Ritmo
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Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida.
Nas artes, como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio.[1]
[editar] Conceito
Ritmo é o tempo que demora a repetir-se um qualquer fenómeno repetitivo, mas a palavra é normalmente usada para falar do ritmo quando associado à música, à dança, ou a parte da poesia, onde designa a variação (explícita ou implícita) da duração de sons com o tempo. Quando se rege por regras, chama-se métrica. O estudo do ritmo, entoação e intensidade do discurso chama-se prosódia e é um tópico pertencente à linguística. Na música, todos os instrumentistas lidam com o ritmo, mas é freqüentemente encarado como o domínio principal dos bateristas e percussionistas.
Segundo alguns autores, os conceitos de ritmo podem variar.
- Para Berge [2] o ritmo é uma lei universal a que tudo submete.
- Dalcroze [3] o caracteriza como princípio vital e movimento.
- Platão [4] sistematiza o ritmo, colocando-o como definição de movimento ordenado.
A rítmica é uma ciência do ritmo que objetiva desenvolver e harmonizar as funções motoras e regrar os movimentos corporais no tempo e no espaço, aprimorando o ritmo.
Embasado-se nestes conceitos, fica clara a importância que o ritmo tem na nossa vida, tanto através de influências tanto externas quanto internas. O desenvolvimento e aperfeiçoamento do mesmo torna-se muito importante, pois o ser humano é dependente do ritmo para todas as atividades que for realizar, como na vida diária, profissional, desportiva e de lazer.
O ritmo é de grande importância para os professores de Educação Física, pois ele se reflete diretamente na formação básica e técnica, na criatividade e na educação de movimento. [5]
O ritmo pode ser individual (ritmo próprio), grupal (caracterizado muito bem pela dança, o nado sincronizado e por uma série de atividades por equipe), mecânico (uniforme, que não varia), disciplinado (condicionamento de um ritmo predeterminado), natural (ritmo biológico), espontâneo (realizado livremente) e refletido (reflexão sobre a temática realizada), todas estas variações de ritmo podem ser trabalhadas na escola com diferentes atividades.
[editar] Objetivos
- Desenvolver a capacidade física dos educandos assim como a saúde e a qualidade de vida.
- Propiciar a descoberta do próprio corpo e de suas possibilidades de movimento.
- Desenvolver o ritmo natural.
- Possibilitar o desenvolvimento da criatividade para descoberta do estilo pessoal.
- Despertar sentido de cooperação, solidariedade, comunicação, liderança e entrosamento através de trabalho em grupo.
[editar] Funções
- Auxiliar a incorporação técnica.
- Estimular a atividade.
- Determinar qualidade, melhor domínio e a liberdade de movimento propiciando a sua realização com naturalidade.
- Permitir a vivência total do movimento.
- Incentivar a economia de trabalho retardando a fadiga e aumentando resultados.
- Reforçar a memória.
- Facilitar a expressão total.
- Criar hábitos de disciplina e atitudes.
- Aperfeiçoar a coordenação.
- Permitir a produção do prazer.
[editar] Música
O ritmo musical é um acontecimento sonoro, tenha ele altura definida ou não, que acontece numa certa regularidade temporal. É a ordenação dos sons de acordo com padrões musicais estabelecidos. É a variação da duração e acentuação de uma séries de sons ou eventos. Na música ocidental, os ritmos estão em geral relacionados com uma fórmula de compasso e seu andamento, que implica uma métrica. O valor do pulso subjacente, chamada batida, é o tempo. A duração da métrica divide-se quase exclusivamente em duas ou três batidas, chamando-se assim métrica dupla ou métrica tripla, respectivamente. Se cada batida for dividida a seguir em duas, chama-se métrica simples, se se dividir em três, chama-se métrica composta.
Músicos fazem ritmos com seus instrumentos musicais. Uma das funções do músico é a perceber e medir o tempo. A gente conscientemente sente, forma, divide e compõem o tempo para transmitir um sentimento. Todos os músicos, compositores, regentes, instrumentistas e vocalistas trabalham com o ritmo, mas na música moderna uma seção rítmica geralmente consiste de instrumentos de percussão, um baixo (não necessariamente o instrumento de cordas) e possivelmente de instrumentos de cordas (por exemplo, a guitarra ou o banjo) e instrumentos de teclas, como o piano.
O uso que os géneros musicais fazem do ritmo varia. A maior parte da música ocidental baseia-se num ritmo divisivo, ao passo que a música não-ocidental usa mais ritmos aditivos. A música africana faz um uso intenso de polirritmos, e a música indiana usa ciclos complexos, como 7 ou 13, enquanto que a música balinesa usa frequentemente ritmos entrecruzados. Comparativamente, muita da música clássica ocidental é bastante simples no que diz respeito ao ritmo: não sai de uma métrica simples, como ritmo duplo simples, 2/4; triplo simples, 3/4; duplo composto 6/8; e triplo composto 9/8, em base; e usa pouco a sincopação. No século XX, compositores como Igor Stravinsky, Philip Glass, e Steve Reich escreveram música de maior complexidade rítmica, usando métricas estranhas e técnicas como o faseamento ou o ritmo aditivo. Ao mesmo tempo, modernistas como Olivier Messiaen e os seus seguidores usaram um aumento na complexidade para quebrar a sensação de uma batida regular, o que levou ao uso generalizado de ritmos irracionais na Nova Complexidade. LaMonte Young também escreveu música na qual a sensação de uma batida regular está ausente, porque a sua música consiste apenas de longos tons sustentados (drone).
A clave (ritmo) é um ritmo subjacente comum na música africana, cubana e brasileira.
[editar] Poema
No poema há a regência da métrica, que não é, como no compasso da música, uma regência implacável sobre o ritmo. Nos poemas, o ritmo se sobrepõe à métrica. Além da rima, é o ritmo que dá beleza ao poema, bem como à música.
A unidade rítmica do poema é o pé. Na antiguidade, o poeta recitava seus poemas acompanhado de lira ou marcando o ritmo com o pé (de onde lhe veio o nome). O pé compõe-se de duas ou mais sílabas métricas (ou sílabas poéticas). Os pés básicos (mais freqüentes) são:
- Troqueu - Pé formado por uma sílaba longa (tônica) e uma breve (átona);
- Iambo ou Jambo - Pé formado por uma sílaba breve e uma longa;
- Dátilo - Pé formado por uma sílaba longa e duas breves;
- Anapesto - Pé formado por duas sílabas breves e uma longa.
[editar] Referências
- ↑ CAMELO, PAULO. O ritmo no poema. Recife: Paulo Camelo, 2004.
- ↑ BERGE, PIERRE. Dos ritmos ao caos. São Paulo: UNESP, 1996.
- ↑ Método Dalcroze
- ↑ Referências a Platão
- ↑ MONTEIRO, GISELE ASSIS & ARTAXO, MARIA INÊS. Ritmo e movimento. São Paulo: Phorte Editora, 2000.
[editar] Ver também
- notação musical
- tripleto
- unidade rítmica
- gesto rítmico
- Métrica (poesia)
- Ritmo no poema