Cerco de Sebastopol (1854-1855)
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Cerco de Sebastopol (1854-1855) | |||||||
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Guerra da Criméia | |||||||
O cerco, por Franz Roubaud. |
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Combatentes | |||||||
Segundo Império Francês Reino Unido |
Império Russo | ||||||
Comandantes | |||||||
General François Canrobert (depois General Pélissier); FitzRoy Somerset (Lord Raglan) (depois General Simpson) |
Almirante Kornilov (depois Almirante Pavel Nakhimov) Ten.-Cel. Eduard Totleben |
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Forças | |||||||
Out/1854 67.000,[1] Jul/1855 total homens 175.000[2] dos quais: Frenceses 75.000 Britânicos 35.000 Turcos 60.000[3] Piemonteses 15.000 Reforços de agosto: Contingente anglo-turco 22.000 Legião germana 9.000 Legião suíça 3.000 Legião polaca 1.500 Legião italiana 2.000[4] [5] forças de reserva francesas em Constantinopla 30.000 forças britânicas de reserva em Malta 15.000+ |
Out/1854 guarnição 36.600[6] , Mai/1855 guarnição 43.000 e exército de 42.000 na Criméia[7] | ||||||
Baixas | |||||||
Franceses: 10.240 mortos em ação; 20.000 mortos por ferimentos; 75.000 mortos por doenças British: 2.755 em ação; 2.019 por ferimentos; 16.323 por doenças Piemonteses: 2.050 mortos por todas as causas[8] |
102.000 mortos e feridos[9]. |
O Cerco de Sebastopol foi o principal combate ocorrido durante a Guerra da Criméia, tendo durado de setembro de 1854 a setembro de 1855. Um dos primeiros livros de Leão Tolstoi, Relatos de Sebastopol detalha os combates num misto de ficção e relato histórico.
Índice |
[editar] Descrição
Em setembro de 1854, as tropas aliadas do Reino Unido, França e Piemonte chegaram à Criméia e sitiaram a cidade de Sebastopol, base oficial da Marinha Tsarista no Mar Negro, de onde ameaçava o Mediterrâneo. Antes que viesse a ser encurralado, as tropas russas se retiraram.
No começo de outubro, engenheiros franceses e britânicos, movendo sua base para Balaclava, começaram a erguer as construções da linha de assédio ao longo dos planaltos de Chersonese, ao sul de Sebastopol. As tropas escavaram abrigos, baterias armadas e trincheiras.
Com a saída do exército russo e seu comandante Príncipe Menshikov, a defesa de Sebastopol ficou a cargo dos Vice-Almirantes Vladimir Kornilov e Pavel Nakhimov, auxiliados pelo engenheiro-chefe de Menshikov, Tenente-Coronel Eduard Totleben. As forças militares disponíveis para a defesa eram de 4.500 milicianos, 2.700 artilheiros, 4.400 marinheiros, 18.500 fuzileiros-navais e 5.000 auxiliares de serviço, totalizando pouco mais de 35.000 homens.
Os russos primeiro puseram a pique alguns navios, para a proteção do porto, usando seus canhões navais como artilharia adicional e seus tripulantes como fuzileiros. As embarcações propositadamente postas a pique incluíam Grão-Duque Constantino, Cidade de Paris (ambos com 120 peças de artilharia), Valente, Imperatriz Maria, Chesme, Yagondeid (84 peças), Kavarna (60), Konlephy (54), fragata a vapor Vladimir, navios a vapor Troante, Bessarábia, Danúbio, Odessa, Elbrose e Krein.
Em meados de outubro de 1854 os Aliados possuíam 120 peças de artilharia prontas para abrir fogo contra Sebastopol; os russos tinham cerca de três vezes mais armas para responder ao fogo e defender-se dos ataques da infantaria.
A 17 de outubro começou a batalha de artilharia. As armas russas destruíaram inicialmente um paiol francês, inutilizando suas armas. O fogo britânico destruiu o paiol russo durante a batalha de Malakoff, matando o Almirante Kornilov, destruindo a munição russa no lugar e abrindo uma brecha na defesa citadina. As tropas britânicas e francesas, porém, adiaram o plano de ataque da infantaria, perdendo assim ocasião para um possível desfecho prematuro do cerco.
A este tempo, os navios Aliados combatiam as defesas russas, causando danos mas logo recuando para suas posições defensivas. O bombardeio foi retomado no dia seguinte; mas, trabalhando durante a noite, os russos repararam os danos sofridos. Isto tornou-se um padrão repetido ao longo do cerco.
Durante outubro e novembro de 1854, as batalhas de Balaclava e de Inkerman aconteciam distantes das linhas de assédio. Depois de Inkerman, perceberam os russos que o cerco de Sebastopol não poderia ser levantado com uma batalha campal, conseguiram enviar pouco a pouco suas tropas para dentro da cidade, a fim de ajudarem na sua defesa. Nos fins de novembro o tempo mudou e uma tempestade de inverno arruinou os acampamentos aliados e interrompeu suas linhas de provisão. Homens e cavalos sofreram doenças e fome, diante daquelas condições precárias.
Enquanto Totleben estendia as fortificaçoes ao redor de Redan, do bastião da bandeira e de Malakoff, o engenheiro-chefe britânico John Burgoyne percebeu em Malakoff a chave para a entrada na cidade. Foram iniciados os trabalhos a fim de permitir um cerco concentrado a Malakoff, e permitir uma maior aproximação das tropas aliadas; como resposta, Totleben escavou casamatas onde franco-atiradores armados com rifles pudessem alvejar, escondidos, os sitiadores. Antecipação da guerra de trincheiras que se tornou o símbolo maior da I Guerra Mundial, estes postos se tornaram o principal foco dos assaltos aliados.
Quando o inverno amainou, os Aliados puderam restabelecer muitas rotas de provisão. Uma nova ferrovia, a "Ferrovia Central da Grande Criméia", foi construída pelos contratados Thomas Brassey e Samuel Peto, servindo para transportar materiais de Balaclava até a linha de cerco, entregando ainda mais de quinhentas peças de artilharia e farta munição. Começando em 8 de abril de [1855]] (domingo de páscoa), os Aliados retomam o bombardeio das defesas russas. Em 28 de junho o Almirante Nakhimov morreu, alvejado na cabeça por um vigia Aliado.
Em 24 de agosto os Aliados iniciaram o sexto e mais severo bombardeio da fortaleza. 307 canhões dispararam 150.000 tiros, sofrendo os russos baixas diárias entre dois e três mil homens. No dia 27 de agosto 13 divisões e uma brigada aliadas (numa força total de 60 mil homens) iniciaram o último assalto. Os franceses conseguiram capturar o reduto de Malakoff, fazendo com que a defesa russa se tornasse insustentável. Na manhã de 28 de agosto as tropas russas abandonaram o lado sul de Sebastopol.[10]
Embora defendida heroicamente e às custas de pesadas baixas aliadas, a queda de Sebastopol levou à derrota russa na Guerra da Criméia.[1]
A maioria dos defensores russos da cidade foi enterrada em mais de 400 sepulturas coletivas, no Cemitério da Fraternidade, em Sebastopol.
[editar] Batalhas durante o cerco
- Batalha de Malakoff
- Redan
[editar] Destino dos canhões de Sebastopol
Os britânicos enviaram um par de canhões capturados em Sebastopol a cada uma das cidades mais importantes do Império. Alguns autores acreditam que outros canhões foram derretidos, e usados pra fazer as medalhas da Cruz da Vitória, embora isso seja contestado por estudiosos.
[editar] Galeria
[editar] Ligações externas
- Cartas e Papéis do Coronel Hugh Robert Hibbert (1828–1895) Principais relatos de serviço da Guerra da Criméia, 1854–1855. (en)
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Bellamy, Christopher, Ed. Richard Holmes (2001). The Oxford Companion to Military History: Crimean War. Oxford University Press.
- ↑ Советская Военная Энциклопедия, М., Воениздат 1979, т.7, стр.279
- ↑ http://www.crimeantexts.org.uk/sources/panmure/pcont07.html
- ↑ David G.Chandler, Atlas of Military Strategy, Lionel Levental Ltd 1980, ISBN 0 85368 134 1, p.146
- ↑ Blake, The Crimean War, Pen and Sword 1971, p.114
- ↑ ou 38.000: David G.Chandler, Atlas of Military Strategy, Lionel Levental Ltd 1980, ISBN 0 85368 134 1, p.145
- ↑ Советская Военная Энциклопедия, М., Воениздат 1979, т.7, стр.279
- ↑ John Sweetman, Crimean War, Essential Histories 2, Osprey Publishing, 2001, ISBN 1 84176 186 9, p.89
- ↑ Советская Военная Энциклопедия, М., Воениздат 1979, т.7, стр.280
- ↑ Советская Военная Энциклопедия, М., Воениздат 1979, т.7, стр.280
- ↑ Grant, Simon (2005). A Terrible Beauty from Tate etc magazine, issue 5, acessada em 27/09/2007 (en)
- ↑ Morris, Errol (2007). A Filmmaker Uncovers the Hidden Truths of Photos New York Times 25/09/2007, acessada em 03/11/2007 (en)