Filipe Camarão
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Antônio Filipe Camarão indígena brasileiro da tribo potiguar, nascido no início do século XVII em Igapó, Natal, na então Capitania do Rio Grande ou, de acordo com alguns historiadores, na Capitania de Pernambuco. Tendo como nome de nascença Poti ou Potiguaçu que significa camarão. Ao ser batizado e convertido ao catolicismo em (1614) recebeu o nome de Antônio e adotou Filipe Camarão em homenagem ao soberano D. Filipe II (1598-1621).
foi umEducado pelos jesuítas, era ele, segundo Frei Manuel Calado, "destro em ler e escrever e com algum princípio de latim"; considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do português, "era tão exagerado em suas coisas, que, quando fala com pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "mui cortesão em suas palavras e mui grave e pontual, que se quer mui respeitado".
No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.
Sempre acompanhado de sua esposa Clara, tão combatente quanto ele, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), de Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada por Maurício de Nassau.
Distinguiu-se na primeira comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes (1648), pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil.
Faleceu no Arraial (novo) do Bom Jesus (Pernambuco), em 24 de agosto de 1648, em conseqüência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte foi sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho D. Diogo Pinheiro Camarão.
O Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura de Natal, e um bairro da mesma cidade, homenageiam o seu nome. Da mesma forma, o Exército Brasileiro denomina a Sétima Brigada de Infantaria Motorizada como Brigada Felipe Camarão.
[editar] Observações
- ^ O nome é comumente grafado Antônio Felipe Camarão, com o nome "Filipe" escrito segundo a antiga norma ortográfica da língua portuguesa. Há que se observar, todavia, que a antiga norma ortográfica portuguesa foi obsolecida por sucessivas reformas, notadamente a do Formulário Ortográfico de 1943 da Academia Brasileira de Letras.
[editar] Bibliografia
- NAVARRO, Jurandyr. Rio Grande do Norte: os notáveis dos 500 anos. Departamento Estadual de Imprensa, 2004.
- GONSALVES DE MELLO, José Antônio, D. Antônio Felipe Camarão, Capitão-mor dos Índios da Costa do Nordeste do Brasil. Recife: Universidade do Recife, 1954, p. 16-17, 48-49.
[editar] Ligações externas
- Matéria na revista História Viva
- Brigada Felipe Camarão (exercito.gov.br)