Convento da Penha
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[editar] História
O Convento de Nossa Senhora da Penha é um dos santuários mais antigos do Brasil. Data de 1558. Foi fundado por Frei Pedro Palácios, frade franciscano espanhol que veio para o Brasil com os portugueses. Estabeleceu-se na capitania do Espírito Santo, em Vila Velha. Frei Pedro não construiu o Convento. No início morava numa gruta, ao pé do morro, onde existe uma placa indicando o local. Pouco tempo depois, dificou uma ermida dedicada a São Francisco de Assis, num largo, em cima do morro, ao pé duma rocha, onde colocou um painel de Nossa Senhora das Alegrias que trouxe de Portugal. Este painel ainda se conserva no Santuário do Convento. Em 1568, Frei Pedro mandou vir de Portugal uma imagem de Nossa Senhora das Alegrias. Esta ele a colocou no altar da capela que mandou edificar no cume da rocha, já em 1570. Fez uma festa de entronização da imagem. Depois desta festa, Frei Pedro veio a falecer, junto ao altar da capelinha de São Francisco. Foi sepultado no alpendre de Nossa Senhora. Em 1609, os restos mortais foram transladados para o Convento de Vitória, onde funciona, hoje, a Cúria Arquidiocesana. Em 1643, foi calçada a ladeira da penitência. Tem sete voltas, lembrando as sete alegrias de Nossa Senhora. Em 1644, construíram o corpo da igreja, transformando a capela existente em capela mor. Em 1651, anexo à capela, no topo da rocha, deu-se início à construção do convento. Era pequeno, servindo apenas para alguns moradores. Em 1750, o convento foi remodelado e completado, ficando como o encontramos hoje. No decorrer dos anos, muitas reformas e reconstruções foram executadas, pois, açoitado pelos ventos e maresia, sofreu muitos danos. Até hoje este convento está aí, bonito, bem conservado. Recebe milhares de romeiros, especialmente, durante a festa de Nossa Senhora da Penha, que se celebra na semana da páscoa. O convento também é chamado de Santuário do Perdão e da Graça, porque é nesta casa, onde muitos se encontram com Deus e consigo mesmos. Encontram a misericórdia de Deus no perdão de seus pecados. Foi dado o nome de Convento de Nossa Senhora da Penha porque está situado no topo de uma rocha.
[editar] Festa da Penha
A Festa da padroeira dos capixabas, desde os mais remotos tempos, sempre foi o principal acontecimento religioso de Vila Velha. Tanto que, a partir de 1844, segundo a Lei nº 7, de 12 de novembro do mesmo ano, o dia da Festa da Penha passou a ser considerada feriado em toda a Província do Espírito Santo.
Até julho de 1910, por não existir luz elétrica na cidade, os moradores colaboravam colocando lampiões, à noite, nos peitoris das janelas ou pendurados nas fachadas das casas. O objetivo era orientar os romeiros retardatários para que não perdessem a direção da Prainha, onde eram aguardados pelas embarcações que os levariam de volta à Capital.
Em meados do século XIX, sob o teto da casa dos romeiros, a pretexto de se comemorar o dia da padroeira, pessoas endinheiradas, mas inescrupulosas, transformavam o local em casa de banquetes e de tavolagem. Empanturravam-se de comidas e bebidas e em seguida varavam a noite em torno da roleta ou debruçados sobre as mesas de carteado.
Reformada no período de 1774 a 1777, a casa dos romeiros, como vimos, durante algum tempo teve sua finalidade deturpada. Foi parcialmente destruída por um vendaval em outubro de 1864. Assim terminaram as festas profanas e a jogatina.
Tal acontecimento deu origem à lenda segundo a qual aquele que reconstruísse a casa dos romeiros, estigmatizada por servir durante tantos anos a atividades profanas, logo morreria. Também os operários que trabalhassem nas obras de reconstrução seriam vítimas de acidentes. Padre José Ludwin, que a partir de 1916 foi o capelão do Convento, resolveu desafiar a lenda e em 1920 autorizou a reconstrução da casa dos romeiros, cuja ruína parcial prejudicava no todo a aparência do Convento. Desfez-se a lenda sem nenhuma conseqüência danosa.