Abe Kobo
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Abe Kobo (7 de Março de 1924 - 22 de Janeiro de 1993) foi um romancista e dramaturgo japonês, líder do vanguardismo (ver Vanguarda). Seu conhecimento da literatura ocidental, do existencialismo, do surrealismo e do marxismo moldaram sua posição ante aos problemas de perda de identidade no Japão do pós-guerra.
Em sua obra destacam-se o romance A mulher nas dunas (1964) e peças teatrais minimalistas (Ver Minimalismo), entre elas, Bo ni natta otoko (1969).
Abe Kobo nasceu em Tóquio e passou a infância e a adolescência na região de Dongbei Pingyuan ou Manchúria, então ocupada pelos japoneses, onde seu pai era professor de medicina. Em 1943, ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Tóquio. Interrompeu os estudos ao sofrer um esgotamento nervoso que o levou a ser internado em um hospital para doentes mentais.
No fim da Segunda Guerra Mundial, Abe Kobo era vendedor ambulante, enquanto escrevia poemas e contos. Em 1947, publicou seu primeiro livro, Poemas de um desconhecido. Os poemas posteriores, com o título de Um sinal no fim de uma estrada, apareceram em uma revista no ano seguinte. A partir daí, Abe Kobo passou a fazer parte de um grupo de escritores e artistas surrealistas e a se interessar por teatro e cinema de vanguarda. Sua primeira compilação de contos, publicada em 1951, recebeu o Prêmio Akutagawa, o maior prêmio literário do Japão.
A mulher nas dunas, seu livro mais conhecido, conta a história de um entomologista (vide Entomologia) que, induzido a entrar em uma armadilha, passa o resto da vida como um inseto preso. O romance, traduzido para vinte línguas, proporcionou a Abe Kobo reconhecimento internacional. A peça Bo ni natta otoko lembra a condição apavorante da personagem de A metamorfose, do escritor tcheco Franz Kafka.