História do Teatro musical no Brasil
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História do Teatro musical no Brasil, se originou do teatro de revista, que se tornou um gênero popular no Brasil a partir do final do século XIX.
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[editar] História
História do Teatro musical no Brasil, se originou do teatro de revista, que se tornou um gênero popular no Brasil a partir do final do século XIX. Mais precisamente foi por volta de 1859, com a fundação do Alcazar Lírico por artistas franceses, no Teatro Ginásio do Rio de Janeiro. O espetáculo chamou-se "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de Justiniano de Figueiredo Novaes.
Eles inovaram as peças teatrais, transformando-as em operetas e ações curtas, todas de caráter satírico de inspiração francesa, o teatro musicado tornou-se mais acessível o teatro ao grande público.
Composto de diversas influências, nascia assim o Teatro de Revista Brasileiro, gênero de espetáculo característico do Rio de Janeiro, nesta primeira fase, a revista não exigia uma linha narrativa, embora o modelo que aqui chegou exigia o compère e a commère, O casal de cantores e bailarinos deviam serguir a regra dela ser obrigatoriamente elegante e bonita, e ele alegre e malandro, colocando um toque de satira em cada frase e em cada nova sequência do espetáculo....Assim a revista se tornou teatro"
Uma das grandes compositoras do teatro de resvista brasileiro foi Chiquinha Gonzaga, o teatro representou para ela a conquista de um público maior e o reconhecimento como compositora e um retorno financeiro seguro.
Em 1880 ela escreveu um libreto e tentou musicá-lo o que acabou como uma peça de costumes, Festa de São João. Somente em 1885 conseguiu estrear como a maestro em parceria com Palhares Ribeiro, compondo a opereta em um ato A Corte na Roça. Aos poucos seu nome foi se firmando no meio teatral carioca, participando de vários espetáculos como compositora e regente: A Filha de Guedes (1885); O Bilontra e a Mulher-Homem (1886); O maxixe na Cidade Nova (1886); O Zé Caipira (1887).
Outro escritor do teatro de revista foi Arthur Azevedo, teve a sua primeira peça "O Rio" de 1877, que de forma humorística mostrava os principais acontecimentos políticos e sociais do Brasil. Carlos Gomes também musicou peças e revistas teatrais.
1887, com a apresentação da revista "La gran via", encenada por uma companhia espanhola, o teatro musicado brasileiro sofreu uma transformação com a descoberta de números musicais cantados por coristas em movimento.
Arthur Azevedo em uma de suas revistas, intitulada Fantasia (1896), ele apresenta a seguinte definição para o gênero:
"Pimenta sim, muita pimenta E quatro, ou cinco, ou seis lundus, Chalaças velhas, bolorentas, Pernas à mostra e seios nus"....
Caracterizano-se então o teatro de revista brasileiro como um veículo de difusão de modos e costumes, um retrato sociológico da epoca, com peças alegres falas irônicas e de duplo sentido, e finalmente canções "apimentadas" e hinos picarescos, gênero do qual Arthur Azevedo mais se apropriou para criar os enredos de suas peças de teatro de revista.
Com ele se tem o apogeu das parodias burletas do teatro, a linguagem é marcada pela valorização do texto em relação à encenação e a dança, com uma crítica de costumes apimentada e cheia de versos e personagens alegóricos. Nas revistas apresentadas ao início de cada ano apresentava-se o resumo cômico do ano anterior, as cenas curtas eram representadas por um grupo de personagens que falam sobre os acontecimentos reais enquanto andam pelo Rio de Janeiro nas ruas, os teatros, o jóquei ou mesmo na imprensa, à procura de alguma coisa que revelace o humor.
Outra influencia foi de Luiz Carlos Peixoto de Castro que estreou em 1917 como cenógrafo na revista "Três pancadas". Em 1918 fez outra revista de sucesso a "Flor do Catumbi", com Carlos Bittencourt, e músicas de Júlio Cristóbal e Enrique Sánchez. Viajou para Paris na década de vinte, onde trabalhou e trouxe novas ideias, quando voltou ao Brasil, que revolucionaram o teatro de revista no Rio, com o desnudar do corpo feminino, despindo-o das grossas meias,que até então eram a base do espetaculo, mostrando partes do corpo feminino, que passa a ser mais valorizado em danças, quadros musicais,etc. Surge o elemento cenográfico se contrapondo ao elemento coreográfico. Jardel Jércolis substitui a orquestra de cordas pela banda de jazz e a performance física do maestro passa a fazer parte do espetáculo, demonstrando a influência dos ritmos americanos. Pascoal Segreto funda então na decada de vinte a Companhia Nacional de Revistas e Burletas, com a Companhia Ba-ta-clan no Teatro São José, na Praça Tiradentes.
Firmou-se o gênero de revista musical de costumes, entre 1923 e 1925, e com ele Luiz Carlos Peixoto de Castro que além de escrever para o teatro, foi diretor artístico, cenógrafo e figurinista da Companhia de Teatro São José, e diretor artístico da Companhia Tangará, no Cine-teatro Glória, e em 1924 estreou a revista "Secos e molhados", em parceria com Marques Porto.
Outras companhias foram o Teatro Recreio (1924) de Manoel Pinto e inicia um período de grandes espetáculos, que passa a abrigar autores e atores próprios. Em seguida, transfere-se para o Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, como Companhia de Revistas Margarida Max. Nessa segunda fase, a revista é movida por grandes nomes que levam o público ao teatro. É uma fase em que a revista se equilibra entre quadros cômicos e de crítica política, e os números musicais e de fantasia.
Em 1926, Luiz Carlos Peixoto de Castro escreveu com Marques Porto a revista "Prestes a chegar", que alcançou grande sucesso, com músicas de Júlio Cristóbal e Pedro Sá Pereira, e em 1927 a mesma dupla escreveu a revista "Paulista de Macaé". No mesmo ano, fundou, juntamente com Hekel Tavares, Álvaro Moreira e Joraci Camargo, o Teatro de Brinquedo, no subsolo do Cassino Beira-Mar.
Em 1928 Luiz Carlos Peixoto de Castro apresentou entre outras, a revista "Miss Brasil" na qual foi lançado o samba canção "Ai, Ioiô", parceria com Henrique Vogeler na voz de Aracy Cortes e que se tornou rapidamente um grande sucesso e um clássico da MPB, regravada entre outras por Odete Amaral, Ângela Maria, Isaura Garcia, Dalva de Oliveira, Elizath Cardoso, Maria Bethânia e Tetê Espíndola.
Em 1937 Luiz Carlos Peixoto de Castro escreve com Gilberto de Andrade a revista "Quem vem lá", com músicas de Ary Barroso e Assis Valente. E em 1941 escreveu com Freire Jr. A revista "Brasil pandeiro", com músicas de Assis Valente e a participação, entre outros, da atriz Alda Garrido e da dupla Jararaca e Ratinho. e finalmente em 1945 escreveu com Geysa Bóscoli e Paulo Orlando "Canta Brasil", em homenagem à tomada de Monte Castelo pelos pracinhas brasileiros na Itália, levada à cena no Teatro Recreio, com músicas entre outros de Ary Barroso, Sá Pereira e Alcyr Pires Vermelho. finalizando em 1946 ele foi um dos fundadores da SBAT(Sociedade Brasileira dos artistas Teatrais), que lutava pela melhora evida dos profissionais do ramo, tendo sido diretor e conselheiro por várias vezes.
Em 1947, lançou "O que eu quero é rosetá" com Geysa Boscoli, estreada no Teatro Carlos Gomes e que contou com as presenças de Emilinha Borba e Jorge Veiga.
A terceira fase do teatro de revista se deve à gestão de Walter Pinto, à frente dos negócios do pai, que falece em 1938. Sua companhia substitui o interesse dos primeiros atores pela credibilidade da empresa na produção de grandes espetáculos, em que um elenco formado por numerosos artistas se revezam em cada temporada. A direção investe na ênfase à fantasia, por meio do luxo, de grandes coreografias, cenários e figurinos suntuosos. A maquinaria, a luz e os efeitos equivalem ao intérprete em importância. Mas, aos poucos, a revista começa a apelar fortemente para o escracho, para o nu explícito, em detrimento de um de seus alicerces: a comicidade, e, assim, entra em um período de decadência, praticamente desaparecendo na década de 60.
A pesquisadora Neyde Veneziano assim resume a importância do teatro de revista brasileiro: "Ao se falar em teatro de revista, que nos venham as idéias de vedetes, de bananas, de tropicália, de irreverência e, principalmente, de humor e de música, muita música. Mas que venha também a consciência de um teatro que contribuiu para a nossa descolonização cultural, que fixou nossos tipos, nossos costumes, nosso modo genuíno do 'falar à brasileira'. Pode-se dizer, sem muito exagero, que a revista foi o prisma em que se refletiram as nossas formas de divertimento, a música, a dança, o carnaval, a folia, integrando-os com os gostos e os costumes de toda uma sociedade bem como as várias faces do anedotário nacional combinadas ao (antigo) sonho popular de que Deus é brasileiro e de que o Brasil é o melhor país que há.""
[editar] O público
Importante ressaltar que o teatro de revista visava a agradar a diferentes segmentos da sociedade,mas seu foco era a pequena burguesia. Os elementos que a caracterizam são demonstrativos disso. A forma popular de representação abrangia a ópera-cômica, a opereta, o vandeville (interpretação de canções curtas, ligeiras e satíricas) e a revista.
[editar] Músicas
O teatro foi sempore um porto seguro para osmaisimportantes compositores da nosso pais. Por ele passaram Chiquinha Gonzaga, Carlos Gomes, Ary Barroso, Assis Valente,Tom Jobim, etc. Os autores sempre usaram amúsica para dar um carater ludico aos comentários sobre a realidade cotidiana tornando mais eficiente a transmissão das mensagens.
Além disso, destacavam-se como elementos composicionais de uma revista o texto em verso, a presença da opereta(da comédia musicada), o fandango, o samba, e em tempos modernos a bossa nova.
Destacam-se:
No Tabuleiro da Baiana Tem, Cantoras do Rádio, Taí, Sassaricando, Bandeira Branca, Meu Ébano, Meu Coração Faz Tica Tica Bum.
[editar] Dança, Coreografia e Cenografia
A questão visual era uma grande preocupação, a coreografia foi
em peças deste gênero, pois fazia-se necessário manter o "clima" alegre, descontraído, ao mesmo tempo em que se revelava, em última instância, a hipocrisia da sociedade. Para isso, os cenários criados eram fantasiados e multicoloridos, afim de apresentar uma realidade superdimensionada. O corpo, neste contexto, era muito valorizado, fosse pelo uso de roupas exóticas, pelo desnudamento opulento ou pelas danças.
[editar] Referências
Anuário da Casa dos Artistas, 1978 O TEATRO através da história. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994.
[editar] Links externos
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