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Chica da Silva - Wikipédia

Chica da Silva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Esta página é sobre a personagem histórica. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte Xica da Silva.

Francisca da Silva de Oliveira, ou simplesmente Chica da Silva, é personagem de um dos mais famosos mitos da região Diamantina, nas Minas Gerais do Brasil, na segunda metade do século XVIII.

A escrava que se fez rainha, de acordo com a imaginação do povo, descrita como uma jovem mulata dotada de beleza invulgar, teria seduzido com seus encantos o elemento mais poderoso da região à época: o contratador dos diamantes, João Fernandes de Oliveira, cuja fortuna era descrita popularmente como sendo maior do que a do rei de Portugal.

Índice

[editar] O mito

Entre os elementos da lenda encontram-se:

  • Senhora de crueldade ímpar (também apelidada de Chica Mandona e de Chica que manda à época) e de invulgar apetite sexual, utilizava o medo e a sedução como armas para obter a saciedade de seus luxos e prazeres: a seu pedido, o contratador teria mandado construir uma residência com vinte e um cômodos, onde havia um jardim com plantas exóticas e cascatas artificiais (a Chácara de Chica da Silva, no bairro da Palha) – um palácio para os padrões da região à época;
  • Como não conhecia o mar, João Fernandes mandou formar em terras da sua chácara, no bairro da Palha, um lago artificial. Mandou ainda construir um navio à vela, com capacidade para dez pessoas, que navegava no lago transportando os convidados das grandes festas que Chica oferecia à sociedade local. Essas festifividades eram animadas por uma orquestra particular e contavam com as apresentações de um teatrinho de bolso.
  • Mesmo considerada rica para os padrões da região à época, Chica era discriminada pelo círculo social mais elevado em que convivia;
  • Considerada como concubina (mulher de má-vida), estava impedida de frequentar os templos católicos. Desse modo, para o seu uso privativo, anexo à residência teria feito erguer uma capela, sob a invocação de Santa Quitéria (hoje desaparecida).
  • Para não ter o seu sono perturbado pelo dobrar dos sinos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, erguida em 1765 com o auxílio do Contratador, teria imposto a mudança de posição da torre. Efetivamente, trata-se da única igreja em estilo barroco no Brasil que possui a torre sineira atrás da nave central.
  • Protetora dos espetáculos teatrais e musicais, inscreveu seu nome na culinária regional sendo-lhe atribuída a receita do Xinxim da Chica, seu prato preferido.

O mito de Chica da Silva foi construído a partir do século XIX baseado na narrativa de Joaquim Felício dos Santos, Memórias do Distrito Diamantino. Recentemente foi revisitado pelo filme de Carlos Cacá Diegues (Xica da Silva, 1976), estrelado por Zezé Motta, Walmor Chagas e José Wilker, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro, e pela novela televisiva homônima da Rede Manchete, estrelada por Taís Araújo.

[editar] A biografia

A vida de Chica da Silva veio pela primeira vez a público em 1868, na obra Memória do Distrito Diamantino, de Joaquim Felício dos Santos, que a descreve como uma mulata alta, corpulenta, boçal e careca. O autor foi constituído advogado dos herdeiros de Chica numa ação de posse dos bens, no Brasil, do Desembargador João Fernandes, em 1860.

Já no século XX, Nazaré Menezes, autora das notas de uma nova edição da obra em 1924, defende a beleza da escrava, argumentando que, de outra forma, ela não poderia ter agradado tanto a João Fernandes. Na mesma época, o jornalista Antônio Torres, em seus apontamentos sobre Diamantina, referiu que o corpo de Chica havia sido encontrado alguns anos após sua morte, intacto, conservando ainda a pele seca e negra. A partir de seus apontamentos, a biografia de Chica readquiriu vigor, atraindo a atenção de historiadores, escritores e do grande público em geral, tornando-se um mito.

A recente pesquisa histórica indica outra versão para os fatos:

Filha de uma escrava Mina (baiana, segundo outras fontes), Maria da Costa, e de um português, Antônio Caetano de Sá, a jovem mestiça afro-brasileira foi escrava do Sargento-mor Manuel Pires Sardinha, médico, proprietário de lavras no arraial do Tijuco, com quem teve dois filhos:

  • Plácido Pires Sardinha, que se formou Engenheiro na Universidade de Coimbra (ignorado por diversos autores); e
  • Simão Pires Sardinha, nascido em 1751, também educado na Europa, que mais tarde viria a ocupar cargos na Corte. Embora não haja comprovação, alguns autores pretendem que ele teria tido parte na Inconfidência Mineira. Em seu registro de batismo, não se encontra declarada a sua paternidade, mas Manuel Sardinha deu-lhe alforria e, em seu testamento, reconheceu-o como um de seus herdeiros.

Francisca foi, em seguida, escrava do Padre Rolim (José da Siva Oliveira), época em que veio a conhecer João Fernandes de Oliveira, sendo adquirida, ou alforriada, a pedido dele, que chegara ao Tijuco em 1753 na função de Contratador dos Diamantes, para suceder seu pai, de mesmo nome, no cargo desde 1740.

Entre 1763 e 1771 o casal habitou a edificação hoje tombada à praça Lobo de Mesquita, 266, em Diamantina (MG). A relação de ambos, apesar de pública e intensa, não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira fortemente hierarquizada, onde era comum o envolvimento de homens brancos com suas escravas. Tiveram treze filhos, embora, como costume à época, não tivessem sido legalmente reconhecidos, permanendo em branco o nome do pai nas certidões de nascimento: Francisca de Paula (1755); João Fernandes (1756); Rita (1757); Joaquim (1759); Antonio Caetano (1761); Ana (1762); Helena (1763); Luiza (1764); Antônia (1765); Maria (1766); Quitéria Rita (1767); Mariana (1769); José Agostinho Fernandes (1770).

Em 1770, João Fernandes necessitou retornar ao reino para dar contas de sua administração à frente do Contrato dos Diamantes e para rever o testamento deixado pelo pai, o que ocasionou o afastamento dos amantes. Ele levou consigo os quatro filhos homens, que receberam títulos de nobreza da Coroa portuguesa.

No Brasil, os interesses de Chica ficaram protegidos por propriedades que lhe foram deixadas pelo contratador e que lhe garantiram a sobrevivência e a educação das filhas, encaminhadas ao recolhimento das freiras de Macaúbas, considerado o melhor das Minas Gerais, de onde a maioria só saiu para se casar.

Embora Chica jamais tenha se casado por impedimento legal, alcançou prestígio na sociedade local à época e usufruiu de regalias privativas de senhoras brancas, mesmo após a partida de João Fernandes em 1770. Recente pesquisa indica que ela pertencia às Irmandades de São Francisco, do Carmo (exclusivas de brancos), das Mercês (de mulatos) e do Rosário (de africanos). Símbolo mitológico da escrava-rainha, dissimula, entretanto, a hipocrisia da democracia racial na sociedade brasileira: mesmo enquanto descendente de escravos africanos, em 1754, após se unir ao Contratador, já era dona de escravos.

Faleceu em 1796, sendo sepultada na Igreja de São Francisco de Assis, privilégio reservado apenas aos brancos ricos.

[editar] Bibliografia

Júnia Ferreira Furtado. Chica da Silva e o contratador dos diamantes - o outro lado do mito. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. No site www.wikipédia.com.br. Hitória Geral. Essino Fundamental.

[editar] Ligações externas


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