Capitalismo de Estado
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O Capitalismo de Estado é uma nova forma de capitalismo, caracterizada por manter a exploração dos trabalhadores via extração de mais-valia, tal como no capitalismo privado, mas onde o Estado se transforma no principal proprietário. O Estado possui o monopólio dos meios de produção e extrai a mais-valia e a redistribui, além do investimento no processo de acumulação de capital, entre os burocratas, que passam a usufluir de diversos privilégios, formando uma burguesia de Estado.
O regime soviético foi acusado por comunistas conselhistas e anarquistas de ser um regime de capitalismo de Estado. Segundo estes, naquele regime, o Estado se tornou proprietário de todos os meios de produção, manteve os trabalhadores longe das decisões políticas e gerenciais, e continuou os submetendo à escravidão do salário.
Todos os países considerados Comunistas, como a U.R.S.S., a República Popular da China, Cuba, Vietnã, bem como os países do Leste europeu foram acusados de serem também regimes de capitalismo de Estado.
A idéia de Capitalismo de Estado surge com o próprio processo da revolução russa. Lênin foi um dos primeiros a utilizar esta expressão, mas num sentido diferente que os seus críticos depois utilizariam. Na Rússia, os grupos de oposição dentro do Partido Bolchevique (a Oposição Operária, os Centralistas Democratas e os Comunistas de Esquerda), colocaram a ameaça de abandono de construção do socialismo e a tendência de construção de um capitalismo de estado, devido a política do partido bolcehvique e o abandono da autonomia operária. Fora do partido, o Grupo Verdade Operária qualificaria o regime russo como sendo um capitalismo de estado.
Fora da Rússia, foram principalmente os chamados comunistas de conselhos (Anton Pannekoek, Karl Korsch, Otto Rühle, Maximilien Rubel, entre outros) que teorizariam o regime russo como sendo um capitalismo de estado. Posteriormente, a Esquerda Comunista Italiana, de Amadeo Bordiga, e vários outros grupos e indivíduos passaram a adotar esta tese.