Literatura Barroca no Brasil
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[editar] Antecedentes
Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. O imenso território era, na maior parte, despovoado. A vida social brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não existia. As pessoas letradas que viviam nas mesmas cidades reuniam-se para conversar e mostrar, uns aos outros, os textos que eventualmente tivessem escrito (poesias, artigos, ensaios etc.). Só no século XIX começou a formar-se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária.
[editar] Surgimento
Em vista dessa precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar em movimento barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores que, bebendo em fontes estrangeiras (geralmente autores portugueses e espanhóis), produzem aqui textos com características barrocas. Desses escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias, e o padre Antônio Vieira, por seu sermões. Além deles, temos Bento teixeira (1561?-1600), autor do poema Prosopopéia, de 1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, e Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), autor do livro Música do Parnaso.
[editar] Principais autores
[editar] Gregório de Matos
Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da poesia barroca brasileira. Não teve nenhum livro publicado em vida. Depois de sua morte, os manuscritos encontrados foram sendo publicados em diferentes coletâneas, sem nenhum rigor crítico. O que chamamos de obra poética de Gregório de Matos é, na verdade, fruto de pesquisas nessas coletâneas, o que ainda deixa dúvida sobre a autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos.
Suas poesias amorosas e religiosas, que revelam influência dos barrocos espanhóis, despertaram inicialmente a atenção da crítica, mas hoje sua produção satírica, escrita em linguagem debochada e plena de termos de baixo calão, também vem sendo valorizada por representar um documento do ponto de vista sociólogo e lingüístico. Por suas críticas ferinas à sociedade baiana, Gregório de Matos recebeu o apelido de "Boca do Inferno".
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- "Esse povo maldito..."
- [Fugindo da Bahia]
- "(...)
- Ausentei-me da Cidade
- Porque esse Povo maldito
- me pôs em guerra com todos
- e aqui vivo em paz comigo.
- Aqui os dias não me passam,
- porque o tempo fugitivo,
- por ver minha solidão,
- pára em meio do caminho.
- Graças a Deus, que não vejo
- neste tão doce retiro
- hipócritas embusteiros[1]
- velhacos entremetidos[2].
- Não me entram nesta palhoça
- visitadores prlixos[3],
- políticos enfadonhos[4],
- cerimoniosos vadios.
- (...)"
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- Gregório de Matos
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[editar] Padre Antônio Vieira
Antônio Vieira (1608-1697) escreveu muitos sermões, dentre os quais se destacam: Sermão da Sexagésima, em que discorre sobre a arte de pregar; Sermão de Santo António aos Peixes, em que trata da escravidão do indígena; Sermão do Mandato, em que fala do amor místico de Cristo; Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, que proferiu por ocasião do cerco dos holandeses à cidade da Bahia.
Deixou ainda uma grande quantidade de cartas, que são documentos importantes para o estudo da época em que viveu, e as obras História do futuro e Esperanças de Portugal, de cunho sebastianista, publicadas postumamente.
[editar] Outros autores
Notas
[editar] Referências
- SARMENTO, Leila Lauar. Português e Literatura, Editora Moderna, São Paulo, 2004.
- Mundo Educação 1 - Barroco no Brasil
- Sua Pesquisa 1 - Literatura Brasileira