Tacacá
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Tacacá é uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do Pará, Amazonas e Amapá. É preparado com um caldo fino de cor amarelada chamado tucupi, sobre o qual se coloca goma, camarão e jambu. Serve-se muito quente, temperado com sal e pimenta, em cuias.
Sua origem é indígena e, segundo Câmara Cascudo, deriva de um tipo de sopa indígena denominada mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse mani poí fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às vezes camarões secos.”.
Índice |
[editar] Receita
[editar] Ingredientes
- tucupi
- goma de mandioca
- camarão seco, salgado
- jambu (Spilanthes oleracea)
- chicória (Chicorium intybus)
- sal
- alho
- pimenta de cheiro
[editar] Apresentação e consumo
Serve-se em cuias. Coloca-se primeiramente um pouco de tucupi e o caldo da pimenta-de-cheiro com tucupi. Acrescenta-se a goma e arranjam-se os ramos do jambu de modo bem distribuído. Colocam-se os camarões e acrescenta-se mais tucupi até quase completar a cuia.
Toma-se o tacacá – não se diz comer, nem beber – levando-se os lábios até a cuia, sorvendo em pequenas quantidades o tucupi , misturado com a goma. Tradicionalmente não se usa nenhum instrumento para tirar o camarão ou o jambu, usa-se a ponta dos dedos; mas por ser mais prático, adota-se atualmente o palito de madeira.
O jornalista paraense Raymundo Mário Sobral ressalta porém que “é no tacacá que se conhece o paraense. O legítimo jamais cometerá o sacrilégio de tomar tacacá com o auxílio de solerte palitinho”.
Dado que esta iguaria é servida muito quente, passou-se a usar uma pequena cesta na base da cuia - provavelmente a partir da década de 1990 - para proteger as mãos de quem consome o tacacá.
É habitual consumir-se o tacacá no final da tarde, em via pública, nas tradicionais tacacazeiras. Não é comum servir-se este prato ns refeições principais.
[editar] A tacacazeira
A vendedora de tacacá, ou tacacazeira, é uma figura típica das ruas de Belém do Pará. Sua imagem foi retratada, em 1937, numa obra da pintora paraense Antonieta Santos Feio, pertencente hoje ao Museu de Arte de Belém.
As vendedoras de tacacá têm ponto fixo em diferentes locais da cidade, permanecendo muitas vezes por décadas, com clientela cativa.
[editar] Ver também
[editar] Bibliografia
- ALGRANTI, Márcia. Pequeno dicionário da gula. São Paulo: Record, 2000. 544 p.
- CASCUDO, Câmara Luís da. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2004. 954 p. (1ª ed.: Companhia Editora Nacional, 1967).
- CULINÁRIA amazônica: o sabor da natureza. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2000. 150 p.
- FLORES, Jaques. Panela de Barro: crônicas, ensaios, fantasias. Rio de Janeiro: Adersen, 1947. 194 p.
- GOMENSORO, Maria Lucia. Pequeno dicionário de gastronomia. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. 432 p.
- ORICO, Osvaldo. Cozinha amazônica: uma autobiografia do paladar. Belém: Universidade Federal do Pará, 1972.
[editar] Ligações externas
- Tacacá, bebida ou comida? Revista Nosso Pará. Texto de Annamaria Barbosa Rodrigues.
- Tacacá música de Luiz Gonzaga e Lourival Passos
- A arte de tomar tacacá Crônica de Ribamar Bessa.