Vêneto
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Vêneto | |
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Área: | 18.264 km² |
População: | 4.795.508 hab. |
Densidade: | 261 hab./km² |
Províncias: | Belluno, Pádua, Rovigo, Treviso, Veneza, Verona, Vicenza |
Capital: | Veneza |
Website: | www.regione.veneto.it |
O Vêneto (em italiano Veneto) é uma região do norte da Itália com 4,5 milhões de habitantes e 18 264 km², cuja capital é Veneza. Tem limites a leste com o Friuli-Venezia Giulia, a norte com a Áustria (Tirol e Caríntia), a noroeste com o Trentino-Alto Ádige, a oeste com a Lombardia, ao sul com a Emília-Romagna e a leste com o Mar Adriático (Golfo de Veneza).
Índice |
[editar] Administração
Esta região é composta das seguintes províncias:
[editar] Línguas
Na região do Vêneto é falada, além do italiano, a língua vêneta ou vêneto, também falado no Brasil, conhecido igualmente como talian, nas zonas vinícolas do Rio Grande do Sul.
[editar] História
A região do Vêneto é habitada desde a pré-história. A história dessa região faz parte da história da vasta região do Nordeste da Itália, situada entre os confins do Mar Adriático e a cadeia dos Alpes Orientais, que compreende Trentino-Alto Ádige, Vêneto e Friuli-Venezia Giulia.
Em época histórica a partir do século I a.C. fez parte do Império Romano como Regio X Venetia et Histria.
Depois da queda do Império Romano, foi invadida por diversos povos bárbaros (godos, hérulos, hunos e lombardos). Esta última invasão é descrita por Paolo Diacono na sua Historia Langobardorum. Entre o século VI e VIII ocorreu uma divisão sempre mais nítida entre o Vêneto interno, sob o domínio lombardo e a Veneza marítima dependente do Império Bizantino e do exarcado de Ravenna. Grande parte da população e as autoridades religiosas se transferiram das cidades do interior aos centros lagunares (Grado, Torcello, Caorle, Malamocco e Civitas Nova ou Heraclea). Com a conquista lombarda de Ravena na metade do século VIII, o território lagunar adquire uma crescente independência do Império Bizantino do qual permanece formalmente dependente. Com a transferência da sede do duque bizantino de Civitas Nova, sobre a terra firme, a Malamocco, nas ilhas lagunares, e depois, no início do século VIII, a "Rivoalto" (atual Rialto), originou-se a cidade de Veneza.
Veneza, graças à imensa fortuna arrecadada através do comércio marítimo e terrestre com todo o mundo então conhecido, torna-se a mais potente das quatro Repúblicas Marítimas da península itálica, que tinham o domínio comercial das rotas do mar Mediterrâneo. Expandindo seu domínio aos territórios circundantes, em torno de 1400 constituiu um Estado, a Sereníssima República de Veneza, cujos confins se estendiam além daqueles da antiga região romana, compreendendo parte da Lombardia, da Ístria, da Dalmácia, e vários territórios no ultramar.
Ao fim do século XVIII, a Sereníssima República, agora em declínio, foi invadida por Napoleão Bonaparte e cedida, em troca da Bélgica, à Áustria. A república foi dividida em muitas partes pela Áustria, partes estas que se tornaram províncias do Império Austríaco. O governo austríaco foi em geral benévolo, com administração eficiente e honesta, buscando realizar certos benefícios aos seus súditos, mas não muito liberal. A parte correspondente à atual região do Vêneto permanece assim por cerca de 60 anos, como parte do Reino Lombardo-Vêneto, sob domínio do Império Austríaco. Participou do movimento do risorgimento com a heróica rebelião de Veneza de 1848-1849.
Em seguida à guerra Austro-Prussiana de 1866, após a Batalha de Sadowa, a Áustria teve que ceder o Vêneto a Napoleão III. O tratado de Paz de Viena, firmado em em 3 de outubro de 1866, dispunha textualmente que a cessão do Vêneto (com Mântua e Údine) deveria ser sob reserva do consenso da população devidamente consultada. Napoleão III procedeu à organização de um plebiscito, em obediência ao tratado, porém foi sujeito a forte pressão por parte da Casa de Savóia a ceder o controle do território antes mesmo da organização do plebiscito. O conde de Gramont, governante provisório do território, mais Mântova e Pordenone-Údine, buscou respeitar o acordo. A pressão da casa de Savóia foi tal que Napoleão II ordenou ao conde de Gramont que ser retirasse e deixasse o Vêneto ser ocupado pelas tropas do Reino da Itália. Assim o plebiscito foi organizado pela casa de Savóia, que o organizou de modo a não deixar opção aos venezianos, que perderam assim o último espaço de autonomia e liberdade. O plebiscito era necessário para formalizar, segundo os acordos precedentes à guerra, a já prevista anexação do Vêneto ao Reino de Itália. O acesso ao voto, como em outros plebiscitos da época (por exemplo naquele para anexação de Nice à França), excluía as mulheres e foi limitado pelo censo: interessou portanto somente a uma minoria da população (menos de 650.000 votantes sobre um total de 2.603.009 residentes). O resultado (646.789 sim; 69 não; 567 votos nulos), diz respeito à absoluta falta de segredo da votação no voto e de transparência nas conseqüentes operações de escrutínio. Desta maneira, o resultado militar do Reino da Itália na terceira guerra de independência se transformou em um sucesso político para a casa de Savóia.
O domínio da casa de Savóia não foi profícuo sob o aspecto econômico: a pressão fiscal maior do que a austríaca, os serviços inferiores, e a burocracia menos eficiente que a burocracia austríaca.
À perda do mercado da Europa Central seguiu-se um período de crise econômica. Depois da anexação ao Reino de Itália e até a Primeira Guerra Mundial houve uma intensa emigração do Vêneto, particularmente para Argentina, Brasil e Uruguai. Durante a Primeira Guerra Mundial, parte do território sofreu graves danos.
O fenômeno da emigração continuou logo o pós-guerra, dirigido principalmente aos países da América Latina que tinham recebido as ondas migratórias anteriores precedentes do Vêneto. Esta nova onda migratória foi um pouco melhor organizada.
A Segunda Guerra Mundial trouxe novas destruições, sobretudo por causa dos bombardeios aéreos (particularmente aquele que arrasou grande parte de Treviso).
Terminada a guerra houve nova onda migratória para Argentina, Uruguai, Brasil, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Houve também fluxos migratórios mais breves a Bélgica, França e Alemanha. Calcula-se que existam no mundo cerca de 9 milhões de oriundos do Vêneto.
A partir dos anos oitenta a emigração se exauriu e, desde então, o Vêneto se tornou terra de imigração. Muitos dos novos migrantes são, em realidade, cidadãos italianos, emigrados durante os anos duros, que retornam a seu país; embora esses falem uma versão de seu dialeto mais arcaica que a agora utilizada no Vêneto. Nas últimos eleições, os cidadãos italianos residentes no exterior puderam votar.
O imponente aumento do nível médio de instrução escolar no Vêneto criou uma consistente sub-ocupação intelectual, com trabalhos provisórios inadequados a muitos jovens formados, que não encontram mais muito trabalho. Surgiu o fenômeno de uma certa desocupação na categoria culta e de uma certa necessidade de imigração para alguns trabalhos simples.
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