Ressurreição de Cristo (Rafael)
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Ressurreição de Cristo |
Rafael, 1499-1502 |
Óleo sobre madeira |
52 × 44 cm |
Museu de Arte de São Paulo, São Paulo |
Ressurreição de Cristo, também conhecida como Ressurreição Kinnaird, é uma pintura a óleo sobre madeira do pintor renascentista Rafael. A obra é um trabalho da juventude do artista italiano, executada entre 1499 e 1502. É provável que seja um elemento de uma predella, tendo-se aventado a hipótese do painel ser uma das obras remanescentes do retábulo de San Nicola da Tolentino, a primeira encomenda documentada de Rafael.[1] A obra encontra-se atualmente conservada no Museu de Arte de São Paulo.
Índice |
[editar] Iconografia
A produção de imagens ancoradas na temática hierática e, sobretudo, na emblemática figura do Cristo, remonta às representações artísticas da Alta Idade Média, documentadas a partir do século III. No período paleocristão, a concepção iconográfica de Jesus encontra-se representada quase que exclusivamente na figura do Cristo como o “Bom Pastor”. O enriquecimento da cultura iconográfica cristã após a promulgação do Édito de Milão permitiu a ampliação dos ciclos narrativos.[2]
Na Baixa Idade Média, a predominância da figura de cristo como “Bom Pastor” foi sendo progressivamente substituída pela do “Cordeiro em sacrifício”, abrindo espaço para as representações do episódio da ressurreição. A fonte primária do tema é o evangelho de João (20, 21), em que se narra de forma concisa o fenômeno da ressurreição e da aparição de Jesus a Maria Madalena.[3]
A cena do Cristo ressuscitado, ostentando o estandarte da ressurreição, e elevando-se sobre o sarcófago na presença dos soldados – alternativamente retratados inconscientes, fascinados ou espantados diante do fenômeno que observam –, tornou-se bastante freqüente na cultura pictórica do Renascimento. Além de Rafael, artistas como Perugino e Piero della Francesca dedicaram-se ao tema, que, ademais, encontra ressonâncias para além das fronteiras italianas, notadamente na Alemanha, em obras de Matthias Grünewald e Albrecht Altdorfer.
[editar] A obra
[editar] Contexto geral
A obra foi adquirida pelo Museu de Arte de São Paulo em 1954, mas foi incorporada ao acervo do museu apenas em 1958, após retornar de uma série de exposições itinerantes promovidas pelo museu na Europa e nos Estados Unidos. Desde então, a Ressurreição Kinnaird tem sido objeto de intenso debate acerca de sua atribuição. O motivo é a relação entre a obra e dois desenhos, conservados no Ashmolean Museum de Oxford, consensualmente atribuídos a Rafael desde 1870.[4]
Os desenhos, datados alternadamente entre 1499 e 1503, foram inicialmente considerados como estudos preparatórios para uma Ressurreição de Cristo, encomendada a Perugino pela igreja de San Francesco al Prato, em Perugia (atualmente conservada nos Museus Vaticanos), para a qual Rafael teria colaborado extensamente. Com base na posterior vinculação da Ressurreição Kinnaird aos desenhos preparatórios de Oxford, a atribuição da obra a Rafael foi proposta por Pietro Maria Bardi em 1954[5], sendo posteriormente confirmada por um grande número de especialistas.[6]
[editar] Descrição
Na Ressurreição Kinnaird, Cristo ergue-se sobre um pomposo sarcófago, adornado com golfinhos dourados. Os guardiões, imersos em uma singular mistura de cores fortes e luminosas, contorcem-se de espanto ao presenciar o fenômeno sagrado, em marcante contraste à presença calma e linear do messias ao centro da composição. Rafael utiliza-se do desenho e da simetria para forjar um ambiente complexo e amplamente detalhado, ao mesmo tempo em que se esforça para garantir que todos os pormenores da composição conduzam o olhar do espectador à virtuosa figura do Cristo.
O equilíbrio da obra é obtido através da geometrização ideal da composição: o retângulo central da tumba expande-se em um outro, que circunscreve os quatro soldados. A animação rítmica da imagem é obtida a partir do gesto de alçar o braço – desencadeado no guardião sentado, à esquerda, até a figura do Cristo -, como se a orquestração compositiva correspondesse a um único movimento. A pequena escala da obra é contrabalanceada pelo acorde interno das personagens, dispostos em uma peculiar configuração espacial que parece dilatar a composição.[6]
Esta singular habilidade no manejo estrutural da composição torna-se evidente também na análise individual das figuras que compõem a cena. O guardião da direita, em pé, retomado de um dos desenhos preparatórios conservados no museu de Oxford, descreve um gracioso rodopio ascendente. Esse efeito espacial é obtido por meio do deslocamento da perna do personagem para trás, movimento que encontra ressonância no alçar do braço oposto e na rotação da cabeça, que fixa seu olhar no messias. É sobretudo nesse intricado jogo estrutural que se percebe claramente a mão de Rafael, como observa J. Barone:
Trata-se de uma qualidade essencialmente coreográfica já evidente no "assassino" da predella Raleigh (O Milagre de São Jerônimo que Salva Silvano e Pune Sabiniano, North Carolina Museum of Art), posteriormente desenvolvida no São Miguel Arcanjo (Louvre, Paris) e maximizada na figura de "Heliodoro" (Expulsão de Heliodoro do Templo, Stanza di Eliodoro, Vaticano). A preocupação com o ponto de equilíbrio figura-espaço circundante, traduzida em uma leve e graciosa estrutura estelar, é uma qualidade tipicamente rafaelesca, alheia ao universo úmbrio, como alheia a esse universo é também a pronunciada perspectiva da tumba e, enfim, a orquestração espacial da obra. | — Juliana Barone[7]
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[editar] Aspectos formais e estilísticos
A vinculação da Ressurreição Kinnaird aos desenhos conservados no Ashmolean Museum fomentou o debate sobre a possibilidade de participação de Rafael nas obras de Pietro Perugino, evidenciando ainda a proximidade estilística entre a obra de Rafael e a Ressurreição do Vaticano, entre outras obras de matriz perugiana, como a predella do políptico da Ascensão de Cristo do Museu de Rouen, e uma terceira Ressurreição, conservada em uma coleção particular de Londres.[8] Apesar de estar indubitavelmente ligada a este grupo de obras, a Ressurreição Kinnaird apresenta uma série de características singulares em relação a estas, tanto na construção individual dos personagens, quanto na construção compositiva da cena, evidenciando um afastamento da estética de Perugino.[9]
Estudos recentes apontam que a obra evidencia um certo conhecimento por parte de Rafael do ambiente artístico florentino[6], observável sobretudo nas afinidades entre o Cristo da Ressurreição Kinnaird e o de Luca della Robbia no Duomo de Florença (inspirado, por sua vez, no Cristo da Ressurreição Careggi, atribuído ao ateliê de Verrocchio, atualmente no Museu do Bargello). Da mesma forma, os anjos da obra do MASP parecem possuir uma certa semelhança com dois modelos em terracota de Verrocchio, conservados no Museu do Louvre, e com os anjos em vôo presentes no retábulo da sala degli Otto, de autoria de Filippino Lippi (Galleria degli Uffizi, Florença).[10]
"Mais uma vez, uma referência basilar sobre a poética rafaelesca encontra-se em Vasari (1568), para quem Rafael é capaz de unificar diversas tradições coexistentes, ao 'captar, mediante um modo intermediário de fazer tanto o desenho quanto o colorido, aquilo que lhe convém, segundo sua necessidade e capricho. Misturando com esse modo alguns outros, que advêm das mais altas realizações de outros mestres, fez de muitas maneiras somente uma, a qual foi sempre tida como propriamente sua.'" |
J. Barone, em Corpus da Arte Italiana em Coleções Brasileiras, 1250-1950[7] |
A hipótese ganha força ao analisar as considerações de Dal Pogetto, segundo quem, por volta de 1500, o universo pictórico de Rafael já era, "rico de experiências muito mais vastas e complexas que os exemplos estreitamente peruginescos, aos quais alguns gostariam de restringir sua formação", acrescentando que "faz-se necessário pressupor o conhecimento, por parte de Rafael, de uma alternativa, ou seja, de uma arte tendente ao movimento, como a florentina.”[6]
A Ressurreição Kinnaird parece ser uma das primeiras obras onde é possível observar este vínculo.[6] Sem embargo, J. Barone assinala que a assimilação de elementos da arte florentina parece coexistir com influência de Perugino e do ambiente artístico de Perugia, notável no tratamento decorativo da composição. As cores fortes e brilhantes, os rebuscados ornamentos que cobrem a tampa do sarcófago e as armaduras dos soldados, bem como a granulação luminosa das árvores, recordam sobretudo a poética de Pinturicchio, possível colaborador de Perugino.[8]
[editar] Atribuição
A mais antiga referência conhecida vinculando a Ressurreição Kinnaird a Rafael partiu de Wilhelm von Bode, em 1880.[6] O historiador alemão escreveu uma carta a Giovanni Cavalcaselle, informando-lhe sobre a existência da obra em pauta. Sem conhecer a pintura, Cavalcaselle, no entanto, prefere não tomar partido quanto à sua atribuição.[11] Em 1921, Gnoli sugeriu o nome de Mariano di Ser Eusterio como possível autor do painel, mas retira a atribuição dois anos depois.[12]
Um argumento esclarecedor ao debate foi apresentado por Regteren van Altena, em 1927, ao relacionar os dois desenhos atribuídos a Rafael no Ashmolean Museum à Ressurreição Kinnaird, contrariando a tradicional vinculação dos esboços à Ressurreição de Perugino, no Vaticano.[6] As opiniões se dividem: parte dos estudiosos (Dussler[13], Beccherucci[14]) acreditam que os desenhos teriam servido de estudos preliminares para as duas Ressurreições (MASP e Vaticano), e outra parte associa os desenhos exclusivamente à Ressurreição de São Paulo (Longhi[15], Parker[16], De Vecchi[17], entre outros).
Em 1954, logo após a aquisição da Ressurreição Kinnaird pelo MASP e às vésperas da exposição de peças da coleção do museu na Tate Gallery, em Londres, Pietro Maria Bardi assumiu a responsabilidade de incorporar o painel ao corpus das obras de Rafael.[5] A atribuição foi imediatamente aceita por Longhi[1] e Ragghianti[18], e confirmada por Suida.[8] No ano seguinte, Longhi reitera a atribuição e, entre outras considerações, associa a obra do MASP ao retábulo de San Nicola da Tolentino, com base nas semelhanças entre as figuras da Madalena do painel do MASP e da Virgem do referido retábulo.[19] Posteriormente, a atribuição a Rafael foi confirmada pela quase totalidade da crítica especializada (Parker, Dussler, Forlani Tempesti, De Vecchi, Camesasca, Ferino-Pagden, entre outros).[6]
Em 1992, Anna Forlani Tempesti anunciou a descoberta de um desenho com estudos de uma figura de Cristo, assinado por Rafael e conservado na Biblioteca Oliveriana, em Pesaro, Itália. Com base nas similaridades das composições, Forlani Tempesti vinculou os estudos de Rafael ao Cristo da Ressurreição Kinnaird.[20] Em 2003, a historiadora Carol Plazzotta, responsável pela retrospectiva das obras da juventude de Rafael, sediada na National Gallery de Londres entre outubro de 2004 e janeiro de 2005, viajou a São Paulo para examinar o painel do MASP, apresentado na mostra. Na opinião de Plazzotta:
Essa bela pintura, aqui aceita como um trabalho de Rafael, ainda está por ganhar aceitação universal na literatura acadêmica, em especial porque raramente foi vista, tendo permanecido em locais remotos por quase toda a sua história. A recente descoberta de estudos assinados é uma prova conclusiva da autoria do jovem artista. | — Carol Plazzotta[21]
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[editar] Proveniência
Uma das inscrições que se encontram no verso da Ressurreição traz o nome de "Gioacchino Mignanelli", membro de uma importante família sienense e, possivelmente, o primeiro proprietário da obra. A Ressurreição de Cristo integrou a coleção particular de Lorde Kinnaird, em Rossie Priory (Pertshire), na Inglaterra, de quem adveio seu título alternativo. Em seguida, passou à coleção Thomas Harris, em Londres. Leiloada pela Christie's de Nova Yorque em 1946, foi comprada por um colecionador norte-americano. Em 1954, a obra foi adquirida pelo Museu de Arte de São Paulo junto a Knoedler Gallery, com recursos providos por diversos doadores (Walther Moreira Salles, Gastão Vidigal Filho, Francisco Matarazzo Sobrinho, Diários e Emissoras Associados, entre outros)[6].
[editar] Exposições
A pintura integrou a tournée de obras do MASP que foram expostas em diversos museus europeus e norte-americanos entre 1954 e 1957, merecendo destaque as mostras européias na Tate Gallery de Londres, no Musée de l'Orangerie, em Paris, no Kunsthalle Museum de Düsseldorf e no Palazzo Reale de Milão, além das exposições no Metropolitan Museum of Art de Nova York e no Toledo Museum of Art, em Ohio. Em 1987, participou de um ciclo de exposições em museus de Milão, Martigny e Berlim[6]. Entre outubro de 2004 e janeiro de 2005, a obra figurou na retrospectiva Raphael: From Urbino to Rome, realizada pela National Gallery de Londres.[22]
[editar] Ver também
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Longhi, 1955, pp. 83-87.
- ↑ Trevisan, 2003.
- ↑ Eusébio, Maria de Fátima. A apropriação cristã da iconografia greco-latina: o tema do Bom Pastor (PDF). Faculdade de Letras da UCP. Página visitada em 11 de abril de 2008.
- ↑ Robinson, 1870.
- ↑ 5,0 5,1 Bardi, 1954.
- ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,9 Barone & Marques, 1998, pp. 62-67.
- ↑ 7,0 7,1 Barone, 1996, pp. 55-59.
- ↑ 8,0 8,1 8,2 Suida, 1955, pp. 5-8.
- ↑ Cuzin, 1983, pp. 13-20.
- ↑ Camesasca, 1987, pp. 74.
- ↑ Crowe & Cavalcaselle, 1884.
- ↑ Gnoli, 1923.
- ↑ Dussler, 1966.
- ↑ Beccherucci, 1968, pp. 15.
- ↑ Longhi, 1954.
- ↑ Parker, 1956.
- ↑ De Vecchi, 1966, pp. 88.
- ↑ Ragghianti, 1954, pp. 62.
- ↑ Longhi, 1955, pp. 8-23.
- ↑ Londra: alla mostra di Raffaello un disegno conservato a Pesaro. Centro Regionale Beni Culturali. Página visitada em 13 de abril de 2008.
- ↑ Carta, Gianni & Stycer, Maurício. Rafael o Magnífico. Carta Capital. Página visitada em 13 de abril de 2008.
- ↑ Chapman, Henry & Plazzotta, 2004.
[editar] Bibliografia
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