Euskadi Ta Askatasuna
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A organização Euskadi Ta Askatasuna (basco para Pátria Basca e Liberdade), mais conhecida pela sigla ETA, é um grupo que pratica o terrorismo como meio de alcançar a independência da região do País Basco (Euskal Herria), de Espanha e França. A ETA possui ideologia separatista/independentista marxista-leninista e revolucionária.
É classificada como um grupo terrorista pelos governos da Espanha, da França e dos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Amnistia Internacional. O seu símbolo é uma serpente enrolada num machado. Foi fundada por membros dissidentes do Partido Nacionalista Basco. Durante a ditadura franquista, contou com o apoio da população e o apoio internacional, por ser considerada uma organização anti-regime, mas foi enfraquecendo devido ao processo de democratização em 1977. O seu lema é Bietan jarrai, que significa seguir nas duas, ou seja, na luta política e militar.
Este grupo separatista reivindica a zona do noroeste da Espanha e do sudeste da França, na região montanhosa junto aos Pirenéus, virada para o Golfo da Biscaia, região denominada por Euskal Herria (País Basco). A ETA reivindica, em território espanhol, a região chamada Hegoalde ou País Basco do Sul, que é constituído por Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra; também reivindica, em território francês, a região chamada Iparralde ou País Basco do Norte, que é constituído por Labour, Baixa Navarra e Soule. O governo espanhol estendeu o estatuto de Comunidade Autónoma Basca a três províncias da Espanha - Álava, Biscaia e Guipúscoa - da qual Navarra não faz parte, possuindo esta o estatuto da Comunidade Foral de Navarra.
A ETA foi criada em 1959, originou do Partido Nacionalista Basco (PNV), um partido político fundado em 1895 e que sobrevivera na clandestinidade durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).
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[editar] Denominação
Os integrantes da ETA são denominados etarras, um neologismo criado pela imprensa espanhola a partir do nome da organização e do sufixo basco com o qual se formam os gentílicos no idioma. Em basco a denominação é etakideak, plural de etakide (membro da ETA). Os membros e partidários do movimento frequentemente utilizam o termo gudariak, que significa guerreiros ou soldados.
[editar] História
Em 1952 organiza-se um grupo universitário de estudos chamado Ekin (empreender em euskera), em Bilbao. Em 1953, através do Partido Nacionalista Basco (PNB) o grupo entra em contacto com a organização juvenil PNB, Euzko Gaztedi. Em 1956 as duas associações fundem-se. Dois anos mais tarde (1958), os grupos separam-se por divergências internas, sendo que o Ekin converte-se em ETA no dia 31 de Julho de 1959. Por questões ideológicas, o ETA desliga-se do PNB, utilizando a acção directa como estratégia de movimento de resistência na mesma época em que diversos países do hemisfério sul lutavam por liberdade. A sua primeira Assembleia ocorreu no mosteiro beneditino de Belloc França em maio de 1962, sendo as resoluções:
- A regeneração histórica, considerando a história basca como um processo de construção nacional.
- O que define a nacionalidade basca é a euskera, em vez da etnia, como fazia o PNB.
- Definem-se como um movimento não religioso, rechaçando a hierarquia da igreja ainda que utilizem a sua doutrina para a elaboração do seu programa social. Isto contrasta com o catolicismo do PNB.
- O Socialismo.
- A independência do País Basco, compatível com o federalismo europeu.
[editar] Primeiras assembleias e primeiros atentados
Os esquerdistas conseguem uma definição maior da ideologia do ETA a partir da II Assembleia, que define as afinidades da ideologia do movimento com o comunismo. Esta assembleia foi realizada em Bayona, na primavera de 1963.
Na III Assembleia, que ocorreu entre Abril e Maio de 1964, decidiu-se que a luta armada era o melhor maneira de alcançar os seus objectivos. A resolução foi publicada mais tarde no periódico "La insurrección" e, País Basco. Nesta assembleia também se decidiu, por unanimidade, a ruptura final com o PNB, que para o ETA, "contrariava os interesses da libertação nacional".
É difícil definir qual foi o primeiro atentado do ETA, já que os primeiros não foram assumidos. Em todo caso, o primeiro atentado assumido pelo ETA foi a morte do guarda civil José Pardines Arcay, em 7 de Junho de 1968.
Em 1968 o ETA cometeu seu primeiro atentado de grande repercussão: o assassinato de Melitón Mananzas, chefe da polícia secreta de San Sebastián e torturador da ditadura franquista. Em 1970, vários membros de ETA são julgados e condenados à morte durante o processo de Burgos, mas a pressão internacional fez com que a pena fosse alterada, mesmo tendo sido aplicada a outros membros do ETA anteriormente. O atentado de maior repercussão durante a ditadura ocorreu em Dezembro de 1973, com o assassinato do almirante e presidente do governo Luis Carrero Blanco, em Madrid, acção que foi aplaudida por muitos exilados políticos.
Em 1978, com a nova constituição espanhola, o País Basco consegue grande autonomia. Porém, a ETA reivindica a independência total da região.
No dia 22 de Março de 2006 a organização declarou um cessar-fogo permanente, que foi rompido em 30 de Dezembro de 2006. A organização assumiu a explosão de um carro-bomba no Terminal 4 do aeroporto de Barajas, em Madrid. Ao contrário do que sucedera no passado, a ETA não anunciou o atentado previamente, provocando o desmoronamento de três dos quatro andares do prédio (o mais recente terminal do aeroporto), a suspensão do tráfego aéreo num dos dias mais movimentados do ano nos aeroportos europeus, deixando dezanove pessoas feridas e causando a morte de dois equatorianos.