Nicolau Coelho
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Nicolau Coelho foi um célebre navegador português dos séculos XV e XVI que participou na viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia comandando a nau Bérrio, tendo nela como piloto a Pero Escobar e, por escrivão, a Álvaro de Braga. A 20 de Março, após assaz trabalho regressando ao Reino, foi apanhado por uma violenta tempestade já perto de Cabo Verde. Perdido dos outros navios da esquadra de torna-viagem, Nicolau Coelho foi no entanto o primeiro a arribar ao Tejo com a boa notícia da chegada à Índia, que veio desencadear o regozijo geral e grandes recompensas. Capitaneou também navios nas armadas de Pedro Álvares Cabral (1500) e Francisco de Albuquerque (1503).
Embora o genealogista Felgueiras Gaio tenha registado de boa fé a sua família como descendente dos nobres Coelho, senhores de Felgueiras e Vieira, que eram fidalgos da primeira plana de Portugal, a verdade é que se sabe pelo teor da carta de brasão de armas novas que concederam a fidalguia de cota de armas a Nicolau Coelho que este foi tirado do conto plebeu, ou seja, que não era de origem nobre, tendo sim sido nobilitado pelo seu valor próprio e distintos serviços à Coroa - nada tendo portanto que ver a sua família Coelho com a atrás referida.
Experiente em navegação, Nicolau acompanhou D. Vasco da Gama em 1497, na primeira viagem à Índia, como se disse acima. Regressou antes dos demais, com as boas novas sobre a descoberta e Dom Manuel I o cumulou de honrarias em consequência: em carta régia de Fevereiro de 1500, concedeu-lhe choruda tença anual, propriedades e outras distinções.
Após seis meses de permanência na Europa reembarcou Coelho na esquadra de Cabral que foi a achar e descobrir oficialmente o Brasil em 1500, caminho da Índia: desembarcou na terra de Vera Cruz no primeiro batel, estabeleceu contacto com os habitantes e participou na primeira visita realizada pelos indígenas à nau capitânia. Após esta sua segunda viagem à Índia com paragem no futuro Brasil e novo retorno a Lisboa, esteve ao comando de uma nau da armada de Afonso de Albuquerque e Francisco de Albuquerque, a Faisal, em 1503. Desta vez infelizmente não teve sorte: a sua nau afundou-se na viagem de regresso.
A morte no mar de um dos mais célebres heróis da gesta marítima Portuguesa foi decerto digna deste herói argonauta dos tempos modernos.