Duque do Cadaval

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Armas dos Duques de Cadaval

Título criado por D. João IV, em 1648, a favor de D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1638-1727), filho de D. Francisco de Melo, um dos sustentáculos da restauração de 1640. Dizem os cronistas: «É esta casa das mais nobres do reino; tem a mesma varonia que a de Bragança, porque descende de D. Álvaro, 4.º filho de D. Fernando, 2.º Duque de Bragança e de sua mulher, D. Joana de Castro, filha de D. João de Castro, Senhor de Cadaval. Na descendência de D. Álvaro, contam-se os títulos de Marquês de Ferreira, Conde de Tentúgal, Duque de Cadaval, no país; e em Espanha, o marquês de Vilhescas, Conde de Gelves, e Duque de Veragua»

Conta-se que D. João I de Portugal, “nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera, em Veiros, pela filha de Barbadão, Inês Pires Esteves, que amara e seduzira, trazendo para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi D. Afonso de Portugal (10 de agosto de 1377-1461 Chaves, onde sepultado) feito em 30 de dezembro de 1442 Duque de Bragança, 8° conde de Barcelos, Conde de Ourém, fundador da casa de Bragança. O senhorio e o ducado de Bragança solicitou-os ao regente D. Pedro, por ocasião de breve reconciliação entre ambos, que lhos concedeu no ano de 1442. Seus descendentes foram Duques de Guimarães desde 1470 e de Barcelos desde 1562. Casou em Leiria em 1401 com Brites ou Beatriz Pereira Alvim, condessa de Barcelos, Ourém e Arraiolos (ca. 1380-ca. 1412 Lisboa, onde sepultada), filha única de Nuno Alvares Pereira (1360-1431) o Condestável, e Leonor Alvim (morta em 1º de novembro de 1401). O primitivo estado e patrimônio dos Bragança se formou com bens e terras com que dotou a filha o condestável, 7° Conde de Barcelos. Casou-se ele de novo em 1420 com Constança de Noronha (morta em 1480 em Guimarães), chamada a pia, filha de Afonso de Castela, Conde de Gijón e Noronha. Seu 6° neto D. João II, 8° Duque de Bragança, se tornará D. João IV de Portugal, 21° rei de Portugal. Deles descende:

D. Nuno Álvares Pereira de Melo, casado com D. Maria Angélica Henriqueta de Lorena, 1º Duque de Cadaval, 4º Marquês de Ferreira, 5º Conde de Tentúgal - nascido em 4 de Novembro de 1638 - falecido em 27 de Janeiro de 1727.
D. Luis Ambrósio Álvares Pereira de Melo, 2º Duque de Cadaval - nascido em 7 de Dezembro de 1679 - falecido em 13 de Novembro de 1700.
D. Jaime Álvares Pereira de Melo, 3º Duque de Cadaval, 5º Marquês de Ferreira, 6º Conde de Tentúgal - nascido em 1º de Setembro de 1684 - falecido em 29 de Maio de 1749.
D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 4º Duque de Cadaval, 6º Marquês de Ferreira, 7º Conde de Tentúgal - nascido em 17 de Novembro de 1741 - falecido em 17 de Setembro de 1771.
D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo, 5º Duque de Cadaval, 7º Marquês de Ferreira, 8º Conde de Tentúgal - nascido em 6 de Fevereiro de 1765 - falecido em 14 de Março de 1808.
D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, casado com D. Maria Domingas Francisca de Bragança de Sousa e Ligne, filha de D. Henriqueta Júlia Lorena e Meneses e João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva. 6º Duque de Cadaval, 8º Marquês de Ferreira, 9º Conde de Tentúgal - nascido em 7 de Abril de 1799 - falecido em 14 de Fevereiro de 1837.
D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo, 7º Duque de Cadaval, 9º Marquês de Ferreira, 10º Conde de Tentúgal - nascido em 6 de Fevereiro de 1805 - falecido em setembro de 1878.
D. Jaime Segismundo Caetano Álvares Pereira de Melo, 8º Duque de Cadaval, 10º Marquês de Ferreira, 11º Conde de Tentúgal - nascido em 22 de Dezembro de 1844 - falecido em 26 de Junho de 1913.
D. Nuno Maria-José Caetano Álvares Pereira de Melo, 9º Duque de Cadaval, 11º Marquês de Ferreira, 12º Conde de Tentúgal - nascido em 29 de Novembro de 1888 - falecido em 16 de Fevereiro de 1935.
D. Jaime Álvares Pereira de Melo, 10º Duque de Cadaval, 12º Marquês de Ferreira, 13º Conde de Tentúgal - nascido em 27 de Junho de 1913 - falecido em 30 de Julho de 2001.
D. Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo, 11º Duquesa de Cadaval atribuído por S.A.R. o Príncipe D. Duarte Pio - nascida em 25 de Julho de 1978.

[editar] Duquesa de Cadaval-Hermès

Ao conceder o título de 11ª Duquesa de Cadaval a D. Diana Álvares Pereira de Melo, S.A.R. o Príncipe D. Duarte Pio, concedeu o título de Duquesa de Cadaval-Guerrand-Hermès à irmã mais velha daquela, D. Rosalinda Aurora da Felicidade Álvares Pereira de Melo que se tornou igualmente sucessora presuntiva da sua irmã no Ducado de Cadaval. A concessão deste título é controversa por várias razões: entre outras, a de ter sido concedido depois da implantação da República em Portugal. Esta foi a solução encontrada pelo Chefe da Casa Real para o chamado "caso Cadaval". O 10º Duque de Cadaval, D. Jaime Álvares Pereira de Melo, celebrou dois casamentos, sendo o primeiro civil e o segundo religioso. O Duque teve duas filhas de cada casamento e ainda um quinto filho, desta vez varão, mas ilegítimo. Tendo falecido em 2001, colocou-se o problema da sucessão: sendo o único filho varão ilegítimo, este estava afastado da sucessão, tendo assim as duas filhas mais velhas de ambos os casamentos disputado o título de Duquesa de Cadaval. Como D. Diana já era Marquesa de Ferreira e este título é subsidiário do de duque de Cadaval, sendo costume os duques passarem este título de marquês aos seus herdeiros presuntivos no ducado, S.A.R. o Príncipe D. Duarte Pio resolveu a questão concedendo o título de 11ª Duquesa de Cadaval à filha mais velha do casamento religioso (antes Marquesa de Ferreira), D. Diana, e criou o título de Duquesa de Cadaval-Guerrand-Hermès, a favor da filha mais velha do casamento civil (o primeiro a ser celebrado), D. Rosalinda. Concedeu ainda a esta o título de Marquesa de Ferreira e Condessa de Tentúgal, tornando-a herdeira presuntiva do ducado de Cadaval. Assim a 12ª Duquesa de Cadaval será um dia a D. Rosalinda, ou na sua falta, a sua herdeira, sendo preterida a descendência da actual 11ª Duquesa.