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Veículo Lançador de Satélites - Wikipédia, a enciclopédia livre

Veículo Lançador de Satélites

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Satélite VLS
Satélite VLS

O Veículo Lançador de Satélites ou o VLS é uma família de foguetes desenvolvidos no Brasil, com a finalidade de colocar um satélite na órbita da Terra. Existem dois modelos; o VLS-1 e o VLS-2. Esta família de foguetes foi precedida pelos foguetes Sondas.

Estes foguetes são lançados na Centro de Lançamento de Alcântara, situada no estado do Maranhão.

Índice

[editar] História do VLS-1

O VLS-1 começou a ser desenvolvido em 1985 e já passou por dois testes em vôo em 1997 e em 1999.

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) desenvolveu, a partir de 1966 uma família de foguetes de sondagem da série Sonda.

O aperfeiçoamento crescente da tecnologia espacial permitiu o desenvolvimento do VLS, em que o primeiro estágio é constituído de quatro propulsores iguais, do tipo de S-43, que operam simultaneamente e é similar ao primeiro estágio do foguete Sonda IV, foguete pertencente a última série da família Sonda.

O propulsor do segundo estágio é idêntico ao do primeiro estágio, a menos da sua tubeira móvel. O propulsor do terceiro estágio é do tipo S-40, também equipado com tubeira móvel e é oriunda do primeiro estágio do foguete Sonda IV. O propulsor S-44 do quarto estágio foi construído com fibra de carbono, possui tubeira fixa e é o responsável pelo último incremento de velocidade e que injeta o satélite em órbita.

O veículo dispõe de baia de equipamentos para acomodar sistemas para o basculamento do veículo, controle e guiamento, rolamento do quarto estágio, equipamentos de bordo tais como transponder, telemetria, teledestruição, etc.

Com capacidade para colocar em órbitas baixas satélites de até 350 kg em órbitas baixas (de 250 a 1.000 km), o VLS-1 permitirá a consolidação de tecnologia indispensável à satelização de engenhos espaciais de significativa importância para o país.

[editar] Vôos

Foram previstos quatro vôos de qualificação antes do foguete estar considerado apto a participar mais ativamente do programa espacial.

Em seu vôo inaugural do primeiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites, denominado VLS-1 V01, em novembro de 1997, na operação denominada Brasil, o primeiro protótipo do VLS-1 foi lançado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), transportando o SCD-2A, um Satélite de Coleta de Dados. Contudo, durante os primeiros segundos de vôo, devido a uma falha na ignição em um dos propulsores do 1º estágio, houve a necessidade de acionar em solo o comando de autodestruição.

Pouco mais de 2 anos depois, em dezembro de 1999, a operação Almenara foi realizado o segundo vôo de qualificação, levando a bordo do VLS-1 V02 um satélite científico desenvolvido pelo INPE, o SACI 2. Novamente, uma falha também no sistema pirotécnico, porém no 2º estágio, ocasionou a explosão deste, havendo a necessidade de autodestruição por telecomando.

No dia 22 de Agosto de 2003, o VLS-1 V03 da operação denominada de São Luís, sofreu uma ignição prematura provocando o acidente por volta das 13h30 na base de Alcântara, no Maranhão, três dias antes do seu lançamento, matando 21 técnicos que estavam na plataforma de lançamento.

Seria o terceiro vôo de qualificação. Dois satélites científicos de tecnologia nacional. O SATEC, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e o UNOSAT, da Universidade Norte do Paraná, foram destruídos.

[editar] Montagem do foguete

As partes do VLS-1 como motores, baia, coifa, são montadas no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos no estado de São Paulo, e transportadas, por avião, em containers, para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que são depositados no hangar de preparação do veículo.

Após inspecionadas, as partes são transportadas para a plataforma de lançamento e montadas com o auxílio da Torre Móvel de Integração (TMI) a qual possui, na sua parte superior uma sala limpa, que permite a montagem final do satélite e o fechamento da coifa.

Após os testes finais, no processo de preparação para o lançamento, a TMI é deslocada sobre trilhos e o foguete fica pronto para o lançamento. Na fase final do processo de preparação os testes são controlados a partir da casamata e o lançamento a partir do Centro de Controle. O CLA conta com equipamentos de telemedidas, de rastreamento e de meteorologia, dentre outros, para o acompanhamento e avaliação do vôo.

[editar] Características do foguete VLS

É um veículo lançador de satélites que utiliza motores-foguetes carregados com propelente sólido do tipo composite (perclorato de amônio, alumínio em pó e polibutadieno) em todos os estágios, com capacidade para colocar satélites de até 350kg em órbitas baixas que variam de 250 a 1.000 km e com várias possibilidades de inclinações quando lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

  • O VLS-1 é composto de sete grandes subsistemas:
Primeiro estágio (quatro motores), segundo estágio, terceiro estágio, quarto estágio, coifa ejetável, redes elétricas e redes pirotécnicas.

As suas principais características são:

  • - Número de estágios: 4
  • - Comprimento total: 19,7 m
  • - Diâmetro dos propulsores: 1 m
  • - Massa total: 50 T
  • - Massa de propelente do 1º estágio: 28,6 T (4 propulsores S 43)
  • - Massa de propelente do 2º estágio: 7,2 T (1 propulsor S 43)
  • - Massa de propelente do 3º estágio: 4,4 T (1 propulsor S 40)
  • - Massa de propelente do 4º estágio 0,8 T (1 propulsor S 44)
  • - Carga útil (média): 200 kg
  • - Órbita média: 750 km
  • - Propelente Sólido Perclorato de Amônio, Polibutadieno e Alumínio pó.

Os quatro motores do primeiro estágio têm cerca de nove metros de altura. No total, o VLS tem 19,4 m

[editar] Veículo Lançador de Microssatélite

Encontra-se em fase de estudos de definição e desenvolvimento e qualificação de seus sistemas e subsistemas, que serão testados no foguete de sondagem VS-43, o Veículo Lançador de Microssatélite, denominado VLM, para atendimento às missões de injeção em órbita de satélites até 100 Kg.

O VLM será um veículo de quatro estágios, que tomará como base a parte central do VLS-1, os 2º, 3º e 4º estágios do VLS-1, acrescido de um 4º estágio e lançado da mesma plataforma do VLS-1.

[editar] VLS-2

Também encontra-se em fase de projeto um lançador de satélites de médio porte, denominado VLS-2, que tem como objetivo, inicialmente, colocar satélites em órbitas baixas e, subseqüentemente, em órbitas média e geoestacionária. O VLS-2, agora chamado Alfa, é um VLS-1 com o terceiro e o quarto estágio substituídos por um estágio de combustível líquido.

[editar] Defeitos no projeto

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Os Propelentes sólidos, quando usados em múltiplos reatores (no caso do VLS são quatro propulsores) não oferecem uma sincronia perfeita de ignição que satisfaça a sua dirigibilidade durante a fase inicial do lançamento, possível motivo pelo qual os lançamentos vem sendo abortados no ar. Uma solução seria eliminar três dos quatro reatores do primeiro estágio, abandonar a idéia do efeito centrífugo oferecido pela proximidade com a Linha do Equador e lançá-lo diretamente de uma rampa voadora, a qual poderia ser integrada à fuselagem de um avião cargueiro convencional. Neste caso o VLS e o impulso extra pretendido seriam oferecidos pelo próprio avião lançador em movimento (a uma altitude superior a 12.000 m), suficiente para liberar com segurança os vários estágios de uma versão simplificada do VLS, economizando assim o combustível de três reatores e obtendo um possível ganho em velocidade se comparado ao modelo atual.

[editar] Veja também

[editar] Ligações externas

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