Cristóvão de Moura
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D. Cristóvão de Moura e Távora (1538-1613), gentil-homem português, líder do partido espanhol quando da crise de sucessão de 1580.
Era filho de D. Luís de Moura, Alcaide-mor de Castelo Rodrigo, e de sua esposa, D. Brites de Távora, esta filha de Cristóvão de Távora, 2º senhor do morgado de Caparica, e de sua esposa, D. Francisca de Sousa.
Reconhecido por sua inteligência e perspicácia, foi o responsável pela diplomacia de Filipe II de Espanha junto à nobreza portuguesa, alimentando as rivalidade políticas entre o Prior do Crato e o Duque de Bragança, e cooptando personagens-chave da sociedade e do governo para a causa do soberano espanhol.
Com a ascensão de Filipe II ao trono português, integrou o Conselho de Portugal, um colegiado de cinco membros que assessorava permanentemente o soberano nas questões referentes ao governo deste reino. Entre outras benesses, o soberano recompensou os seus serviços, concedendo-lhe por mercê o cargo de Vedor da Fazenda (10 de Abril de 1581) e, posteriormente, outorgando-lhe o título de 1º Conde de Castelo Rodrigo (1594).
O seu filho e sucessor, Filipe III de Espanha, por sua vez, elevou-o a 1º Marquês de Castelo Rodrigo (1600). Este soberano dissolveu o Conselho estabelecido por seu pai e nomeou D. Cristóvão de Moura como vice-Rei de Portugal, função que exerceu por três períodos: de 29 de Janeiro de 1600 a 1603, novamente em 1603, e de Fevereiro de 1608 a 1612. O governo do Marquês de Castelo Rodrigo não foi bem aceite pelos portugueses. Os elevados impostos que lançou nesta época de dificuldades financeiras, aprofundaram a rejeição à sua actuação.
Cristóvão de Moura foi casado com Margarida Corte-Real, herdeira da Capitania de Angra, na ilha Terceira, Açores, tendo, no pacto celebrado para o casamento, adoptado o apelido Corte-Real, o qual foi mantido pelos seus descendentes. Na cidade de Angra do Heroísmo a Rua do Marquês lembra o lugar onde se erguiam as casas do Marquês de Castelo Rodrigo.