Defesa Câmara
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Defesa Câmara é a denominação de uma defesa de xadrez, criada pelo MI Hélder Câmara entre os anos de 1952 e 1953, aparecendo oficialmente em 1954, durante o Torneio Nacional Comemorativo do IV Centenário da Cidade de São Paulo e o XXII Campeonato Brasileiro de Xadrez de 1954, também realizado em São Paulo. A Defesa Câmara originalmente era conhecida como Defesa HC, atualmente sendo também conhecida como Defesa Brasileira.
A Defesa Câmara é uma defesa híbrida, combinando elementos das Escolas Ortodoxa e Hipermoderna de Enxadrismo.
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[editar] Características
Este sistema defensivo foi utilizado por Hélder Câmara para a obtenção de seu título de Mestre Internacional, no sul-americano de 1972, realizado em São Paulo, e no Magistral de Nethanya de 1973, em Israel.
Sobre as diversas denominações pelas quais a defesa é conhecida, Hélder Câmara, em sua obra-prima Diagonais, defende vigorosamente a adoção da expressão Defesa Câmara como aquela que deve ficar com o status de oficial:
[editar] Conceito principal e variantes
A idéia fundamental da Defesa Câmara é a de uma inversão de nove lances que possibilita o emprego da Defesa Índia do Rei contra a Abertura do Peão do Rei, sendo iniciada com os seguintes lances:
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- 1.e4 e5 2.Cf3 De7!?, sendo seguido pelos lances ...Cf6, ...g6 e ...Bg7, criando a formação indiana típica na ala do rei negro.
Segundo Richard Fuzishawa, a Defesa Câmara é um "sistema muito sólido com várias variantes interessantes, principalmente adotado por aqueles jogadores adeptos da Defesa Índia do Rei".
[editar] Linha principal
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- 3.Cc3, com duas continuações interessantes para as brancas: 3. Bc4 ou Ba3 (após b2-b3).
[editar] Variantes
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- 3.g3
- 3.b3
[editar] Primeira partida
Em nível magistral, a primeira partida oficial na qual foi utilizada a Defesa Câmara foi a disputada pelos enxadristas Manoel Madeira de Ley, de brancas, e seu criador o MI Hélder Câmara, de negras, na quarta rodada do Torneio do IV Centenário da Cidade de São Paulo, em 19 de outubro de 1954:
1.e4 e5 2.Cf3 De7!? 3.Bc4 g6! 4.Cc3 c6 5.d3 Bg7 6.a4 Cf6 7.h3 0-0 8.Be3 Td8 9.Bg5 h6 10.Bxf6 Dxf6 11.0-0 d6 12.Dd2 Bxh3! 13.Ch2 Be6 14.Rh1 d5 15.Ba2 d4 16.Ce2 Bxa2 17.Txa2 De6 18.Taa1 c5 19.f4 f5?! 20.exf5 gxf5 21.fxe5 Bxe5 22.Cf4 Df6 23.Df2 Tf8 24.Tae1 Cc6 25.Df3 Tf7 26.Dd5 Td8 27.De6 Dxe6 28.Cxe6 Td5 29.Cf4 Bxf4 30.Txf4 Te5 31.Tdf1 Te2 32.T1f2 Txf2 33.Txf2 Ce5 34.Te2 Cg4 35.Cxg4 fxg4 36.Rh2 Rg7 37.Rg3 ½-½. |
[editar] Outras partidas ilustrativas
- Marcos Asfora vs José de Ribamar, em 9 de maio de 1995:
1e4 e5 2.Cf3 De7 3.Bc4 d6 4.0-0 g6 5.d4 Bg4 6.h3 Bxf3 7.Dxf3 Bg7 8.Db3 c6 9.Bg5 Cf6 10.f4 0-0 11.fxe5 dxe5 12.Bxf6 Bxf6 13.Txf6 Dxf6 14.Dxb7 Df4 15.Ca3 De3+ 16.Rh2 Dxd4 17.Tf1 Cd7 18.c3-Dd2 19.Cb1 Dd6 20.Txf7 Txf7 21.Dxa8 Db8 22.Dxc6 1-0 |
[editar] Ver também
- Abertura Trompowsky (abertura brasileira)
- Abertura Catalã (abertura híbrida)
- Defesa Índia do Rei
- Escola Hipermoderna
[editar] Referências
- CÂMARA, Hélder. Diagonais: crônicas de xadrez. São Paulo : Saraiva, 1996.
[editar] Ligações externas
- Defesa Câmara, pelo MI Hélder Cãmara
- Defesa Câmara, pelo MF Álvaro Aranha
- À la brasileira!, por Taís Julião
- Defesa Brasileira, por Richard Fuzishawa