Caudilhismo
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Caudilhismo é o exercício do poder político caracterizado pelo agrupamento de uma comunidade em torno do caudilho. Apresenta-se como forma de exercício de poder radicalmente oposta à democracia.
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[editar] O caudilho
O caudilho é o líder de um grupo humano que exerce o seu poder de maneira autoritária, e as relações pessoais do líder com seus adeptos é estreita e emocional. Estas, dificilmente transferíveis em caso de sua morte. O sistema caudilhista favoreceu a implantação de ditaduras militares em pleno século XX, como ocorreu na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Haiti, Peru e Uruguai.
[editar] América Latina
O caudilhismo pode ser de índole militar, quando o ascendente ao poder é líder de grupos armados.
Acredita-se que a primeira geração de caudilhos se originou na época da independência das colônias hispano-americanas em torno de 1820, devido à mudança de poder sobre povos envolvidos, que deixavam de ser colônias das potências européias.
Presume-se que as instituições políticas recém iniciadas foram inspiradas na filosofia republicana por influência dos Estados Unidos.
[editar] A influência Norte-americana
Sabe-se que as constituições latino-americanas foram inspiradas na norte-americana. A diferença cultural ocasionou sérios problemas para a implantação da democracia.
A visão distorcida dos fundamentos republicanos gerou o anseio de poder de poucos com freqüentes golpes e revoluções. Os golpes de estado que seguiam sucessivamente geraram reformas constitucionais feitas de forma a legitimar as anormalidades políticas vigorantes.
[editar] As inconstitucionalidades
As constituições nacionais, passaram a ser emendadas a bel-prazer, sem critério, e sem respeito dos governantes pela população.
O caudilhismo na América Latina ocorreu porque as estruturas políticas da região eram fundamentalmente oligárquicas, e não havia o conhecimento da democracia pela população ignorante e analfabeta em sua maioria. Esta não tinha condições de entender o equilíbrio entre os poderes legislativo, judiciário e executivo. Além de não alcançar entendimento das estruturas federal, estadual e municipal.
Oligarquia e república federativa em essência são incompatíveis. Com o caudilhismo, as eleições eram muito mais designações dos representantes do povo entre aqueles escolhidos pelo líder maior ou seus seguidores nos escalões inferiores do poder.
[editar] Os conflitos entre grupos
O sistema caudilhista trouxe conflitos entre os grupos liderados por diferentes aspirantes ao poder, pois o domínio regional se baseava muitas vezes em alianças semelhantes ao sistema feudal e conflitantes com as liberdades individuais da população.
Esta era relegada a segundo plano, e só mobilizada para eleger, ou dar respaldo legal ao líder do momento. Este, muitas vezes, poderia ser algum aventureiro estranho às oligarquias, porém, dependendo de sua influência sobre a população, conseguia liderá-la e se tornava o mais novo caudilho a governar uma nação.
Sempre após as lutas de independência dos países latino-americanos, coincidentemente sucedeu-se a depressão econômica. Esta ocasionou uma pressão social para o aparecimento de líderes que tomavam as rédeas das nações recém formadas independentemente de ideologias. O que valia, era a figura do líder, a ideologia estava em outro plano. Este fenômeno gerou a expansão do caudilhismo, mas não desenvolveu um corpo ideológico compatível com seu peso político.
[editar] Os líderes da América Latina
Na Argentina por exemplo, Juan Manuel de Rosas, representou os interesses dos proprietários rurais e latifundiários e não do povo, embora fosse um caudilho que tinha a população à sua vontade, e o federalismo como bandeira de propaganda.
No caso do Paraguai, Carlos Antonio López de fato era partidário das idéias liberais e procurou desenvolver sua nação. Outro líder caudilho que realmente tinha em mente as idéias de desenvolvimento da nação, era o líder venezuelano Antonio Guzmán Blanco, que professava idéias liberais e esclarecidas.
O caudilhismo iniciou sua queda em meados do século XX, isto ocorreu devido a industrialização, à imigração européia e à reforma eleitoral. Outro fator gerador do declínio do caudilhismo na América Latina, foi a profissionalização dos exércitos, esta desencadeou a queda de diversos governos, porém trouxe a implantação das ditaduras militares no Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai, Chile, Haiti e Peru.
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