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Eléctrico - Wikipédia, a enciclopédia livre

Eléctrico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Se foi redirecionado para esta página e não é a que procura, consulte: Bonde (desambiguação).
Eléctrico (linha 28), Lisboa, faz um percurso turístico, passando pelas zonas mais antigas da cidade.
Eléctrico (linha 28), Lisboa, faz um percurso turístico, passando pelas zonas mais antigas da cidade.
Eléctricos Combino Supra Budapest NF12B e UV em Budapeste
Eléctricos Combino Supra Budapest NF12B e UV em Budapeste
Bonde de Santa Teresa, até hoje a desafiar o tempo por ruas desse bairro histórico e cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Bonde de Santa Teresa, até hoje a desafiar o tempo por ruas desse bairro histórico e cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Bonde de Santa Teresa, de seu ponto de partida, com a Catedral Metropolitana da cidade ao fundo.
Bonde de Santa Teresa, de seu ponto de partida, com a Catedral Metropolitana da cidade ao fundo.

Um eléctrico (português europeu) ou bonde (português brasileiro) (ou ainda trolley) é o carro eléctrico tradicional em grandes cidades como Basiléia, Zurique, Lisboa, Porto e Rio de Janeiro. O eléctrico faz um percurso tipicamente mas não obrigatoriamente turístico. Movimenta-se sobre carris (trilhos), que em geral encontram-se embutidos nas partes mais antigas das cidades. Destina-se sobretudo ao transporte de passageiros, e constitui um meio de transporte rápido, já que geralmente tem prioridade sobre o restante trânsito.

Os eléctricos foram muito utilizados por toda a Europa, e também pela América, já no século XX. Atualmente (2005), o transporte urbano sobre trilhos, também conhecido por VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), uma evolução do bonde, encontra-se em expansão em várias cidades de todo o mundo.

Com o advento do carro eléctrico, semelhante a um autocarro (ônibus, no Brasil), embora movido a electricidade, o eléctrico passou a ser substituído por este, embora actualmente se verifique uma reinstalação de unidades actualizadas (ao nível do motor e chassi) mediante a crescente preocupação com o meio-ambiente e nível de vida nas cidades, como o caso de Mulhouse, na França. Paralelamente, a subsistência do eléctrico representa uma mais-valia cultural das próprias cidades, já que cada uma introduziu modificações características. Muitas das grandes cidades da Suíça ainda usam os eléctricos, bem como as grandes cidades da Alemanha e algumas cidades da França (Estrasburgo).

Os eléctricos têm grandes vantagens com relação aos ônibus, entre as quais destacam-se a menor poluição (tanto sonora quanto atmosférica) e a prioridade no trânsito.

No Brasil, um eléctrico é chamado de bonde. Uma das origens para esta curiosa denominação provém da primeira linha de bondes elétricos em São Paulo, instalada pela firma "The São Paulo Tramway Light and Power Co. Ltda.". Sendo esta uma empresa de capital aberto, era comum que os cidadãos acionistas se referissem de forma jocosa àqueles veículos com expressões do tipo "lá vai o meu Bond" (título de ação ou debênture). A expressão acabou se popularizando e se transformou em termo oficial. Outra versão relata que na cidade do Rio de Janeiro, a Botanical Garden Railroad Company operava eléctricos (a primeira linha da América Latina). O termo bonde é uma alusão aos cupons ou bilhetes utilizados como pagamento das passagens, e que nos EUA eram conhecidos como bonds. A partir daí, teriam os passageiros passado a chamar tais veículos de bond, tendo este termo sido posteriomente aportuguesado para "bonde".

[editar] História

Na sua primeira versão, o eléctrico era movido por cavalos. Os primeiros eléctricos foram construídos nos Estados Unidos, daí o nome americano, pelo qual eram muitas vezes conhecidos. Em 1832 faziam o percurso Nova Iorque-Harlem e em 1834 em Nova Orleães. Inicialmente a linha férrea era saliente, acima do nível da estrada, transtornando a circulação pedestre e provocando acidentes. Seriam suplantados por carris (rails) embutidos na estrada em 1852, uma invenção de Alphonse Loubat.

O primeiro eléctrico na França iria surgir um ano depois, para a exposição mundial, com uma linha montada especificamente para demonstração ao longo de Cours de la Reine.

O sistema de bondes (eléctricos) avançou também rapidamente no Brasil, em especial nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, sendo hoje considerado um dos principais condicionantes e possibilitadores do crescimento urbano destas metrópoles. Clique aqui saber mais sobre o Eléctrico de Santa Teresa.

Imagem:Eléctrico imperial.jpg
Eléctrico elétrico de dois andares que circulou no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, na década de 20, conhecido como Imperial

O fenómeno do eléctrico iria propagar-se pela restante Europa (Londres, Berlim, Paris, etc.). Mais rápido e confortável que o autocarro, seriam, no entanto, mais dispendiosos dado que ainda eram puxados por tracção animal. Com a invenção do motor a vapor em 1873 e motor eléctrico, em 1881, este meio de transporte seria rapidamente adoptado assim que resolvidos os problemas de produção e transmissão de electricidade.

O primeiro eléctrico movido a electricidade foi inaugurado em Berlim em 1881. Depois terem sido experimentadas várias formas de tracção, como o vapor e o ar comprimido, foi Werner Von Siemens, ao desenvolver o dínamo, que lançou definitivamente a tracção eléctrica. A energia era gerada num ponto fixo e distribuída por um cabo suspenso ou pelos carris.

Em 1884, Frankfurt inaugura a sua rede e nesta cidade alemã funciona hoje em dia o mais antigo sistema de eléctrico no Mundo.

O eléctrico foi-se desenvolvendo, principalmente ao longo do primeiro quartel do século XX. Na Europa surgiram carruagens de dois andares ou atreladas. Nos EUA, a opção recaiu em carruagens maiores. Sendo um meio de transporte barato e fiável, deu uma ajuda ao desenvolvimento económico e ao crescimento dos subúrbios e um pouco por todo o Mundo as grandes cidades aderiram ao eléctrico.

No entanto, a popularidade dos automóveis e a fiabilidade dos novos autocarros, aliada à Grande depressão de 1929 nos EUA, que se repercutiu na Europa, levaram a um declínio dos eléctricos.

Contudo, resistiram à crise, graças a novos modelos criados na Estados Unidos, dos quais ainda há composições a circular, que chegaram à Europa depois do final da Segunda Guerra Mundial. Este conflito, por um lado, levou ao fim do eléctrico em países como a Inglaterra e a França, mas, por outro, proporcionou a reconstrução das linhas na Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Alemanha e Europa de Leste.

O eléctrico teve um período de menor fulgor na década de 60, já que nesta época os automóveis assumiam-se como principal meio de transporte. Mas, o excesso de carros nas cidades acabou por levar a um renascimento do eléctrico, com a Alemanha Federal a assumir o estatuto de líder. O eléctrico continuava a ser um meio de transporte muito popular na Europa de Leste, já que o poder de compra não permitia ao comum dos cidadãos a aquisição de um automóvel. Esta situação levou a que a União Soviética se tornasse o maior operador do Mundo.

eléctrico moderno em Helsínquia, Finlândia.
eléctrico moderno em Helsínquia, Finlândia.
Eléctrico de Santa Teresa, pelas ruas do Rio de Janeiro.
Eléctrico de Santa Teresa, pelas ruas do Rio de Janeiro.

Entretanto, tanto a Europa como os EUA verificaram que os transportes públicos eram uma excelente arma contra o trânsito e a poluição, e o eléctrico foi beneficiado com isso. Surgiram composições mais rápidas e confortáveis, que representam variantes ao conceito original de eléctrico e se chegam a confundir com o próprio metro de superfície. O eléctrico voltou assim a ser de novo um transporte público a ter em conta em paragens tão distintas como França, Itália, EUA, China, Malásia e Austrália, que para o Jogos Olímpicos de Sydney 2000 apostou neste meio.

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

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