Dinastia Sassânida

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O Império Sassânida, c. 610 d.C.

A dinastia sassânida (ساسانیان em persa) foi uma linhagem real que governou a Pérsia entre 224 e 651 d.C. A dinastia extinguiu-se quando o último xá sassânida, Yezdegerd III, perdeu uma luta de catorze anos contra o Califado, o primeiro dos impérios islâmicos.

O território do Império Sassânida, governado desde a capital Ctesifonte, incluía partes dos atuais Irã, do Iraque, do Armênia, do Afeganistão, do leste da Turquia, do leste da Síria, do subcontinente indiano, da Caucásia, da Ásia Central e da Arábia. Os sassânidas davam a seu império o nome de Irã (ver a discussão sobre etimologia no artigo Pérsia).

A era sassânida é considerada um dos períodos mais importantes e influentes da história da Pérsia. Em muitos sentidos, aquela época constituiu o auge da civilização persa e foi o último grande Império Persa antes da conquista muçulmana e da adoção do islamismo. A influência dos sassânidas afetou culturas muito além de suas fronteiras, como a Europa Ocidental, a África, a China e a Índia, e foi passada ao mundo islâmico. A cultura singular e aristocrática da dinastia, chefiada por monarcas dinâmicos, transformou a conquista islâmica do Irã numa espécie de renascença persa: muito do que viria posteriormente a ser identificado com a cultura, a arquitetura e a literatura islâmicas veio da Pérsia sassânida.

[editar] História

A dinastia sassânida foi estabelecida por Ardacher I, descendente de uma linhagem de sacerdotes zoroastrianos que governava a província de Pars (berço do Império Persa, corresponde hoje à província de Fars). Seu avô paterno foi Sassan, o grande sacerdote do Templo de Anahita; historiadores posteriores dariam à dinastia reinante da Pérsia a designação sassânida. O pai de Ardacher, Papag, depôs o rei de Pars (vassalo do Império Parto) e assumiu o trono. O próprio Ardacher subiu ao poder em Pars em 208, após rebelar-se contra o irmão.

A expansão do reino de Pars pelos territórios vizinhos atraiu a atenção de Artabano IV, Grande Rei do Império Parto, suserano de Ardacher. Artabano avançou contra Pars em 224 mas foi morto em batalha, em Hormizdeghan. Ardacher, então, anexou as demais províncias da Pártia. Foi coroado em 226 Xainxá (Imperador) da Pérsia, encerrando 400 anos de domínio parto e dando início a quatro séculos de governo sassânida.

Ardacher e seus sucessores estabeleceram um vasto Império baseado em Firuzabad, Pars (naquela época conhecida como Gor), que alcançava as fronteiras do antigo Império Aquemênida a leste do rio Eufrates. Travaram guerras freqüentes com o Império Romano (e, depois, o Bizantino). Os imperadores sassânidas adotaram o zoroastrismo como religião oficial.

A expansão continuou com o filho e sucessor de Ardacher, Sapor I (reg. 241-272). Este empreendeu diversas campanhas contra o Império Romano e chegou até mesmo a capturar o Imperador Valeriano, em 259.

Sapor II (reg. 309-379), coroado, segundo dizem, in utero (a coroa teria sido colocada sobre o ventre da mãe), presidiu a um dos períodos áureos do Império Sassânida: derrotou os árabes ao sul, os hunos brancos a leste e os romanos a oeste; estes últimos cederam-lhe cinco províncias orientais. Em seu reinado completou-se o Avesta, compilação de textos zoroastrianos. Os cristãos foram perseguidos em território persa, em parte como reação à cristianização do Império Romano por Constantino I.

As freqüentes guerras com os romanos levaram à exaustão e à destruição do Império. Com Constantinopla sitiada, o Imperador bizantino Heráclio flanqueou os persas por mar na Ásia Menor e atacou-os pela retaguarda, o que resultou numa derrota decisiva em 627 para os sassânidas na Mesopotâmia setentrional. Estes viram-se obrigados a abandonar todos os territórios conquistados e recuar, seguindo-se o caos interno e a guerra civil. Após catorze anos e sete reis diferentes, o Império Persa foi subjugado pelos árabes muçulmanos; com o assassinato em 651 do último governante sassânida, Yezdegerd III, seu território foi absorvido pelo Califado.

[editar] Lista de Imperadores sassânidas