Chiado
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O Chiado é um largo em Lisboa ( ) e o nome dado à zona circundante, entre o Bairro Alto e a Baixa de Lisboa.
O nome Chiado é muitas vezes usado para designar apenas a Rua Garrett, a principal artéria comercial da zona, que tinha essa designação e que, posteriormente, foi rebaptizada com o nome do escritor e poeta Almeida Garrett. A rua, que desce do Largo do Chiado para a Baixa, é bem conhecida pelas suas lojas, cafés e livrarias. A zona, devastada pelo fogo em 1988, está a ser restaurada gradualmente.
[editar] Origens do nome
São muitas as hipóteses para a palavra Chiado, usada desde 1567, uma das mais interessantes refere-se ao chiar das rodas das carroças que subiam as íngremes vertentes. Uma segunda refere-se à alcunha ao poeta do século XVI, António Ribeiro, O Chiado.
[editar] Monumentos
Área tradicionalmente conhecida pelas suas ligações intelectuais, encontram-se aí várias estátuas de figuras literárias. Fernando Pessoa, um famoso poeta português do século XIX e XX, está sentado a uma mesa no exterior do Café A Brasileira. Além da estátua deste poeta do séc. XX, encontramos também a de António Ribeiro, O Chiado, no mesmo largo. Do outro lado da rua, ergue-se a estátua de Luís de Camões, no largo com o seu nome.
Fernando Pessoa tinha, aliás, uma ligação muito especial com o Chiado. No Largo de S. Carlos, à frente do teatro com o mesmo nome, encontramos o edifício onde nasceu o poeta.
Como zona cultural que é, aqui encontramos diversos teatros, como o Teatro S. Luiz (que já teve vários nomes, como Teatro D. Amélia e é hoje pertença da Câmara Municipal de Lisboa), o Teatro da Trindade, e o Teatro de São Carlos, único teatro de ópera em Portugal. Aqui se encontrava também o antigo Teatro Gymnásio, palco das primeiras Revistas à Portuguesa, hoje transformado num centro comercial.
No Largo do Chiado erguem-se duas igrejas barrocas: a italiana, Igreja do Loreto, no lado norte, e a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação (Lisboa), em frente, com as paredes exteriores parcialmente decoradas com azulejos.
Também englobado na zona do Chiado, encontra-se o Largo do Carmo, com os seus jacarandás. Neste largo, resistem as ruínas do Convento do Carmo, construído no séc. XIV, onde se encontra actualmente instalado o Museu Arqueológico do Carmo. Em frente ao convento, encontra-se o Chafariz do Carmo (séc XVIII).
Paredes meias com o convento, encontra-se o Quartel do Carmo, pertencente à Guarda Nacional Republicana que teve um papel muito importante aquando do 25 de Abril, por ter sido escolhido por Marcello Caetano para se refugiar da revolução, acabando este largo por ser o palco principal da revolução, como local da rendição do Estado Novo perante os militares do MFA.
No outro lado do convento, encontramos o antigo Palácio Valadares, edifício que teve já varias utilizações. Este palácio ergue-se no local onde foi fundada a primeira universidade portuguesa, no tempo de D. Dinis, antes de ser transferida para Coimbra.
Entre o Convento do Carmo e o Palácio Valadares, ergue-se o portão de acesso do Elevador de Santa Justa, que liga o Largo do Carmo à Baixa Pombalina, nomeadamente à Rua do Ouro.
Ainda neste largo, encontramos a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, que habitualmente passa despercebida por um habitual prédio de habitação. Nesse mesmo edifício, foi fundado o actual Montepio Geral, no séc. XIX.
No vizinho Largo Rafael Bordalo Pinheiro, encontramos o prédio onde o artista que dá nome ao largo viveu, com a fachada coberta de azulejos, classificado de Monumento Nacional.
Alguns metros mais acima, encontramos o Teatro da Trindade, pertencente à INATEL (FNAT). Na mesma rua, na zona onde se erguia o Convento da Trindade antes do Terramoto de 1755, encontra-se um dos mais famosos restaurantes da capital, a Cervejaria Trindade, com os seus magníficos azulejos do séc. XVIII.
[editar] O Incêndio do Chiado
A 25 de Agosto de 1988 deflagrou um desastroso incêndio numa loja da Rua do Carmo, que liga a Baixa ao Bairro Alto.
Os carros de bombeiros não conseguiram entrar na rua, reservada aos peões, e o fogo propagou-se para a Rua Garrett.
Além de lojas e escritórios, foram destruídos muitos edifícios do século XVIII. Os piores estragos foram na Rua do Carmo.
O projecto de renovação agora completo, preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquitecto português Siza Vieira.