Ponta Grossa
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Ponta Grossa | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
"Princesa dos Campos" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Ponta Grossa é um município brasileiro localizado no centro do Paraná perto do município de Palmeira, distante 130 km da capital Curitiba, em uma região conhecida como Campos Gerais do Paraná. Com uma população de pouco mais de 300 mil habitantes e com o maior parque industrial do interior do estado é a quarta cidade mais populosa do estado. A cidade é também conhecida como "Princesa dos Campos".
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[editar] História
Ponta Grossa foi fundada em 1822, sendo criada em 1823 a Freguesia de Estrela, esta a sua primeira denominação. Em abril de 1855, foi elevada à categoria de município, desmembrando-se de Castro, com a denominação de Ponta Grossa e instalando-se a 6 de dezembro de 1855. Sua elevação a cidade deu-se em 24 de março de 1862. A 18 de abril de 1876, em virtude da Lei nº 469, tornou-se comarca e seu juiz de Direito foi Conrado Erichsen, sendo suprimida em 1877. Porém, em 1889 foi novamente restaurada.
Ponta Grossa teve uma característica principal a orientar os acontecimentos mais importantes de sua história, pois devido a localização geográfica, no século XVIII tornou-se caminho obrigatório e parada para pouso das tropas, movimento que representou os recursos de transporte e o forte do comércio entre Viamão e Sorocaba. Ainda hoje é o principal centro rodo-tronco-ferroviário do Estado, contando com estradas para todas as regiões.
A ocupação do território paranaense se iniciou no litoral e pode ser dividida em três grandes fases: século XVII - ocupação do litoral e do planalto curitibano; século XVIII - conclui-se a ocupação dos Campos Gerais; século XIX - ocuparam-se os campos de Guarapuava e os de Palmas. Assim, até meados deste século, o processo de interiorização se conclui constituindo o chamado Paraná Tradicional.
A ocupação das terras dos Campos Gerais se iniciou logo na primeira década do século XVIII. Local próprio para o desenvolvimento da pecuária (tendo o seu limite sul no vale do Rio Iguaçu e extremo norte demarcado pelo Rio Itararé), os Campos Gerais tornaram-se então passagem obrigatória na rota do comércio que levava gado e muares do Rio Grande para o abastecimento de São Paulo e das Minas Gerais.
A necessidade de abastecimento colonial tanto impulsionou o mercado interno brasileiro, possibilitando a gradativa integração das economias regionais, como favoreceu, também, a ocupação de regiões do interior paranaense.
A ligação inter-regional se fazia pelo Caminho do Viamão, que compreendia três rotas, sendo a via mais utilizada denominada Estrada Real, passando pelos campos de Vacaria, Lages, Campos Gerais e Itararé, chegando a Sorocaba.
O povoamento dos Campos Gerais foi começado em 1704, por iniciativa dos nobres potentados paulistas José Gois de Morais e Pedro Taques de Almeida, secundados por outros membros da ilustre linhagem, que no mencionado ano requereram grandes sesmarias no território paranaense, abrangendo desde a margem esquerda do rio Itararé às cabeceiras do Tibagi.
Ligadas ao tropeirismo, ainda no século XVIII, pequenas povoações começaram a surgir ao longo do Caminho das Tropas. Nos locais em que as tropas fixavam pouso, fazendo seus pequenos ranchos para descanso, trato e engorda do rebanho, ou esperando passar as chuvas e baixar o nível dos rios, logo surgia um ou outro morador, fundando casa de comércio, interessado em atender às necessidades dos tropeiros. Dessa forma, pequenas freguesias e vilas, como o Príncipe (Lapa), Palmeira, Ponta Grossa, Piraí do Sul, Castro e Jaguariaíva, tiveram seu desenvolvimento inicial dependente das fazendas e do movimento das tropas.
Foi ao longo do século XIX que as vilas adquiriram uma conformação urbana, deixando de ser um complemento da vida rural. Tornaram-se centro de resoluções de questões políticas e pólo de atração de populações, inclusive das fazendas. Diversificaram-se ali as atividades econômicas, conferindo-se-lhes uma dinâmica própria. Essa realidade emergente propiciou um novo ordenamento do convívio, com a instauração da Justiça e a elaboração de Códigos de Posturas, regulando o cotidiano do cidadão.
Sendo assim, as últimas décadas do século XIX foram marcadas pela contraposição entre a consolidação dos núcleos urbanos e a retração da economia rural nos Campos Gerais. Essa economia foi quase auto-suficiente e que oportunizou o poderio dos fazendeiros declina pouco a pouco viabilizando o desenvolvimento das cidades.
Com a transformação do uso da propriedade, partilhada entre o criatório e a invernagem, com a predominância desta, que acompanhou a mudança do fazendeiro em tropeiro, e com a ampliação da economia monetária que a isso se seguiu, desenvolveu-se o comércio contra a auto-suficiência das fazendas, começando o predomínio das cidades.
Nascida sob a hegemonia das fazendas, Ponta Grossa crescia e tinha novas ambições: um teatro (1873), uma biblioteca (1876) indicadores do novo vigor e mentalidade arejada de seus habitantes. O núcleo urbano ponta-grossense entrava em uma fase de expansão. A população local em 1890 atingia a casa dos 4.774 habitantes. No início do século XX, a cidade respirava um "clima urbano" contando com bandas musicais que disputavam espaço para as apresentações, cinema, luz elétrica, associações beneficentes e hospital.
Esse clima é descrito por Raul Gomes na crônica "Ponta Grossa de Hoje". As palavras do cronista retratam uma cidade pujante, movimentada. No dizer de Gomes "à noite o povo flana nas ruas, penetra nas lojas, enche os três cinemas, freqüenta os clubs". O cronista destaca ainda o espírito empreendedor da população que torna a iniciativa privada mais eficiente que a dos poderes públicos. O crescimento urbano traz novas necessidades à cidade: calçamento das ruas - para aliviar os problemas causados pelo pó e pela lama principalmente aos estabelecimentos comerciais; os serviços de água e esgoto - compatível com as novas concepções de higiene e conforto; a construção de um mercado e de um matadouro - com capacidade para atender às reais necessidades da população.
Os cinemas, citados por Raul Gomes, não eram os únicos espaços de lazer e sociabilização da sociedade ponta-grossense. Companhias Circenses apresentavam-se com freqüência na cidade, recebendo sempre grande público.
Por sua vez, as praças também se constituíam em um dos principais pontos de encontro da sociedade local. A Praça João Pessoa, localizada diante da Estação Ferroviária (Estação Saudade), constituía-se num local em que muitas famílias concentravam-se, sobretudo nas noites de verão. Nesta mesma praça a população local reunia-se espontaneamente sempre que autoridades ou pessoas ilustres chegavam à cidade.
As praças também eram locais onde se realizavam comemorações cívicas e celebrações religiosas. Outro costume próprio dessa época eram as retretas que ocorriam na Praça da Matriz ao entardecer de domingo. A importância da cidade provém em grande parte de sua localização estratégica: entroncamento rodo-ferroviário do interior do estado ligando as principais regiões econômicas e os centros políticos.
Decisivo mesmo para a vida da cidade-encruzilhada foi a inauguração da estrada de ferro, em plena revolução federalista. Aliás, o revolucionário Gumercindo Saraiva encontrou em Ponta Grossa um acolhimento muito cordial, pois estar nos Campos Gerais era como estar em casa, nos pampas riograndenses, cercado de gaúchos, comendo churrasco, tomando chimarrão e cavalgando pelos campos. Em 1894, os trilhos da estrada de ferro vindos de Paranaguá atingiam a cidade. Em 1899 inaugurou-se a estrada de ferro São Paulo - Rio Grande com oficinas de manutenção em Ponta Grossa. Esta situação de entroncamento ferroviário fez com que Ponta Grossa entrasse no século XX com o pé direito. O progresso veio. Grandes engenhos de erva-mate, beneficiamento de couro e de madeira começaram a surgir. E olarias, pois não havia tijolo que chegasse. Veio gente de fora atraída pela promessa de bons negócios.
Um estudo sobre a cidade revela que "as primeiras décadas do século XX constituem uma conjuntura extremamente favorável para a economia ponta-grossense", o que pode ser constatado pela elevação na arrecadação de impostos, pelas obras construídas nessa fase, quando da instalação de várias fábricas e estabelecimentos comerciais cujos proprietários, em grande maioria, eram imigrantes.
Migrações estrangeiras espontâneas e esporádicas sempre ocorreram para o território brasileiro. O grande movimento migratório oficial, contudo, só se verificou na década de 1870, quando para o Paraná vieram em grande número os russos-alemães. Em 1877/1878 chegaram em Ponta Grossa, 2.381 russos-alemães que se estabeleceram na Colônia Octávio, subdividida em 17 núcleos, afastados do centro urbano. A partir de então outros grupos foram chegando à cidade e a ela se integrando. Entre os de maior importância estão os poloneses, alemães, russos, italianos, sírios, austríacos e portugueses.
A presença desses imigrantes trouxe mudanças para as regiões paranaenses onde se instalaram, impulsionando, sobretudo, as atividades industriais. Essa atitude modernizadora ocorreu também em relação a outros setores como comércio, transporte e cultura. Tais atividades muitas vezes ocorreram em função das dificuldades com a atividade agrícola que os levaram a migrar para a zona urbana. A cultura alemã, na visão de muitos autores, apresenta um caráter associativo, o que incentivou a fundação de clubes e associações em muitas cidades paranaenses, entre elas Ponta Grossa. Nessa cidade as iniciativas para a fundação de um clube dos alemães data de 1896.
O crescimento econômico de Ponta Grossa levou-a a condição de pólo regional no Paraná, ao longo das quatro primeiras décadas do século XX, exercendo grande influência na sua área de abrangência. Ocupou a posição de segunda cidade do estado no que diz respeito ao contingente populacional. Em 1908 superou a casa dos 15.000 moradores. Em 1920 chegou a 20.171 pessoas e em 1940, contava com 38.417 habitantes. A posição de destaque da cidade se confirma, também, pela criação do Bispado em 1926 cuja diocese compreendia doze paróquias em toda região dos Campos Gerais.
De acordo com o relatório do prefeito Albary Guimarães, que administrou a cidade de 1934 a 1944, verificaram-se transformações na cidade evidenciadas por dados, tais como: aumento dos investimentos na área de educação, ampliação e construção de edifícios públicos, melhorias nas áreas de saúde com a criação da Maternidade Pública e de cinco Postos de Puericultura e de saneamento básico, reforma e remodelação dos logradouros, ampliação da rede de iluminação pública atingindo os três principais bairros de Ponta Grossa (Nova Rússia, Oficinas e Uvaranas), calçamento poliédrico nas principais ruas da cidade, crescimento do patrimônio predial urbano, atingindo 6.958 construções em 1944.
O crescimento de Ponta Grossa nas primeiras décadas do século XX se inscreve num contexto nacional de desenvolvimento econômico e urbanização que favorece sobretudo as regiões sudeste e sul do país. Esse desenvolvimento resulta de uma conjugação de fatores como capital, mão-de-obra, mercado relativamente concentrado, matéria prima disponível e barata, capacidade energética e um sistema de transportes ligando as zonas de produção aos portos.
Paralelamente, à crise das regiões agrícolas de culturas tradicionais, as regiões economicamente com o melhor desempenho atraem contingentes populacionais marginalizados pela manutenção da estrutura latifundiária. Se uma parte dessa população migra para o campo, uma outra parte sente-se atraída pelas cidades. Entre estas aquelas que são capitais regionais ou que representam etapas importantes de corredores de exportação são as que mais atraem pela perspectiva de emprego que podem oferecer.
Esse quadro não tem a mesma plenitude em toda a região dos Campos Gerais. Algumas cidades, como Castro, ao contrário de Ponta Grossa, perdem importância regional. Apesar das diferentes condições econômicas os municípios dessa região apresentavam um quadro político semelhante nos anos 30.
A conjuntura econômica favorável em Ponta Grossa nos anos 20 e 30 possibilitou um discurso de enaltecimento à cidade similar ao do Movimento Paranista. Artigos do jornal Diário dos Campos apresentam uma imagem idealizada da cidade e projetam um futuro promissor.
Ao chegar a década de 1950, encontramos uma nova realidade. O Paraná buscava uma nova identidade regional devido ao crescimento vertiginoso de sua população, a ampliação de suas fronteiras e o impulso econômico da lavoura cafeeira. A terra roxa e o café fizeram a riqueza e a importância política de sua região norte.
Nesse contexto, iniciou-se também para Ponta Grossa um novo período histórico. A cidade, historicamente vinculada ao tropeirismo e a economia agrária - a Ponta Grossa camponesa -, e que no princípio do século XX experimentou um momento de euforia urbano capitalista - a Ponta Grossa princesa -, ingressou numa fase correspondente àquela vivida pelo Paraná. A busca de uma nova identidade transformou-se no grande desafio para os ponta-grossenses a partir de então.
[editar] Origem do nome
Conta-se duas versões para origem do nome. A primeira segundo Manoel Cyrillo Ferreira, fala que: O qrande proprietário de terras o Sargento-Mor, Miguel da Rocha Ferreira Carvalhaes, teria determinado a seu capataz, Francisco Mulato, "que escolhesse um ponto bem apropriado para nova morada de sua Fazenda". Francisco Mulato, percorrendo os campos da região, teria escolhido local próximo de onde hoje se encontra a Igreja de São Sebastião, antiga Chacará Dona Magdalena, e teria dito: "Sinhô bem sabe porque é encostado naquele capão que tem Ponta Grossa". Francisco Mulato estava certo local plano, encruzilhada, "porta para o interior". Uma segunda versão de Nestor Victor escreve, ainda, que: A cidade atual foi edificada em terrenos de uma fazenda que tinha esse nome (Ponta Grossa), fazenda pertencente a Miguel da Rocha Ferreira Carvalhaes, o qual generosamente doou as terras necessárias para semelhante fim. A estância assim se chamava devido a um capão ao lado de seus terrenos, o qual ainda hoje forma uma ponta grossa, porque a fazenda ainda existe, a umas 8 léguas de Castro. (FONTE: Os Campos Gerais e Sua Princesa; LANGE, Paulo Francisco Lothar)
[editar] Lendas e histórias
- Lenda das Pombinhas
Contam os antigos que, quando os fazendeiros dos Campos Gerais se reuniram para decidir o local da sede de povoação, onde ergueriam uma igrejinha sob a invocação da senhora Sant´Ana, não chegaram a um acordo, pois cada um queria que o lugar ficasse próximo a sua fazenda. Assim sendo, de comum acordo, resolveram soltar dois pombos brancos com fitas vermelhas amarradas nas perninhas, e que, onde estes pousassem seria o local da igrejinha e o centro da nova povoação. Soltos os pombos, estes voaram para bem longe, e foram pousar sobre uma cruz, próxima de uma enorme figueira, na mais alta colina, junto ao caminho dos tropeiros. Ali foi então erguida modesta capela de madeira sob a invocação de Sant´Ana. E, ao seu redor formou-se a nova povoação de Ponta Grossa.
- Gralha Azul – Lenda Paranaense
Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho onde passara a noite, quando acordou com a batida aguda de um machado e o gemido do pinheiro. Era o lenhador golpeando a arvore para transforma-la em tabuas. Quantos anos levou a natureza para que o pinheiro atingisse aquele porte majestoso e agora, em poucos minutos, estaria estendido no solo e pronto para ir a serralheria. As pancadas pareciam repetir no coração da gralha. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito alem das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias. A gralha subiu ainda mais na imensidão. Novamente a mesma voz: - volte avezinha bondosa, vai novamente para os pinheirais. De hoje em diante eu a vestirei de azul da cor deste céu e ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, plantará os pinheirais. A gralha por alguns instantes atingiu as alturas e por surpresa, onde seus olhos conseguiram ver seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu voltou celebre para os pinheirais iniciando seu trabalho de ajudante. Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parecia com vozes de crianças brincando. O pinheiro é símbolo de fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que a podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. E os pinheiros foram crescendo. Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão... Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, repetindo às auras que embalam o meu convite eterno: Vinde a mim todos...
- A lenda de Vila Velha
Itacueretaba, antigo nome do local hoje denominado Vila Velha, significa “cidade extinta de pedras”. Este recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama, “terra dos homens”, onde esconderiam o precioso tesouro Itainhareru. Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos. Os apiabas desfrutavam de todas as regalias, porem era-lhes vedado o contato com as mulheres. A tradição dizia que as mulheres, estando em posse do segredo de abaretama, o revelariam aos quatro ventos, e chegando a noticia aos ouvidos dos inimigos, estes tomariam o tesouro para si. Se o tesouro fosse perdido, Tupã deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças. Dhui (Luís), fora escolhido chefe supremo dos apiabas, entretanto, não desejava seguir este destino, pois se tratava de um chunharapixara (mulherengo). As tribos rivais, ao terem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga (aurora da manhã), para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro. A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Numa tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri (licor de butiás) para embebeda-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração não conseguindo assim completar a traição. Decidiu então, tomar a bebida junto com seu amado, e os dois se amaram a sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição de seu guerreiro e furioso provocou um terremoto sobre toda a região. A antiga planície fora transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama transformou-se em pedra, o solo rasgou-se em alguns pontos, dando origem as furnas, o precioso tesouro fora derretido formando a Lagoa Dourada. Os dois amantes ficaram petrificados e entre os dois, a ataca ficou como símbolo da traição. Diz a lenda que as pessoas mais sensíveis a natureza e ao amor, quando ali passam ouvem a ultima frase de Aracê: Xê pocê o quê (dormirei contigo).
- História do Buraco do Padre
O nome buraco do padre está intimamente ligado a historia dos jesuítas que ali estiveram. A finalidade dos jesuítas era a de converter as almas para o cristianismo, principalmente as das terras novas das Américas. Os jesuítas dos Campos Gerais eram oriundos das Santas Missões de Guairá, onde trabalhavam com os índios da tradição Umbu. A origem do nome Buraco do Padre pode estar ligada ao costume dos padres jesuítas se dirigirem ao alto do platô, para concentração e meditação, ou simplesmente para o descanso. Não raro eram vistos por indígenas ou cablocos, que passaram a chamar o local de Buraco do Padre. O local foi muito utilizado para matança de índios pelos bandeirantes nos séculos XVI e XVII. Os mesmos eram jogados do alto para dentro da garganta indo ao encontro da morte. Algumas curiosidades e crenças cercam o local. Conta a história que alguns pesquisadores europeus visitaram o Buraco do Padre no século XIX, e que em noites de céu limpo caiam bolas de fogo, e em algum lugar próximo havia ouro enterrado. Estas ultimas crenças dão-se ao fato de os jesuítas terem fugido as pressa devido a influencia que o Marques de Pombal exercia sobre o Rei aconselhando-o a expulsar os jesuítas do Brasil, alegando que, devido ao seu alto grau de conhecimento, poderiam amotinar os índios contra a coroa, criando uma rebelião na Colônia.
- História de Itaiacoca
Itaiacoca, distrito de Ponta Grossa, criado pela Lei n° 203 de 03 de janeiro de 1909, está localizado em uma região bastante acidentada dos Campos Gerais, com uma área de 663Km, apresenta terras muito férteis e ricas em variedades minerais, as quais pertenceram no período colonial à grande sesmaria de Conceição, de responsabilidade do capitão Mor Pedro Taques de Almeida, que compreendia ainda, muitos alqueires de terras situadas as margens do rio Jaguaricatu e Iapó. Cobertas de densa vegetação, planícies infindáveis foram se dividindo e distribuídas a genros, filhos e outros parentes dos Taques de Almeida, formando pequenos núcleos e povoados, muitos dos quais vivendo em torno das minas de talco e calcário, ou à beira das estradas que destinavam ao interior, empenhados na lavoura e pecuária de subsistência. Em 1780, a Câmara de Curitiba resolveu nomear o Sr. Joaquim F. Pinto pra guarda-mor das regiões de Pitanguá e Itaiacoca, transformando-se em pouso para tropeiros. Em face da exploração do local, a família Taques de Almeida instalou ali algumas famílias procedentes de outros estados, as quais se somam alguns colonos de origem européia (poloneses). Pelos idos de 1790, um grupo de jesuítas adentrou ao interior a fim de promover a catequese e pacificação dos silvícolas e a descoberta de elementos que estimulassem um estudo mais detalhado da região, numa tarefa paralela a dos bandeirantes que seguiam o famoso caminho do Piabiru (dos Andes ao litoral paulista). Foram responsáveis pelas primeiras demarcações e descobertas de ouro de aluvião, ainda encontrado nos pequenos rios que cortam matas e campos. Os jesuítas criaram uma missão às margens do riacho entre o morro da Pedra Grande e a localidade do Cerrado Grande, desenvolvendo a lavra de ouro de aluvião. Vestígios de ruínas jesuíticas ainda são encontrados em Cerrado Grande. O distrito de Itaiacoca, à distancia de apenas 30Km da sede do município de Ponta Grossa, na região Sudeste, sendo integrado pelas localidades de Barra Grande, Biscaia, Cerrado Grande, Campinas, Caeté, Imbuia, Mato queimado, Princesa do Ribeirão de Cruz, Rio de Dentro, Roça Velha, Rio Bonito, Cerradinho, Sete Saltos, Anta Moura, Carazinho, Passo do Pupo, Conceição, Caçador dos Casemiros e Bairros dos Ingleses. Os rios de maior importância que cortam as terras de itaiacoca são o Ribeirão grande e Guarituba, que formam o Ribeira, Riachos, lagos e brejos, que contribuem para manter a umidade da região, cuja característica global é o constante verde, como narra o historiador Reinaldo Emanuel Hansen (UEPG): “A paisagem de toda a região dos Campos Gerais está revestida de um cenário impressionantemente verde, o que torna os ‘Campos Gerais’ ainda mais belos e ricos”. Quanto a ocupação de Itaiacoca, deu-se pela mestiçagem entre europeus e tupi-guaranis que ortougou ao elemento local traços e portes físicos diversos: há os de olhos claros (descendentes diretos de europeus), os mulatos (devido a influencia do negro com a mão-de-obra escrava), os cablocos (mistura direta de europeus e índios) e os bugres( remanescentes dos primeiros habitantes da região). Essa população alegre e hospitaleira, cuja convivência familiar e a amizade com os vizinhos traz a tona muitas histórias, contos, causos que são passados de pai para filho. Essas histórias são fantásticas, cheias de símbolo e imagens que se alteram de contador a contador, produto de uma transmissão oral, como por exemplo a Lenda da Pedra Grande.
- Lenda da Pedra Grande
O morro da Pedra Grande está situado entre a localidade do Cerradinho e o Cerrado Grande, situados em Castro – PR. Neste local os padres jesuítas exploravam ouro de aluvião, do qual contam muitas historias e causos fantásticos. Dizem os mais antigos que, por vezes no silencio da madrugada, são surpreendidos por toques de sinos, procedentes da região. Certa vez, um homem muito corajoso decidiu conhecer de perto os mistérios da Pedra Grande. Ao chegar lá, viu uma porta se abrir e por ela aparecer uma pessoa estranha trazendo nas mãos onças de ouro, as quais não poderiam ser tocadas, pois estavam protegidas por uma enorme serpente. A pessoa estranha dirigiu-se ao visitante e pediu que ele se retirasse dali, se não a porta se fecharia e ele permaneceria eternamente naquele local. Outra versão da lenda conta que uma jovem viu uma pessoa vagar pela estrada, em trajes antigos, que conversou com ela e que em seguida perdeu os sentidos em face da visão, quando os recobrou estava diante do grande tesoura da Pedra Grande. Uma terceira dimensão da lenda narra a visão de um lagarto incandescente, que descia do grande tesouro da Pedra Grande. Uma quarta narrativa dos antigos habitantes de Itaiacoca contam que, certa vez, apareceu três homens no local procedentes de Sorocaba, diziam serem tropeiros e que teriam vindo explorar a região. Contam que os três homens subiram o morro da Pedra grande a fim de verificar os mistérios que envolvem aquelas paragens. Entraram nas antigas escavações feitas pelos escravos e jesuítas. Ao penetrar nas imediações depararam com um tucano feito de barro, cujo bico do estava posicionado para o fundo das escavações. Naquele dia os três homens nada encontraram e voltaram para o acampamento. Mas, um deles ficou desconfiado com a posição do bico do pássaro e na calada da noite, voltou as escavações, seguindo a direção apontada e segundo depoimento, ele teria encontrado o tesouro dos jesuítas que teria sido escondido por ocasião de sua expulsão. Na manhã seguinte, os dois companheiros ao acordar sentiram a falto do outro companheiro. Resolveram então procura-lo. Seguiram para o morro da pedra grande, a para surpresa o tal homem estava saindo com o tesouro. Houve luta corporal entre os três, e os dois homens que foram procurar o amigo morreram assassinados e teriam sido enterrados próximos da Pedra grande. O outro fugiu levando o tesouro. Os três homens nunca mais foram vistos na região. Mas o que ficou foram os fantasmas, dizem que aparecem elementos como bolas de fogo, homens de preto e animais como bode preto, etc.
- Histórico da Capela Santa Bárbara
A Capela Santa Bárbara, destaca-se pelo valor histórico, por ser a primeira capela erguida pela missão cientifica dos jesuítas que passou pelos Campos Gerais, no período de 1707 à 1729, com características básicas da edificação em taipas e pedras e com áreas deliminatórias em muros de pedra (hoje incorporada à vegetação). Paralelamente aos serviços religiosos, os jesuítas estabeleceram uma fazenda de criação, a Fazenda Pitangui, e aí permaneceram até 1759, levantando fundos para construção do colégio de Paranaguá. A partir deste ano a Capela de Santa Bárbara e a Fazenda Pitangui passaram a ser geridas pelos religiosos carmelitas do Capão Alto, em virtude da expulsão dos jesuítas pelo Marques de Pombal. Junto à capela foi construído um cemitério, onde ilustres cidadãos foram sepultados. O primeiro intendente dos Campos Gerais (primeira autoridade civil) está sepultado ali. Balduíno Taques de Almeida, falecido em 1865, em seu testamento, pediu para ser sepultado em Santa Bárbara, o que não foi possível, porque faleceu muito distante, na fazenda Guartelá. Em 1727, José de Góes e Morais fez doação da Sesmaria do Pitangui, à Companhia de Jesus. O padres, logo ergueram um altar, substituído por capela construído por José Tavares de Cerqueira, parente de José de Góes de Morais, que solicitou aos jesuítas que a capela fosse dedicada à Santa Bárbara. “Santa Bárbara (ano 235) nascida na Nicomédia (Bitínia, Ásia Menor) filha de pais nobres e idólatras. Muito bela, já encerrada numa torre, por ordem do pai, para que ninguém na ausência dele, a pretendesse por esposa. Tendo se tornado cristã, Bárbara mandou abrir uma terceira janela na torre, para que pudesse ter sempre diante de si um símbolo da Santíssima Trindade. Denunciada pelo pai como cristã, foi condenada à morte. O próprio pai se dispôs a decepar-lhe a cabeça. Depois de martirizar a filha, um raio o matou”. Segundo a tradição católica romana, Santa Bárbara é a padroeira dos fiéis contra tormentas.
(fonte:www.pontagrossa.pr.gov.br)
[editar] Limites
Ao norte com os municípios de Castro e Carambeí, ao sul com os municípios de Palmeira e Teixeira Soares, ao leste com o município de Campo Largo e com Tibagi e Ipiranga a oeste.
[editar] Geografia
[editar] Hidrografia
Área bem irrigada por ampla rede hidrográfica, onde se destacam os rios: Tibagi, Verde, Pitangui, também o Arroio da Chapada, além das bacias hidrográficas do Botuquara, do Rio da Morte, Arroio Terra Vermelha, Ribeirão Quebra-Perna, etc. Tais bacias são relativamente pequenas, mas, devido a sua cobertura vegetal de retenção de umidade, permitem um desaguar relativamente rápido para as calhas destes cursos d’água.
[editar] Clima
Subtropical, úmido, mesotérmico. O clima é ameno no verão e frio, com incidência de geadas no inverno, sendo a temperatura média no verão de 21,4º C e no inverno de 13,8º C.
- Mínima absoluta: -6,0º C em Julho de 1975
- Máxima absoluta: 36,2º C em Janeiro de 1958
[editar] População
A população é composta das mais diversas etnias. Em seus primórdios, ela se deu pela soma de desbravadores, portugueses, tropeiros e famílias ilustres vindas principalmente de São Paulo. A partir do início do século XX, se estabeleceram eslavos (russos, poloneses e ucranianos), árabes, italianos, japoneses, holandeses e alemães, sendo alemães e eslavos os mais numerosos e conseqüentemente, os que mais influenciaram nos hábitos e na cultura da população.
[editar] Turismo
Localizado no município de Ponta Grossa, a 969 metros de altura, no verde dos Campos Gerais, está o Parque Estadual de Vila Velha, com suas rochas esculpidas artisticamente pela natureza, ao longo de 350 milhões de anos. As formações rochosas recebem diferentes denominações, de acordo com as figuras às quais se assemelham. Entre as centenas existentes, as mais facilmente reconhecíveis são a Garrafa, o Camelo, o Índio, a Esfinge, a Taça e a Proa de Navio.
anfiteatro subterrâneo com uma queda d'água de 30 metros de altura, também debaixo da terra. O município apresenta ainda outras paisagens naturais muito apreciadas e uma rica reserva ecológica, que inclui locais como os chamados caldeirões do inferno, que são depressões circulares de até 107 metros de profundidade, com 80 metros de diâmetro. Numa dessas cavidades, um teleférico vertical leva os visitantes até uma profundidade de 54 metros, de onde se pode caminhar até um lago subterrâneo. Outro acidente geográfico de rara beleza na região é a lagoa Dourada, paraíso da fauna aquática local. A lagoa é alimentada por um rio subterrâneo, cuja ação erosiva desgastou as rochas e provocou a formação de cavernas em seu interior. O fundo da lagoa está coberto por uma camada de mica que faz a água brilhar como se fosse de ouro, quando exposta aos raios solares. As localidades históricas como a Mansão da Vila Hilda (atual Fundação Cultural), a Estação Paraná, a Estação Arte, a Catedral de Sant’ana, o Museu Campos Gerais entre outras, nos remetem ao século XIX e começo do século XX, quando a cidade começou a se desenvolver. O turismo empresarial evoluiu muito nos últimos 10 anos e a cidade conta com um setor hoteleiro forte.
[editar] Economia
A economia da cidade obteve um aquecimento no começo dos anos 90 quando começaram a se instalar grandes empresas nacionais do setor logístico e com a construção de shoppings centers. Infelizmente o comércio se ressente do mercado não-regulamentado que é bastante intenso na cidade.
No período 1975-2005 Ponta Grossa vivenciou um processo de industrialização em ritmo acelerado, impulsionado pela boa infra-estrutura de transporte, mão-de-obra barata, a presença da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e posição geográfica estratégica. Pode-se citar indústrias nos seguintes ramos: extração de talco, pecuária, agroindústria (em particular a soja, que confere ao município o título de Capital Mundial da Soja), madeireiras, metalúrgicas, metal-mecânico, alimentícias, têxteis.
O município está próximo dos principais mercados consumidores do país, São Paulo e Curitiba, e é ponto de passagem para a exportação de produtos pelo Porto de Paranaguá e pelo Corredor do Mercosul, rodovia que liga o Sudeste do Brasil aos países do Mercosul. É a quarta principal cidade exportadora paranaense e a décima do Sul[1], em especial, para o Japão e a Europa. A dez quilômetros do centro da cidade se encontra o armazém graneleiro da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), o maior complexo armazenador de grãos do Brasil, com capacidade estática para 420 mil toneladas, funcionando como um porto seco; recebe quase toda a produção do Paraná e grande parte da produção de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai e as envia para o Porto de Paranaguá apenas no momento de embarque. Seu parque industrial, localizado próximo á região do Bairro Cara-Cará é o mais desenvolvido do interior do estado, atrás apenas de Curitiba e Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba).
[editar] Educação
A cidade conta com duas instituições públicas de ensino superior:
Ambas instituições atraem estudantes de graduação e pós-graduação de diversas regiões, sobretudo do sul do país. A cidade também abriga instituições particulares como Uniandrade, União, Secal, e CESCAGE.
Ponta grossa obteve uma posição destacada na avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, em 2005. A média paranaense foi de 44 pontos; os cursos oferecidos pelo campus Ponta Grossa da UTFPR foram avaliados entre os melhores do estado do Paraná (66.44 pontos). Resultados de nível igualmente elevado foram obtidos pelo Colégio Marista Pio XII (60.01 pontos).
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Página da prefeitura;
- Portal Ponta Grossa - Informação, Turismo e Entretenimento;
- Universidade Estadual de Ponta Grossa;
- Postais Antigos de Ponta Grossa;
- Ponta Grossa Convention & Visitors Bureau;
- Ponta Grossa Município Interativo;
- Perfil Municipal.
- Münchenfest - Festa Nacional do Chopp Escuro;