Angela Gheorghiu
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Angela Gheorghiu (Adjud, Romênia, 7 de setembro de 1965) é um dos mais famosos sopranos da atualidade. Com o marido, o tenor Roberto Alagna, ela forma um dos mais célebres casais da ópera contemporânea.
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[editar] Biografia
Angela Gheorghiu nasceu com o nome de Angela Burlacu. Desde muito pequena interessou-se pelo canto, juntamente com sua irmã, que morreu tragicamente num acidente em 1996. Aos 13 anos, iniciou seus estudos na Academia de Música de Bucareste, primeiramente sob a tutela de Mia Barbu, a quem, segundo a própria soprano, ela deve boa parte de sua técnica. Graduou-se em 1989 e, beneficiando-se da queda de Nicolae Ceausescu naquele mesmo ano, decidiu seguir carreira internacional. Sua estréia profissional teve lugar em 1990, como a Mimì de La Bohème, na Cluj Opera
Sua estréia internacional viria dois anos mais tarde, no Covent Garden, como a Zerlina de Don Giovanni. Ela recusou a oferta original para cantar a Mimì (La Bohème), preferindo optar por um papel menos arriscado. De todo modo, causou excelente impressão, e seguiram-se participações na Wiener Staatsoper em 1992 (Adina, L'Elisir d'Amore), e no Metropolitan Opera de Nova York em 1993 (Mimì).
Em 1994, fez testes com Georg Solti para uma nova produção de La Traviata. Supõe-se que, após ouvi-la, o regente teria dito: "I was in tears. I had to go out. The girl is wonderful. She can do anything!" ("Eu caí em lágrimas. Precisava sair dali. Esta moça é maravilhosa. Ela pode fazer qualquer coisa!"). De fato, do dia para noite, sua primeira Violetta catapultou Gheorghiu para a fama.
Em 1996, Angela Gheorghiu casou-se com o tenor francês Roberto Alagna. Desde então, os dois formam um dos mais famosos casais da ópera, cantando diversas vezes juntos tanto nos palcos quanto em estúdios.
[editar] Características
Conhecida pela beleza particular da sua voz e pelas suas atuações intensas e profundas, Gheorghiu tem grande afinidade com as óperas de Verdi e Puccini, além das da escola verista. Por outro lado, devido à sua excepcional musicalidade, tornou-se igualmente conhecida como intérprete do repertório francês. Patriota convicta, como demonstram várias de suas entrevistas, dedica-se igualmente com bastante ênfase a divulgar a música da Romênia, interpretando e gravando árias sacras, canções e mesmo árias operísticas de seu país natal.
Soprano lírico-dramático com uma grande extensão e uma voz colorida e escura, Gheorghiu é também capaz de cantar papéis para soprano spinto. Já gravou a Leonora de Il Trovatore, de Verdi, e a Tosca, de Puccini para a EMI. Com relação a este último papel, participou ao lado de Alagna na versão cinematográfica dirigida pelo francês Benoît Jacquot em 2001, e sua agenda prevê uma apresentação deste papel em 2006, no Covent Garden de Londres.
De todo modo, trata-se de uma intérprete bastante cuidadosa com sua voz, que constrói sua carreira lentamente, concentrando-se nos papéis com os quais ela possui maior afinidade vocal e interpretativa. Entre eles, destacam-se Violetta (La Traviata), Mimì (La Bohème), Magda (La Rondine), Adina (L'Elisir d'Amore) e Julieta (Romeo et Juliette). Em 2003, acrescentou ao seu repetório a Nedda de I Pagliacci e a Marguerite do Fauste de Gounod.
Encarnando o modelo da diva à moda antiga, Gheorghiu é paradoxalmente uma estrela da ópera bastante moderna. Já realizou diversos álbuns e gravações completas e aparece freqüentemente na TV e em concertos para centenas de pessoas. Seu primeiro grande sucesso, a La Traviata de Solti, chegou a ser assistido por mais de um milhão de pessoas na Grã-Bretanha.
[editar] Gravações
Alguma das gravações particularmente famosas de Angela Gheorghiu são:
- Verdi, La Traviata. Com Leo Nucci, Frank Lopardo. Regência de Georg Solti. Convent Garden, 1995.
- Gounod, Romeo et Juliette. Com Roberto Alagna, Jose Van Dam, e Doris Lamprecht. Regência de Michel Plasson. Orchestre National du capitole de Toulouse, 1998.
- Puccini, La Bohème. Com Roberto Alagna, Elizabeth Scano . Regência de Riccardo Chailly. La Scala, 1999.
- Massenet, Werther. Com Roberto Alagna e Thomas Hampson . Regência de Antonio Pappano. London Symphony Orchestra, 1999.