D. W. Griffith
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[Carece de fontes] David Llewelyn Wark Griffith, geralmente conhecido por D.W. Griffith (20 de Janeiro de 1875–23 de Julho de 1948) era um diretor de cinema estadunidense. Ele é mais conhecido pelo seu controverso filme O Nascimento de uma Nação.
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[editar] Biografia
Griffith nasceu em La Grange, Oldham County, Kentucky, filho de Jacob "Roaring Jake" Griffith, um colono do Confederate Army e herói da Guerra Civil Americana. Ele começou sua carreira como um próspero dramaturgo mas não conseguiu sucesso. Depois ele se tornou ator. Encontrando seu caminho no cinema, ele em pouco tempo dirigia um grande corpo de trabalho.
Entre 1908 e 1913 (os anos que ele dirigiu para a American Mutoscope and Biograph Company), Griffith produziu 450 curtas, um número enorme mesmo para a época. Esse trabalho o possibilitou experimentar com montagem paralela, movimentos de câmera, planos detalhe, e outros métodos de manipulação espacial e temporal.
Na primeira viagem de Griffith para a Califórnia, ele e sua empresa descobriram uma pequena vila para filmar. Esse lugar era conhecido como Hollywood. Com isso, American Mutoscope and Biograph Company foi a primeira empresa a filmar em Hollywood: In Old California (1910).
Influenciado pelo longa italiano Cabiria, Griffith se convenceu de que longas poderiam ser viáveis financeiramente. Ele produziu e dirigiu o longa Judith of Bethulia da Biograph. Esse foi um dos, senão "O" primeiro longa produzido nos Estados Unidos. A Biograph achava que os longas não eram viáveis, e como atriz, Lillian Gish disse: "Eles (Biograph) acharam que um filme tão longo iria machucar os olhos deles (audiência)". Por causa disso, e do aumento no orçamento pelo filme que custou 30.000 dólares na produção, Griffith e a Biograph se separaram, sendo que Griffith levou todos os seus atores consigo. Sua nova empresa se tornou um parceiro autônomo de produção na Triangle Pictures Corporation com os Keystone Studios e Thomas Ince. Através da David W. Griffith Corp. ele produziu O Nascimento de Uma Nação (1915).
O Nascimento de Uma Nação foi extremamente popular mas expressava a visão racista da época. Há uma cena no filme na qual a Ku Klux Klan galopa para salvar uma heroína. A parceria terminou em 1917, então Griffith foi para a ArtCraft (parte da Paramount Pictures), depois para a First National (1919-1920). Ao mesmo tempo ele fundou a United Artists, junto com Charles Chaplin, Mary Pickford e Douglas Fairbanks.
Apesar da United Artists ter sobrevivido como empresa, a ligação de Griffith com ela foi curta, e apesar de alguns de seus filmes posteriores serem bons, ele nunca mais conseguiu sucesso comercial. Entre os longas dessa época estão Broken Blossoms or The Yellow Man and the Girl (1919), Way Down East (1920), Orphans of the Storm (1921) e America (1924). Griffith fez apenas dois filmes com som, Abraham Lincoln (1930) e The Struggle (1931). Nenhum foi bem sucedido e ele nunca mais fez filmes.
[editar] Realizações
Griffith foi considerado o pai da gramática cinematográfica. Alguns estudiosos ainda sustentam que suas "inovações" realmente começaram com ele, mas Griffith foi uma figura chave no estabelecimento de um conjunto de códigos que se tornou a coluna dorsal da linguagem cinematográfica. Ele foi particularmente influente ao popularizar a montagem paralela—o uso da montagem para alternar diferentes eventos que ocorrem simultaneamente&emdash;para construir o suspense. Dito isso, ele ainda usava muitos elementos da maneira "primitiva" de fazer cinema, que existiu antes do sistema clássico de hollywood de continuidade, como atuação frontal, gestos exagerados, movimentos de câmera mínimos, e a ausência de câmera subjetiva. Alguns dizem, inclusive, que ele "inventou" o plano detalhe.
Os créditos das inovações cinematográficas de Griffith devem ser compartilhados com seu operador de câmera por muitos anos, Billy Bitzer. Além disso, ele mesmo creditava a legendária atriz do cinema mudo Lillian Gish, que participou em vários de seus filmes, por ter inventado uma nova forma de atuação para o cinema.
[editar] Controvérsia
Griffith era uma figura muito controversa. Imensamente popular na época de sua estréia, o filme O Nascimento de Uma Nação (1915), baseado na novela The Clansman foi considerado por alguns como uma visão da história a partir da supermacia branca, e a NAACP tentou banir o filme. Como não conseguiram, eles tentaram posteriormente censurar algumas cenas do filme.
[editar] Legado
A lenda do cinema Charles Chaplin chamou o Griffith de "O professor de todos nós". Esse sentimento foi amplamente compartilhado. Cineastas diversos como John Ford e Orson Welles já falaram de seu respeito pelo diretor de Intolerância. Embora ele não tenha inventado novas técnicas para a gramática do cinema, ele parece ter sido o primeiro a entender como essas técnicas poderiam ser usadas para criar uma linguagem expressiva. Nos curtas iniciais, como o The Musketeers of Pig Alley (1912), que foi o primeiro filme de mafiosos, podemos ver como o posicionamento de câmeras e a iluminação aumentam o clima e a tensão. Ao fazer Intolerância, o diretor abriu novas possibilidades para a mídia, criando uma forma que deve mais à música do que à narrativa tradicional.
Griffith foi homenageado num selo de 10 centavos pelos Estados Unidos em 5 de Maio de 1975.
Em 1953 o Directors Guild of America instituiu D. W. Griffith como o prêmio mais alto. Entre os ganhadores estão Stanley Kubrick, David Lean, John Huston, Woody Allen, Akira Kurosawa, John Ford, Ingmar Bergman, Alfred Hitchcock e o amigo do Griffith Cecil B. DeMille. Entretanto em 15 de Dezembro de 1999, o presidente da DGA Jack Shea e o conselho nacional do DGA—sem consultar os membros (o que não é legalmente necessário)—anunciou que o nome do prêmio seria modificado para o DGA Lifetime Achievement Award, porque o filme do Griffith O Nascimento de Uma Nação teria "cultivado esteriótipos raciais intoleráveis". Os seguintes ganhadores concordaram com a decisão da corporação: Francis Ford Coppola, Robert Altman, Sidney Lumet e Robert Wise.
[editar] Filmografia selecionada
- O Nascimento de Uma Nação (1915)
- Intolerância (1916)
- Lírio Partido (ou Lírio Quebrado) (1919)
- Way Down East (1920)
- Órfans da Tempestade (1921)
- América (1924)