A Muralha (2000)
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A Muralha é uma minissérie brasileira produzida pela Rede Globo e escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Denise Saraceni baseado no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz. Foi exibida em 2000, em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
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[editar] Ficha Técnica
- Emissora: Rede Globo
- Horário: 23h
- Data de Estréia: 4 de janeiro de 2000
- Data de Término: 31 de março de 2000
- Número de Capítulos: 51 capítulos
- Minissérie de: Maria Adelaide Amaral (baseada no homônimo de Dinah Silveira de Queiróz)
- Escrita por: Maria Adelaide Amaral, João Emanuel Carneiro e Vincent Villari
- Direção: Luís Henrique Rios
- Direção Geral: Denise Saraceni e Carlos Araújo
- Núcleo: Denise Saraceni
[editar] Enredo
A história se passa cerca de cem anos depois que Pedro Álvares Cabral e suas caravelas aportaram no Brasil, uma época em que a principal preocupação era sobreviver e os Bandeirantes eram os donos da terra, apesar das leis do Reino de Portugal e dos jesuítas, que tentavam catequisar os índios e livrá-los dos Bandeirantes, que os escravizavam. O choque entre os paulistas, que conquistavam terras e minas, e os forasteiros de diversas procedências, que queriam se apossar delas, era inevitável. A muralha significava a serra como obstáculo às incursões dos bandeirantes, nas suas buscas de novas terras e riquezas.
Na fazenda Lagoa Serena, situada nos arredores da Vila de São Paulo, rodeada pela "muralha" e desbravada pelos bandeirantes, mora Dom Braz Olinto (Mauro Mendonça), líder de uma bandeira; sua mulher, Mãe Cândida (Vera Holtz); e seus filhos: Basília (Deborah Evelyn), casada com Afonso Góes (Celso Frateschi), um bandeirante, Tiago (Leonardo Brício), Rosália (Regiane Alves) e Leonel (Leonardo Medeiros), que vive com a esposa Margarida (Maria Luísa Mendonça). Ainda uma sobrinha, Isabel (Alessandra Negrini), que na verdade é sua filha bastarda e um sobrinho, o mestiço Aimbé (Enrique Diaz).
Ao redor desses personagens flui toda a trama, iniciada com a chegada de Portugal de outra sobrinha de Dom Braz, Beatriz (Leandra Leal), que vem ao Brasil para casar-se com Tiago. Mas a jovem portuguesa terá de disputá-lo com Isabel, o braço direito de Dom Braz que o acompanha em suas bandeiras, uma menina que foi criada entre o convívio da família e dos índios, entre eles Apingorá (André Gonçalves), Tuiú (Patrick de Oliveira) e Parati (João Pedro Roriz), moldando, assim, uma personalidade arredia e selvagem. Haverá também o conflito gerado por Rosália, ao se apaixonar por um inimigo de Dom Braz, o aventureiro e traidor Bento Coutinho (Caco Ciocler).
Junto com Beatriz, chegam ao Brasil novos personagens que comporão o cenário típico da época. O Padre Miguel (Matheus Nachtergaele), que auxiliará o Padre Simão (Paulo José), jesuíta da Companhia de Jesus, catequizando os índios, mas que terá que resistir ao assédio da índia Moatira (Maria Maya), que apaixona-se por ele. Dona Antônia (Claudia Ohana), uma ex-cortesã que vem ao Brasil em busca de um bom casamento. E Dona Ana (Letícia Sabatella), uma judia que foge dos horrores da Guerra Santa e vai viver sob a tutela de Dom Jerônimo Taveira (Tarcísio Meira), com quem tem uma dívida moral a pagar. Dom Jerônimo, irmão de um inquisidor, livrou da morte o pai de Dona Ana em Portugal. Inimigo de Dom Braz Olinto, é um comerciante que sabe ser canalha e fingido diante das autoridades, mas não as respeita; é carola frente aos padres, mas na realidade é um homem pervertido, cruel e obceno.
A minissérie teve seu momento de ápice no capítulo onde a tribo indígena revoltada pelo assassinato de um índio, invade Lagoa Serena, que neste momento está apenas com as mulheres em casa. Mãe Cândida bravamente conduz Beatriz, Margarida, Basília e Isabel numa luta que marcou história na TV.
[editar] Elenco
- Leandra Leal - Beatriz Ataide
- Leonardo Brício - Tiago Olinto
- Letícia Sabatella - Ana Cardoso
- Alexandre Borges - Dom Guilherme Schetz
- Claudia Ohana - Antônia
- Vera Holtz - Mãe Cândida Olinto
- Mauro Mendonça - Dom Brás Olinto
- Tarcísio Meira - Dom Jerônimo Taveira
- Maria Luísa Mendonça - Margarida Olinto
- Leonardo Medeiros - Leonel Olinto
- Deborah Evelyn - Basília Olinto Góes
- Celso Frateschi - Afonso Góis
- Pedro Paulo Rangel - David Fonseca "Mestre Davidão"
- Regiane Alves - Rosália Olinto
- Caco Ciocler - Bento Coutinho
- João Pedro Roriz - Parati
- Maria Maya - Moatira
- Matheus Nachtergaele - Padre Miguel
- Alessandra Negrini - Isabel Olinto
- André Gonçalves - Apingorá
- Ada Chaseliov - Leonor
- Bumba - Genoveva
- Patrick de Oliveira - Tuiú
- Rita Martins - Iamê
- Mônica Torres - Joana
- Edwin Luisi - Dom Gonçalo
- Carlos Eduardo Dolabella - João Antunes
- Ângelo Paes Leme - Vasco Antunes
- Sérgio Mamberti - Dom Cristovão Rabelo
- Emiliano Queiroz - Dom Falcão
- Cecil Thiré - Dom Bartolomeu
- Stênio Garcia - Caraíba
- Enrique Diaz - Aimbé
- Cacá Carvalho - Frei Carmelo
- Irving São Paulo - Capanga de Bento Coutinho
- Elias Andreato - Dom Cardoso (pai de Ana)
- José de Abreu - Inquisidor-Mor
- Luís Melo - Dom Manuel Nunes Viana
- José Wilker - Dom Diogo
- Dênis Carvalho - Irmão de Beatriz (voz)
[editar] Curiosidades
- Mauro Mendonça e Tarcísio Meira trocaram de personagens poucos dias antes de iniciar as filmagens. Tarcísio faria o bandeirantes Dom Brás, mas optou na última hora em interpretar o malévolo Don Jerônimo Taveira e solicitou a troca. Os diretores acataram sua idéia, o que resultou na melhor performance artística do ator em toda a sua carreira, segundo os críticos.
- O núcleo indígena de Lagoa Serena composto pelos atores André Gonçalves, Patrick de Oliveira, Maria Maya e João Pedro Roriz realizou diversos laboratórios na Floresta da Tijuca semanas antes do início das gravações. Durante o laboratório, os atores caçavam, caminhavam na floresta e construíam tabas como seus personagens silvícolas. A intenção da direção foi "embrutecer" os atores para viverem os seus personagens, segundo Carlos Araújo no DVD da série recém lançado pela Globo Filmes
- A trama de Dinah Silveira de Queiroz já havia sido adaptada para telenovela por Ivani Ribeiro para a TV Excelsior em 1969, com direção de Sérgio Britto. Os atores Mauro Mendonça e Stênio Garcia, respectivamente Dom Brás e Caraíba na segunda montagem, foram os únicos atores a participarem das duas montagens televisivas, tendo interpretado Dom Brás e Aimbé respectivamente.
Minisséries da Rede Globo
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