Rio de Janeiro (cidade)
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Município do Rio de Janeiro | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
"Cidade Maravilhosa"
"Rio" |
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O Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do País. Cidade brasileira mais conhecida no exterior[4][5] e maior rota do turismo internacional no Brasil[6], funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, a Estátua do Cristo Redentor (uma das sete maravilhas do mundo moderno), as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, a Floresta da Tijuca, a Quinta da Boa Vista, o Réveillon de Copacabana e o Carnaval.
Representa o segundo maior PIB do país[7] (e o 30º maior do mundo[8]), estimado em cerca de R$ 119 bilhões (IBGE/2005)[3], e é sede das duas maiores empresas brasileiras – a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina, as Organizações Globo.[9] Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional – segundo dados de 2005.[10]
Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital do Império do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.
Índice |
História
Descoberta
A baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos em 1º de janeiro de 1502. Embora se afirme que o nome Rio de Janeiro tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de nomenclatura entre rios, sacos e baías – motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente designado como rio. Os franceses estabeleceram-se na região em 1555 e foram expulsos pelos portugueses em 1567.
Período francês
Em 1º de novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na Ilha de Sergipe (atual Ilha de Villegagnon). Ali ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam alianças com os Tamoios e Tupinambás. Foi também com o auxílio dos povos autóctones que os portugueses atacaram e destruíram este agrupamento em 1560.
Período colonial
Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de Sá, desembarcaram num istmo entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, fundando, a 1 de Março de 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Uma vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Pão de Açúcar edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São João.
A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se deu em janeiro de 1567. A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando a partir daí novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente. A povoação foi refundada no alto do morro do Castelo (completamente arrasado em 1922), no atual centro histórico da cidade. O novo povoado marca, de fato, o começo da expansão urbana.
Durante quase todo o século XVII a cidade teve um desenvolvimento lento. Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual Centro. Com cerca de 30 mil habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância fundamental para o domínio colonial.
Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois de São Paulo. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino de Portugal e dos Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil a parte integrante do Reino Unido. É a única cidade no mundo que sediou um império europeu fora da Europa.
Período imperial
Após a independência, a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do império. Foi palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século XIX. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde força política para São Paulo e Minas Gerais.
Período republicano
Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado. Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central – a Cidade Velha e suas adjacências –, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.
Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares, como as reformas urbanas do Centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos. Vários cortiços foram demolidos e, a população pobre da Região Central, deslocada para as encostas de morros, na Zona Portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e da Providência. Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo de favelização (ainda não muito preocupante na época) – o que não impediu a adoção de várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da República.
Após a transferência da Capital Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome de "Estado da Guanabara". Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a Constituição do Rio de Janeiro.
Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 – a primeira reunião internacional de peso a se realizar após o fim da Guerra Fria, com a presença de delegações de 175 países.
Foi sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocasião à qual realizou investimentos em estruturas esportivas (incluindo a construção do novo Estádio João Havelange) e nas áreas de transportes, segurança pública e infra-estrutura urbana.
Geografia
Relevo
A cidade ocupa a margem ocidental da baía de Guanabara e algumas de suas respectivas ilhas (como Governador e Paquetá), e desenvolveu-se sobre estreitas planícies aluviais comprimidas entre montanhas e morros. A Serra do Mar, rebordo do Planalto Atlântico, ergue-se a noroeste, distando cerca de 40 quilômetros do litoral, e divisa a metrópole do interior.
O Rio de Janeiro está assentado sobre três grandes maciços: o da Pedra Branca, que atravessa a cidade no sentido leste-oeste (onde se encontra o ponto culminante do município, o Pico da Pedra Branca, de 1.024 metros[12]); o de Gericinó, ao norte (com o Pico do Guandu, de 900 metros); e o da Tijuca ou da Carioca, sobre o qual irrompem morros e picos, alguns cobertos por exuberante vegetação, de grande interesse turístico: o Pico da Tijuca (1.022 m)[13], o Bico do Papagaio (975 m), o Andaraí (900 m), a Pedra da Gávea (842 m)[11], o Corcovado (704 m), o Dois Irmãos (533 m) e o Pão de Açúcar (395 m), que se encontra à entrada da baía.
Seu litoral tem 197 quilômetros de extensão, inclui mais de 100 ilhas que ocupam 37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e à baía de Guanabara. O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de expressão a Restinga da Marambaia, e é arenoso, baixo e pouco recortado. O litoral da baía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador, de 29 km², local do Aeroporto Internacional do Galeão) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais. O litoral atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, todas integradas à paisagem urbana.
Diversas lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas baixadas, muitas de terreno pantanoso a ainda não completamente drenado.
Clima
O clima é classificado como tropical atlântico (Aw), segundo o modelo de Köppen, e a média anual das temperaturas é de 23,1ºC.[14]
Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. A média anual das temperaturas médias máximas mensais é 26,1ºC, e das médias mínimas mensais, 20ºC.[15] Já as médias anuais das temperaturas máximas e mínimas absolutas aferidas em cada mês ficam, respectivamente, em 36,2ºC e 13,8ºC.[15] Julho é o mês mais frio, com médias máxima e mínima de 24ºC e 17ºC, e janeiro, o mais quente (29ºC e 23ºC).[15]
Os verões são marcados por dias quentes e úmidos, eventualmente suplantando a barreira dos 40ºC em pontos isolados, enquanto os invernos apresentam-se amenos e com regime de chuvas mais restrito, com mínimas raramente inferiores a 10ºC. De modo geral, o ano pode ser dividido em duas estações: uma, relativamente quente e chuvosa, e outra, de temperaturas amenas; desta forma, primavera e outono agregam-se às características das demais, tratando-se mais de intervalos de transição do que estações propriamente definidas. Até hoje, o recorde oficial de menor temperatura já registrada deu-se no Campo dos Afonsos (4,8ºC), em julho de 1928, e o de maior, em Bangu (43,2ºC), em janeiro de 1984.[15]
Devido à altíssima concentração de edifícios nas regiões urbanas centrais, mais afastadas do litoral, é comum o surgimento de ilhas de calor, com termômetros superando a marca dos 40ºC nos meses mais quentes do ano. Nessas áreas e em outras, é possível verificar disparidades de alguns graus centígrados com relação às zonas costeiras, em razão das brisas marítimas.
Tabela Climática do Rio de Janeiro[15] | ||||||||||||||
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Temperatura | ||||||||||||||
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Média | |
M. T. Máximas Absolutas (°C) | 39 | 37 | 36 | 34 | 35 | 32 | 33 | 34 | 38 | 39 | 38 | 39 | 36,2 | |
M. T. Médias Máximas (°C) | 29 | 29 | 28 | 27 | 25 | 24 | 24 | 24 | 24 | 25 | 26 | 28 | 26,1 | |
M. T. Médias Mínimas (°C) | 23 | 23 | 22 | 21 | 19 | 18 | 17 | 18 | 18 | 19 | 20 | 22 | 20 | |
M. T. Mínimas Absolutas (°C) | 16 | 17 | 18 | 16 | 13 | 11 | 11 | 12 | 10 | 14 | 15 | 13 | 13,8 | |
Precipitação | ||||||||||||||
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Total | |
Total mm | 125 | 122 | 130 | 107 | 79 | 53 | 41 | 43 | 66 | 79 | 104 | 137 | 1086 | |
Dias Chuvosos | ||||||||||||||
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Total | |
Total | 13 | 11 | 12 | 10 | 10 | 7 | 7 | 7 | 11 | 13 | 13 | 14 | 128 | |
Humidade Relativa do Ar | ||||||||||||||
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Média | |
% (Antes do meio-dia) | 82 | 84 | 87 | 87 | 87 | 87 | 86 | 84 | 84 | 83 | 82 | 82 | 84,6 | |
% (Após o meio-dia) | 70 | 71 | 74 | 73 | 70 | 69 | 68 | 66 | 72 | 72 | 72 | 72 | 70,8 | |
Dados referentes ao período 1961-1990. |
O volume pluviométrico acumulado anual é de 1.086 mm.[15] As chuvas concentram-se nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, tornando-se mais esparsas no período de junho a agosto.[15] Abril e novembro apresentam números razoáveis, ainda que menores que os dos meses de maior pluviosidade. Em cerca de um terço dos dias (128), chove.[15] Os meses de outubro, novembro e janeiro têm, em média, 13 dias nos quais se verifica a ocorrência de precipitações; dezembro, 14; fevereiro e setembro, 11; e junho, julho e agosto, 7.[15] Todavia, o maior volume é observado em dezembro (137 mm), janeiro (125 mm), fevereiro (122 mm) e março (130 mm).[15] Temporais não são incomuns no verão, os quais invariavelmente ocasionam vítimas, fatais ou não, sendo o motivo maior os deslizamentos nas encostas da cidade.
A humidade relativa do ar denota índices aceitáveis durante todo o ano. A média no período que antecede o meio-dia fica em 84,6% e, após às doze horas, 70,8%.[15] Junho, julho e agosto apresentam os menores percentuais no período vespertino: 69, 68 e 66%, respectivamente.[15]
Parques e espaços públicos
A cidade conta com importantes parques e reservas ecológicas, como o Parque Nacional da Tijuca, o Parque Estadual Maciço da Pedra Branca, o Complexo da Quinta da Boa Vista e o Jardim Botânico (o mais antigo do Brasil[16]), entre outros.
Principais parques
De propriedade da União, o Parque Nacional da Tijuca é um monumento público natural destinado à preservação de espécies faunísticas e florísticas. Inicialmente com o nome de Parque Nacional do Rio de Janeiro, foi criado pelo Governo Federal em 6 de julho de 1961, numa área que hoje corresponde a 3.972 hectares.[17] Abriga uma biota de grande riqueza em quase toda sua extensão, abrangendo as regiões mais elevadas e pitorescas da cidade – inclusive a Floresta da Tijuca, replantada artificialmente no século XIX a mando de D. Pedro II. Entre os pontos turísticos do Parque, grutas, trilhas e cachoeiras, encontram-se marcos famosos da cidade, como a Pedra da Gávea, o Corcovado e o Pico da Tijuca (ponto culminante da reserva, elevando-se 1.022 metros acima do nível do mar).[13] De relevo montanhoso, inclui áreas do maciço da Tijuca. Foi considerado Patrimônio Ambiental e Reserva da Biosfera pela UNESCO, em 1991.
O Jardim Botânico foi fundado em 13 de junho de 1808 pelo então Príncipe-Regente de Portugal, D. João. A empreitada tinha por objetivo aclimatar o terreno da antiga fábrica de pólvora (anteriormente ocupado pelo Engenho Rodrigo de Freitas) ao cultivo de gêneros produtores de especiarias das Índias Orientais. Atualmente, desenvolve trabalhos teóricos e empíricos em diversos setores da Botânica, além de catalogar e estudar a vegetação brasileira e suas relações com o meio, e o comportamento de espécies exóticas ou indígenas. Em área aberta à visitação pública, a instituição mantém coleções de plantas vivas destinadas a pesquisa, que englobam mais de 6.500 espécies, algumas em estufas (ou ameaçadas de extinção). O Jardim compreende ainda fragmentos inteiramente preservados de Mata Atlântica, monumentos de valor histórico, artístico e arqueológico, e um importante centro de pesquisa, que inclui a mais completa biblioteca do país especializada em Botânica, com mais de 32 mil volumes (maior banco de dados do mundo sobre a Mata Atlântica).[18] Em 1991, foi considerado pela UNESCO uma Reserva da Biosfera, e rebatizado como "Instituto de Pesquisas Jardim Botânico" em 1998. Finalmente, em 2002, tornou-se uma autarquia.
Destaca-se ainda o Complexo da Quinta da Boa Vista, parque público de grande valor histórico e cultural, no bairro de São Cristóvão. Suas dependências abrigam o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instalado no antigo "Paço de São Cristóvão", um magnífico palácio em estilo neoclássico, utilizado como residência da Família Imperial Brasileira no século XIX. Atualmente, o Museu encontra-se sob administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e é um dos mais importantes do gênero na América Latina, tanto pela quantidade, quanto pela qualidade de suas coleções. O Paço abriga a exposição de um dos maiores acervos das Américas de animais empalhados, minerais, coleções de insetos, utensílios indígenas, múmias egípcias e sul-americanas, meteoritos, fósseis e achados arqueológicos. O edifício, que obedece às linhas do Rococó Barroco, é composto de três partes: a Casa do Trem (posteriormente renomeada Casa da Ordem), construída em 1762; o corpo do verdadeiro Arsenal de Guerra, datado de 1822; e o Anexo, de 1835. No Arsenal de Guerra, desde o final do século XVIII até os primeiros tempos da República, armas, munições e demais petrechos bélicos foram ali produzidos, com ênfase para a primeira fabricação de bronze no Brasil – trabalho de Mestre Valentim.
O Jardim Zoológico do Rio foi o primeiro zoológico nacional, inaugurado em 1888 por João Batista Viana Drummond (o Barão de Drummond) no bairro de Vila Isabel, em um terreno com riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais.[19] No entanto, em virtude das iminentes dificuldades financeiras, seus portões foram fechados em 1940. Em 18 de março de 1945, foi reinaugurado no Parque da Quinta da Boa Vista, onde se encontra até hoje. O zoológico carioca ocupa lugar de destaque na memória histórica do país. Certamente, uma das imagens mais marcantes é o imponente portão construído em sua entrada (oferecido como presente de casamento a D. Pedro I e à futura Imperatriz Leopoldina, por um nobre inglês), o qual pode ser visto na paisagem de algumas telas pintadas durante o Período Imperial. Em 1985, foi convertido na Fundação RIOZOO, mudança que propiciou certa agilidade administrativa e encetou um vigoroso processo de modernização, transformando-o em uma respeitada instituição de pesquisa e educação ambiental, reconhecida no Brasil e no exterior.[19]
Localizado na Zona Oeste, o Parque Estadual da Pedra Branca abriga o ponto culminante do Rio de Janeiro: o "Pico da Pedra Branca", de 1.024 metros.[12] Constitui o maior parque ecológico da cidade e a maior floresta urbana do mundo[20][21], com uma área total de 12.500 hectares[20] – cerca de 10% do território municipal. É encoberto por vegetação típica da Mata Atlântica (cedros, jacarandás, jequitibás e ipês), a qual serve de abrigo a uma generosa fauna composta por jaguatiricas, preguiças-de-coleira, tamanduás-mirins, pacas, tatus e cotias. Além do variado patrimônio natural, dispõe de algumas construções de interesse cultural e turístico, como um antigo aqueduto, represas, ruínas de sedes de antigas fazendas, e o pórtico e a subsede do Pau da Fome, em Jacarepaguá – principal via acesso à região, com projeto de autoria de José Zanine Caldas. Nas cercanias do Parque, encontra-se o Museu Nise da Silveira, na Colônia Juliano Moreira.
Em pleno centro da cidade, o Passeio Público é um parque ajardinado, projetado e parcialmente executado por Valentim da Fonseca e Silva. Foi o primeiro parque público das Américas, construído no século XVIII. Com inspiração no Passeio Público de Lisboa, e seguindo o estilo francês, surgiram as alamedas retas, que se cruzavam ortogonalmente, e outras formando diagonais, ostentando elementos decorativos também criados pelo artista, como chafarizes, estátuas e pavilhões. Em 1864, a pedido do Imperador D. Pedro II, teve o traçado dos jardins alterado pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou no sentido romântico, com aléias curvas e sinuosas, lagos e pontes. Após sucessivas intervenções ao longo do século passado, em 2004 passou por uma ampla reforma para devolver o traçado original de Glaziou. Da decoração original de Mestre Valentim restaram o conjunto do Chafariz do Menino, em ferro (1783), e a Fonte dos Amores, com estátuas de jacarés em bronze. Inclui-se entre os monumentos brasileiros tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Outros parques
Também podem ser elencados:
- Parque do Flamengo: oficialmente "Parque Brigadeiro Eduardo Gomes", mas popularmente conhecido por Aterro do Flamengo (ou apenas "O Aterro"), é um complexo de lazer construído sobre aterros sucessivos ao longo da baía de Guanabara.[22] Inaugurado em 1965, ocupa 1.200.000 metros quadrados[22], estendendo-se do Aeroporto Santos-Dumont, no centro, até o início da Praia de Botafogo, na Zona Sul, com a maior parte de seu território ao longo da Praia do Flamengo. Entre os elementos do complexo destacam-se o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos Pracinhas, a Marina da Glória, o Monumento a Estácio de Sá, áreas para a prática de esportes e uma faixa de areia na Praia do Flamengo.[22]
- Parque Henrique Lage: situado no sopé do morro do Corcovado, pertenceu ao industrial Henrique Lage. Ao redor do palácio, espraia-se um agradável jardim romântico de onde se avistam o Corcovado e o Cristo Redentor. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage funciona nas dependências palacianas.
- Parque Eduardo Guinle: localizado no bairro de Laranjeiras, conta com uma extensa área verde em aclive, onde se encontra a residência oficial do governador (Palácio Laranjeiras) – antiga mansão dos Guinle. O projeto original, da década de 1920, contemplava apenas os jardins e o palacete de Eduardo Guinle, concebidos pelo paisagista francês Gérard Cochet.[23] As dependências do parque também comportam o primeiro conjunto de edifícios residenciais voltados à elite carioca (projeto de Lucio Costa), jardins com a assinatura de Burle Marx, playgrounds, passeios, córregos e um lago artificial.[23]
- Campo de Santana, hoje Praça da República: logradouro situado no centro da cidade e marco da primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a D. Pedro II, que em 1941 foi demolida e reinaugurada como Central do Brasil – um edifício de estilo art-déco encimado por um enorme relógio de quatro faces, segundo maior do mundo na categoria.[24]
- Parque Estadual do Grajaú: com 55 hectares remanescentes da Mata Atlântica e diversas espécies da fauna nativa, é reduto de praticantes de alpinismo, habituados a escalar os 444 metros da Pedra do Andaraí.
- Parque Estadual da Chacrinha: dispõe de 13,3 hectares de mata envolta pelos prédios residenciais de Copacabana, e trilhas que dão acesso ao morro de São João, sendo de fundamental importância para a amenização do clima local.
- Parque Municipal do Mendanha: importante reserva de Mata Atlântica no bairro de Campo Grande, Zona Oeste, rica em madeira de lei e arbustos de valor medicinal, além de variada fauna.
- Reserva Ecológica de Grumari: área de preservação na Zona Oeste.
- Parque Ecológico Chico Mendes: inaugurado em 1989, no Recreio dos Bandeirantes, oferece visitas guiadas a viveiros de animais em extinção e trilhas para caminhadas, podendo-se avistar alagados e restingas quase intactos. Foi assim batizado em homenagem ao líder seringueiro assassinado no Acre, no ano anterior.[25] É administrado pela Fundação RIOZOO.[25]
- Bosque da Barra: com 50 hectares, é uma das áreas verdes mais visitadas da Zona Oeste. Possui alamedas, trechos arborizados, quadras de esportes e um grande lago.
- Reserva de Marapendi: situa-se na Baixada do Jacarepaguá, de onde se pode ver de perto a Lagoa de Marapendi, emoldurada por vegetação de restinga.
- Parque da Cidade: com 470 mil metros quadrados de área verde, é considerado o "pulmão" do bairro da Gávea. Abriga o Museu Histórico da Cidade.
- Reservas de Manguezais (Restinga da Marambaia / Barra de Guaratiba)
Política municipal
No Rio de Janeiro, o Poder Executivo é representado pelo prefeito e gabinete de secretários, em conformidade ao modelo proposto pela Constituição Federal. A Lei Orgânica do Município e o atual Plano Diretor, porém, preceituam que a administração pública deve conferir à população ferramentas efetivas ao exercício da democracia participativa. Deste modo, a cidade é dividida em subprefeituras, cada uma delas dirigida por um submandatário nomeado diretamente pelo prefeito.
O Poder Legislativo é constituído à câmara municipal, composta por 50 vereadores[26] eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes).[27] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto assegurado ao prefeito, o processo de votação das leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre Executivo e Legislativo.
Conselhos municipais há, entretanto, que atuam em complementação ao processo legislativo e ao trabalho engendrado nas secretarias. Obrigatoriamente formados por representantes de vários setores da sociedade civil organizada, acenam em frentes distintas – embora sua representatividade efetiva seja por vezes questionada. Encontram-se atualmente em atividade: Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMAM), de Saúde (CMS), dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), de Educação (CME), de Assistência Social (CMAS) e Antidrogas.
Por ser a capital do estado, a cidade também é sede do Palácio Laranjeiras (Poder Executivo) e da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), localizada no Palácio Tiradentes – edifício que já foi ocupado pelo Congresso Nacional, entre 1926 e 1960.
Empresas públicas ou de economia mista
Pertencem à prefeitura – ou, é esta sócia (majoritária ou não) em seus capitais sociais – diversas empresas responsáveis por serviços públicos ou aspectos econômicos do município:
- Centro de Feiras, Exposição e Congressos (Riocentro): sob administração da multinacional de origem francesa GL Events desde 2006, organiza tradicionalmente eventos de grandes proporções, tendo em seu histórico a ECO-92 e os Jogos Pan-americanos de 2007. Maior centro de convenções da América Latina[28], com uma área total de 571 mil metros quadrados e cinco pavilhões para feiras, exposições e congressos[28], foi eleito em 2006 e 2007 o melhor da América do Sul pelo World Travel Awards.[29][30]
- Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz): vinculada à Secretaria de Obras, gerencia a iluminação pública no município. Entre suas principais atribuições estão a elaboração de projetos e a execução de obras de instalação de novos pontos de luz nos logradouros públicos e em monumentos e prédios que fazem parte do patrimônio natural, histórico, arquitetônico e cultural da cidade. Também coordena a iluminação do carnaval carioca.[31]
- Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb): tendo a prefeitura como acionista majoritária, é uma sociedade anônima de economia mista e a maior organização de limpeza pública na América Latina.[32] Atua nos serviços de coleta domiciliar, na limpeza dos logradouros públicos, praias e mobiliário urbano e na higienização dos hospitais municipais.[32] A empresa também dispõe de um centro de pesquisas aplicadas, em Jacarepaguá.[32]
- Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-RIO): sociedade anônima de economia mista controlada pela prefeitura e vinculada à Secretaria Municipal de Transportes, é responsável pela fiscalização do trânsito, aplicação de multas e manutenção do sistema viário e de circulação da cidade. Elabora e divulga relatórios periódicos sobre acidentes e a fluidez nas vias urbanas.[33]
- Empresa Distribuidora de Filmes (Riofilme): criada em novembro de 1992, tem contribuído para a revitalização do cinema nacional ao correr dos anos, carreando verbas à produção e distribuição de filmes de curta, média e longa-metragem e à expansão dos liames do mercado exibidor.[34] Situa-se no bairro das Laranjeiras, em um casarão do final do século XIX conhecido como "Casas Rosadas".[34]
- Empresa Municipal de Artes Gráficas (Imprensa Oficial): primeira imprensa oficial de nível municipal, atende a todas as necessidades de serviços gráficos de 54 órgãos municipais de administração direta, indireta e fundacional, e edita o Diário Oficial do Município e seus suplementos.[35] Ademais, confecciona livros, panfletos, boletins, cartazes e impressos destinados a escolas e hospitais municipais e ao funcionamento de todos os serviços do Rio de Janeiro.[35]
- Empresa Municipal de Informática (IplanRio): fundada em 1979, administra os recursos de tecnologia da informação da prefeitura.[36]
- Empresa Municipal de Multimeios Ltda. (MultiRio): parte integrante da Secretaria Municipal de Educação (SME), concebe e produz mídias para crianças e adolescentes, alunos de escolas municipais e seus professores e familiares, além de promover vinhetas, séries e programas educativos para a TV.[37]
- Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe): encarrega-se do desenvolvimento de projetos e obras públicas de infra-estrutura, urbanização, reformas, construções, conservação e manutenção preventiva de prédios públicos. Também elabora orçamentos, projetos de arquitetura e realiza licitações.[38] É uma empresa pública de capital fechado, tendo a Prefeitura do Rio de Janeiro como único acionista.
- Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal): como força de segurança comunitária da prefeitura, tem por missão asseverar a integridade de bens, serviços e instalações municipais. Foi instituída a 27 de setembro de 1992, e oficialmente implantada pelo Decreto Municipal n.º 12.000, de 30 de março de 1993.[39]
- Empresa de Turismo (Riotur): é o órgão executivo da Secretaria Especial de Turismo que atua na organização de grandes eventos e na promoção turística da cidade, observando a superveniência das diretrizes e programas da Administração Municipal.[40]
Autarquias municipais
- Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP): vinculado à Secretaria Municipal de Urbanismo, encarrega-se das atividades correlatas ao planejamento urbano, à produção de informações geográficas, cartográficas e estatísticas e ao desenvolvimento de projetos estratégicos que subsidiam estudos sócio-econômicos e políticas setoriais.[41] Tem sua origem na Fundação RioPlan, da qual se desmembrou em 1998. Criada em 1979 e convertida posteriormente em Empresa Municipal de Informática e Planejamento, a IplanRio conduzia projetos urbanísticos e a produção de estatísticas gerenciais, além de ser responsável pela base cartográfica do Rio de Janeiro.[41]
- Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro: autarquia voltada ao gerenciamento do Regime Próprio de Previdência do Município – Fundo Especial de Previdência do Município do Rio de Janeiro (FUNPREVI) – e à concessão de benefícios assistenciais e prestação de serviços a seus segurados.[42]
Divisão administrativa
O município do Rio de Janeiro é dividido em 160 bairros, agrupados em 34 regiões administrativas. A cidade conta com 19 subprefeituras.
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Zona Oeste · | Região Central · | Zona Sul · | Zona Norte |
Demografia
Crescimento populacional
A população estimada para o Rio de Janeiro pelo IBGE em 2007 foi de 6.093.472 habitantes na cidade e 11.571.617 na região metropolitana, o que o torna a segunda maior aglomeração urbana do Brasil[1][43] (e 23ª do mundo).[44]
As taxas de incremento médio anual da população foram de 0,82% (2000-2005) e 0,75% (1991-2000) na cidade, e 1,05% (2000-2005) e 1,18% (1991-2000) na região metropolitana – o que indica, de modo geral, uma suave desaceleração na taxa de crescimento dos demais municípios do Grande Rio, e um pequeno aumento na taxa da capital.[45]
- Evolução demográfica da cidade do Rio de Janeiro
Composição étnica
Na região metropolitana, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou as seguintes proporções no tipo físico da população: brancos, 53,6% (6.207.702); pardos, 33,6% (3.891.395); pretos, 12,3% (1.424.529); e amarelos ou indígenas, 0,5% (57.908).[46]
Dentre os fluxos migratórios mais significativos, destacam-se os de portugueses e demais povos europeus, nordestinos e afro-brasileiros.
Imigração portuguesa
Tal fluxo migratório deflagrou-se no século XVI, e atingiu seu auge no início do século XX, constituindo uma das maiores massas de imigrantes já recebidas pelo país. Entretanto, foi apenas em 1808, com o estabelecimento da Família Real Portuguesa no Rio de Janeiro, e a relativa proximidade das jazidas mineiras (descobertas no século XVIII), que a cidade beneficiou-se da onda lusitana. Somente naquele ano, aportaram em território brasileiro 15 mil nobres e pessoas da alta-sociedade portuguesa – a grande maioria, na então capital da Colônia.
Após a Independência, os fluxos migratórios apresentaram uma redução paulatina, em razão da xenofobia criada contra os portugueses à época. Mas, com o passar dos anos e a carência de mão-de-obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro, voltaram a crescer. A partir de 1850, a imigração portuguesa tomou caráter quase que exclusivamente urbano e, ao contrário de alemães e italianos que vinham para trabalhar na agricultura, os portugueses rumavam a dois destinos preferenciais: as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Entre 1881 e 1991, mais de 1,5 milhão de pessoas migraram de Portugal para o Brasil. Em 1906, 133.393 portugueses viviam no Rio de Janeiro – 16% da população da época. Apesar das taxas migratórias terem-se reduzido drasticamente a partir da década de 1930 (e, com maior ênfase, após 1960), ainda hoje, a cidade é considerada a segunda mais portuguesa do mundo, depois de Lisboa.[48][49]
Migrantes de outros estados do Brasil
É possível notar um respeitável contingente de pessoas de outros estados, sobretudo nordestinos. Paraibanos e pernambucanos fazem-se bastante presentes. No auge da industrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, passaram a migrar para a Região Sudeste em busca de melhores condições de vida e trabalho. Com a melhoria estrutural de outras regiões do país, e os problemas resultantes da superpopulação nas grandes cidades, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Embora Rio de Janeiro e São Paulo continuem sendo importantes pólos de atração, a migração "polinucleada" ganhou contornos mais acentuados.
Afro-brasileiros
Também existem muitos afro-brasileiros desde o período colonial – a maioria descendente de escravos trazidos de Benim, Angola e Moçambique. Com importantes contribuições de seu sincretismo religioso e musical, elementos remanescentes da cultura africana encontram-se hoje emaranhados à cultura brasileira e da cidade.
Demais imigrantes
Alemães, italianos, russos, suíços, libaneses, judeus, espanhóis, franceses, argentinos, chineses e seus respectivos descendentes compõem uma parcela considerável dos povos estrangeiros radicados na cidade.
Religião
População residente por religião (Censo 2000)[50] | ||
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Religião | Número de adeptos | (%) |
Católicos | 3.556.096 | 60,71 |
Evangélicos | 1.034.009 | 17,65 |
Sem religião | 781.080 | 13,33 |
Espíritas | 201.714 | 3,44 |
Umbandistas | 72.946 | 1,25 |
Testemunhas de Jeová | 36.273 | 0,62 |
Candomblecistas | 29.831 | 0,51 |
Judeus | 23.862 | 0,41 |
Budistas | 12.741 | 0,22 |
São diversas as doutrinas religiosas manifestas na cidade. Tendo-se expandido sobre uma matriz social de predominância católica – em virtude do processo colonizador e imigratório, e da ausência de um estado laico que, à época, preconizava o catolicismo – a maioria dos cariocas ainda hoje se declara como tal. No entanto, é substancial a presença de dezenas de denominações protestantes (cerca de 18% da população residente[50]), além do Espiritismo, que apresenta uma penetração considerável, com mais de 200 mil adeptos.[50] As religiões afro-brasileiras (Umbanda e Candomblé) encontram respaldo em vários segmentos sociais, embora professadas por menos de 2% da população.[50]
Segundo o último censo do IBGE, o percentual dos que não possuem filiação religiosa alguma é expressivo – superior à média nacional, de 7,3% –, sobrestando, inclusive, ao das comunidades espírita e umbandista.[50] Testemunhas de Jeová, judeus e budistas são grupos minotários, mas em ascensão.
Igreja Católica Romana
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Sé Metropolitana da respectiva Província Eclesiástica, pertence ao Conselho Episcopal Regional Leste I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (instalada no Rio até 1977). Fundada em 1676, abrange um território de 1.721 km², organizado em 246 paróquias.
A Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou Catedral Metropolitana, foi inaugurada em 1979, na região central da cidade. Suas instalações guarnecem um acervo de grande valor histórico e religioso: o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Arquivo Arquidiocesano. Lá também estão sediados o Banco da Providência e a Cáritas Arquidiocesana.[51] Em estilo contemporâneo, apresenta formato cônico, com 96 metros de diâmetro interno e capacidade para receber até 20 mil fiéis. O esplendor da edificação, de linhas retas e sóbrias, deve-se aos cambiantes vitrais talhados nas paredes até à cúpula. Seu projeto e execução foram coordenados pelo Monsenhor Ivo Antônio Calliari (1918-2005).[51]
São Sebastião é reconhecido como o padroeiro da cidade, razão pela qual esta recebeu o nome canônico de "São Sebastião do Rio de Janeiro".
Igrejas Protestantes e Evangélicas
Na cidade coexistem vários credos protestantes ou reformados, exemplificados pelas Igrejas Evangélicas Batista, Presbiteriana, Metodista, Congregacional, Adventista do Sétimo Dia e Luterana, e pelas de origem pentecostal: Universal do Reino de Deus, Assembléia de Deus, Congregacional Cristã do Brasil, Evangelho Quadrangular, Casa da Bênção, Deus é Amor, Cristã Maranata e Nova Vida.[50] Nas últimas décadas, cominou-se um avanço suplementar dessas igrejas, essencialmente nas regiões periféricas e no centro.
Economia
Composição do PIB
O Rio de Janeiro é a cidade com o segundo maior PIB[7] no Brasil, superada apenas por São Paulo. Detém também o 30º maior PIB[8] do planeta, o qual, segundo dados do IBGE, foi de cerca de R$ 118.979.752.000 em 2005[3] – equivalente a 5,54% do total nacional.[7]
Serviços |
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Impostos |
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Indústria |
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O setor de serviços abarca a maior parcela do PIB (65,28%), seguido pelos impostos (23,19%), pela atividade industrial (11,5%) e pelo agronegócio (0,03%).[52]
Beneficiando-se da posição de capital federal ocupada por um longo período (1763-1960), a cidade transformou-se em um dinâmico centro administrativo, financeiro, comercial e cultural. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tal como considerada pelo IBGE[43], ostenta um PIB de R$ 172.563.073.000, constituindo o segundo maior pólo de riqueza nacional.[3] Concentra 70% da força econômica do estado e 8,04% de todos os bens e serviços produzidos no país.[3] Há muitos anos congrega o segundo maior pólo industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo, indústrias naval, siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas, gás-químicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas, cimenteiras e moveleiras. No entanto, as últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande pólo nacional de serviços e negócios.
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), que atualmente negocia apenas títulos públicos, foi a primeira bolsa fundada no Brasil, em 1845, e localiza-se na região central.[53]
Setores em destaque
No Rio estão sediadas as duas maiores empresas brasileiras – a Petrobras e a Vale –, o maior grupo de mídia e comunicações da América Latina – as Organizações Globo[9] –, e grandes empresas do setor de telecomunicações, como: Oi, TIM, Embratel, Intelig, Net (maior empresa multisserviços via cabo da América Latina[54]) e Star One (maior empresa latino-americana de gerenciamento de satélites).
Evolução do Produto Interno Bruto (PIB)[3] | ||
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Ano | PIB (R$ 1000) | PIB per Capita (R$) |
2002 | 90.939.540 | 15.242 |
2003 | 95.680.944 | 15.923 |
2004 | 112.586.665 | 18.605 |
2005 | 118.979.752 | 19.525 |
No setor de petróleo, verifica-se um arranjo consentâneo de mais de 700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil (Shell, Esso, Ipiranga, Chevron Texaco, El Paso, Repsol YPF). A maioria mantém centros de pesquisa espalhados por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5 do petróleo e dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do território nacional.[6] A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (maior siderúrgica da América Latina) e a filial brasileira da BHP Billiton exercem papel de destaque no setor de mineração.
O Rio de Janeiro herdou de seu passado uma forte vocação cultural. Atualmente, aglutina os principais Centros de Produção da TV Brasileira: o Projac da Rede Globo de Televisão, o RecNov da Rede Record e o Pólo de Cinema de Jacarepaguá – responsáveis pela geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por estúdios cariocas, captando R$ 91 milhões em recursos federais através de leis de incentivo fiscal.[6]
Coca-Cola Brasil, Michelin, PSA Peugeot Citroën, Xerox do Brasil, GE Oil & Gas, Light, Chemtech, Transpetro, Souza Cruz (British American Tobacco), Previ, Grupo SulAmérica, Grupo Queiroz Galvão, Ponto Frio e Lojas Americanas compõem a lista das grandes companhias sediadas na cidade. Segundo dados da Associação Comercial do Rio de Janeiro, dos cerca de 250 laboratórios existentes no país, 80 operam no estado do Rio, sendo a maior parte na capital.[55] Ênfase para Schering-Plough, GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventis, Roche e Merck.
A cidade reúne os principais grupos nacionais e internacionais do setor naval e os maiores estaleiros do país e do estado – o qual detém cerca de 90% da produção de navios e de equipamentos offshore no Brasil.[6][56]
O turismo confere mais do que um mero adendo à economia local, vez que, de todos os estrangeiros que visitam o país, 40% têm como destino a capital fluminense[6], atraídos por uma miríade de ícones culturais e paisagísticos – o que leva à criação de diversos postos de trabalho, robustecendo os setores comercial e de hotelaria. De acordo com um levantamento recente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) para 2008, existem 31 estabelecimentos da categoria (segundo lugar no ranking), ou 8,4% do total nacional).[57]
Uma parcela significativa do parque gráfico-editorial brasileiro faz-se presente. Quanto à indústria fonográfica, figuram gigantes como EMI, Universal Music, Sony BMG, Warner Music e Som Livre.
Muitas empresas estatais, fundações públicas e autarquias federais possuem suas sedes estabelecidas na cidade, com destaque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Eletrobrás (maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina), as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA-Rio), o Inmetro, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Escritório-Central da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Confederação Nacional do Comércio (CNC; também sediada em Brasília), a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Educação e ciência
Com 2.101 estabelecimentos de ensino fundamental, 1.977 unidades pré-escolares, 685 escolas de nível médio e 66 instituições de nível superior, a rede de ensino carioca é a segunda mais extensa do país.[52] Ao total, são 1.572.535 matrículas e 99.161 docentes registrados.[52]
Educação no Rio de Janeiro em números[52] | ||||||
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Nível | Matrículas | Estudantes da rede pública (%) | Docentes | Escolas (total) | Unidades de ensino da rede pública (%) | Ano de referência |
Ensino Pré-Escolar | 159.759 | 60,11 | 9.621 | 1.977 | 37,68 | 2006 |
Ensino Fundamental | 829.487 | 76,18 | 47.589 | 2.101 | 51,98 | 2006 |
Ensino Médio | 297.910 | 81,23 | 20.992 | 685 | 44,67 | 2006 |
Ensino Superior | 285.379 | 18,38 | 20.959 | 66 | 9,09 | 2005 |
Indicadores
O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,933 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)[2] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,4% (superior apenas às das capitais da Região Sul).[58]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, o Rio obteve a terceira melhor colocação dentre as capitais brasileiras.[59] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2005, três escolas cariocas ocuparam os primeiros lugares: o Colégio de São Bento, o Colégio Santo Agostinho e o Colégio PH.[60] A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, foi a instituição pública de nível médio a alçar a maior nota no quadro nacional, conquistando a quinta posição.[60] Em 2007, oito escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores do ranking, sendo os colégios São Bento e Santo Agostinho os respectivos primeiro e segundo colocados.[61] Contudo – e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole –, em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se numa das causas preponderantes à evasão.
Na capital fluminense também se encontra a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1937 com apoio do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ensino superior
Contemplado por expressivo número de renomadas instituições de ensino e centros de excelência, o Rio de Janeiro é o segundo maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional – segundo dados de 2005.[10] No cenário atual, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas.
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): criada em 1920[62] com o nome de Universidade do Rio de Janeiro, é a maior e mais antiga universidade federal do país. Nasceu da fusão de três faculdades preexistentes: Medicina, Direito e Politécnica. Em 1937, após desvelada uma grande reestruturação, passou a ser chamada de Universidade do Brasil, recebendo o nome atual em 1965 – ocasião em que adquiriu plena autonomia financeira, didática e disciplinar.[62] O campus principal situa-se na Ilha do Fundão, e há mais quatro campi espalhados pela cidade. Conferem-lhe grande prestígio as áreas de ciências exatas e de saúde, com elevado índice de produção científica associado à tradição dos cursos. Conta com laboratórios, bibliotecas, editora, gráfica, hospitais, núcleos policlínicos, maternidade-escola, orquestra sinfônica, coral, galerias de arte, observatório, ginásios e quadras poliesportivas. Destaque para o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE), pólo de excelência na área. No "Ranking das 500 melhores universidades do planeta" – divulgado em novembro de 2007 pelo “Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan", que avaliou e classificou a performance da produção científica em universidades do mundo todo – a UFRJ aparece como a segunda instituição de ensino superior do Brasil mais bem colocada, ocupando a 331ª posição.[63]
- Fundação Getúlio Vargas (FGV): com sede no Rio de Janeiro, a instituição protagoniza um papel supraliminar na constituição do pensamento econômico no país, assessorando governos federais, estaduais e municipais e organismos internacionais. Destaca-se na formação de administradores, economistas e, mais recentemente, com os novos cursos de Ciências Sociais, Gestão de Tecnologia da Informação e Direito. Na cidade, funcionam a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE), a Escola Superior de Ciências Sociais (CPDOC), a Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e a Escola de Direito do Rio de Janeiro (Direito Rio) – a qual teve seu projeto de graduação laureado com grau máximo pela OAB e pelo MEC, em todos os quesitos.[64]
- Instituto Militar de Engenharia (IME): Escola de Engenharia mais antiga das Américas, teve início em 1792, quando, por ordem de Maria I, Rainha de Portugal, foi instalada a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho.[65] No estágio atual, descende da fusão, em 1959, do Instituto Militar de Tecnologia – fundado em 1941 – com a Escola Técnica do Exército.[65] Com seus ensaios tecnológicos e cursos de graduação e pós-graduação em engenharias e ciências agregadas, oferece contribuições superlativas ao desenvolvimento científico nacional. Foi eleita uma das melhores faculdades de Engenharia do Brasil, conquistando a primeira colocação em 9 dos 10 cursos avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) em 2005. Situa-se no bairro da Urca, ao lado da estação do Bondinho do Pão de Açúcar.
- Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ): prestigiada instituição de ensino superior, tem seu principal campus no bairro do Maracanã, Zona Norte da cidade. Suas origens remontam à extinta "Universidade do Distrito Federal (UDF)", após a união de quatro faculdades anteriores: a Faculdade de Ciências Jurídicas, a Faculdade de Ciências Médicas, a Faculdade de Ciências Econômicas e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Oferece o melhor curso de Desenho Industrial da América Latina[66] e um dos melhores cursos de Medicina do Rio de Janeiro.
Completam o exemplário acima as seguintes instituições: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Universidade Candido Mendes (UCAM), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Gama Filho (UGF), Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Universidade Estácio de Sá (UNESA), Universidade Santa Úrsula, Universidade Veiga de Almeida (UVA) – entre outras.
Principais institutos de pesquisa e normalização
- Fundação Oswaldo Cruz: instituição científica criada em 1900, com o nome de "Instituto Soroterápico". Em 1918, passou a denominar-se Instituto Oswaldo Cruz, em homenagem ao pesquisador brasileiro que, ao lado de Ismael Rocha e do veterinário francês Carré, aí realizou os primeiros estudos e experimentos. Concentra-se em atividades de pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra doenças tropicais. O Instituto de Tecnologia de Fármacos – Farmanguinhos –, encampado pela fundação, é o principal centro de desenvolvimento de anti-retrovirais[67] e maior laboratório oficial do Brasil.[68]
- Academia Brasileira de Ciências (ABC): fundada em 1916, subsistiu, por muito tempo, como uma associação eminentemente honorífica. Atualmente, além de sua função corporativa, coordena a publicação de pesquisas e anais, subvencionando programas e eventos de cariz científico e a implantação de novas instituições. Também entretém relações de cooperação internacional, com vistas à criação de convênios e parcerias. Seus membros, titulares e associados distribuem-se em dez áreas especializadas: Ciências Matemáticas, Ciências Físicas, Ciências Químicas, Ciências da Terra, Ciências Biológicas, Ciências Biomédicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências da Engenharia e Ciências Humanas.
- Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA): desde 1952, é um centro de pesquisa e ensino em nível de pós-graduação associado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Abriga a sede da Sociedade Brasileira de Matemática, contribuindo, mormente, com a organização de colóquios e para a implantação e renovação do ensino de matemática no país.
- Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF): incorporado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), empreende investigações experimentais e teóricas em física de altas energias, cosmologia, biofísica, mecânica estática e teoria dos campos. Existe desde 1949, atuando na formação e aperfeiçoamento do pessoal científico e no desenvolvimento de atividades acadêmicas de pós-graduação em Física Teórica e Experimental, Física Aplicada e Cosmologia.
- Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Petróleo (CENAP): centro de pesquisas voltado à capacitação profissional na área petrolífera e à implementação de estudos tecnológicos afins, localiza-se na Ilha do Fundão, em uma área 122 mil metros quadrados.[69] Por duas vezes – em 1992 e 2002 –, consolidou-se na condição de principal centro de pesquisas da América Latina no setor, agraciado com o "Offshore Technology Conference", maior premiação mundial do ramo do petróleo.[69]
- Observatório Nacional: filiado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), encarrega-se da prestação de serviços tecnológicos e estudos geodésicos, astronômicos e astrofísicos diversos, disponibilizando cursos de pós-graduação com mestrado e doutorado nas áreas. Sua história teve início em 1827, quando foi erigido, por determinação do Imperador D. Pedro I, no torreão da antiga Escola Militar, o então Imperial Observatório do Rio de Janeiro.[70] Situa-se no morro de São Januário, e é responsável pela geração e divulgação da Hora Legal Brasileira.
- Instituto Nacional de Tecnologia (INT): órgão de pesquisas tecnológicas instituído em 1934, auxilia a indústria brasileira em questões técnicas e tecnológicas. Realiza estudos dirigidos acerca da qualidade de produtos e matérias-primas nacionais. É subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
- Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro): criado em 1973, é uma autarquia do governo federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Executa as políticas de metrologia legal e científica, de normalização industrial e a avaliação da qualidade dos produtos. Encarrega-se da acreditação de laboratórios de calibração e de ensaio, de provedores de ensaios de proficiência, e de organismos de certificação, inspeção e treinamento – indispensáveis ao desenvolvimento da infra-estrutura de serviços tecnológicos no país –, além de gerir as relações de intercâmbio com entidades estrangeiras, propiciando a inserção do Brasil nas atividades internacionais concernentes a metrologia e qualidade.
- Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): autarquia federal constituída em 1970 e vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cuja atribuição é executar as normas regulatórias da propriedade industrial.
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): organismo estatal voltado à análise e prospecção de dados referentes à população e aos territórios, e aos recenseamentos econômico e demográfico. Implantou as macrodivisões territoriais do Brasil segundo critérios geoconômicos. Suas pesquisas e publicações oferecem subsídios à elaboração e implantação das políticas públicas em vários setores.
- Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB): em atividade desde 21 de outubro de 1838, é a mais antiga instituição de fomento à pesquisa e preservação histórico-geográfica, cultural e de ciências sociais do Brasil.[71] Criado com o objetivo pleno de coligir, metodizar e publicar os arquivos de relevância à história e geografia no país e corresponder-se com as demais associações congêneres no mundo,[72] exerceu um papel fulcral na difusão dos conhecimentos desses ramos científicos no ensino público. A partir da segunda metade do século XX, agregaram-se historiadores e intelectuais diversos ao seu quadro funcional, com a inauguração de novas seções estaduais.[72]
Transportes
Aeroportos
A cidade conta com três aeroportos comerciais:
- Aeroporto Santos-Dumont, localizado em pleno centro da cidade, serve principalmente à Ponte aérea Rio-São Paulo e a vôos estaduais e regionais. Foi o primeiro aeroporto civil do país[73], construído na década de 1930. Projetado pelos irmãos Roberto, o terminal de passageiros é considerado um ícone da arquitetura modernista brasileira, e entrou na lista de construções tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inpac) em agosto de 1998. Recentemente passou por uma grande reforma que incluiu a ampliação e remodelagem do terminal de embarque.[74]
- Aeroporto Internacional do Galeão, ou Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – em homenagem ao renomado maestro, compositor e cantor brasileiro falecido em 1994. Situado na Ilha do Governador, Zona Norte, é o principal portal de entrada para o Brasil – segundo a Infraero –, haja vista que cerca de 40% dos turistas estrangeiros que visitam o país escolhem o Rio como destino, desembarcando neste aeroporto.[75] Com capacidade para atender até 15 milhões de usuários ao ano, o complexo aeroportuário é servido por dois terminais de passageiros e oferece conexões para 18 países.[75] Conta também com um dos maiores, mais modernos e bem aparelhados Terminais de Logística de Carga do Continente, além da maior pista de aterrissagem do Brasil, com 4.240 metros de extensão.[75] É o segundo aeroporto mais movimentado do país em vôos internacionais de passageiros.[76]
- Aeroporto de Jacarepaguá, instalado na Zona Oeste, destina-se sobretudo a vôos particulares e regionais com aeronaves de pequeno porte. A única atividade comercial intensa nesse aeroporto é a do taxi-aéreo.
Além destes, há os aeroportos militares: a Base Aérea do Galeão, em espaço contíguo ao aeroporto internacional, a Base Aérea dos Afonsos (conhecida como Campo dos Afonsos) e a Base Aérea de Santa Cruz, importante centro de defesa da Aeronáutica e maior complexo de combate da Força Aérea Brasileira.[77]
Também existe no Rio um aeroporto reservado à operação de ultraleves, o Clube Ceu (Clube Esportivo de Ultraleves)[78], situado ao sul do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Trata-se de um dos mais bem aparelhados clubes dentre as agremiações esportivas do mundo todo, considerado pelas autoridades aeronáuticas brasileiras um padrão na aviação esportiva.[79]
Heliportos
Existem vários heliportos e helipontos. Além da possibilidade de pousar nos aeroportos, também se pode contar com o Heliporto da Lagoa.
Porto
O Porto do Rio de Janeiro localiza-se na costa oeste da baía de Guanabara, próximo à região central, e atende aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e sudoeste de Goiás, entre outros.[80]
É um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados.
Administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), conta com 6.740 metros de cais contínuo e um píer de 883 metros de perímetro, que compõem os seguintes trechos: Cais Mauá (35.000 m² de pátios descobertos), Cais da Gamboa (60.000 m² de área coberta em 18 armazéns e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m²), Cais de São Cristóvão (12.100 m² em dois armazéns cobertos e uma área de pátios com 23.000 m²), Cais do Caju e Terminal de Manguinhos.[80] Existem ainda dez armazéns externos, totalizando 65.367 m², e oito pátios cobertos (11.027 m²), com capacidade de estocagem para 13.100 toneladas, além de outros terminais de uso privativo na Ilha do Governador (exclusivo de Shell e Esso), na baía de Guanabara (Refinaria de Manguinhos) e nas Ilhas d’Água e Redonda (Petrobras).[80]
Metrô
O Rio de Janeiro é servido por uma rede metroviária que integra bairros e municípios distantes, conectando desde o bairro da Pavuna, na Zona Norte, até Copacabana. Estes são então integrados por ônibus especiais, que passam por Ipanema, Leblon, Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico, Gávea, São Conrado e vão até a Barra da Tijuca. Também há integrações específicas da Pavuna para cidades da Baixada Fluminense como Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu. Futuramente também serão implantadas conexões para Belford Roxo. Ao longo da rede metroviária há outras pequenas integrações. Recentemente, foi aberta a terceira estação de Copacabana, Cantagalo. Em 2008/2009, segundo o cronograma, entrará em funcionamento a estação General Osório, no bairro de Ipanema.
Possui 42 quilômetros de extensão distribuídos em duas linhas e 38 estações e é a segunda mais extensa rede metroviária do Brasil.[81][82] Diariamente, o Metrô do Rio de Janeiro transporta 550 mil passageiros.[83]
Ônibus
Este é o transporte público mais utilizado no Rio de Janeiro. A qualidade do transporte coletivo de passageiros é reflexo de um trabalho de planejamento estratégico pouco azeitado. Tal como a maioria das grandes metrópoles brasileiras – a despeito de algumas exceções que lograram certo êxito no planejamento do transporte rodoviário urbano (como Curitiba, por exemplo) –, a cidade carece de transporte em massa sobre trilhos, o que também corrobora, não raro, com o aumento do consumo de combustíveis fósseis e, sobretudo, com os congestionamentos nas principais artérias da cidade, além de muitas vias auxiliares.
Contando com um sistema de ônibus insuficiente às suas dimensões de metrópole, e que sofre com carência de integração, sobreposição de linhas, concorrência direta e indireta com os transportes de massa, regulamentação e fiscalização ainda deficitárias e excesso de poder dos operadores, a cidade necessita, atualmente, de uma eficiente reestrututação e ampliação em seu sistema de transporte coletivo.
Nos últimos dez anos, houve perda de usuários para demais meios, especialmente o transporte alternativo. Ainda assim, são cerca de quatro milhões de usuários/dia apenas nas linhas municipais, cujo número orbita em torno de 440, e 50 empresas atuantes no setor.[84]
Na cidade, as empresas de ônibus encontram-se interligadas ao metrô, visando transportar os passageiros que desembarcam nas linhas finais deste, mas ainda necessitam de um ônibus para chegar ao seu destino. Tais passageiros podem utilizar o chamado "bilhete integração", através do qual pagam pelo metrô e ainda têm direito ao ônibus de integração.
A frota do Rio de Janeiro é a segunda maior do país, composta por 1.396.083 automóveis, 123.612 motocicletas, 17.216 motonetas, 51.884 caminhonetes, 12.515 ônibus, 11.943 micro-ônibus e 27.190 caminhões (IBGE/2007).[52]
Trens urbanos
Além do metrô, o Rio de Janeiro conta com um sistema de trens urbanos. Sob direção da concessionária Supervia, constitui, juntamente com os ônibus, um amplo conjunto de transporte popular. Os veículos partem da Estação Ferroviária Central do Brasil em direção aos subúrbios, à Zona Oeste e à Baixada, cruzando bairros como Méier, Penha, Bangu e Madureira, e as cidades de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
Existem três linhas férreas principais, as quais possuem ramificações denominadas linhas auxiliares.
Ciclovias
O Rio de Janeiro detém 140 km de ciclovias, a maior metragem do país e a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para Bogotá, com 250 km. Segundo estimativas do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), cerca de 320 mil pessoas utilizam bicicletas na cidade.[85]
A malha está espalhada por toda a orla, do Leme à Praia do Pontal na Lagoa, Centro, e em outras áreas das Zonas Sul e Oeste.
Esportes
Os eventos esportivos mais conhecidos do Rio de Janeiro são a etapa brasileira de MotoGP e as finais mundiais de vôlei de praia. Jacarepaguá era o local onde se realizava a etapa brasileira do Grande Prêmio de Fórmula 1, entre os anos de 1978 e 1990, e Champ Car (1996-1999). Os circuitos WCT e WQS de Surf foram disputados em praias cariocas entre 1985 e 2001.
Recentemente, a cidade construiu um novo e moderno estádio no bairro do Engenho de Dentro, com capacidade para mais de 46 mil pessoas. Foi batizado de Estádio Olímpico João Havelange, em homenagem ao brasileiro que presidiu durante muitos anos a FIFA, e ainda hoje é considerado seu presidente de honra.
A prática de esportes é um passatempo muito comum no Rio de Janeiro, sendo o futebol o mais popular deles. O Rio abriga cinco clubes brasileiros bastante tradicionais: América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. A sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) localiza-se em um edifício da Barra da Tijuca, Zona Oeste.
Dentre as modalidades esportivas mais praticadas estão o Futebol de areia, o vôlei de praia, o surfe, o kitesurf, o vôo livre, o jiu-jitsu e o remo. A capoeira, mistura de dança, esporte e arte marcial, também aparece com alguma freqüência. Outro esporte altamente popular nas areias do Rio é o "frescobol", espécie de tênis de praia.
No Rio de Janeiro é recorrente a prática do alpinismo (ou escalada), havendo centenas de rotas espalhadas pela cidade. O ponto mais famoso é o do Pão de Açúcar, no qual os esportistas arrostam desafios em vários graus de dificuldade, desde o nível 3 até o 9, acima de 280 metros.
O vôo livre começou a ser exercitado no início da década de 1970, e adequou-se rapidamente ao gosto de inúmeros praticantes e às características da cidade, em razão de suas peculiaridades geográficas: no encontro das montanhas com o oceano Atlântico, surgem excelentes posições para decolagem, podendo-se contar com vastas porções desocupadas de areia para aterrissar. De início majoritariamente encenada por amadores, a atividade verteu-se em uma lucrativa indústria que atualmente oferece vôos com pilotos experientes a preços acessíveis.
A pesca é uma atividade que também pode ser observada em algumas regiões.
Campeonato Carioca de Futebol
O Campeonato Carioca de Futebol adquiriu tradição e importância nos tempos em que a cidade era a capital da República e, mais tarde, capital (e única cidade) do estado da Guanabara. Até a fusão da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro em 1975, o Campeonato Carioca era disputado apenas pelos clubes da cidade, exceção feita aos niteroienses Canto do Rio (1941-1964) e Rio Cricket (1906-1916) e ao Petropolitano (1912) que, mesmo sendo de outros municípios, participaram como convidados do certame carioca. Dentre os clubes da cidade destacam-se:
- América
- Bangu
- Bonsucesso
- Botafogo
- Campo Grande
- Flamengo
- Fluminense
- Madureira
- Olaria
- Portuguesa
- São Cristóvão
- Vasco da Gama
Estádios de futebol
A cidade conta com três grandes estádios:
- Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã): com o epíteto de "templo do futebol brasileiro",[86] é o maior estádio do Brasil – capacidade para 92 mil espectadores –, e pertence ao Governo Estadual do Rio de Janeiro.[87] Projetado para a Copa do Mundo de 1950, testemunhou momentos antológicos do futebol brasileiro e mundial (como o milésimo gol de Pelé), além das finais do Campeonato Brasileiro e Carioca de Futebol, competições internacionais e partidas da Seleção Brasileira. Ao longo do tempo adquiriu um caráter multiuso, sediando espetáculos e partidas de outros esportes, e até mesmo eventos de natureza distinta, como apresentações musicais de grandes proporções. Em 2007, recebeu o futebol e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Pan-Americanos.
- Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão): planejado pelo arquiteto Carlos Porto, foi especialmente construído para sediar as provas de atletismo e futebol dos Jogos Pan-americanos de 2007, no bairro do Engenho de Dentro. Em recente pesquisa divulgada por um veículo de imprensa britânico especializado, o estádio foi o único da América Latina e do Hemisfério Sul a figurar entre as dez melhores instalações esportivas dos últimos anos, destacando-se por seu projeto inovador e pela setorização das arquibancadas. Pertence à Prefeitura do Rio de Janeiro e encontra-se sob administração do Clube Botafogo de Futebol e Regatas.[88][89]
- Estádio São Januário: de propriedade do Club de Regatas Vasco da Gama, é o maior estádio privado carioca. Foi inaugurado em 21 de abril de 1927, conta com dois ginásios poliesportivos e um parque aquático, e é capaz de receber um público de até 35 mil pessoas. No dia 30 de abril de 2002, o Travel Channel, canal de televisão especializado em turismo, incluiu o São Januário entre os sete melhores estádios do planeta para se assistir a uma partida de futebol.[90]
Além destes, existem outros estádios menores:
- Estádio de General Severiano, de propriedade do Clube Botafogo de Futebol e Regatas, em Botafogo – 20 mil lugares.
- Estádio Ítalo del Cima, do Campo Grande Atlético Clube – 18 mil lugares.
- Estádio Luso-Brasileiro, da Associação Atlética Portuguesa, na Ilha do Governador – 15 mil lugares.
- Estádio Proletário Guilherme da Silveira, do Bangu Atlético Clube, em Bangu – 15 mil lugares.
- Estádio Mourão Filho, do Olaria Atlético Clube, no bairro da Olaria – 12 mil lugares.
- Estádio Aniceto Moscoso ou Conselheiro Galvão, do Madureira Esporte Clube, em Madureira – 10 mil lugares.
- Estádio José Bastos Padilha ou Estádio da Gávea, pertencente ao Clube de Regatas do Flamengo – 8 mil lugares.
- Estádio Manoel Schwartz ou Estádio das Laranjeiras, do Fluminense Football Club, no bairro das Laranjeiras – 8 mil lugares.
- Estádio Figueira de Melo, pertencente ao Clube São Cristóvão de Futebol e Regatas, no bairro de São Cristóvão.
- Estádio João Francisco dos Santos, do Céres Futebol Clube, em Bangu – 3 mil lugares.
Problemas atuais
Contrastes sócio-econômicos
O Rio de Janeiro é uma cidade de fortes contrastes econômicos e sociais, apresentando grandes disparidades entre ricos e pobres. Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de Desenvolvimento Humano correspondente ao de países nórdicos (Gávea: 0.970; Leblon: 0.967; Jardim Guanabara: 0.963; Ipanema: 0.962; Barra da Tijuca: 0.959), em outros, observam-se níveis bem inferiores à média municipal, como é o caso do Complexo do Alemão (0.711) ou da Rocinha (0.732).[91]
Embora classificada como uma das principais metrópoles do mundo, uma porção significativa dos 6,1 milhões de habitantes da cidade vive em condições de pobreza. A maioria de seus numerosos subúrbios é composta por favelas, aglomerados urbanos normalmente construídos sobre morros, onde as condições de moradia, saúde, educação e segurança são extremamente precárias.
Um aspecto original das favelas do Rio é a proximidade aos distritos mais valorizados da cidade, simbolizando a forte desigualdade social, característica do Brasil. Alguns bairros de luxo, como São Conrado, onde se localiza a favela da Rocinha, encontram-se "espremidos" entre a praia e os morros. Nas favelas, ensino público e sistema de saúde deficitários ou inexistentes, aliados à saturação do sistema prisional, contribuem com a intensificação da injustiça social e da pobreza.
Violência
Desde meados dos anos 1990, em decorrência da violência urbana, o Rio vem conquistando espaço na imprensa nacional e (nos últimos anos) internacional. A cidade apresenta índices elevados de criminalidade, em especial, o homicídio.[92] Até o ano de 2007, na região metropolitana contabilizavam-se quase 80 mortos por semana – a maioria vítimas de assaltos, balas perdidas e do narcotráfico.[93][94] Entre 1978 e 2000, 49.900 pessoas foram mortas no Rio, mais do que em toda a Colômbia no mesmo período.[95][96]
A polícia do Rio de Janeiro também é demasiadamente violenta; em 2006 executou 1.063 pessoas no estado, sendo 1.195 apenas em 2003. Até abril de 2007, a média era de 3,7 por dia. A título de comparação, a polícia dos EUA matou apenas 347 pessoas em todo o território estadunidense ao longo de 2006.[97][98] Os policiais recebem em média R$ 874 por mês, ou o equivalente R$ 10.488 em um ano.[99] Baixos salários e equipamentos insuficientes fazem com que a polícia carioca consiga resolver apenas 3% de todos os assassinatos ocorridos na cidade.[100]
Entretanto, pesquisas recentes demonstram que a violência vem caindo na cidade, sobretudo nos últimos anos. O Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008, estudo realizado conjuntamente pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA) e pelo Instituto Sangari, com o aval dos Ministérios da Saúde e da Justiça, divulgado em janeiro deste ano, revela que no Rio de Janeiro a taxa geral de homicídios por 100 mil habitantes retrocedeu 40% entre 2002 e 2006, levando-o da 4ª para a 14ª posição no ranking das capitais mais violentas do país.[101] Em 2002, a capital fluminense registrava 62,8 casos de homicídio para cada 100 mil pessoas. Em 2006, após quedas anuais sucessivas, esta taxa chegou a 37,7 – abaixo da aferida para cidades menores como Recife (90,9), Vitória (88,6), Curitiba (49,3), Belo Horizonte (49,2), Salvador (41,8) e Florianópolis (40,7).[101] No entanto, apesar da salutar redução dos índices de criminalidade, o Rio ainda ocupa o segundo lugar com relação ao total de homicídios ocorridos em 2006, atrás apenas de São Paulo.[101] Um relatório anterior, divulgado em outubro de 2007, também com a chancela dos Ministérios da Saúde e da Justiça[102], apontava uma redução inferior (17,5%) nos índices de homicídio entre 2003 e 2006, período no qual a capital respectivamente teria oscilado da 3ª a 5ª colocação entre as mais violentas do Brasil.
Segundo o "Mapa da Violência de 2008", a taxa de óbitos por armas de fogo também apresentou retração considerável (da ordem de 30%) no período analisado.[101] Em 2002, foram computadas 52,7 mortes para cada grupo de 100 mil, ao passo que em 2006, o número caiu para 37,1.[101] Em decorrência, o Rio deixou de ostentar a terceira colocação na lista das capitais com maior número de mortes desta categoria, caindo para o 8º lugar.[101]
- Taxas de homicídios e de mortes por armas de fogo por 100 mil habitantes na cidade do Rio de Janeiro
Levando-se em consideração, para as todas as capitais, somente a média das taxas entre 2002 e 2006, a cidade fica na 9ª posição (44,8) quanto aos homicídios da população em geral, e na 7ª (42) com relação aos óbitos por armas de fogo.[101] Dentro do universo dos 5.564 municípios pesquisados, operou-se uma queda do 124º (2002) para o 445º lugar (2006) quanto à taxa de homicídios, e do 105º (2002) para o 243º (2006) no índice de mortes por armas de fogo.[101]
Poluição
Em razão da alta concentração de indústrias na região metropolitana, o Rio de Janeiro, como a maioria das grandes metrópoles brasileiras, tem enfrentado sérios problemas de poluição ambiental. A baía de Guanabara, vitimizada pela perda secular das áreas de mangue, agoniza com resíduos provenientes de esgotos domiciliares e industriais, além dos derrames de óleo e da crescente presença de metais pesados. Não obstante suas águas se renovem ao confluírem para o mar, a baía é receptora final de todos os afluentes gerados nas suas margens e nas bacias dos muitos rios e riachos que nela deságuam. Mais de 14.000 estabelecimentos industriais e quatorze terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos estão entre os principais causadores da poluição. Os níveis de material particulado no ar também se encontram acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em parte devido à numerosa frota de veículos em circulação.[103]
As águas da baía de Sepetiba seguem lentamente o caminho traçado pela baía de Guanabara, embora com características de degradação distintas.[104] Esgotos domiciliares produzidos por uma população da ordem de 1,29 milhão habitantes degradam diretamente a qualidade sanitária das águas quando lançados sem tratamento em valões, córregos ou rios.[104] Com relação à poluição industrial, rejeitos de grande toxicidade, dotados de altas concentrações de metais pesados – principalmente zinco e cádmio –, já foram despejados ao longo dos anos por fábricas dos distritos industriais de Santa Cruz, Itaguaí e Nova Iguaçu, implantados sob orientação de políticas estaduais voltadas, sobretudo, à polarização da expansão fabril em áreas menos congestionadas.[104]
A lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro, e a lagoa de Marapendi vêm sofrendo com a leniência das autoridades e o avanço dos condomínios no local. O despejo de esgoto por ligações clandestinas e a conseqüente proliferação de algas diminuem a oxigenação das águas, ocasionando a mortandade de peixes.[105][106]
Algumas praias da orla carioca, na maior parte do ano, encontram-se impróprias para o banho. É comum após um grande temporal a formação de "línguas negras" nas areias das praias, originadas de detritos trazidos dos morros pelas chuvas.[107]
Projetos de infra-estrutura
Neste ano foram iniciadas as obras de urbanização de favelas e saneamento na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e em três municípios do interior do estado, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intervenção urbanística perpetrada pelos governos conta com orçamento geral de R$ 3,8 bilhões (R$ 3,23 bilhões do Governo Federal, sendo R$ 2,15 bilhões do Orçamento Geral da União e R$ 1,08 bilhão de financiamentos, contrapartida de R$ 404,9 milhões do Governo Estadual e R$ 238,3 milhões provenientes dos 15 municípios contemplados)[108], e visa mitigar os problemas de ordem social e econômica que afligem as regiões mais pobres há décadas, integrando-as ao tecido urbano da metrópole, com a implantação de redes de esgotamento sanitário, creches, centros comunitários, equipamentos urbanos, melhorias nas habitações e no sistema viário de acesso às favelas.[108]
Em saneamento, entre as ações previstas estão as obras de despoluição da baías de Guanabara e Sepetiba, a revitalização do rio Paraíba do Sul, o sistema de abastecimento na Baixada Fluminense e Região Leste e a melhoria na drenagem dos rios Sarapuí e Iguaçu.[108]
Para o Rio de Janeiro estão no cronograma obras de urbanização nos Complexos do Alemão e de Manguinhos, Rocinha, Cantagalo, Pavão e Pavãozinho – localidades que mais carecem de infra-estrutura, e são freqüentemente palco de confrontos armados entre policiais e traficantes. No Conjunto do Alemão será erguido um grande teleférico, espelhado na experiência colombiana de Medellín. O engenho conectará a região à estação ferroviária de Bonsucesso.[109] Novas ruas e unidades habitacionais e um parque de 300 hectares terão a primazia no local. No caso de Manguinhos, está prevista a criação do "Parque Metropolitano", com a elevação da linha férrea. A linha, que atua como fator limitante à comunidade, passará por um processo de modernização, com a construção de um terminal intermodal e a instalação de vários quiosques de serviços públicos, a construção de uma escola de ensino médio e uma área esportiva com três quadras e três campos de futebol.[109] O projeto da Rocinha, escolhido em concurso nacional, trará a inclusão de uma passarela projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer sobre a Auto Estrada Lagoa-Barra. A estrutura assemelha-se ao arco da Praça da Apoteose, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e unir-se-á a um centro esportivo e aos novos conjuntos habitacionais que serão construídos na parte baixa da favela.[109]
No passado, a cidade já foi alvo de propostas de intervenção pouco exitosas, como o "Favela-Bairro", que, apesar da dotação orçamentária mais restrita, não alcançou parte de suas metas – embora haja controvérsias acerca da efetividade e dos resultados obtidos com o programa, o primeiro de urbanização em grande escala já implantado.[110]
Também serão beneficiados pelo PAC os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaboraí, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Nova Friburgo, Barra Mansa e Volta Redonda.[108]
Cariocas ilustres
Feriados municipais
- 20 de janeiro – Dia de São Sebastião (Padroeiro da cidade)
- 23 de abril – Dia de São Jorge
- 20 de novembro – Dia de Zumbi dos Palmares e Dia da Consciência Negra
Cidades-irmãs
O Rio de Janeiro possui as seguintes cidades-irmãs:
- Atlanta, EUA (1972) [111]
- Barcelona, Espanha (1972) [112]
- Buenos Aires, Argentina (1996) [113]
- Kobe, Japão (1969) [114]
- Liverpool, Inglaterra (2004) [115]
São também consideradas cidades parceiras:
Referências
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- ↑ 2,0 2,1 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Ano 2000
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005 19 de Dezembro de 2007
- ↑ Portal IG – Brasil Escola – Cidade do Rio de Janeiro
- ↑ Wikitravel – Brasil
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- ↑ 7,0 7,1 7,2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Posição ocupada pelos 100 maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto 19 de Dezembro de 2007
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- ↑ 11,0 11,1 11,2 Terra Brasil – Informações sobre a Pedra da Gávea
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- ↑ 13,0 13,1 Terra Brasil – Informações sobre o Pico da Tijuca
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- ↑ Sister Cities Network for Sustainable Development – Current Members & Programs
Ver também
- Corcovado
- Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro
- Engenhão
- Imperial Cidade
- Lista de governadores do Distrito Federal
- Lista de prefeitos do Rio de Janeiro
- Live Earth
- Maracanã
- Pão de Açúcar
- Red Bull Air Race World Series
- Rock in Rio
- Rio 2007
- Lista dos prefeitos do Município do Rio de Janeiro após a extinção do Estado da Guanabara
Ligações externas