Vila romana de Cambre
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A Vila romana de Cambre é um sítio arqueológico localizado na vila de Cambre e integrado na Rede galega de patrimônio arqueológico, na Corunha, comunidade autónoma da Galiza (Espanha).
Por mor de umas obras encontraram-se em 1998 os restos do qual no tempo da Gallaecia romana foi uma villae rural, que pode datar-se entre os séculos II e IV. Assentada em um dos diferentes níveis do terraço fluvial. Tal localização deveria-se às boas condições do terreno para a exploração agrícola.
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[editar] O Centro de Interpretação e Museu arqueológico de Cambre
Por ocasião de uma atuação arqueológica prévia à construção de um bloco de moradias num lugar situado entre um assentamento castrejo e o mosteiro beneditino do que formava parte a igreja, encontraram-se uma série de vestígios arqueológicos de época romana correspondentes a uma parte de uma villae tardo-romana.
Os restos encontrados foram deslocados do lugar do achado, frente de igreja românica de Santa Maria, e musealizados num centro de interpretação integrado em nossos dias no Museu arqueológico de Cambre.
O museu divide-se em dois espaços: Um primeiro com painéis explicativos e vitrinas com restos dos achados (restos cerâmicos de terra sigillata,tégulas...) e nomeadamente os restos pictóricos. Os painéis situam o visitante no contexto histórico, começando com apartados sobre a "A presença romana na Galiza", a Reconstrução de uma vila romana, e As pinturas e seu processo de restauração. Num segundo espaço encontramos os restos transladados acompanhados por maquetes representando a vila e os elementos reconstruídos.
[editar] O balneum e os letrinae
O achado consistiu no banho (balneum) e as latrinas (letrinae) da villae. Os muros são de alvenaria irregular com abundante recheio (opus incertum)
- O balneum. Pelos restos encontrados deduz-se que se trataria de uma estância retangular coberta com abóbada de canhão, e uma coberta a duas águas com telhado composto por telhas (tegulae) e ímbrices. Trata-se de um frigidarium, e dizer um banho frio. A banheira acede-se mediante escadas de tijolos recobertos por morteiro impermeabilizante de entulho de tijolo (opus signinum) e os ângulos terminados por vedantes de estanqueidade do mesmo material. O morteiro recobre-se com uma camada de cal de cor branca com o fim de acentuar a visão através do reflexo da pintura de temas marinhos com os que se decorava a abóbada.
- As letrinae conservam-se, em pior estado, numa estância contígua, mas pode-se interpretar que se tratavam de elementos de uso coletivo, no senso de. Sob de cada fila de assentos havia um canal. Os resíduos descurariam para o outro canal feito de tijolos no que havia uma arqueta de decantação para depurar as águas residuais.
[editar] As pinturas murais
Estas pinturas são a descoberta mas importante, já que nelas faz-se uma das poucas amostras de pintura mural representando o mar desde uma óptica mimética, e dizer, uma representação não idealizada do mar. Da representação pictórica da abóbada conservam-se pedaços que representam num fundo azul diferente fauna marinha como peixes, um polvo (ou mas bem parte dos seus tentáculos) e uma vieira.
A excepcionalidade destes vestígios faz que não tenham comparação na Península Ibérica e poucas no restante do mundo romano (nomeadamente Pompeia e Herculano), já que a representação romana do mar (tanto em pinturas como em mosaicos) costumava fazer-se desde uma visão mitológica (apresentando um mar cheio de fauna marítima e fauna terrestre modificada e deuses vinculados a temática marítima)
ou bem gastronômica (como amostra ideográfica para os hóspedes dos manjares que oferece o anfitrião), e não como semelha neste caso coma tentativa de plasmar de um jeito naturista o próprio meio, efeito ao que ajudava o próprio reflexo das águas frias da piscina.
Para alguns autores o estudo comparativo das pinturas de Cambre com algumas recentemente encontradas em Lugo e A Corunha fazem supor a existência duma oficina de pintura romana localizada em terras galegas.
As paredes estariam decoradas com pinturas sobre estuque com figuras geométricas, artesãos com losangos, circos e triângulos e motivos vegetais.
[editar] Bibliografia
- BOGA MOSCOSO, Ramón. ¿Valorización do patrimonio? O caso do "Xacemento Romano de Cambre". Artigo editado no Boletim nº 5 da Asociación Cultural Amigos do Arqueológico. (A Corunha).