-Grossense, cuja vegetação reúne espécies da floresta, dos campos, do cerrado e até mesmo da caatinga.
Ver artigo principal: Pantanal Mato-Grossense

Ocupando a planície do Pantanal Mato-Grossense, é uma formação mista que apresenta espécies vegetais próprias das florestas, dos campos, dos cerrados e até da caatinga.

Podem-se indentificar nessa formação três áreas diferenciadas: as sempre alagadas, nas quais predominam as gramíneas; as periodicamente alagadas, nas quais se destacam diversos tipos de palmeiras (buritis, paratudos e carandás); e as que não sofrem inundações e são mais densas, aparecendo nelas o quebracho e o angico.


[editar] Formações campestres

[editar] Campos meridionais

Formações de campo limpo, ou seja, constituídos predominantemente por gramíneas, aparecem em manchas esparsas, a partir da latitude de 20ºS. Em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina recebem a denominação de campos do planalto; no Rio Grande do Sul, são conhecidos como campos da Campanha ou Campanha Gaúcha; e em Mato Grosso do Sul, onde aparecem em trechos esparsos, são chamados de campos de vacaria. No sudoeste do Rio Grande do Sul, os campos meridionais surgem num relevo dominado por colinas suaves e de vertentes pouco acentuadas conhecidas como coxilhas.

[editar] Campos sujos

Apresentam uma emaranhada mistura de gramíneas e arbustos, geralmente decorrente da degradação dos cerrados. Seus limites são bastante indefinidos.

[editar] Campos da Hiléia

Conhecidos como campos da várzea, caracterizam-se por serem inundados na época das cheias. Aparecem no baixo Amazonas e em trechos do estado do Pará, principalmente na parte oeste da ilha de Marajó.

[editar] Campos serranos

Surgem em porções mais elevadas do território nacional, em pontos onde o relevo ultrapassa 1.500 m, como nas serras da Bocaina e do Itatiaia. Menos densos que as outras formações campestres, apresentam algumas espécies vegetais adaptadas à altitude.

[editar] Formações litorâneas

[editar] Manguezais

Ver artigo principal: Manguezal

Ocupam porções mais restritas do litoral, em reentrâncias da costa, onde as águas são pouco movimentadas, como os pântanos litorâneos, os alagadiços e as regiões inundadas pela maré alta. Neles predominam vegetações halófitas (que se adaptam a ambientes salinos), com raízes aéreas e respiratórias, dotadas de pneumatóforos que lhes permitem absorver o oxigênio mesmo em áreas alagadas. Conforme a topografia e a umidade do solo, é possível distinguir o mangue-vermelho, nas partes mais baixas, o mangue-siriúba, onde as inundações são menos freqüentes; e o mangue-branco, em solos firmes.


[editar] Formações dos litorais arenosos

As praias e as dunas aparecem em vastas extensões de nosso litoral e nelas surgem formações herbáceas e arbustivas. Nas praias, essas formações são pouco densas, mas, nas dunas, são relativamente compactas. Geralmente, entre o litoral arenoso e a serra aparece tambem o jundu, formação de transição da floresta ao solo salino, ao alcançar o litoral.

[editar] Domínios florestados

Vegetação brasileira.
Vegetação brasileira.

A paisagem natural brasileira vem sofrendo sérias devastações, diminuindo sua extensão territorial e sua biodiversidade.

A Amazônia, desde muito tempo, sofre com as queimadas, efetivadas para práticas agrícolas, apesar de seu solo não ser adequado a tais atividades. Com as queimadas, as chuvas, constantes na região, terminam por atingir mais intensamente o solo (antes protegido pelas copas das árvores), que, conseqüentemente, sofre lixiviação, perdendo seu húmus, importante para a fertilidade da vegetação. Intenso desmatamento também é realizado na região para mineração e para extração de madeira.

Também a Mata Atlântica, imprópria para a agricultura e para a criação de gado, sofre agressões antrópicas, principalmente na caça e pesca predatórias, nas queimadas e na poluição industrial. Em função disso, o governo federal estabeleceu que a Chapada Diamantina seria uma área de preservação ambiental.

Sofrem ainda o Pantanal, os manguezais e as araucárias.

[editar] Domínio amazônico

Situado, em sua maior parte, na região Norte do país, o domínio amazônico compõe planaltos, depressões e uma faixa latitudinal de planície e apresenta vegetação perenifólia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e densa, o que impede a penetração de cerca de 95% da luz solar no solo e, portanto, o desenvolvimento de herbáceas.

No verão, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no sul do país, os ventos formados no anticiclone dos Açores são levados pelo movimento dos alísios ao continente e, ao penetrá-lo, assimila a umidade proveniente da evapotranspiração da Floresta Amazônica. Essa massa de ar úmida é chamada de massa equatorial continental, sendo responsável pelo alto índice pluviométrico da região. Além de úmida, a Floresta Amazônica também é quente, apresentando, em função de sua abrangência latitudinal, clima equatorial.

No inverno, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no norte do país, a massa polar atlântica, oriunda da Patagônia, após percorrer o longo corredor entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central, chega à Amazônia seca, porém ainda fria, o que ocasiona friagem na região e, com isso, diminuição das chuvas.

A vegetação da Amazônia, além de latifoliada e densa, possui solo do tipo latossolo pobre em minerais e uma grande variedade de espécies, geralmente autofágicas, em virtude da grande presença de húmus nas folhas. Observa-se a presença de três subtipos: a mata de terra firme, onde nota-se a presença de árvores altas, como o guaraná, o caucho (do qual se extrai o látex) e a castanheira-do-pará, que, em geral, atinge 60 metros de altura, a mata de igapó, localizada em terras mais baixas, zonas alagadas pelos rios e onde vivem plantas como a vitória-régia, e a mata de várzea, onde se encontram palmeiras, seringueiras e jatobás.

[editar] Domínio do cerrado

Localizado, em sua maior parte, na porção central do país,o Cerrado constitui, em geral, uma vegetação caducifólia, ou seja, as plantas largam suas folhas sazonalmente para suportar um período de seca, exatamente porque o clima da região é o tropical típico, com duas estações bem definidas (típicas): verão úmido e inverno seco.

A umidade do verão se deve principalmente à atuação da massa tropical atlântica, úmida, por se formar no arquipélago dos Açores, e quente, em função da tropicalidade.

Na região encontram-se ainda os escudos cristalinos do Planalto Central.

[editar] Domínio da caatinga

A Caatinga está localizada na região Nordeste, apresentando depressões e clima semi-árido, caracterizado pelas altas temperaturas e pela má distribuição de chuvas durante o ano.

A massa equatorial atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar ao Nordeste, é barrada no barlavento do Planalto Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orográficas), chegando praticamente seca à Caatinga.

Apesar de sua aparência, a vegetação da Caatinga é muito rica, variando a maioria delas conforme a época de chuvas e conforme a localização. Muitas espécies ainda não foram catalogadas. As bromélias e os cactos são as duas principais famílias da região, destacando-se os mandacarus, os caroás, os xique-xiques, as macambiras e outras mais.

[editar] Domínio dos mares de morros

Localizado em grande parte da porção leste, o domínio dos mares morro é assim chamado por causa de sua forma, oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.

Encontram-se na região a floresta tropical, Mata Atlântica ou mata de encosta, caracterizada pela presença de uma grande variedade de espécies, a planície litorânea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias, e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.

No litoral do Nordeste, encontra-se o solo de massapê, excelente para a prática agrícola, sendo historicamente ligado à monocultura latifundiária da cana-de-açúcar.

Apresenta clima tropical típico e tropical litorâneo, caracterizado pela atuação da massa tropical atlântica, formada no arquipélago de Santa Helena.

[editar] Domínio das araucárias

As araucárias se estendiam a grandes porções do Planalto Meridional, mas, por causa da intensa devastação gerada para o desenvolvimento da agropecuária e do extrativismo, hoje só são encontradas em áreas reflorestadas e áreas de preservação.

Abrange planaltos e chapadas, constituindo uma vegetação aciculifoliada (folhas em forma de agulha), aberta e rica em madeira mole, utilizada na fabricação de papel e papelão.

Destaca-se ainda na região o solo de terra roxa, localizado em praticamente toda porção ocidental da região sul, sudoeste de São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul. Altamente fértil e oriundo da decomposição de rochas basálticas, o solo de terra roxa, foi largamente utilizado no cultivo do café.

Apresenta clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, por verões quentes e pela atuação da massa polar atlântica, responsável pelos invernos frios, marcados pelo congelamento do orvalho (geada).

[editar] Domínio das pradarias

Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa polar atlântica.

Abrange os pampas, Campanha Gaúcha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuária bovina semi-extensiva.

É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas margens dos rios.

[editar] Fauna

Ver artigo principal: Fauna do Brasil
O mico-leão-dourado é um mamífero típico da Mata Atlântica brasileira.
O mico-leão-dourado é um mamífero típico da Mata Atlântica brasileira.

A grande variedade de ecossistemas responsável pela elevada diversidade de plantas no Brasil também resulta em considerável variedade de espécies de animais sem paralelo no mundo, ou seja, é o país com a maior biodiversidade do mundo. A fauna brasileira é riquíssima em aves, mamíferos, peixes de água doce insetos. Por exemplo, a fauna de peixes de água doce brasileira possui mais de 3.000 espécies, quinze vezes maior que a fauna de peixes de água doce de todo o continente europeu. Grandes áreas da Amazônia e do Pantanal ainda não tiveram sua fauna aquática estudada. É provável que nos próximos 10 anos dobre o número de espécies de peixes de água doce conhecidas. No mar brasileiro, há outras 4.000 espécies de peixe s conhecidas, além de mais de 5.000 de moluscos e igual número de crustáceos e outros invertebrados marinhos.

Outro importante grupo representado na fauna brasileira é o dos mamíferos e em particular os primatas. Das cerca de 520 espécies de mamíferos terrestres conhecidos no Brasil, mais de 100 são primatas, que inclui os micos, os sagüis e os macacos-prego. Somente na última década sete novas espécies de macacos foram descritas, incluindo a menor espécie de macaco conhecida, um sagüi de apenas 100 gramas de peso, menor que a palma de um adulto. Como esses animais vivem em territórios muito restritos, delimitados por exemplo pela presença de rios ou de áreas sem floresta, é muito provável que o número de espécies seja bem maior, pois muitos desses territórios podem ainda não ter sido explorados. Por exemplo, o uacari-branco, um macaco de grande porte, é restrito à região do Mamirauá, no alto Amazonas, limitado pelos rios que rodeiam a área. O mico-leão-dourado é restrito a pequenas áreas da Mata Atlântica.

Outros grupos de mamíferos bem representados na fauna brasileira são os marsupiais, com mais de 30 espécies, e os morcegos, com mais de 140 espécies.

A maior parte dos mamíferos brasileiros ocorre na região amazônica. Entretanto, também no mar a fauna de mamíferos é muito bem representada, com cerca de 35 espécies de golfinhos e baleias, quase metade das espécies conhecidas no mundo, ocorrendo nos mares brasileiros. Outros mamíferos aquáticos abundantes são o boto-cor-de-rosa, e o boto-tucuxi, importantes predadores dos rios amazônicos. Também nas águas encontram-se dois dos mamíferos mais ameaçados atualmente, o peixe-boi e a ariranha.

A diversidade de aves também é muito significativa. Somente de araras, e papagaios contam-se mais de 70 espécies, dentre elas a ararajuba, símbolo nacional, e a ararinha-azul, praticamente extinta. Além da harpia, a maior águia do mundo, que ocorre na região amazônica.

Como a evolução de insetos e plantas é um fenômeno paralelo e interdependente, a grande diversidade de plantas com flores no Brasil resultou também em imensa variedade de insetos. Acredita-se que existam no mínimo entre 10 e 15 milhões de espécies de insetos no Brasil, principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, regiões com maior diversidade de plantas com flores.

A fauna é gravemente afetada pela destruição de seus hábitats, principalmente os animais de grande porte, que necessitam de amplas áreas territoriais, como a onça-pintada e o lobo-guará, e animais restritos a pequenos territórios, como grande parte dos primatas.

[editar] Litoral

Ver artigo principal: Litoral brasileiro

O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico, desde o cabo Orange até o arroio Chuí, numa extensão de 7.408 km, que aumenta para 9.198 km se consideramos as saliências e as reentrâncias do litoral, ao longo do litoral se alternam praias, falésias, dunas, mangues, recifes, baías, restingas e outras formações menores.

Segundo João Dias da Silveira, o litoral brasileiro apresenta características diversas, que levam à seguinte divisão:

O litoral brasileiro é beneficiado pelas condições favoráveis de navegação durante o ano inteiro, porém os portos são obsoletos, mal equipados e congestionados.

Nele se explora a pesca, com produção modesta com relação à internacional. Essa atividade é supervisionada pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), vinculada à Presidência da República.

Em trechos do nosso litoral existem salinas, principalmente no Nordeste (Rio Grande do Norte e Ceará) e no Rio de Janeiro, que garantem a auto-suficiência na produção de sal.

Sob o ponto de vista turístico, nosso litoral apresenta grande potencial. É necessário, porém, que se melhore a infra-estrutura urbana nos centros turísticos, para que se instale efetivamente uma indústria do turismo no país.

Na plataforma continental existem reservas petrolíferas, cuja exploração responde por 70% da produção brasileira de petróleo. É importante conhecer alguns aspectos físicos do Oceano Atlântico, que banha o nosso litoral.

O Atlântico Sul apresenta uma salinidade média de 37‰, mais elevada que a das águas ocêanicas do planeta (35‰). As temperaturas elevadas, os ventos constantes e a intensa evaporação fazem com que esses índices aumentem ainda mais nas regiões de salinas.

As marés são em geral baixas, com amplitudes que oscilam de 2 a 4 m. Apenas o litoral maranhense registra marés baixas: de 7,80 m, em São Luís, e de até 8,16 m, em Itaqui.

Nosso litoral sofre influência climática de três correntes marítimas: a das Guianas e a Brasileira, que são quentes, e a das Falklands, que é fria. A corrente das Guianas banha o litoral norte, e a Brasileira, o litoral leste. A corrente das Falklands, proveniente do pólo sul, banha pequeno trecho do litoral sul.

Quanto ao relevo, o Atlântico Sul apresenta a plataforma continental, que submerge até 200 m, seguida de declive abrupto, o talude continental, desnível que alcança até 2.000 m de profundidade e vai até a região pelágica, onde surgem as bacias dorsais e oceânicas (ou seja, cordilheiras submarinas). Abaixo desse limite inicia-se a região abissal.

A largura da plataforma continental brasileira é bastante variável. Alcança cerca de 400 km do litoral do Pará, estreitando-se bastante no litoral nordestino. Ela é mais larga junto à foz dos grandes rios., onde há o acumulo de muitos depósitos de cascalho, areia e outros sedimentos.

Extensão do litoral brasileiro
Estados Extensão (km) Percentual (%)
Bahia 932 12,7
Maranhão 640 8,7
Rio de Janeiro 636 8,6
Rio Grande do Sul 622 8,5
São Paulo 622 8,5
Amapá 598 8,1
Ceará 573 7,8
Pará 562 7,6
Santa Catarina 531 7,2
Rio Grande do Norte 399 5,4
Espírito Santo 392 5,3
Alagoas 229 3,1
Pernambuco 187 2,5
Sergipe 163 2,2
Paraíba 117 1,6
Paraná 98 1,3
Piauí 66 0,9
Total 7.367 100

Por apresentar características comuns, o litoral pode ser dividido em Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

[editar] Litoral Norte

Abrange a costa do Amapá e a do Pará e este é marcado pela foz do rio Amazonas, com canais, pequenos lagos, manguezais e ilhas, entre elas a de Marajó. No norte do Amapá há ainda longas restingas.

[editar] Litoral Nordeste

É bem diversificado. Destacam-se as dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que abrigam lagoas no período das chuvas, e o delta do rio Parnaíba, entre Maranhão e Piauí. No trecho que vai do Rio Grande do Norte à Bahia são comuns as restingas, dunas, lagoas e os mangues. Entre Alagoas e Sergipe está a foz do rio São Francisco. É marcante também a baía de Todos os Santos, no estado da Bahia.

[editar] Litoral Sudeste

Tem diversos trechos escarpados e outros amplos e retilíneos. Do norte do Espírito Santo até o município de Cabo Frio (RJ), são comuns pequenas elevações, baixadas e restingas. De Cabo Frio a Marambaiarestingas e lagunas. A partir daí até São Sebastião, já em São Paulo, o litoral é sinuoso e escarpado, marcado pela presença natural da serra do Mar. Desse trecho até o rio Ribeira do Iguape predominam as baixadas.

[editar] Litoral Sul

É bastante recortado no Paraná, já que a serra do Mar volta a estar próxima do litoral. Na costa catarinensecolinas formadas pelo desgaste das escarpas da serra do Mar. Com uma faixa costeira ampla e retilínea, o estado do Rio Grande do Sul é marcado pela laguna dos Patos e lagoa Mirim, que são formadas pelo fechamento de restingas.

[editar] Ilhas oceânicas

Ver artigo principal: Ilhas oceânicas do Brasil
Vista aérea de Fernando de Noronha.
Vista aérea de Fernando de Noronha.

Em sua imensa maioria, as ilhas brasileiras são continentais ou costeiras, situadas junto ao litoral e apoiadas sobre a plataforma continental. As principais são: Itamaracá, em Pernambuco, Grande, no Rio de Janeiro; São Sebastião, em São Paulo; e Santa Catarina, no estado de mesmo nome.

A ilha de Marajó, no litoral paraense, apesar de estar em contato com o oceano Atlântico, é uma ilha fluvial; é formada pela acumulação de sedimentos do rio Amazonas, ao lançar suas águas no oceano.

Há também as ilhas ocêanicas, que ficam distantes do litoral e emergem da Dorsal Atlântica. Seu número é reduzido e elas apresentam, em geral, pouca extensão. São elas: o arquipélago de Fernando de Noronha, as ilhas de Trindade e Martim Vaz, o rochedo de São Pedro e São Paulo, o atol das Rocas e o arquipélago de Abrolhos. Sua origem é vulcânica, excetuando-se o atol das Rocas, de origem coralíngea.

[editar] Fernando de Noronha

Ver artigo principal: Fernando de Noronha

A uma distância de 360 km do litoral do Rio Grande do Norte aparece o arquipélago de Fernando de Noronha, constituído por 21 ilhas[11] de origem vulcânica que, juntas, totalizam uma área de 26 km². Fernando de Noronha é a mais extensa e a única habitada, contando com cerca de 1.500 moradores, reunidos em Vila dos Remédios. Fernando de Noronha foi, por muito tempo (1942-1987), território federal ligado às Forças Armadas, mas com a Constituição de 1988, foi incorporado ao estado de Pernambuco, como distrito estadual. Há alguns anos, vem sendo explorado mais intensamente no arquipélago o turismo, que, ao lado da pesca, é a principal atividade econômica.

imagem do Atol das Rocas, pela NASA
imagem do Atol das Rocas, pela NASA

[editar] Trindade e Martim Vaz

Ver artigo principal: Trindade e Martim Vaz

Trindade e Martim Vaz, localizadas a 1.100 km da costa do Espírito Santo, constituem, na realidade, uma ilha maior, Trindade, com 8,2 km², e um grupo de cinco ilhotas de vegetação escassa, conhecidas como grupo Martim Vaz, a 50 km a leste de Trindade. A ilha maior é ocupada para observações meterológicas, por situar-se em área de dispersão de massas de ar. São usadas como base da Marinha e estação meteorológica.

[editar] Penedos de São Pedro e São Paulo

Situados cerca de 900 km da costa do Rio Grande do Norte, os Penedos de São Pedro e São Paulo formam um pequeno arquipélago, no qual se destacam cinco rochedos maiores e uma dezena de outros menores. Sem água potável ou qualquer vegetação, são habitados apenas por aves marinhas, que lá procriam e deixam espessa camada de guano (aculumação de fosfato de cálcio resultante do excremento das aves marinhas).

[editar] Atol das Rocas

Ver artigo principal: Atol das Rocas

O Atol das Rocas é uma pequena ilha circular, situada 150 km² a oeste de Fernando de Noronha. Possui área de 7,2 km² e altitude de apenas 3 m acima do nível oceânico. Sem água potável e com uma rala cobertura vegetal, a ilha não é habitada, ainda que abrigue uma farol, automático para orientar a navegação. O local é um refúgio para enorme variedade de aves marinhas, que povoam todos os espaços da ilha, o que fez com que, em 1979, ela fosse transformada na primeira reserva marinha brasileira.

[editar] Abrolhos

Ver artigo principal: Arquipélago de Abrolhos

A 80 km da Bahia localiza-se o arquipélago de Abrolhos, formado por cinco pequenas ilhas, que compõem o primeiro parque nacional marítimo. Possui grande quantidade e variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves marinhas. Sua população — de menos de 20 pessoas — dedica-se à manutenção e funcionamento do farol, fundamental para a navegação aérea e marítima da região.

[editar] Ilhas fluviais

Ver artigo principal: Ilhas fluviais do Brasil

O Brasil possui algumas das maiores ilhas fluviais do mundo. Na foz do rio Amazonas, além de Marajó, estão as ilhas de Gurupá, Caviana e Mexiana, todas maiores do que as ilhas costeiras brasileiras que abrigam capitais de estados. No Tocantins está a ilha do Bananal.

A desembocadura do rio Amazonas e a Ilha do Marajó.
A desembocadura do rio Amazonas e a Ilha do Marajó.

[editar] Marajó

Ver artigo principal: Ilha de Marajó

É a maior ilha flúvio-marinha do mundo, com 50.000 km². Localizada na foz do rio Amazonas, no estado do Pará, é um dos grandes santuários ecológicos do planeta. O lado oeste da ilha é coberto por florestas e é rico em madeiras de lei e palmeiras, como açaí, bacaba e tucumã. No leste predominam os campos cobertos por gramíneas. O guará, um pássaro vermelho, é ave-símbolo da região. A principal atividade econômica da ilha é a criação de búfalos, seguida da pesca, extração de madeira e borracha.

[editar] Bananal

Ver artigo principal: Ilha do Bananal

Com 20.000 km² de área, é a maior ilha fluvial do mundo[12]. Localizada no estado do Tocantins, abriga ao norte o Parque Nacional do Araguaia, e ao sul, duas reservas indígenas: Carajás e Javaés. Parte da ilha é inundada durante os meses de janeiro a março, época de cheia do rio Araguaia. Por estar numa zona de transição entre a Floresta Amazônica e o cerrado, possui fauna e flora bem variada. Entre os animais há a onça-pintada, uirapuru, garça-azul e tartaruga-da-amazônia. Entre as principais espécies vegetais há vários gêneros de orquídeas e árvores, como a maçaranduba e a piaçava.

[editar] Tópicos miscelâneos

[editar] Recursos naturais

Reservas brasileiras de urânio.
Reservas brasileiras de urânio.

O Brasil é rico em minérios, como bauxita, ouro, ferro, manganês, níquel, fosfatos, platina, urânio; todo o petróleo que extrai, é consumido na maior parte para produção de materiais de borracha e combustiveis por exemplo. Recentemente o Brasil conquistou sua auto-suficiência no petróleo ou seja, produz internamente todo o petróleo que consome.

[editar] Produção mineral

O Brasil importa principalmente cobre, enxofre e mercúrio. Os principais locais de extração de minério no país são:

  • Serra do Navio – produção de manganês, (atualmente escassa) voltada para o mercado externo; construção da estrada de ferro Amapá pela ICOMI.
  • Carajás – entre os rios Tocantins e Xingu; maior reserva de ferro do mundo; hidroelétrica de Tucuruí no rio Tocantins; estrada de ferro Carajás; construção e ampliação dos portos de Ponta da Madeira e Itaqui em são Luiz (MA).
  • Vale do Rio Trombetas – em Oriximiná (PA), produção de bauxita. Projetos Albrás e Alumar.
  • Serra Pelada – no vale do rio Tapajós (PA); ouro.
  • Rondônia – produção de cassiterita de onde se extrai o estanho.
  • Quadrilátero Ferrífero ou Central (Minas Gerais) – a exploração mineral é feita principalmente pela CVRD (Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em 1997); a produção destinada ao mercado externo são escoadas pela estrada de ferro Vitória-Minas até os portos de Vitória e Tubarão, no Espírito Santo; a produção para o mercado interno é escoada principalmente pela estrada de ferro Central do Brasil até o porto do Rio de Janeiro e o terminal de Sepetiba e também para São Paulo; ferro, manganês e bauxita.
  • Maciço de Urucum – nas proximidades de Corumbá / MS; produção de ferro e manganês; maior parte da produção é escoada pelo rio Paraguai; a produção é insipiente devido a precariedade dos sistemas de transporte e pela distância dos grandes centros consumidores e a pequena utilização in loco.
  • Sal Marinho (cloreto de sódio) – indústria, alimentação, gado; 90% da produção está no Nordeste (Areia Branca, Macau, Açu e Mossoró, todas elas no Rio Grande do Norte) e na região dos Lagos no RJ;pelo clima quente, alta salinidade das águas marinhas e a ação dos ventos alísios.

[editar] Combustíveis fósseis

  • Carvão mineral – formou-se pelo processo de soterramento de antigas florestas durante os períodos Carboníferos e Permiano (Era Paleozóica); fases: turfa, linhito, hulha e antracito; 90% das reservas mundiais encontram-se na Rússia, EUA e China; no Brasil,em Figueira(PR), em SC (vale do Tubarão) e RS (vale do rio Jacuí).
  • Petróleo – formou-se pela sedimentação de microorganismos marinhos no final do Mesozóico e início do Cenozóico. No Brasil, 70% das reservas estão na Bacia de Campos (RJ) e o restante é extraído do Recôncavo Baiano e Rio Grande do Norte. O Brasil desenvolve tecnologia para explorar petróleo em águas profundas através da Petrobrás.

[editar] Uso da terra

Uso da terra.
Uso da terra.
Terra arável 5%
Culturas permanentes 1%
Pastos permanentes 22%
Florestas e regiões de mata 58%
Outras 14%

Terra irrigada: 28.000 km quadrados (1993)

[editar] Divisão política

Ver artigo principal: Unidades federativas do Brasil
O Brasil, dividido por suas 27 Unidades da Federação.
O Brasil, dividido por suas 27 Unidades da Federação.

O Brasil está dividido em estados, que têm administração independente, submetidos apenas à constituição brasileira, ao código de leis brasileiras e à sua própria constituição estadual.

As unidades da federação possuem autonomia, porém não soberania. Somente a República Federativa do Brasil possui a soberania. Esta, por sua vez, pode ser representada externamente pela União, que é um dos entes da Federação, juntamente com os estados e municípios.

Atualmente, o Brasil está dividido em 26 estados e um Distrito Federal, agrupados em cinco regiões (populações do censo de 2007):

Estado Sigla Região Capital População
Acre AC Norte Rio Branco 655.385
Alagoas AL Nordeste Maceió 3.037.103
Amapá AP Norte Macapá 587.311
Amazonas AM Norte Manaus 3.221.939
Bahia BA Nordeste Salvador 14.080.654
Ceará CE Nordeste Fortaleza 8.185.286
Distrito Federal DF Centro-Oeste Brasília 2.455.903
Espírito Santo ES Sudeste Vitória 3.351.669
Goiás GO Centro-Oeste Goiânia 5.647.035
Maranhão MA Nordeste São Luís 6.118.995
Mato Grosso MT Centro-Oeste Cuiabá 2.854.642
Mato Grosso do Sul MS Centro-Oeste Campo Grande 2.265.274
Minas Gerais MG Sudeste Belo Horizonte 9.273.506
Pará PA Norte Belém 7.065.573
Paraíba PB Nordeste João Pessoa 3.641.395
Paraná PR Sul Curitiba 10.284.503
Pernambuco PE Nordeste Recife 8.485.386
Piauí PI Nordeste Teresina 3.032.421
Rio de Janeiro RJ Sudeste Rio de Janeiro 15.420.375
Rio Grande do Norte RN Nordeste Natal 3.013.740
Rio Grande do Sul RS Sul Porto Alegre 10.582.840
Rondônia RO Norte Porto Velho 1.453.756
Roraima RR Norte Boa Vista 395.725
Santa Catarina SC Sul Florianópolis 5.866.252
São Paulo SP Sudeste São Paulo 39.827.570
Sergipe SE Nordeste Aracaju 1.939.426
Tocantins TO Norte Palmas 1.243.627

Referências

[editar] Referências bibliográficas

  • ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2002. ISBN 9788508112197
  • ANTUNES, Celso. Geografia do Brasil: 2º grau. São Paulo: Scipione, 1990. 304 p. 1 v. v. 1. ISBN 85-262-1621-X
  • ANTUNES, Celso. Geografia e participação: Introdução aos estudos geográficos. São Paulo: Scipione, 1991. 4 v. v. 1.
  • CIVITA, Victor. Almanaque Abril 1997. São Paulo: Abril, 1998. 706 p. 1 v. v. 1.
  • CIVITA, Victor. Almanaque Abril Brasil 2001. São Paulo: Abril, 2001. 386 p. 2 v. v. 1. ISBN 858771043-5
  • PETRI, Setembrino; MENDES, Josué Camargo. Enciclopédia Mirador Internacional: Brasil: Geologia. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações, 1993. 1844 p. 20 v. v. 4. ISBN 85-7026-315-5

[editar] Referências eletrônicas

[editar] Ver também

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[editar] Ligações externas


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