Batalha de Tuiuti
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Detalhe de uma pintura de Cândido López retratando a Batalha de Tuiuti |
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Batalha de Tuiuti | |||||
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Conflito: Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança | |||||
Data: 24 de maio de 1866 | |||||
Localização: Tuiuti, Paraguai | |||||
Resultado: Decisiva vitória aliada | |||||
Combatentes | |||||
Paraguai | Tríplice Aliança( Brasil, Argentina e Uruguai) | ||||
Comandantes | |||||
Solano López | Bartolomeu Mitre | ||||
Forças | |||||
23.000 - 24.000 homens | 32.000 - 35.000 homens | ||||
Baixas | |||||
6.000 mortos e 6.000 - 7.000 feridos e prisioneiros | 996 mortos, 2.935 - 3.068 feridos | ||||
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A Batalha de Tuiuti travou-se a 24 de Maio de 1866 nos pântanos circundantes do lago Tuiuti, em território do Paraguai.
É considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes batalhas da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1865), a maior e mais sangrenta travada na história da América do Sul, tendo confrontado efetivos do Exército paraguaio e forças da Tríplice Aliança.
Índice |
[editar] O cenário
Após as batalhas do Passo da Pátria e do Estero Bellaco (2 de Maio), as forças aliadas, sob o comando do argentino Bartolomeu Mitre avançavam cautelosamente em território inimigo, desconhecido, uma vez que não havia mapas confiáveis sobre o terreno. Do mesmo modo, não se dispunham de informações sobre os efetivos e a disposição das forças inimigas.
A cautela de Mitre conflitava com as diposições dos comandantes das forças brasileiras, que pugnavam por maior rapidez no avanço, compreendendo que a lentidão era danosa ao moral e prestígio das tropas em marcha.
[editar] A Batalha
De acordo com o testemunho de George Thompson, um inglês que lutou como oficial no Exército paraguaio, Solano López confiava em que, nesse momento, uma esmagadora vitória pudesse empurrar o inimigo de volta ao rio Paraná, decidindo a guerra a seu favor. Os seus oficiais, ao contrário, pareciam céticos quanto à possibilidade de bater um inimigo mais numeroso, em um terreno mais adequado à defesa, uma vez que os aliados acamparam nos pântanos ao redor do lado Tuiuti. Sem levar essas ponderações em conta, López reuniu o maior contingente de tropas que conseguiu, aprontando-o para o ataque.
A batalha iniciou-se por volta das 11 horas, estendendo-se por seis horas. O efetivo paraguaio atacou, distribuído em três colunas: a do centro, com um pouco mais de cinco mil homens, lançou-se sobre a vanguarda aliada, composta por três batalhões uruguaios e mais unidades de reforço brasileiras. As alas, cada uma com cerca de nove mil homens, tentaram realizar uma manobra de cerco sobre o Exército Imperial brasileiro (à esquerda) e o Exército Argentino (à direita) nos flancos do acampamento aliado.
Para os aliados houve surpresa, confusão, ausência do comandante em chefe (General Mitre), imprevidência; risco de derrota em vários momentos da luta. Porém, com o recrudescer dos combates e a iniciativa dos diversos escalões (companhias, batalhões, regimentos e brigadas) - aos poucos a batalha adquire personalidade própria e se transforma de quase derrota em expressiva vitória, na medida em que se agiganta a figura do General Osório, intervindo diretamente na luta. Na verdade, ele assumiu o comando-chefe da batalha do Tulutí; é seu chefe máximo.
[editar] Conseqüências
A batalha culminou com uma expressiva vitória dos aliados. As avaliações sobre as perdas variam de fonte para fonte, mas todas são acordes e enfáticas em apresentar Tuiuti como um túmulo para o Exército paraguaio. As suas perdas estimadas foram de seis mil homens, entre oficiais e soldados; os feridos e capturados ascenderam a mais seis mil homens. Algumas unidades, como o 40° Batalhão de Infantaria, foram aniquiladas.
Entre os aliados, as perdas estimadas ultrapassaram os quatro mil homens. No Exército brasileiro contavam-se entre 719 e 736 mortos, além de 2.292 feridos. Entre os mortos encontrava-se o general Antônio de Sampaio, comandante da 3a. Divisão de Infantaria. As baixas no Exército Argentino elevaram-se a 126 mortos e 480 feridos. As do Uruguai, a 133 mortos e 299 feridos.
Embora diante dessa verdadeira tragédia, ao final da batalha os aliados ainda possuíam uma força de combate, ao contrário de López que, dali por diante, nunca mais conseguiu reunir uma força daquela magnitude para combater. Com a vitória, as tropas aliadas ficaram firmemente estabelecidas em território inimigo.
Desde então sem condições humanas para se bater em campo aberto, a Solano López restava resistir entrincheirado nas fortificações de Curupaiti e de Humaitá, com a esperança de poder desgastar as forças inimigas.