Via estreita
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Via Estreita é a denominação que se dá às vias-férreas em Portugal cuja bitola (distância entre o bordo interior dos carris) seja inferior à da bitola europeia/UIC (1435 mm). Na sua maioria, a via estreita portuguesa apresenta uma bitola de exactamente um metro (1,000 mm), sendo também denominada como via métrica, ou via de bitola métrica. O propósito de haver uma via com bitola mais reduzida que a da via larga prende-se com o raio necessário a curvas em locais mais acidentados, onde o material circulante de via larga não poderia passar, ou que obrigaria a um esforço técnico e financeiro acrescido para romper curvas que o permitisse. Está assim associada a linhas de montanha.
[editar] Vias Estreitas Portuguesas
As seguintes vias-férreas sofreram alterações recentes, e não constam mais como vias estreitas:
- Linha do Porto à Póvoa e Famalicão; faz parte da rede do Metro do Porto, sendo que o troço entre a Póvoa de Varzim e Vila Nova de Famalicão se encontra sem serviço ferroviário.
- Linha de Guimarães; faz parte da rede do Metro do Porto entre a Trindade e a Maia, sendo que o troço entre a Maia e a Trofa se encontra à espera da sua reconversão para a bitola (1,435 mm) e serviço do Metro do Porto. Foi retirada da Linha do Minho, onde partilhava a via em sistema algaliado até ao Lousado. A partir do Lousado a linha foi reconvertida para via larga até Guimarães. Entre Guimarães e Fafe foi reconvertida na primeira ciclovia em leito ferroviário em Portugal.
[editar] Material Circulante de Via Estreita em Portugal
Ao longo de mais de um século, vários tipos de material circulante passaram pelas vias estreitas portuguesas. Desde as locomotivas a vapor às automotoras a diesel, os comboios que foram trilhando as linhas do Dão, mais meridional, ao Tua, mais setentrional, povoaram o imaginário de gerações, com histórias e famosas alcunhas. Eis uma pequena lista:
- O Vouguinha: os comboios das linhas do Vale do Vouga ganharam este epíteto, e ainda hoje na amputada Linha do Vouga e ex-Ramal de Aveiro os comboios são assim reconhecidos. Alguns exemplares históricos encontram-se no Museu Ferroviário de Macinhata do Vouga.
- O Texas: este comboio apesar de não ser exclusivo da Linha do Corgo, foi apenas aqui que ganhou esse nome. Caracterizava-se por uma locomotiva a diesel, que rebocava antigas carruagens das primeiras duas décadas do século XX.
- A Xepa: Automotora vinda da então Jugoslávia, mais concretamente da Croácia. Serviu nas linhas do Corgo e do Tua, sendo depois remodeladas e dando origem a outras séries, como as 9400 e 9500.
Algumas das séries que serviram nas linhas do Vale do Vouga:
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- 9300 - Popularizada como Allan, empresa que construiu esta série;
- 9400
- 9600
- 9630
Algumas das séries que serviram na Linha do Corgo:
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- 9000
- 9020
- 9500 - A LRV 2000;
- 9700 - As originais Duro Dakovic, apelidades de Xepas.
Algumas das séries e material que serviram na Linha do Tua:
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- 9020
- 9500 - A LRV 2000;
- 9700 - As originais Duro Dakovic, apelidades de Xepas.
- Napolitanas - Carruagens de 1931 construidas em Nápoles, serviram nas linhas do Corgo e do Tua. Saíram de serviço em 2001, na Linha do Tua.