Bao Dai
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Bảo Đại (保大, ou Bao Dai na escrita ocidentalizada) (Huế, 22 de outubro de 1913 – Paris, 30 de julho de 1997) foi o último imperador do Vietnã, décimo-terceiro da dinastia Nguyen.
Ele nasceu como príncipe Nguyễn Vĩnh Thụy em Huế, que era então capital do país. Seu pai foi o imperador Khai Dinh. Depois de ter estudado na França, tornou-se imperador em 1925, após a morte do pai. Naquele momento o Vietname ainda era colônia francesa, e Bảo Đại tinha que se submeter em parte à decisões da França. (O Vietnã era parte da chamada Indochina francesa).
Em 20 de março de 1934, na cidade de Huế, Bao Dai casou-se com Jeanne Marie-Thérèse (Mariette) Nguyen Huu-Hao Thi Lan, que recebeu o nome de Hoang Hau Nam Phuong, ou "Imperatriz perfume do sul".
Bao Dai teve quatro outras esposas, três das quais se uniram-se com ele enquanto ele ainda mantinha casado com Nam Phuong: Phu Anh, uma prima, com quem se casou por volta de 1935; Hoang, uma chinesa, com quem se casou em 1946 (tiveram uma filha); Bui Mong Diep, com quem se casou em 1955 (duas crianças); e finalmente Monique Baudot, cidadã francesa com que se casou em 1972 e a quem Bao Dai nomeou inicialmente princesa Monique Vinh Thuy, depois Thai Phuong Hoang-Hau.
Em 1940 (durante a Segunda Guerra Mundial), coincidindo com a invasão alemã sobre a França, os japoneses invadiram a Indochina. Apesar de não terem expulsado as autoridades franceses, os japoneses dirigiam extra-oficialmente a política da região, em paralelo com o governo de Vichy da França.
Os japoneses haviam prometido não interferir com a corte em Hue, mas em 1945 Bao Dai foi forçado a declarar independência do Vietname em relação à França, e união do país à chamada Grande Esfera de Co-Prosperidade Oriental Asiática, nome eufemistico para o império que o Japão estava construindo. Japoneses e o sucessor vietnamita, princípe Coung De, tinha um plano de tomar o poder caso Bao Dai se recusasse a cooperar com o Japão. Os japoneses renderam-se aos aliados em agosto de 1945; os comunistas do Viet Minh, liderador por Ho Chi Minh, tentaram tomar o poder.
Com ajuda japonesa, Ho Chi Minh persuadiu Bao Dai foi forçado a abdicar em 25 de agosto de 1945, entregando o poder ao Viet Minh. Bao Dai foi apontado como "conselheiro supremo" no novo governo estabelecido em Hanói.
Com o recrudescimento da violência no país — facções rivais lutando entre si e contra a recolonização francesa — Bao Dai deixou o país por um ano, partindo como conselheiro para Hong Kong e para a China. A França persuadiu Bao Dai a voltar em 1949 como chefe de estato (Quoc Truong), mas não imperador. O novo chefe de estado ficou pouco tempo em seu país, retornando para a França e mostrando grande desinteresse em questões vietnamitas que não lhe afetassem diretamente. Mas a guerra entre a França e o Viet Minh continuava, vindo a acabar somente em 1954 — pouco depois de grande vitória de Dien Bien Phu.
Os capitalistas dos Estados Unidos da América, assustados com o comunismo sendo efetivamente implantado por Ho Chi Minh, passaram a sistematicamente opôr-se a idéia de um Vietnã comandado por Ho. Este já havia implementado um governo consolidado no norte: a República Democrática do Vietnã, reconhecida pela União Soviética e pela China em 1950. Ao sul, no mesmo ano, a França formou um governo rival, com sede em Saigon e comando do imperador fantoche Bao Dai; esse governo foi reconhecido pelos EUA, Reino Unido e pelas Nações Unidas.
A paz firmada em 1954 entre a França e o Viet Minh dividiu oficialmente o país em Vietnã do Norte e Vientã do Sul. Bao Dai mudou-se para Paris. Continou como chefe de estado do Vietnã do Sul, indicando o nacionalista religioso Ngô Dình Diem como primeiro ministro.
Entretanto, em 1955 Diem usou um referendo para remover Bao Dai do poder e declarar a república, tomando o controle do Vietnã do Sul para si, com apoio estadunidense. O referendo foi apontado como fraudulento, resultado em supostos 98% a favor de Diem. Bao Dai abdicou mais uma vez do trono vietnamita e exilou-se na capital francesa.
Bao Dai morreu em um hospital militar de Paris em 1997. Ele foi enterrado no cemitério de Passy, naquela cidade. Após sua morte o filho mais velho, Bao Long, herdou a posição de líder da família imperial no exílio.