Henrique Mitchell de Paiva Couceiro
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Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (Lisboa, 30 de Dezembro de 1861 — Lisboa, 11 de Fevereiro de 1944) foi um militar, administrador colonial e político português. Cobriu-se de glória nas campanhas de ocupação colonial em Moçambique e em Angola e notabilizou-se como inspirador das chamadas incursões monárquicas contra a Primeira República Portuguesa em 1911, 1912 e 1919. Presidiu ao governo da chamada Monarquia do Norte, de 19 de Janeiro a 13 de Fevereiro de 1919, na qual colaboraram activamente os integralistas lusitanos Luís de Almeida Braga (seu secretário) e António Sardinha, bem como Pequito Rebelo e Hipólito Raposo na tentativa do Monsanto, em Lisboa. A dedicação monárquica e a sua proximidade aos princípios do Integralismo Lusitano, conduziu-o diversas vezes ao exílio, antes e depois da instituição do Estado Novo.
[editar] Biografia
Henrique Mitchell de Paiva Couceiro nasceu em Lisboa, a 30 de Dezembro de 1861, filho de José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro, oficial de engenharia militar do Exército Português, e de Helena Isabel Teresa Mitchell, uma protestante irlandesa convertida ao catolicismo. Destinado a fazer a carreira das armas, fez estudos preparatórios em Lisboa, tendo ingressado na Escola do Exército, onde concluiu o curso de Cavalaria.
Foi apoiante de João Franco.
Oficial de cavalaria, em 1889 cobriu-se de glória em Hampata, Angola, e em 1890 foi agraciado com a Ordem da Torre e Espada.
Ajudante de campo do comissário régio em Moçambique, António Enes, teve acção notável nos combates de Marracuene e Magul contra as forças angunes do régulo Gungunhana, sendo em 1896 por isso proclamado benemérito da Pátria.
Nomeado Governador de Angola em 1907, manteve-se no cargo até 1909, realizando um vasto plano de obras de fomento. Comandou as campanhas militares de pacificação das regiões de Cuamato e dos Dembos.
Comandou a incursão monárquica de 1911, participou na de 1912 e em 1919 proclamou a Monarquia do Norte, de curta duração. Pelas incursões feitas e pela sua fidelidade monárquica ficou conhecido O Paladino.
Foi exilado pelo salazarismo, depois de criticar publicamente a política colonial do regime.
[editar] Obras publicadas
- Relatório de viagem entre Beilundo e as terras do Mucusso, Imprensa Nacional, 1892
- Angola: Estudo administrativo, Tipografia da Cooperativa Militar, 1898
- Artur de Paiva, A. Liberal, 1900
- A Democracia Nacional, Imprensa Portuguesa, Coimbra, 1917.
- Angola: dois anos de governo, Junho 1907 — Junho 1909, Edições Gama, Lisboa, 1948 [foi acompanhada pela obra de Norton de Matos, Angola: ensaio sobre a vida e acção de Paiva Couceiro em Angola que se publica ao reeditar-se o seu relatório de Governo Edições Gama, Lisboa, 1948].
- Angola, história e comentários, Tipografia Portuguesa, 1948
[editar] Referências
- Vasco Pulido Valente, Um herói português: Henrique Paiva Couceiro, Alêtheia Editores, Lisboa, 2006.