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Castelo de Alfaiates - Wikipédia, a enciclopédia livre

Castelo de Alfaiates

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Construção ()
Estilo
Conservação
Homologação
(IPPAR)
N/D
Aberto ao público

O Castelo de Alfaiates localiza-se na povoação e Freguesia de mesmo nome, Concelho de Sabugal, Distrito da Guarda, em Portugal.

Embora erguido em área de planalto, do alto de suas muralhas avistam-se as terras agrestes de Ribacôa e o rio Côa, que atravessa o Concelho, permitindo o turismo recreativo e desportivo, em particular a pesca de trutas.

Índice

[editar] História

[editar] Antecedentes

Alguns autores pretendem que a primitiva ocupação humana deste sítio remonta a um castro pré-histórico, posteriormente ocupado à época da Invasão romana da Península Ibérica.

[editar] O castelo medieval

A primeira fortificação do povoado remonta à época da Reconquista cristã da península Ibérica, quando a região foi tomada pelas forças do reino de Leão, em fins do século XII ou início do século XIII. A tradição registra que, neste período, era conhecido como Castillo de la Luna. Embora nenhum vestígio material desta estrutura tenha chegado até nós, acredita-se que se erguia na zona elevada ao centro da atual vila, junto à Igreja da Misericórdia, conforme indicado no século XVII por seu alcaide, Brás Garcia de Mascarenhas. Seria composta por uma torre defendida por uma cerca em estilo proto-românico, destinada a vigilância e refúgio dos moradores.

Integrante do território de Ribacôa, disputado a Leão por D. Dinis (1279-1325), a sua posse definitiva para Portugal foi assegurada pelo Tratado de Alcanices (1297). O soberano, a partir de então, procurou consolidar-lhe as fronteiras, fazendo reedificar o Castelo de Alfaiates, o Castelo de Almeida, o Castelo Bom, o Castelo Melhor, o Castelo Mendo, o Castelo Rodrigo, o Castelo de Pinhel, o Castelo do Sabugal e o Castelo de Vilar Maior.

Embora a tradição atribua a este soberano a construção do castelo, será mais correto admitir que essa conjuntura terá determinado obras de modernização e reforço na antiga fortificação leonesa, na cerca defensiva ou mesmo na torre de menagem, suposições que carecem de comprovação documental.

Apoiada em documentos da época, é tradição local que em tempo de D. Afonso IV (1325-1357) foram aqui celebradas em 1328 as núpcias da filha deste, a princesa D. Maria de Portugal, a "fermosíssima Maria" segundo Camões, neta de Isabel de Aragão, a Rainha Santa Isabel, com Afonso XI de Castela.

Visando revitalizar esta povoação, D. Manuel I (1495-1521) outorgou-lhe diversos privilégios, entre os quais o direito de couto e homízio. Ao mesmo tempo reformulou-lhe as defesas, determinando a construção de uma fortaleza (1510). O novo projeto, característico do século XVI, em vez de levar em conta o antigo castelo medieval, edificado em posição dominante no centro da vila, privilegiou um local aplainado, nos limites da mesma, prevendo uma fortificação mais moderna, adaptada ao fogo da artilharia da época. As suas obras transcorreram com lentidão, uma vez que, em 1525, Diogo de Arruda ainda lhe vistoriava os trabalhos.

A última fase arquitectónica do monumento data do final do século XVI, quando as suas defesas seriam reforçadas por uma nova cintura de muralhas, integrando baluartes e cortinas verticais. Este amplo projeto jamais foi concluído devido à Crise de sucessão de 1580, sucedida pela Dinastia Filipina, quando a península conheceu um governo unificado.

À época da Guerra da Restauração da independência de Portugal, teve como alcaide o cavaleiro e poeta Brás Garcia de Mascarenhas.

[editar] Do século XIX aos nossos dias

Mais tarde, durante a Guerra Peninsular, Alfaiates voltaria a ter importância estratégica, juntamente com outros castelos da região, aquartelando as tropas inglesas e portuguesas que deram combate às tropas napoleônicas em retirada, sob o comando do general Massena (Abril de 1811). Posteriormente desguarnecido e abandonado, com a extinção do Concelho (1836), e possivelmente em virtude do decreto que proibiu os enterramentos dentro do recinto das igrejas em Portugal (1846), a praça de armas do castelo passou a ser utilizada como cemitério pela população da vila até cerca de 1927.

No século XX, as muralhas da vila foram demolidas e grande parte de suas pedras aproveitadas para a construção do hospital (1912).

Em nossos dias o castelo foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 26 de Fevereiro de 1982.

[editar] Características

O castelo apresenta planta quadrangular com uma torre quadrangular no vértice fronteiro à vila. Esta cerca interior apresenta as muralhas parcialmente arruinadas. Uma segunda cintura de muralhas integrava torreões em três ângulos.

O portão principal, apresenta-se saliente das muralhas, encimado por uma composição escultórica em estilo manuelino, composta por uma coroa régia ao centro, ladeada por duas esferas armilares e duas cruzes da Ordem de Cristo.

[editar] Ligações externas


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Ver também: Fortalezas de Portugal
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