Cianeto de hidrogênio
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Cianeto de hidrogênio | |
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Nome IUPAC | Cianeto de hidrogênio |
Outros nomes | Ácido hidrocianídrico Ácido prússico formonitrilo Ácido cianídrico Gás cianídrico |
Identificadores | |
Número CAS | |
Número RTECS | MW6825000 |
Propriedades | |
Fórmula molecular | HCN |
Massa molar | 27,03 g/mol |
Aparência | Gás incolor ou azul descorado, líquido altamente volátil |
Densidade | 0,687 g/cm³, liquid. |
Ponto de fusão | |
Ponto de ebulição | |
Solubilidade em água | Completamente miscível. |
Acidez (pKa) | 9.2 - 9.3 |
Estrutura | |
Forma molecular | Linear |
Momento dipolar | 2,98 D |
Riscos associados | |
Principais riscos associados | Altamente tóxico e inflamável. |
NFPA 704 |
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Frases R | R12, R26, R27, R28, R32. |
Frases S | S1, S2, S7, S9, S13, S16, S28, S29, S45. |
Ponto de fulgor | −17.78 °C |
Compostos relacionados | |
Outros aniões/ânions | ácido ciânico |
Outros catiões/cátions | cianeto de sódio, cianeto de potássio |
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Cianeto de hidrogênio (HCN) é um composto extremamente volátil. Puro pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto gasosa, devido ao seu baixo ponto de ebulição (25,7 °C) e grande volatilidade. Borbulhado-o em água, produz-se uma solução chamada de ácido cianídrico ou ácido prússico, é um composto químico que contém o aníon cianeto (CN–1). Tem um forte cheiro de amêndoas amargas, e encontra-se no caroço de certas frutas (maçãs, pêssegos). Os sais do ácido cianídrico são chamados cianetos, sendo os mais comuns o cianeto de potássio (KCN) e o cianeto de sódio (NaCN). Os cianetos são extremamente venenosos a vários seres vivos, em especial, aos humanos, neste caso, devido à habilidade do íon em se combinar com o ferro da hemoglobina, bloqueando a recepção do oxigênio pelo sangue, matando a pessoa exposta por sufocamento.
Índice |
[editar] Propriedades físicas
A sua temperatura de fusão é de –14 ºC, e a temperatura de ebulição é de 25,7 ºC. É solúvel em água, álcool e éter. É facilmente inflamável.
[editar] Propriedades químicas
Além de ser um poderoso veneno, quando em contato com o ar e sob certas condições, torna-se altamente explosivo.
Outra característica do HCN é sua alta mobilidade e capacidade de penetração em qualquer substância ou material poroso, aí incluído paredes e muros (isto devido à sua baixa massa molecular).
O HCN é também altamente persistente em sua estabilidade. Quando aplicado em ambientes mal ventilados, adere em objetos úmidos mantendo sua ação nociva por horas e dias.
Outra característica do HCN é que ele reage quimicamente com o óxido de ferro formando o Iron Blue (azul da Prússia), um composto altamente estável que se manifesta através de manchas azuladas em paredes decorrentes da reação do HCN com o ferro utilizado na construção de objetos de alvenaria. A umidade atua como catalisador da reação. Antigamente, o azul da Prússia era utilizado na fabricação de tinta para escrever.
[editar] Histórico
Começou a ser usado em larga escala durante a I Guerra Mundial quando os dois lados o utilizaram na fabricação de projéteis para artilharia fazendo com que os ataques com gás fossem rotineiros no front (ver artigo sobre guerra química). Hitler também utilizava este gás nas câmaras de gases venenosos.
Desde então tornou-se o principal agente para extermínio de insetos e parasitas como piolhos, pragas da agricultura, cupins e baratas.
Em 1995, centenas de habitantes de uma cidade da Croácia foram evacuados devido aos efeitos de uma ação mal planejada com HCN contra cupins em uma igreja do bairro.
O HCN é também altamente persistente em sua estabilidade. Quando aplicado em ambientes mal ventilados, adere em objetos úmidos mantendo sua ação nociva por horas e dias. Também em 1995, três crianças na cidade de Montérolier (França) acharam numa caverna um antigo artefato de gás HCN da época da I Guerra Mundial. Colocaram-no no fogo e morreram em conseqüência da explosão. Quatro bombeiros e o pai de uma das crianças que entraram na caverna para procurar as crianças morreram dias após devido à absorção pela pele do veneno que tinha sido liberado após a explosão. Seis dias após suas mortes o nível de concentração de cianeto no sangue era ainda suficiente para ser fatal.
Foi também o HCN o gás utilizado nas câmaras de gás estadunidenses, quando estas passaram a executar prisioneiros condenados à pena capital a partir de 1924. Estas câmaras de execução instaladas nas penitenciárias estadunidenses contavam com janela de vidro reforçado, porta maciça e com sistema para fechamento hermético, poderoso sistema de ventilação com sistema de queima do gás evacuado e tratamento químico no interior da câmara após sua utilização para eliminar qualquer traço do veneno. O estadunidense Fred Leuchter era nos anos 80 e 90 um técnico especializado em câmaras de gás e outros artefatos destinados à execução de presos condenados à morte. Suas tarefas consistiam em projetar e fabricar estes equipamentos bem como possuía contratos com governos estaduais para supervisionar a instalação e operação dos mesmos.
O jornal New York Times, num artigo de 13 de outubro de 1990 o descrevia como o "principal consultor estadunidense quando o assunto é pena capital".
As dificuldades técnicas e os riscos à segurança envolvidos numa execução com HCN são enormes. Segundo Leuchter, "após a execução, o corpo do executado tem de ser completamente lavado com água sanitária ou amônia e se se o entrega sem este processo ao coveiro, você irá matá-lo". O gás, aspirado sob a forma de vapor, é absorvido também pela pele e passa a "suar" sob os poros. A opinião de Leuchter é que a execução por gás nos EUA não deveria ser abandonada por ser um método cruel, mas sim por ser extremamente perigoso a quem se envolve na operação e para as testemunhas.