Arminho
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Arminho | ||||||||||||
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Classificação científica | ||||||||||||
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Nomenclatura binominal | ||||||||||||
Mustela erminea Lineu, 1758 |
O arminho (Mustela erminea) é um carnívoro mustelídeo de pequeno porte pertencente ao grupo das doninhas (Mustela spp.). A espécie ocupa todas as florestas temperadas, árticas e sub-árticas da Europa, Ásia e América do Norte. Há 38 sub-espécies de arminho, classificadas de acordo com a distribuição geográfica. O arminho não corre de momento qualquer risco de extinção, mas algumas populações estão ameaçadas sobretudo por perda de habitat.
Índice |
[editar] Características e comportamento
O arminho é um dos menores membros da Ordem Carnivora. Os machos podem medir até 33 cm de comprimento e cerca de 120 gramas de peso; as fémeas são bastante menores, com metade deste tamanho. O corpo é longilíneo, de patas curtas, e termina numa cauda comprida que pode atingir cerca de 40% do comprimento total. O pescoço é relativamente longo e termina numa cabeça pequena e triangular, com orlhas arredondadas e bigodes compridos. A pelagem do arminho varia de acordo com a estação: na Primavera e Verão este animal é castanho chocolate no dorso, com a barriga branca-amarelada; no Outono e Inverno a pelagem torna-se mais espessa e completamente branca. Uma das características da espécie é a ponta da cauda, sempre de cor negra.
O arminho é um predador solitário que prefere caçar durante a noite ou no crepúsculo, movendo-se rapidamente em ziguezagues. Podem percorrer cerca de 15 km numa única noite. As suas presas preferenciais são pequenos roedores, insectos, anfíbios, pequenas aves e frequentemente os seus ovos e juvenis. São excelentes trepadores de árvores e bons nadadores, podendo também caçar peixes ou crustáceos, se as habituais fontes de alimento estiverem indisponíveis. Uma das suas vantagens é a capacidade, conferida pelo seu diminuto tamanho, de perseguir as presas dentro de tocas. O arminho tem que comer várias vezes por dia para responder às necessidades do seu metabolismo rápido e passa grande parte do seu tempo a caçar. É também conhecido o seu hábito de guardar restos de refeições em tocas ou buracos de árvore, para consumir mais tarde. As presas são normalmente mortas com uma dentada no pescoço. O arminho ocupa uma posição intermédia na cadeia alimentar e é presa de outros animais como raposas, martas, e aves de rapina.
A época de reprodução é anual e começa no fim da Primavera, princípio do Verão. Os arminhos são polígamos oportunísticos e acasalam várias vezes ao longo da estação. A gestação é relativamente muito longa para um animal tão pequeno e dura cerca de nove meses, devido ao atraso propositado da implantação dos óvulos no útero até à Primavera seguinte. As crias nascem por volta de Março em ninhos construidos pelas fémeas em tocas ou buracos de árvore. Cada ninhada tem em média entre 4 a 9 filhotes, que nascem cegos e cobertos de uma penugem branca. O crescimento é bastante rápido e com oito semanas os arminhos são já independentes. As fémeas atingem a maturidade sexual de imediato e normalmente acasalam na época de reprodução seguinte. Os machos demoram mais tempo a crescer e tornam-se adultos ao fim de um ano.
Os arminhos sofrem frequentemente de uma infestação parasítica causada pelo nemátodo Skrjabingylus nasicola, que ocupa a zona nasal e em muitos casos causa a morte do hospedeiro.
[editar] Relação com o Homem
O principal interesse do Homem nos arminhos é a sua pele, especialmente a pelagem branca de Inverno, que é considerada bastante valiosa pelo menos desde a Idade Média. Por este motivo, o arminho foi e continua a ser morto em grandes números, através de armadilhas ou, recentemente, em quintas onde é criado para esse mesmo efeito. A pele do arminho é aproveitada sobretudo para golas ou bordaduras de mantos e casacos. Em França, esta pele era vista como um símbolo de realeza e é comum os monarcas aparecerem representados com mantos de arminho, tipicamente brancos com o ponteado de negro que corresponde às caudas. No Reino Unido a roupagem tradicional dos membros da Casa dos Lordes inclui uma gola de pele de arminho, que hoje em dia é substituida por um equivalente artificial.
A voracidade e eficiência do arminho como predador de pequenos mamíferos chamou a atenção humana para outras possíveis aplicações da espécie que foi, por isso, introduzida na Nova Zelândia com o objectivo de controlar as populações de coelhos, que estavam a danificar os ecossistemas nativos. Infelizmente, a ideia foi um desastre pois os arminhos, em vez de caçar os coelhos, preferiram atacar os ninhos de aves nativas como o kakapo e kiwi, que não tinham qualquer experiência contra estes ataques. O arminho é actualmente considerado uma praga e está em curso um programa com vista à sua erradicação.
[editar] Heráldica e simbolismo
O arminho, talvez devido à sua aparência simpática e pelagem valiosa, tem estimulado a imaginação do Homem. No Japão é considerado um símbolo de boa sorte e na Europa medieval e renascentista era visto como símbolo de pureza. As representações alegóricas de arminhos na Europa incluem frequentemente o motto latino Malo Mori Quam Foedari, que se pode traduzir como Antes a morte que a desonra, numa alusão à suposta preferência do animal pela morte quando deparado com a possibilidade de sujar a sua pelagem. Alguns exemplos conhecidos de arminhos enquanto símbolos de pureza incluem um quadro de Leonardo da Vinci (imagem) e um retrato de Isabel I de Inglaterra (imagem), onde a rainha-virgem aparece representada com um arminho no colo.
Outra alusão à pelagem dos arminhos encontra-se na heráldica, numa pele conhecido como ponto de arminho, representada através de um campo branco decorado com elaborados ponteados negros. As variantes aceite são o contra-arminho, onde o ponteado é branco num campo negro, e o erminois onde o campo é dourado.
Os pontos de arminho faziam parte do brasão dos Duques da Bretanha e é ainda hoje em dia parte da bandeira oficial da Bretanha.