Zelota
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O termo zelota ou zelote (em língua hebraica "kanai"; em língua grega, "zẽlõtẽs") significa literalmente alguém que é ciumento em nome de Deus, ou seja, alguém que demonstra excesso de zelo. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judéia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à Primeira Rebelião Judaica (66-70).
[editar] História
A seita foi estabelecida por Judas, o Galileu, que liderou uma revolta contra a dominação Romana no ano 6, rejeitando o pagamento de tributo pelos israelitas a um imperador pagão, sob a alegação de que tal ato era uma traição contra Deus, o verdadeiro rei de Israel. Foram denominados como zelotas por seguirem o exemplo de Matatias, seus filhos e seguidores, que externaram o seu zelo pela a lei de Deus quando Antíoco IV Epifânio tentou suprimir a religião judaica, assim como o exemplo de Finéias, que também demonstrou o seu zelo no deserto, durante uma época de apostasia (Nm 25:11; Sl 106:30).
Após a revolta de 6 ter sido sufocada, os membros da família de Judas e seus seguidores conservaram vivo o espírito de resistência aos Romanos. Dois dos filhos de Judas foram crucificados pelo procurador Alexandre (c. 46), enquanto que um terceiro filho, Manaém, foi o líder da Primeira Rebelião Judaica (66-70). O último baluarte Zelota, Massada, caiu em Maio de 73, mas, mesmo depois, o seu espírito não foi extinto.
Os zelotas continuaram a opor-se aos romanos, argumentando que Israel pertencia apenas a um rei judaico descendente do Rei Davi.
Outras facções importantes durante as lutas contra Roma foram os fariseus, os saduceus e os essénios.
A seita dos Zelotas é referida por Flávio Josefo como vil, que a responsabiliza pela incitação da revolta que conduziu à destruição de Jerusalém e do Templo de Salomão, referenciais para a cultura e religião judaicas.
Um dos apóstolos de Jesus Cristo é referido como "Simão, o Zelote" (Lc 6:15 e At 1:13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa de alguma anterior associação com o partido dos Zelotas. Paulo, referindo a si mesmo, afirma que foi um zelote religioso (At 22:3; Gl 1:14), enquanto que os muitos membros da igreja de Jerusalém são descritos como "todos são zelosos da lei" (At 21:20).