Stuart Angel Jones
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Stuart Edgart Angel Jones, de codinome Paulo, (Bahia, 11 de janeiro de 1946 — São Paulo, 14 de junho de 1971) foi um militante do grupo guerrilheiro revolucionário MR-8, morto pelo regime militar em ações de combate.
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[editar] Biografia
Filho de Norman Angel Jones e Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel, figurinista assassinada 1976 em circunstâncias ainda não esclarecidas enquanto investigava o desaparecimento do filho.
Foi estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possuía dupla nacionalidade brasileira e estadunidense. Foi militante do MR-8, considerado desaparecido durante a ditadura militar em 1971, aos 26 anos de idade, futuramente descoberto pelos militares. É patrono da Juventude Revolucionária 8 de Outubro - JR8 (Juventude do MR8).
Foi casado com Sônia Maria Morais Angel Jones também morta pela ditadura.
Foi preso no Grajaú (próximo à avenida 28 de Setembro), no Rio de Janeiro, em 14 de junho de 1971, por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), para onde foi levado, torturado e assasinado.
[editar] Morte
Após inúmeras sessões de tortura, já com o corpo totalmente esfolado, segundo relatos, foi amarrado à traseira de um jipe da Aeronáutica e arrastado pelo pátio com a boca colada ao cano de escape do veículo, o que ocasionou sua morte por asfixia e intoxicação por monóxido de carbono (CO).
[editar] Relatos sobre sua morte
As sessões de torturas teriam sido presenciadas por outro preso político, Alex Polari de Alverga que, através de uma carta, informou Zuzu Angel das circunstâncias da morte de Stuart. Baseada na carta de Alex e em outras evidências, Zuzu denunciou o assassinato de Stuart ao senador Edward Kennedy, que levou o caso ao Congresso dos Estados Unidos.
A mãe do estudante morto entregou também ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger - quando este esteve no Brasil, em 1976 — uma carta pessoal, a tradução da carta de Alex e um exemplar do vigésimo volume da série História da República Brasileira, de Hélio Silva, onde o autor relata a morte do estudante.
Segundo o historiador, o afastamento da 3ª Zona Aérea e posterior reforma do brigadeiro João Paulo Burnier, tido como responsável por sua morte, e a própria destituição do então ministro da Aeronáutica, Márcio Sousa e Melo, estiveram relacionados com os protestos estadunidenses pela morte de Stuart.
O caso Stuart Angel mistura-se com o plano de utilização do PARASAR para eliminação de lideranças políticas de oposição ao regime militar, concebido pelo brigadeiro Burnier em 1968. O plano foi denunciado pelo capitão Sérgio Miranda Ribeiro de Carvalho que, por este motivo, foi punido por traição com base no Ato Institucional n. 5 - AI-5.
Sua mãe, Zuzu Angel, foi assassinada pelo exército devido às investigações que realizava por conta própria para desvendar o que realmente havia ocorrido ao seu filho. Essa é uma versão controversa, por não haver prova que o acidente que a vitimou foi provocado pela repressão. Inicialmente a comissão de anistia ao julgar o caso da morte de Zuzu Angel, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos, após Zuzu retornar de uma festa, considerou não haver prova que havia sido um assassínio, e sim considerou um acidente. Após forte campanha dos meios de comunicação, liderada pela jornalista Hildegard Angel, filha de Zuzu, a comissão reviu sua decisão, concedendo indenização à família Angel.
O cantor e compositor Chico Buarque compôs a canção Angélica em homenagem a Zuzu.