Jacques de Molay
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Jacques De Molay (Vitrey, 1243/1244 ou 1249/1250 - Paris, 18 de Março de 1314) nasceu no Condado da Borgonha e pertencia a uma família da pequena nobreza franca. Em 1265 foi recebido na Ordem do Templo, na pequena cidade de Beaune por Hubert de Pérraud que detinha o cargo na ordem de visitador da França.
Foi o 23º Grão-mestre dos cavaleiros templários e oficialmente o seu último, quando foi queimado vivo na Ile de la Cité, pequena ilha localizada no meio do Rio Sena, em Paris.
Pouco ou nada se sabe da sua juventude, só começando a ter maior evidência depois do seu ingresso na ordem e no capítulo de emergência em Chipre, efetuado devido à morte de Guillaume de Beaujeu, caído heroicamente na defesa de Acre, para eleger um sucessor.
[editar] Grão-Mestrado
Jacques DeMolay assume o mestrado da ordem em 1295, não se sabendo no entanto a data exata da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem, Hugues de Pérraud, sobrinho do visitador do templo em França, Hubert de Pérraud.
No inicio do seu mestrado é conhecido pela sua ação a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra e na Itália junto ao papado. Esta campanha visou não só resolver problemas internos que a ordem tinha, como também problemas locais, sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.
Organiza a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado à Pequena Arménia, chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia sem resultados visíveis. Outro assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão entre as duas maiores ordens militares, a do Templo e a do Hospital numa só. A Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão da sua existência, as suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando retiraram para a ilha de Chipre. Jacques DeMolay em Maio de 1307 em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguira apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realizara.
[editar] A prisão e o processo
Na sexta-feira de 13 de Outubro de 1307, os templários no reino da França são presos em massa por ordem de Filipe, o Belo. O grão-mestre Jacques de Molay é capturado em Paris. Imediatamente após a prisão, Guillaume de Nogaret proclama publicamente nos jardins do palácio real em Paris as acusações contra a ordem.
Esta manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre, o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canônico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna.
A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre, criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação. Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o Preceptor da Normandia, Geoffroy de Charnay sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.
Em 1314 o rei pressiona para uma decisão relativa à sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão. As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida recuperação da ordem não será efetuada. Perante a comissão Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay proclamam a inocência de toda a ordem face às acusações dirigidas a ela, a comissão pára o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.
Ao ver que o processo estava ficando fora do seu controle e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe, o Belo decide um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada, ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de Charnay, então sob a custódia da comissão de bispos, e ordena que sejam queimados na fogueira na Ile de la Cité pouco depois das vésperas em 18 de Março de 1314.
Com isso Jacques DeMolay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e companheirismo. Ele preferiu morrer a entregar seus companheiros.
[editar] Fontes
- Barbara Frale. Os Templários, Edições 70, Lisboa, 2005.
- The Story of Jacques de Molay
- The Catholic Encyclopedia's article about Jacques de Molay
- Grand Masters of Our Knights Templar Order
Precedido por Thibaud Gaudin |
Grão-Mestre da Ordem do Templo 1295 - 1314 |
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