Dialeto nordestino
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Os dialetos nordestinos são os falares da língua portuguesa nos estados do Nordeste brasileiro. Segundo a classificação proposta por Antenor Nascentes, esses dialetos, juntamente com os dialetos da base amazônica, constituem o chamado português brasileiro setentrional, em comparação com as variantes do português faladas nos demais estados brasileiros. Contudo, o dialeto falado na Bahia seria parte integrante do grupo sulista, sendo, portanto, separado do nordestino.
A característica comum e peculiar dos dialetos nordestinos é o uso das vogais abertas átonas ("é" e "ó"), que não se encontra em outros falares brasileiros. Contudo, há outras características que podem mudar muito de uma região para outra, como a pronúncia gutural do "j" e "g", como acontece no espanhol, e a alternância das letras "t" e "d" que, ora representam um fonema dental (como em Portugal), ora representam fonemas palatais, diante de qualquer vogal. O léxico adotado no Nordeste é, em sua maioria, o mesmo usado nas demais regiões do Brasil e em Portugal; contudo, pode haver grandes mudanças semânticas. Alguns exemplos dessas mudanças são palavras como "influído", que quer dizer "animado", enquanto em outros lugares do Brasil significa "aquele que sofreu alguma influência"; ou "prenda", que no nordeste significa "presente", enquanto em outras regiões do Brasil significa "garota". Em 2004, o jornalista Fred Navarro lançou o Dicionário do Nordeste, contendo cerca de cinco mil palavras e expressões peculiares à região.