Empiema pleural
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Empiema significa coleção de pus limitada a uma cavidade pré-existente no organismo, como por exemplo, empiema dos seios frontais e empiema da vesícula biliar. O termo empiema pleural corresponde ao acúmulo de secreção purulenta na cavidade pleural. Apesar de todos os avanços ocorridos na medicina nas últimas décadas, o empiema pleural continua sendo uma causa importante de morbidade e mortalidade, especialmente nas camadas mais pobres da população.A contaminação do espaço pleural pode ocorrer por via linfática, hematogênica ou direta. As pneumonias são a principal causa e a propagação nesses casos é direta. Cerca de 40%dos pacientes com pneumonia desenvolvem derrame pleural, e 10% evoluem para empiema pleural. Cerca de 20% dos pacientes tem uma história prévia de manipulação cirúrgica, como tóraco centeses e drenagens pleurais praticadas em serviços de urgência ou sem técnica apropriada. Os estafilococos são o principal agente envolvido. A contaminação da cavidade pleural desencadeia um processo inflamatório com várias fases distintas. Inicialmente observa-se uma fase exsudativa, caracterizado por líquido fluido, livre e não septado na cavidade pleural. Esse derrame pode ser inicialmente estéril. Na fase fibrino-purulenta, o exsudato é substituído por uma secreção purulenta espessa, rica em polimorfonucleares e fibrina que se organiza produzindo septações. Finalmente, com a proliferação dos fibroblastos, surge uma membrana envoltória mais espessa e consistente, que restringe a expansão do pulmão. O líquido torna-se denso e cremoso, limitado entre as septações que constituem a parede do empiema. A fase de organização pode culminar em drenagem espontânea através da parede torácica. O tempo necessário para a passagem de uma fase para outra depende de fatores individuais e do agente etiológico. Em geral, na fase aguda, o empiema pleural manifesta-se com tóraco algia, dispnéia, tosse e quadro toxicêmico geral mais ou menos intenso. Empiemas com o tempo de evolução um pouco maior podem apresentar sinais flogísticos locais, com abaulamento do hemitórax afetado, flutuação e drenagem espontânea da coleção purulenta, seja por fístula pleuro-cutânea, ou por erosão do parênquima pulmonar. O murmúrio vesicular pode estar diminuído ou mesmo abolido. É importante observar que os empiemas encapsulados podem ser oligossintomáticos, sem dispnéia significativa, exigindo um maior grau de suspeição por parte do médico assistente. A radiologia é uma ferramenta essencial, e deve ser realizada nas incidências póstero-anterior, perfil e lateral.A radiologia permite ainda avaliar de modo grosseiro o tempo de evolução do empiema.O diagnóstico é sugerido pela anamnese e exame físico, e complementado pela radiologia e toracocentese.