Bovino Ramo Grande
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A Raça Bovina Ramo Grande é uma raça autóctone com origem na ilha Terceira (Açores). Os bovinos da raça Ramo Grande são criados em pastoreio livre nas pastagens verdejantes dos Açores. A raça recebe o nome da zona nordeste da Terceira, a planície do Ramo Grande, no concelho da Praia da Vitória, zona onde é mais numerosa e de onde são provenientes os melhores exemplares e é por isso considerada o solar da raça.
[editar] Origem e história
O gado Ramo Grande era utilizado essencialmente no trabalho das terras e na tracção de carga, embora fosse também explorado para a produção de carne e de leite. Até ao início dos anos de 1970 era a raça dominante na bovinicultura da Terceira e das ilhas vizinhas. Com a mecanização dos trabalhos agrícolas, este gado foi perdendo lugar de destaque na função "trabalho", no entanto, determinados criadores ainda ensinam os animais a trabalhar, sobretudo, com o intuito de os apresentar em desfiles etnográficos; por outro lado, a opção pelo sector leiteiro bem como a introdução de raças exóticas especializadas quer na produção de leite, quer na produção de carne, contribuiu para que o seu efectivo actualmente seja muito reduzido. Com o objectivo de preservar esta raça, e após ter sido definido o respectivo padrão, foi criado em 1996 o seu Registo Zootécnico. Com a definição como raça autóctone houve um ressurgir do interesse pela preservação deste património genético açoriano, estando em curso a avaliação das capacidades produtivas da raça e do seu interesse em alguns sistemas de produção de carne em zonas mais inóspitas de algumas ilhas dos Açores.
[editar] Solar
O solar de origem desta raça, situa-se na zona nordeste da ilha Terceira, região plana e fértil, designada por Ramo Grande. Todavia este tipo de bovino estendeu-se praticamente a todo o arquipélago. A raça Ramo Grande tem origem nos bovinos trazidos pelos primeiros povoadores da ilha Terceira. Oriundos maioritariamente de Portugal e da Flandres, fizeram-se acompanhar de raças como a Alentejana, a Mirandesa, que com o decorrer do tempo acusariam modificações em consequência da insularidade.
[editar] Padrão da raça
Os bovinos Ramo Grande apresentam uma cabeça bem desenvolvida, marrafa pouco farta e assente numa protuberância frontal pouco saliente, de perfil frontal convexo. As aberturas naturais são predominantemente almaradas e as órbitas com coloração clara. Os cornos são opistóceros, saem para trás, para os lados, voltando para a frente e com pontas viradas para cima O tronco, no seu conjunto, chama-nos a atenção pelo desenvolvimento mais acentuado no terço anterior em relação ao posterior, ligados entre si por um costado pouco alto e pouco arqueado. Os membros, de boas articulações, terminam em unhas afogueadas e resistentes. A cor da pelagem é o vermelho mais ou menos intenso, simples, ou, raras vezes, malhado em determinadas zonas específicas (Fonte: Ana Luísa Pavão, Secretária Técnica da Raça Bovina Ramo Grande).