Linha do Sabor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Linha do Sabor | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Legend
|
Linha ferroviária que liga a estação de Pocinho (Linha do Douro) à estação de Duas Igrejas (Dues Eigreijas) - Miranda, nos arredores de Miranda do Douro (Miranda de l Douro). Construída de forma faseada, o seu longo atraso na conclusão ditou, por falta de verbas, que nunca chegasse à cidade de Miranda do Douro (Miranda de l Douro). Os seus primeiros quilómetros são de uma rara beleza, que lhe valeram o lugar na conhecida canção "Eu vou a Miranda ver os pauliteiros", nos versos "o comboio vai a subir a serra, parece que vai mas não vai parar, sempre a assobiar vai de terra em terra, dê por onde der quero lá chegar!" e "o comboio vai a subir a serra, parece que vai mas não vai cair, sempre a assobiar vai de terra em terra, como a perguntar onde quero ir".
De facto, a Linha do Sabor possui a maior rampa ferroviária contínua em Portugal, sendo que nos 12km que vão da estação do Pocinho à de Torre de Moncorvo se vencem 300 metros de desnível, num traçado sinuoso, sendo que a meio deste percurso era necessária uma paragem técnica na denominada "estação da Gricha", para que as locomotivas a vapor pudessem recuperar pressão e continuar a longa subida.
Moncorvo foi, de todas as quatro sedes dos concelhos que a linha atravessa, a única a ter estação no próprio povoado. Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro tinham as suas respectivas estações a demasiada distância, o que em último caso condenou a longo prazo a Linha do Sabor ao declíneo da sua procura. Acelerado pelo despovoamento que a emigração ditou na segunda metade do século XX, o desinvestimento nesta via-férrea começou. O material traccionado a vapor durou até ao seu encerramento, tanto para os comboios de passageiros, de mercadorias e mistos. Para os de passageiros surgiu ainda uma pequeníssima automotora, fruto de um projecto nacional, que tinha carroçaria de autocarro e era impulsionada por um motor a gasolina. Ainda existe um exemplar deste peculiar comboio, na Secção Museológica da estação do Arco de Baúlhe, na Linha do Tâmega. Em suma, o material, anacrónico, começou a ser substituído gradualmente por circulações rodoviárias, deixando nos últimos anos de exploração ferroviária apenas uma circulação de comboios em cada sentido, que fizesse integralmente os 105km do Pocinho a Duas Igrejas (Dues Eigreijas), e duas no troço Pocinho - Mogadouro. O principal suporte da manutenção da linha, os comboios mineiros da extracção de Ferro na Serra do Reboredo, acabou com o declíneo rápido da extracção deste minério. Em 1988 estava tudo acabado na Linha do Sabor, aonde tinha chegado recentemente material a diesel, as locomotivas 9020 da Alstom, que prestaram serviço nas congéneres de Via Estreita do Douro.
Poucas semanas depois, o troço da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d'Alva era também encerrado, deixando o Pocinho como estação a partir da qual nenhum outro comboio prosseguia marcha. Actualmente, uma coligação de autarquias Durienses veio demonstrar a sua vontade em reatar as ligações ferroviárias internacionais no vale do Douro, anulando um projecto incoerente de instalar uma ciclovia do Pocinho a Barca d'Alva. Apesar de recentemente haver ciclovia entre Moncorvo e Larinho, já foi aprovado o alargamento desta ciclovia em direcção a Carviçais, e pretende-se fazer o mesmo entre Moncorvo e o Pocinho, decalcando um modelo que na região não tem aderência suficiente para a sua implementação, nem garante o desenvolvimento que o caminho-de-ferro, aliado ao turismo, pode oferecer.