Sensoriamento remoto
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Sensoriamento remoto (português brasileiro) ou detecção remota (português europeu) ou ainda teledetecção é uma técnica de obtenção de informações sobre um objeto, uma área, uma feição ou um fenômeno no Planeta Terra, sem que haja contato físico , atualmente essas informações são obtidas através de sensores em satélites que geram imagens. A NASA é uma das maiores captadoras de imagens recebidas por seus satélites.
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[editar] Definição
O Sensoriamento Remoto é composto ativamente de diferentes maneiras por diversos autores, sendo a definição mais usual a adotada por Avery e Berlin (1992) e Meneses (2001): uma técnica para obter informações sobre objetos através de dados coletados por instrumentos que não estejam em contato físico como os objetos investigados.
Por não haver contato físico, a forma de transmissão dos dados (do objeto para o sensor) só pode ser realizada pela Radiação Eletromagnética, por ser esta a única forma de energia capaz de se propagar pelo vácuo. Considerando a Radiação Eletromagnética como uma forma de energia, o Sensoriamento Remoto pode ser definido com maior rigor como uma medida de trocas de energia que resulta da interação entre a energia contida na Radiação Eletromagnética de determinado comprimento de onda e a contida nos átomos e moléculas do objeto de estudo.
Outros autores preferem restringir o conceito à área de aplicação de monitoramento da superfície terrestre. Para estes, Sensoriamento Remoto é a tecnologia que permite obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre através da captação e do registro da energia refletida ou emitida pela superfície.
[editar] Histórico
A evolução do sensoriamento remoto está ligada a alguns dos principais eventos abaixo:
- 1822 - Desenvolvimento da teoria da luz
- - Newton: decomposição da luz branca
- - Utilização de uma câmara primitiva
- 1839 - Desenvolvimento de equipamentos ópticos
- - Pesquisas de novas substâncias fotosensíveis
- 1859 - Utilização de câmaras fotográficas a bordo de balões
- 1903 - Utilização de fotografias aéreas para fins cartográficos
- 1909 - Tomadas de fotografias aéreas a bordo de aviões
- 1930 - Coberturas sistemáticas do território para fins de levantamento de recursos naturais
- 1940 - Desenvolvimento de equipamentos para radiometria sensíveis à radição infravermelha
- - Utilização de filmes infra-vermelhos na II Guerra Mundial, para detecção de camuflagem
- 1944 - Primeiros experimentos para utilizar câmaras multi-espectrais
- 1954 - Desenvolvimento de radiômetros de microondas
- - Testes iniciais visando aq construção de radares de visada lateral
- 1961 - Desenvolvimento de processamentos ópticos e digitais
- - Primeiros radares de visada lateral
- 1962 - Desenvolvimento de veículos espaciais tripulados e não-tripulados
- -Lançamento de satélites metereológicos
- - Primeira fotografia orbital MA-4-Mercury
- 1972 - Fotografias digitais tiradas pelo programa Gemini
- - Surgem outros programas espaciais envolvendo satélites de recursos naturais: SEASAT, SPOT, ERS, LANDSAT
- 1983 + Lançamento do Landsat 4, SIR-A, SIR-B, MOMS
- 1991 - Lançamento do ERS-1
[editar] Princípios básicos
Três elementos são fundamentais para o funcionamento de um sistema de Sensoriamento Remoto: Objeto de estudo, Radiação Eletromagnética e um Sensor.
Pelo princípio da conservação da energia, quando a radiação eletromagnética incide sobre a superfície de um material, parte dela será refletida por esta superfície, parte será absorvida e parte pode ser transmitida, caso a matéria possua alguma transparência. A soma desses três componentes (Reflectância, Absorbância e Transparência) é sempre igual, em intensidade, à energia incidente.
O que nossos olhos percebem como cores diferentes são, na verdade, radiação eletromagnética de comprimentos de onda diferentes. A cor azul corresponde ao intervalo de 0,35 a 0,50µm, a do verde vai de 0,50 a 0,62µm e a do vermelho, de 0,62 a 0,70µm (os intervalos são aproximados, e variam segundo a fonte de consulta). Estes intervalos também são conhecidos como ‘regiões’. Acima do vermelho, está a região do infravermelho, e logo abaixo do azul está o ultravioleta.
Os sensores remotos medem as intensidades do Espectro eletromagnético e, com essas medidas, obtém imagens nas regiões do visível (azul, verde e vermelho) ao infravermelho medem a intensidade da radiação eletromagnética refletida em cada intervalo pré-determinado de comprimento de onda.
[editar] Tipos e utilização
O sensoriamento remoto pode ser em nível terrestre, sub-orbital e orbital.
Os representantes mais conhecidos do nível sub-orbital são as também chamadas fotografias aéreas, utilizadas principalmente para produzir mapas. Neste nível opera-se também algumas câmeras de vídeo e radares.
No nível orbital estão os balões meteorológicos e os satélites. Os primeiros são utilizados nos estudos do clima e da atmosfera terrestre, assim como em previsões do tempo. Já os satélites também podem produzir imagens para uso meteorológico, mas também são úteis nas áreas de mapeamento e estudo de recursos naturais.
Ao nível terrestre são feitas as pesquisas básicas sobre como os objetos absorvem, refletem e emitem radiação. Os resultados destas pesquisas geram informações sobre como os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais.
Desta forma é possível identificar áreas de queimadas numa imagem gerada de um satélite, diferenciar florestas de cidades e de plantações agrícolas e até identificar áreas de vegetação que estejam doentes ou com falta de água.
[editar] Referências
AVERY, T. E.; BERLIN, G. L. Fundamentals of Remote Sensing and Airphoto Interpretation. 5 ed. New Jersey: Prentice Hall. 1992.
CAMPBELL, J.B. Introduction to Remote Sensing. Second edition. ed. Taylor & Francis, 1996.
FLORENZANO, T. G. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo: Oficina de Textos. 2002.
MENESES, P. R. Fundamentos de Radiomentria Óptica Espectral. In: MENESES, P. R.; NETTO, J. S. M. Sensoriamento Remoto: Reflectância dos alvos naturais. Brasília, DF: UnB; Planaltina: Embrapa Cerrados. 2001.
[editar] Ligações externas
- Brasil
- Geo.NET (portal especializado em sensoriamento remoto)
- Centro de Detecção Remota
- Australian Centre for Remote Sensing (ACRES)
- Canada Centre for Remote Sensing
- Grupo de Detecção Remota (Instituto Geográfico Português)
- Tutoriais