Bugreiro
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Bugreiros é o nome pelo qual ficaram conhecidos os indivíduo especializados em atacar e exterminar indígenas brasileiros e que eram contratado pelos colonos imigrantes e pelo governo provincial de Santa Catarina. O termo se origina da palavra bugre, como eram conhecidos pejorativamente os indígenas da região.
Os bugreiros realizavam ataques de surpresa, arrasando aldeias com poucas chances de resistência aos indígenas. As tropas de bugreiros compunham-se por oito a quinze homens caboclos, conhecedores profundos da vida do sertão e geralmente aparentados entre si, que atuavam sob a ação de um líder com pleno poder decisão. Os grupos também prestavam serviços de proteção a viajantes, tropeiros e agrimensores quando necessitavam atravessar ou permanecer em territórios onde a presença indígena era freqüente.
As operações dos bugreiros para expedições de afugentamento do selvagem se assemelhavam à operações bélicas como pode ser verificado no texto abaixo:
“Infinitas precauções tomam, pois é preciso surpreender os índios nos seus ranchos quando entregues ao sono. Não levam cães. Seguem a picado dos índios, descobrem os ranchos e, sem conversarem, sem fumarem, aguardam a hora propícia. É quando o dia está para nascer que dão o assalto. O primeiro cuidado é cortar as cordas dos arcos. Depois praticam o morticínio. Compreende-se que os índios acordados a tiros e a facão nem procuram defender-se, e toda heroicidade dos assaltantes consiste em cortar carne inerme de homens acobardados pela surpresa. Depois das batidas dividem-se os despojos, que são vendidos a quem der mais, entre eles os troféus de combate e as crianças apresadas”. [1]
[editar] Fonte
- Santos, Sílvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil – a dramática experiência dos Xokleng. Florianópolis: Edeme, 1973. p. 83-4.