Cultura castreja
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A partir do século VI a.C., numa ampla zona do noroeste da Península Ibérica, entre os rios Douro e Návia e a Oeste do Maciço Galaico, desenvolveu-se um tipo muito peculiar de assentamentos, chamados castros, diferentes de outras áreas da península.
Os castros eram povoados fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a sua defesa. Tinham também que dispôr de acesso fácil a recursos alimentícios e água, pelo que se situavam habitualmente entre a zona de montes e prados e a de bosque e cultivos. Existiram castros de muitos tamanhos e tipos; entre estes destacam-se os da costa e os do interior.
As plantas destes assentamentos são redondas: mais ou menos circulares ou ovaladas. No seu interior as construções, nas quais também dominam as formas circulares ou elípticas, distribuem-se sem ordem aparente, ainda que é possível que existisse algum tipo de organização e que os agrupamentos respondessem a algum tipo de função que se desconheça hoje.
Ainda que não se sabe exactamente o seu número; a quantidade total, para todo o território do noroeste, devia rondar os 4000 ou 5000, o que indica uma elevada densidade de povoação para a época.
Os povos castrejos (já conhecidos pelos Gregos com o nome de "Kallaikoi", ou seja, Galaicos) foram definitivamente derrotados pelos Romanos no ano 19 a.C., invadidos desde a Lusitânia pelas tropas de Décimo Júnio Bruto, o Galaico. Os Romanos organizavam os territórios que dominavam em províncias, subdivididas em dioceses, conventus, municípios, e outras fórmulas, o que lhes permitia uma melhor administração, arrecadar impostos, impartir justiça ou manter a segurança interior e exterior. Nos quase cinco séculos de dominação romana, o noroeste peninsular passou por diferentes fórmulas organizativas.
Provavelmente os romanos tiveram em conta a homogeneidade e particularidade cultural anterior à conquista. Porém, a Gallaecia romana (Galécia) ocupava, aproximadamente, a área cultural castreja que era bastante mais ampla que o território comprendido dentro dos limites administrativos da Galiza actual.
Para controlar a província romana da Gallaecia também se serviram da organização preexistente, uma organização caracterizada pela existência de diferentes povos (populi), cada um deles integrado à sua vez por um certo número de núcleos de povoação (os castros).